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Editorial

Caros amigos interessados pelos Pinus,

Estamos lhes trazendo a 27ª Edição do nosso informativo digital PinusLetter. Mais uma vez, estamos nos esforçando para lhes oferecer temas relevantes e assuntos interessantes e atuais para seu conhecimento através da leitura e navegação em Pinus-links recomendados. Nessa edição, continuamos a enfatizar os produtos oriundos dos Pinus e de outras coníferas que trazem conforto e benefícios à sociedade. Também nos dedicamos a fortalecer e recomendar ações e atitudes para a preservação de nossos recursos naturais e para a necessária sustentabilidade das plantações florestais. Ainda nessa edição, procuramos dar o merecido destaque a pessoas de nossa comunidade técnico-científica, as quais trazem, com seu trabalho, esforço e talento, contribuições muito relevantes na agregação de conhecimentos sobre os Pinus. Esperamos que os temas escolhidos sejam de seu interesse e agrado.

A seção "As Coníferas Ibero-Americanas" traz como destaque algumas das principais características da espécie "Cupressus lusitanica". Apesar de possuir diversos nomes comuns, ela é mais lembrada no Brasil como cipreste ou cedrinho. Árvore rústica, reconhecida pela sua elevada adaptabilidade a regiões subtropicais e pelo seu rápido crescimento, já é cultivada comercialmente em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Também tem destacada utilização em paisagismo, pela sua beleza e odor agradável. Observem seus usos, manejos e características morfológicas e de sua madeira no texto apresentado a vocês mais adiante.

Outro assunto abordado refere-se ao mundialmente conhecido "óleo essencial dos Pinus". Essa substância é um dos principais produtos não madeireiros desse gênero de árvores, tendo diversas utilidades: na forma in natura - para a aromaterapia e para desinfetantes; e na forma derivada - seus compostos podem servir de matéria-prima para diversas utilizações na química fina. Conheçam as formas de extração desse óleo essencial dos ramos, brotos e acículas dos Pinus, as suas propriedades medicinais, composição química, utilidades e muito mais.

Na seção "Referências Técnicas da Literatura Virtual" continuamos a destacar os nossos "Grandes Autores dos Pinus". O pesquisador homenageado nessa edição é o nosso estimado amigo Professor Dr. José Otávio Brito. Atualmente professor titular do curso de Engenharia Florestal da ESALQ/USP, o Prof. Brito possui inúmeras publicações que versam sobre carvão vegetal, biomassa energética e química da madeira, produtos não madeireiros e termorretificação de madeira para diversos gêneros florestais, inclusive o Pinus. Assim, o Dr. Brito tem contribuído em muito para o desenvolvimento do setor florestal brasileiro através de suas pesquisas, aulas e orientações a alunos. Conheçam nessa edição alguns de seus trabalhos sobre os Pinus e algo sobre sua carreira profissional.

A PinusLetter 27 volta a dar destaque às "Pragas dos Pinus", onde os besouros broqueadores conhecidos como Escolitídeos foram caracterizados e descritos nessa edição. Conheçam quais gêneros desses insetos são considerados problemas para o cultivo de Pinus no Brasil e no mundo. Conheçam as suas principais características morfológicas, aspectos biológicos, ecológicos e os seus principais danos. O texto ainda relata alguns resultados de pesquisas já desenvolvidos no país, assim como as principais formas para seu controle.

Estamos trazendo também para vocês os tradicionais "Pinus-Links", que oferecem boas chances para a obtenção de novos conhecimentos sobre os Pinus, consultando as webpages sugeridas e disponíveis para navegação.

Obtenham ainda informações sobre o programa conhecido como "Competpinus" criado em 2006 por um grupo de empresários do setor florestal gaúcho em associação com a AGEFLOR - Associação Gaúcha de Empresas Florestais. O programa tem como principal missão a melhoria da cadeia produtiva do Pinus no estado do Rio Grande do Sul, tornando-a mais competitiva e sustentável. Conheçam os planos de ação e as medidas que estão sendo feitas para trazer ainda mais melhorias sociais, ambientais e econômicas a todos os setores relacionados direta e indiretamente com os Pinus nesse estado.

Por fim, temos a lhes apresentar mais um mini-artigo técnico, que dessa vez relata a vocês mais um importante produto obtido dos Pinus em nosso país: "os lignosulfonatos obtidos da lignina de Pinus". Conheçam essas substâncias, seus principais tipos e propriedades, utilidades, cuidados, etapas e processos de produção, entre outras características que os colocam como um dos mais importantes produtos químicos obtidos na cadeia produtiva das florestas plantadas de Pinus.


Aos Patrocinadores e aos Apoiadores, apresentamos o nosso agradecimento pela oportunidade, incentivo e ajuda para que possamos levar ao público alvo, que cada vez é maior, muito conhecimento a respeito dessas árvores fantásticas que são as dos Pinus e também de outras coníferas comercialmente e ecologicamente importantes para nossa sociedade.

Esperamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização das várias oportunidades que as plantações florestais do gênero Pinus oferecem ao Brasil, América Latina e Península Ibérica, disseminando assim mais conhecimentos sobre os produtos derivados dos Pinus para a sociedade e incentivando a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade nesse setor.

Agradecemos em especial nossos dois Patrocinadores:

ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br)

Klabin S.A. - (http://www.klabin.com.br/pt-br/home/Default.aspx)

e também às empresas apoiadoras (Air Products do Brasil e ArborGen) e aos nossos muitos apoiadores pessoas físicas que acreditam e estimulam esse nosso serviço de agregação e difusão de conhecimentos acerca dos Pinus para a Sociedade.

Um forte abraço e muito obrigado a todos vocês.

Ester Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html

Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html

Nessa Edição

As Coníferas Ibero-Americanas: Cupressus lusitanica

Óleo de Pinho - Óleo Essencial do Pinheiro

Referências Técnicas da Literatura Virtual - Grandes Autores sobre os Pinus - Professor Dr. José Otávio Brito

Pragas e Doenças dos Pinus: Escolitídeos em Pinus

Pinus-Links

Competpinus: Programa de Manejo Sustentável e Competitividade da Cadeia Produtiva do Pinus no Rio Grande do Sul

Mini-Artigo Técnico por Ester Foelkel
Lignosulfonatos Obtidos a Partir da Lignina do Pinus

As Coníferas Ibero-Americanas

Cupressus lusitanica


A conífera Cupressus lusitanica é uma árvore bastante utilizada em zonas urbanas e agrícolas como cerca viva, quebra-vento e também cultivada para comercialização de sua madeira (Wikipédia, 2010; USDA, 2010). Apesar de seu nome específico "lusitanica” remeter a uma possível origem portuguesa, a árvore é nativa da América Central, mais precisamente do México e Guatemala. Entretanto, ela foi introduzida em matas próximas ao convento de Buçaco em Portugal ainda no Século XVII. Lá se adaptou muito bem, sendo posteriormente descrita taxonomicamente, por essa razão o nome específico. A seguir, e pelas características interessantes da espécie, progênies desses exemplares portugueses foram disseminados para muitas outras partes da Europa. É por isso também que possui diversos nomes comuns tais como: “cedro-de-Portugal”, cipreste-de-Portugal, cedro-de-Buçaco, cedro-mexicano, ou mesmo cedrinho ou cipreste, como é mais conhecida no Brasil. A espécie também foi introduzida na Ásia, causando também confusões na região com outros ciprestes endêmicos da área, em especial, com Cupressus torulosa (Gymnosperm Database, 2010; Wikipédia, 2010).

A espécie Cupressus lusitanica se adaptou muito bem às diversas condições ambientais onde foi introduzida, sendo considerada de rápido crescimento. Em condições adequadas pode chegar a atingir 30 m de altura com produtividade média de crescimento de 30 m³/ha.ano. O cedrinho pode ser cultivado em solos rasos e de baixa fertilidade, inclusive sendo indicado para áreas já degradadas por atividades agrícolas, podendo auxiliar na sua recuperação. Também pode ser plantado em encostas e regiões de clima frio, como em regiões frias e propensas a geadas do sul do Brasil. Por ser considerada uma árvore rústica, tolerante às secas e à poluição das grandes cidades, já existem plantios da mesma nos estados do Paraná e em Santa Catarina, inclusive no paisagismo urbano (Pereira e Higa, 2003). Também já foram estudados plantios em regiões de altitude mais elevada do planalto brasileiro, havendo potencialidade para seu plantio tanto para produção de madeira, como para uso como quebra-ventos e cercas-vivas.

Por essa sua rusticidade, Cupressus lusitanica é plantado comercialmente em diversas partes do mundo que apresentam clima subtropical e também em zonas temperadas próximas ao mar e que se assemelham em fatores ambientais com a região de origem da espécie. Dessa forma, suas plantações podem ser encontradas em zonas de grande altitude (acima de 3.000 metros) da Colômbia, da Bolívia e da África do Sul. A árvore também se adapta muito bem às regiões de baixa altitude da Nova Zelândia, de Portugal, Ilhas Britânicas e Argentina. Nesse último caso, foram implantados reflorestamentos com a espécie na província de San Luis, localizada a 1.500 m acima do nível do mar, obtendo condições adequadas para o seu desenvolvimento (Wikipédia, 2010).

Algumas desuniformidades nas plantas são bastante comuns devidas ao diferente vigor e forma de fuste. Assim, é recomendada a eliminação gradativa dos indivíduos mostrando má formação de tronco e bifurcações através do desbaste seletivo (Shimizu et al., 2006). Quando cultivado para a produção de madeira, a poda artificial adequada deve ser iniciada já aos dois anos de idade e repetida a cada três anos. Caso contrário, haverá a depreciação da qualidade final causada pela alta presença de nós (Shimizu et al., 2006; Pereira e Higa, 2003). Outro manejo importante indicado é o controle de plantas invasoras em plantios jovens, pois C. lusitanica é susceptível à interferência de plantas daninhas não apresentando elevada capacidade competitiva inicial (Shimizu et al., 2006). Durante o estabelecimento das mudas em plantios comerciais, cuidados constantes no controle às formigas cortadeiras também são necessários, visto que podem eliminar a parte apical das mudas, desencadeando brotações inferiores excessivas e prejudicando posteriormente a qualidade da madeira.

Sua madeira apresenta coloração predominante amarela clara, embora existam algumas áreas marrom pálidas ou até mesmo um pouco rosadas. Segundo Shimizu e colaboradores (2006), a densidade da madeira de C. lusitanica é de aproximadamente 0,41 g/cm³, sendo considerada uma das coníferas com grã (textura) mais fina e uniforme. Dessa maneira, apesar de pouco densa, sofre poucas deformações durante sua secagem, dificilmente empenado ou apresentando rachaduras. Logo, apesar de ser considerada fraca e possuir baixa resistência mecânica, a madeira do cedrinho é facilmente trabalhada e bastante utilizada para a confecção de móveis, cercas e artefatos de artesanato. Também é requisitada para a carpintaria, para a caixotaria e é utilizada como matéria-prima para construções rurais (USDA, 2010; Pereira e Higa, 2003).

O cedrinho ou cipreste também é considerado uma árvore ornamental, estando presente em parques e jardins de diversas regiões do mundo. Além disso, suporta podas drásticas sendo utilizado como arbusto com freqüência em cercas-vivas de jardins, apresentando aspecto arredondado quando podado adequadamente. A elevada densidade entre os ramos também é uma característica bastante apreciada para essa finalidade (Jardineiro, 2010). Segundo Wikipédia (2010), o cedrinho é a espécie mais utilizada na Costa Rica como pinheiro natural no Natal.

Taxonomicamente, existem duas variedades de C. lusitanica: C. lusitanica var. lusitanica e C. lusitanica var. benthamii. Ambas se diferenciam de acordo com alguns aspectos morfológicos distintos na disposição das folhas nos seus ramos. A segunda variedade possui a folhagem espalhada de forma mais achatada, além de sua copa ser mais piramidal do que a da variedade lusitanica. Outra diferença entre as duas variedades é a localização em seu local de origem: a variedade benthamii ocorre em áreas com maiores índices pluviométricos (Gymnosperm Database, 2010). Ambas as variedades possuem folhagem bastante densa de colorações que variam do verde escuro ao verde amarelado. As folhas são escamosas, acuminadas e ovaladas com comprimento que variam de dois a cinco milímetros, conferindo à árvore adulta uma copa piramidal ou em formato ovóide-cônico (Gymnosperm Database, 2010; Jardineiro, 2010). C. lusitanica apresenta inflorescências distintas femininas e masculinas na mesma planta. Dessa forma, os cones femininos (de semente) apresentam aspecto globoso a alongados, possuindo 10-20 mm de comprimento e possuem inicialmente coloração verde. Conforme o passar do tempo, há a modificação de cor passando a marrom acinzentado após 25 meses da sua polinização. Já os cones masculinos geralmente são mais cilíndricos e situam-se nas partes terminais da árvore. As sementes são aladas, marrons e bastante diminutas sendo de alta importância para a disseminação e sobrevivência da espécie visto que é a sua única forma de reprodução (USDA, 2010). A espécie consegue se propagar naturalmente, sendo que prefere crescer na sombra e se valendo da serapilheira das florestas para fornecimento de condições adequadas para germinação.

Aos interessados em conhecer mais sobre o cipreste ou cedrinho, seguem textos técnicos e científicos que apresentam as principais características morfológicas e taxonômicas de C. lusitanica. Confiram seus principais usos, manejo e adaptação da espécie em diferentes regiões do mundo, inclusive no Brasil.


Cipreste-português
. Wikipédia. Acesso em 29.06.2010:
Tanto as características morfológicas de Cupressus lusitanica, como os seus principais usos e locais de cultivo comercial podem ser encontrados no textodisponibilizado pela enciclopédia virtual Wikipédia. Outras informações relevantes referentes à espécie como a taxonomia e distribuição geográfica também estão presentes.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cupressaceae (Família Cupressaceae)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cipreste-portugu%C3%AAs (em Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Cupressus_lusitanica (em Inglês)

Cupressus lusitanica. Gymnosperm Database. Acesso em 29.06.2010:
O website especializado em coníferas “Gymnosperm Database” não poderia deixar C. lusitanica de lado.Apresenta um texto técnico bastante completo sobre a espécie. No início, relata a problemática existente entre as descrições taxonômicas e sinonímias envolvendo tal espécie. Posteriormente, aborda os locais de origem em adição à sua distribuição geográfica e locais de plantio comercial. Também descreve a morfologia da árvore e suas principais partes, inclusive a qualidade da madeira. Para a última, o website mostra seus principais usos e finalidades. Observem ainda algumas curiosidades e dados históricos de C. lusitanica.
http://www.conifers.org/cu/cup/lusitanica.htm

Cedrinho. Cupressus lusitanica. Jardineiro.net. Acesso em 29.06.2010:
O blog destinado à jardinagem “Jardineiro.net” possui uma boa descrição das características morfológicas de C. lusitanica, havendo ainda outras importantes informações sobre a árvore tais como: usos em áreas urbanas e agrícolas, descrição da madeira, melhores condições edafo-ambientais para o desenvolvimento, sinônimos, nomes comuns, entre outros.
http://www.jardineiro.net/br/banco/cupressus_lusitanica.php

Artigos e resumos técnicos sobre Cupressus lusitanica:

The true cypresses. W.P. Armstrong. (2008)
http://waynesword.palomar.edu/trfeb98a.htm

Cedrinho como alternativa para produção de madeira em pequenas propriedades rurais.
J. Y. Shimizu; U. Ribas Júnior; K. C. Cancela; R. A. Maiochi. Comunicado Técnico Embrapa Florestas nº 172. 03 pp. (2006)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/com_tec172.pdf

Propriedades da madeira de Cupressus lusitanica Mill. J. C. D. Pereira; R. C. V. Higa. Comunicado Técnico Embrapa Florestas nº 107. 05 pp. (2003)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/Com_tec107.pdf

Cypress for farm forestry. L. Hamilton (Colac). Agriculture Notes. 03 pp. (2000)
http://www.dpi.vic.gov.au/dpi/nreninf.nsf/v/C0ED8D11A2D2E
BA3CA25741F007C12C7/$file/Cypress_for_Farm_Forestry.pdf

RESUMO: Caracterização de uma população a base de Cupressus lusitanica Mill em Selviria- MS. J. M. Silva; F. R. Bortolozo; A. V. Aguiar; M. L. T. Moraes. Congresso de Iniciação Científica da UNESP. 01 pp. (2000)
http://www.agr.feis.unesp.br/cahf/home/H_Pub/meet/fle_m052.pdf

Cupressus lusitanica as a potential timber tree for New Zealand. M. H. Bannister; H. R. Orman. News Zealand Journal of Forestry. 15 pp. (1960)
http://www.nzjf.org/free_issues/NZJF08_2_1960/
F57D2A3D-99FE-4CC6-A02B-F018C29E569C.pdf

Cupressus lusitanica. Technology Transfer Fact Sheet. USDA Forest Service. 02 pp. (s/d = Sem referência de data)
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/TechSheets/Chudnoff/
TropAmerican/pdf_files/cupres1new.pdf

O cancro cortical dos ciprestes. P. Ramos; F. Caetano. Arsia Toscana. 07 pp. (s/d)
http://www.arsia.toscana.it/filfor/cypmed-arsia/download/
algarve%20brochure%20pdf/8-cancrocort-14-20.pdf



Imagens sobre Cupressus lusitanica:

http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch%3A1&sa=
1&q=%22cupressus+lusitanica%22&aq=f&aqi=g1&aql=&oq=&gs_rfai
(Imagens Google)

http://www.flickr.com/search/?w=all&q=cupressus+lusitanica&m=text (Imagens e galerias Flickr)

Óleo de Pinho - Óleo Essencial do Pinheiro

O óleo essencial de Pinus, também conhecido como óleo de pinho, é uma substância líquida e oleosa de coloração amarelada translúcida extraída principalmente de ramos, brotos, acículas e cones verdes de várias espécies do gênero através da destilação a vapor (Wikipédia, 2010; Exoteric Oil, 2010).

De acordo com Sherwood (2010), o óleo de pinho possui inúmeras utilidades e propriedades, podendo ser inclusive utilizado in natura como desinfetante e aromatizante de ambientes. A extração de alguns de seus compostos para a utilização em indústrias na química fina também é bastante realizada, sendo importante matéria-prima de perfumes, cosméticos, dentifrícios, produtos farmacêuticos e inclusive alimentos, como doces, balas, etc. Tudo isso agrega enorme valor à silvicultura dos Pinus, orientando a mesma para outros produtos que não sejam apenas os madeiráveis. (Craveiro e Queiroz, 1992).

Os principais componentes do óleo de pinho são álcoois e hidrocarbonetos terpênicos, além de éteres e ésteres que variam suas concentrações de acordo com a espécie de pinheiro, idade, parte do vegetal da qual foi realizada a destilação, entre outros fatores (Wikipédia, 2010). O mesmo autor relatou que o óleo pode conter até 65% de álcoois terpênicos.


Zavarin e colaboradores (1971) compararam compostos extraídos de acículas de P. ponderosa de diferentes idades e em distintas épocas do ano. Os principais compostos encontrados nos óleos foram todos monoterpenos como o alfa e beta pineno, 3-careno, mirceno, limoneno, beta-felandreno e metil clavicol. As quantidades e concentrações totais de monoterpenos foram maiores durante o verão, havendo registros importantes de quantidades desses compostos também para os óleos extraídos de acículas de árvores com um ano de idade.

Krauze-Baranowska et al. (2002) compararam as composições dos óleos essenciais de três pinheiros distintos (P. ponderosa, P. resinosa e P. strobus). A concentração de pinenos foi diferente entre as espécies, alcançando valor máximo de 45,7% em P. resinosa. Quantidades superiores de alfa-pineno e de germacreno foram encontradas em P. strobus; porém, os compostos estragole e 3-careno foram observados apenas em P. ponderosa.


Já em estudos conduzidos por Morais e colaboradores (2005), realizou-se a extração de óleo essencial da madeira de P. oocarpa através de aparelho de Clevenger. Os compostos observados na pesquisa foram: aramaldendreno, ledano, ácido olêico e hexadecanal.

Para a retirada do óleo das partes da planta, o mais recomendado é a utilização do vapor d’água, que é capaz de baixar o ponto de ebulição desses óleos essenciais do pinho, permitindo uma destilação mais eficiente. Dentro do destilador, o vapor passa pelas acículas permitindo que alcance uma temperatura capaz de arrastar consigo os principais compostos do óleo que são recuperados através de sua condensação e decantação posterior (Sherwood, 2010).

Outras propriedades químicas importantes do óleo de pinho são: densidade que varia entre 0,91 a 0,917 g/cm³; ponto de ebulição situado entre 190° e 215 °C; ponto de fulgor de 75ºC; pressão de vapor menor que 3 mm Hg; solubilidade em hidrocarbonetos aromáticos, álcoois e em água (1% em peso) (Wikipédia, 2010).


Quantos aos seus usos, por possuir agradável cheiro de floresta, que é constantemente associado a “frescor e limpeza”, o óleo de pinho é muito utilizado na aromaterapia, em banhos e massagens, apresentando importantes propriedades terapêuticas e anti-sépticas, tais como: expectorante, estimulante sanguíneo e do sistema nervoso, hidratante, cicatrizante, inseticida, desodorante, diurético e ainda ajuda a combater o reumatismo e a hipertensão (Wikipédia, 2010; Exoteric Oils, 2010). O óleo de pinho também pode ser utilizado como lubrificante em indústrias, tendo o poder de recuperar alguns componentes metálicos como o cobre (Wikipédia, 2010). Porém, sua principal finalidade é com certeza o uso como desinfetante em produtos domésticos para fins sanitários e anti-sépticos. O óleo de pinho apresenta efetividade no controle de diversas bactérias danosas à saúde humana, tais como: Brevibacterium ammoniagene, Klebsiella pneumoniae e bactérias gran-negativas entéricas. Também é eficaz no combate a diversos agentes causais transmissores de gripes, de distúrbios gastro intestinais, entre outras doenças (Wikipédia, 2010). Diversos produtos contendo óleo de pinho são utilizados como germicidas e desodorantes de animais domésticos, sendo por isso muito comum serem encontrados em "pet-shops" e em casas agrícolas.

Oliveira (2008) observou a atividade antimicrobiana de diversos óleos de pinho encontrados no mercado no controle de Staphylococcus aureus e de Salmonella choleraesuis. Mesmo com distintas composições, todos os óleos testados obtiveram atividade inibitória desses microorganismos.


Krauze-Baranowska et al. (2002) avaliaram a atividade antifúngica dos óleos essenciais de P. ponderosa, P. resinosa e de P. strobus contra três espécies de fungos do gênero Fusarium (F. culmorum, F. solani e F. poae). Os autores observaram resultados positivos na inibição dos fungos nas concentrações de 2% para F. culmorum e para F. solani. Já para F. poae, os óleos essenciais dos Pinus avaliados somente tiveram efeito inibidor na concentração de 5%.

Apesar das vantagens comprovadas do seu uso e a sua relativa baixa toxicidade aos mamíferos, o óleo de pinho necessita de cuidados durante sua utilização. Isso se explica porque, em altas dosagens, pode causar problemas de alergia cutânea e outros problemas respiratórios pela irritação da mucosa. O produto também é contra-indicado para mulheres gestantes e pessoas que possuem peles sensíveis (Wikipédia, 2010; Exoteric Oil, 2010).

O óleo essencial de pinho é um produto de origem vegetal que quando usado corretamente pode trazer benefícios tanto para o usuário como para o ambiente. Esse óleo é considerado um recurso ambiental renovável, sendo mais um importante produto dos Pinus. Confiram a seguir textos técnicos sobre as propriedades e composição química do óleo essencial do pinho. Conheçam formas de utilização, etapas de produção e destilação, além das vantagens do seu uso para os mais diversos fins.

Pine oil. Wikipédia. Acesso em 29.06.2010:
O texto informativo sobre o óleo de pinho no Wikipédia apresenta os seguintes assuntos: definições do produto, principais usos e finalidades, diferenciação do óleo essencial em relação ao breu e a terebintina e suas propriedades como desinfetante. Confiram:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pine_oil (em Inglês)
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leo_essencial_de_pinho (em Português)


Pine essential oil and pine needle essential oil information.
Esoteric Oil. Acesso em 29.06.2010:
O texto pertencente a um website especializado em óleos essenciais apresenta as principais propriedades do óleo de pinho. Também traz informações sobre aspectos químicos, origem, formas de uso, propriedades terapêuticas, cuidados na utilização, entre outros.
http://www.essentialoils.co.za/essential-oils/pine.htm#Oil properties

What could better health mean for you? Pine Neadle Health. (2004). Acesso em 29.06.2010:
Esse website enfatiza grande quantidade de propriedades do óleo essencial dos Pinus, apresentando inúmeras vantagens à saúde, caso utilizado de forma correta. Conheçam as técnicas que muitas pessoas orientais realizam para usufruir dos poderes medicinais do óleo de pinho.
http://www.pine-health.com/


Artigos e resumos técnicos sobre o óleo de pinho:

How is pine oil made? C. Sherwood. eHow Contributing Writer. (2010)
http://www.ehow.com/how-does_4913929_how-pine-oil-made.html

Caracterização físico-química de amostras de óleo de pinho e estudos de sistemas tensoativos na atividade antimicrobiana de ativos fenólicos. F.F. Oliveira. Tese de Doutorado. USP. 191 pp. (2008)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/46/46133/
tde-21072008-142150/publico/teseFloripesFOliveira.pdf

Alguém saberia informar qual a fórmula do pinho sol? Yahoo Respostas. (2008). Acesso em 29.06.2010:
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080721080318AAuclu3

Óleo de pinho. Quimidrol. 07 pp. (2007)
http://www.quimidrol.com.br/produtos/imgs/prd_112_espec.pdf

Análise da madeira de Pinus oocarpa. Parte 1 – Estudo dos constituintes macromoleculares e extrativos voláteis. S. A. Lemos Morais; E. A. Nascimento; D. C. Melo. Revista Árvore 29(3): 461-470. (2005)
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rarv/v29n3/a14v29n3.pdf

Antifungal activity of the essential oils from some species of the genus Pinus. M. Krauze-Baranowska; M. Mardarowicz; M. Wiwart; L. Poblocka; M. Dynowska. Verlag der Zeitschrift für Naturforschung. p. 478-482. (2002)
http://znaturforsch.com/ac/v57c/s57c0478.pdf

Conversão catalítica de óleos de Pinus em álcoois terpênicos, usados como fragrâncias e aromas. R. S. Sercheli. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 97 pp. (1996)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000102160.pdf

Estudos da classificação de óleos essenciais com uso combinado de cromatografia gasosa e métodos quimiométricos. G. F. Pini. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 74 pp.(1995)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000097608.pdf

Behavioral responses to pine needle oil in the northern pocket gopher. G. Epple; D. L. Noltey; J. R. Masonz; E. Aronov; S. Wager-Page. USDA National Wildlife Research Center Symposia. Mammals Chapter 15. p. 156-167. (1995)
http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi
?article=1014&context=nwrcrepellants

Óleos essenciais e química fina. A. A. Craveiro; D. C. Queiroz. Química Nova 16(3): 224-228. (1993)
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/1993/vol16n3/v16_n3_%20(9).pdf

Horticultural oils. W. T. Johnson. Horticultural Research Institute. 05 pp. (1981)
http://www.hriresearch.org/docs/publications/JEH/
JEH_1985/JEH_1985_3_4/JEH%203-4-188-191.pdf

Resumo: Variation of the Pinus ponderosa needle oil with season and needle age. E. Zavarin; F. W. Cobb Jr.; J. Bergot; H. W. Barber. Phytochemistry 10(12): 3107-3114. (1971)
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6TH7
42WH0305H&_user=10&_coverDate=12%2F31%2F1971&_rdoc=
1&_fmt=high&_orig=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_searchS
trId=1419933698&_rerunOrigin=google&_acct=C000050221&_
version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=f7e19eda03ee98fcfcdd51b834a552fb


Needle oils of tree pine species and species hybrids. R. Z. Callahan. Forest Science 2(2): 101-105. (1956)
http://www.fs.fed.us/psw/publications/callaham/psw_1956_callaham001.pdf

O uso de óleos essenciais na terapêutica. M. G. F. de la Cruz. Aja.org. 22 pp. (s/d)
http://www.aja.org.br/oleos/oleos_essenciais_terapias.pdf


Imagens sobre óleo do pinho, "pine oil" ou "aceite de pino" - inclusive com fotos e links a diversos produtos comerciais:
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch%3
A1&sa=1&q=%22ACEITE+de+pino%22&btnG=
Pesquisar&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai
("Aceite de pino")
http://www.google.com.br/images?q=%22%C3%B3leo+de+pinho
%22&um=1&hl=pt-BR&tbs=isch:1&ei=571UTOrTLpC7
ngeAtv3tAg&sa=N&start=20&ndsp=20
(Óleo de pinho)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=
isch%3A1&sa=1&q=%22pine+oil%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai
("Pine oil")

Referências Técnicas da Literatura Virtual

Grandes Autores sobre os Pinus - Professor Dr. José Otávio Brito

Dr. José Otávio Brito é Engenheiro Florestal graduado em 1973 pela ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, onde obteve também seu mestrado (1976-1979), doutorado (1981-1985) e livre-docência. Possui título de pós-doutorado na França pela Université Henry Poincaré, onde já atuou como professor visitante. Tem vasta experiência em pesquisas na área florestal, tendo estudado inúmeras espécies florestais nativas e exóticas de importância econômica. Desde 1977 é docente e pesquisador do curso de Engenharia Florestal da ESALQ/USP. Também já orientou e continua orientando diversos estudantes de graduação e de pós-graduação, ajudando na formação de novos profissionais competentes para a área florestal. É enorme sua contribuição social e científica, através de suas pesquisas e descobertas de novas tecnologias. Com isso, Dr. Brito está continuamente levando novos conhecimentos aos produtores florestais e auxiliando na solução de problemas do setor tanto no Brasil como no exterior. Dr. José Otávio Brito também já ocupou diversos cargos administrativos de relevância, como a direção executiva e científica do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) e também foi prefeito do campus Luiz de Queiroz (USP) em Piracicaba - SP, atuando em outras funções administrativas da mesma instituição. É atualmente membro do Comitê Gestor do Programa Nacional de Pesquisas sobre Florestas Energéticas da Embrapa. Também atua coordenando projetos integrando Brasil e França através diversas instituições de apoio à pesquisa nesses dois países. Por todos os seus esforços e dedicação na pesquisa e na docência, já ganhou importantes prêmios, tais como: título de sócio honorário do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais e também recebeu da Sociedade Geográfica Brasileira a medalha Marechal Rondon.

Por todos seus feitos acadêmicos e científicos com os eucaliptos, Dr. José Otávio Brito já foi homenageado como "Amigo dos Eucalyptus", um reconhecimento recente apresentado pelo informativo digital Eucalyptus Newsletter de n° 27 (http://www.eucalyptus.com.br/newspt_abril10.html#um), onde foram mostrados diversos de seus trabalhos que tratam sobre produtos florestais madeireiros e não madeireiros do gênero Eucalyptus. Dentro da mesma linha de pesquisa, o Prof. Brito também tem vasta contribuição com o gênero Pinus, pois mais de 50 referências sobre os Pinus são encontradas em seu currículo, merecendo também ser homenageado nessa edição da PinusLetter, pois é um importante "Grande Autor sobre os Pinus". O Prof. Brito realizou sua dissertação de mestrado e a tese de doutorado com Pinus caribaea, possuindo muito conhecimento e experiências com essa espécie. Em função da vasta quantidade de trabalhos científicos do Dr. Brito acerca dos Pinus, conseguimos reunir cerca de 40 deles escritos pelo Dr. Brito e equipe, sendo que todas essas publicações estão disponíveis na internet e podem ser acessadas nos Pinus-Links abaixo. Observem os resultados das pesquisas em que atuou e que versam sobre madeira para energia, carvão vegetal, celulose e papel, e ainda produtos não madeireiros (óleos essenciais, resinas, gomas, etc.). A seguir também encontra-se a disposição de interessados o currículo Lattes do professor Dr. José Otávio Brito, onde se pode conhecer outras pesquisas com espécies arbóreas já estudadas por ele: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4783354H0 (Currículo Lattes)

Avaliação do efeito do ácido pirolenhoso de três espécies arbóreas sobre Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae). P. C. Bogorni; V. C. Pansiera; J. D. Vendramim; L. P. Ribeiro. R. C. R. G. Gervásio; J. O. Brito. Bioikos 22(2):109-115. (2008)
http://www.puc-campinas.edu.br/centros/ccv/Bioikos/artigos/v22n2a5.pdf


Resumo: Chemical composition changes in Eucalyptus and Pinus woods submitted to heat treatment.
J. O. Brito; F. G. Silva; M. M. Leão; G. Almeida. Bioresource Technology 99(18): 8545-8548. (2008)
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V24-
4SW85B5-1&_user=10&_coverDate=12%2F31%2F2008&_rdoc=1&_f
mt=high&_orig=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_searchStrId=
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Effect of thermal treatment on machining properties of Eucalyptus grandis and Pinus caribaea var. hondurensis woods. L. F. Moura; J. O. Brito. Proceedings of the 51st International Convention of the Society of Wood Science and Technology. 09 pp. (2008)
http://www.swst.org/meetings/AM08/proceedings/WS-18.pdf

Storage as a tool to increase the quality of wood fuel. M. A. Brand; G. I. B. Muñiz; W. F. Quirino; J. O. Brito. II UNINDU. 10 pp. (2007)
http://www.solumad.com.br/artigos/Storage%20as%20a%
20tool%20to%20increase%20the%20quality%20of%20wood%20fuel.pdf

Pastas estimulantes em sistemas de resinagem de Pinus elliottii var. elliottii. A.L.M. Fusatto. Dissertação de Mestrado. ESALQ/USP. Orientação: Dr. P.R.C. Castro. Participação na banca: Dr. J.O. Brito. 110 pp. (2006)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-12072006-163632/

Avaliação da termorretificação sobre a colagem na madeira de Eucalyptus saligna e Pinus caribaea var. hondurensis. A. L. P. S. M. Pincelli; J. O. Brito; J. E. Corrente. Scientia Forestalis 61: 22-132. (2002)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr61/cap11.pdf

Goma-resina de Pinus e óleos essenciais de eucalipto: destaques na área de produtos florestais não-madeireiros. J. O. Brito. IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Tecnologia de Produtos Florestais. (2002)
http://www.ipef.br/tecprodutos/gomaeoleos.asp

Análise da cadeia produtiva e estrutura de custos do setor brasileiro de produtos resinosos. J.P.R.J. Ferreira. Dissertação de Mestrado. ESALQ/USP. Orientação: Dr. L.C.E. Rodriguez. Participação na banca: Dr. J.O. Brito. 120 pp. (2002)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-23102002-172920/

Influência da desrama artificial sobre a densidade básica, a composição química e as características dos traqueídeos da madeira de Pinus caribaea Morelet var. hondurensis Barr. et Golf. L. F. Moura; J. O. Brito. Revista Árvore 25: 369-374. (2001)
http://books.google.com.br/books?id=AHSaAAAAIAAJ&pg=
PA369&lpg=PA369&dq=Influ%C3%AAncia+da+desrama+artificial+
sobre+a+densidade+b%C3%A1sica,+a+composi%C3%A7%C3%A3o
+qu%C3%ADmica+e+as+caracter%C3%ADsticas+dos+traque%C3%ADdeos+da
+madeira+de+Pinus+caribaea+Morelet+var.+hondurensis&source=bl&ots=gZ2FYoO75T&sig=
qete12UzAeUsM3RbIQaE8n0h2Bk&hl=ptBR&ei=VitYTPnpDMGzuAfJlqHOCg&sa=
X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CBUQ6AEwAA#v=onepage&q=
Influ%C3%AAncia%20da%20desrama%20artificial%20sobre%20a%20densidade
%20b%C3%A1sica%2C%20a%20composi%C3%A7%C3%A3o%20qu%C3%ADmica
%20e%20as%20caracter%C3%ADsticas%20dos%20traque%C3%ADdeos%20da
%20madeira%20de%20Pinus%20caribaea%20Morelet%20var.%20hondurensis&f=false


A adubação mineral e seus efeitos sobre os anéis de crescimento da madeira de Pinus caribaea var. bahamensis.
J. O. Brito; E. S. B. Ferraz; L. E. C. Barrichelo; H. T. Z. do Couto. IPEF 32: 05-17. (1986)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr32/cap01.pdf

Influência da adubação mineral nas características dos anéis de crescimento da madeira de Pinus caribaea var. bahamensis. J. O. Brito. Tese de Doutorado. ESALQ/USP. 131 pp. (1985)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
Arquivo%2005_Pinus%20caribaea.pdf


Estudo tecnológico da madeira de Pinus para a produção de carvão vegetal e briquetagem. J. O. Brito; O. Nucci. IPEF 26: 25-30. (1984)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr26/cap04.pdf

Ethephon: resultados do 1° ano de resinagem em Pinus elliottii var. elliottii. J. L. Stape; J. O. Brito. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 3(14): 105-119. (1984)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v3n14.pdf

Resinagem e qualidade de resina de pinheiros tropicais. J. O. Brito. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 3(13): 67-77. (1983)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v1n5.pdf

Carvão vegetal de madeira de desbaste de Pinus. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo. Circular Técnica IPEF 146: 01-12. (1982)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr146.pdf

Método rápido para estimar a produção de resina em árvores de Pinus. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo; H. T. Z. Couto; L. R. Capitani; M. A. Neves. Circular Técnica IPEF 148: 01-09. (1982)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr148.pdf

Produtividade de plantações no nordeste brasileiro. H. T. Z. Couto; J. O. Brito. Série Técnica IPEF 3(10): 71 – 83. (1982)
http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr10/cap04.pdf

A potencialidade de resinagem na região de Sacramento – MG, em quatro espécies de Pinus tropicais. L. R. Capitani; G. E. Speltz; J. O. Brito. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 2(12): 56-66. (1982)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v2n12.pdf

Estimativa da densidade a granel do carvão vegetal a partir de sua densidade aparente. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo; M. C. Muramoto; H. T. Z. Couto. Circular Técnica IPEF 150. 06 pp. (1982)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr150.pdf

Qualidade do breu e terebintina de pinheiros tropicais. J. O. Brito. L. E. G. Barrichelo; L. E. Gutierrez. IPEF 21: 55-63. (1980)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr21/cap04.pdf

Qualidade do breu e terebintina de pinheiros tropicais. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo; L. E. Gutierrez. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 1(9): 46-52. (1980)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v1n9.pdf

Qualidade da resina de espécies de Pinus implantados no estado de Minas Gerais: análise do breu e terebintina. A. J. Migliorini; J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo. Circular Técnica IPEF 105: 01-04. (1980)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr105.pdf

A potencialidade de resinagem de quatro espécies de Pinus tropicais na região de Sacramento, MG. L. R. Capitani; G. É. Speltz; J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo. Circular Técnica IPEF 110: 01-15. (1980)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr110.pdf

Inventário de resíduos florestais. H. T. Z. Couto; J. O. Brito. Série Técnica IPEF 1(2). 11 pp. (1980)
http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr02/cap01.pdf

Variabilidade radial da madeira de Pinus caribaea var. hondurensis. J. O. Brito; L. E. G. Barrichello; J. F. Trevisan. IPEF 18: 81-102. (1979)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr18/cap04.pdf

Resinagem e qualidade da resina em pinheiros tropicais. J. O. Brito. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 1(5): 32-41. (1979)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v1n5.pdf

Resinagem e qualidade da resina em pinheiros tropicais. J. O. Brito. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 1(2): 33-49. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v1n2.pdf

Avaliação técnico-econômica da produção de celulose de madeira não-descascada de Pinus caribaea e Eucalyptus grandis. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo; R. C. D. Garlipp. Boletim Informativo IPEF 6(20): D.01 – D.51. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_informativo/bolinf20.pdf

Estudos de procedências de Pinus taeda visando seu aproveitamento industrial. L. E. G. Barrichelo; P. Y. Kageyama; R. M. Speltz; H. J. Bonish; J. O. Brito; M. Ferreira. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Boletim Informativo 6(18): 01-85. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_informativo/bolinf18.pdf

Produção de carvão vegetal em escala de laboratório com madeira de Pinus: perspectivas. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo; A. A. S. Pontinha. Boletim Informativo IPEF 6(16): 01-06. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_informativo/bolinf16.pdf

Condições climáticas e suas influências sobre a produção de resinas de pinheiros tropicais. J.O. Brito; L. E. G. Barrichelo; J. F. Trevisan. IPEF 16: 37-45. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr16/cap03.pdf

Resinagem e qualidade de resinas de pinheiros tropicais: 1- Comparações entre espécies e época de resinagem. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo; L. E. Gutierrez; J. F. Trevisan. Circular Técnica IPEF 35: 01-20. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr035.pdf

Utilização da madeira com casca na produção de celulose sulfato de Eucalyptus grandis e Pinus caribaea var. hondurensis. J. O. Brito. Dissertação de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo. 119 pp. (1978)
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/brito,jo-m.pdf

Resinagem e qualidade da resina em pinheiros tropicais. J. O. Brito. Boletim Informativo Projeto Pinheiros Tropicais 1(2): 32-47. (1978)
http://www.ipef.br/publicacoes/boletim_pptpinho/Boletim_PPTPinho_v1n2.pdf

Estudos de procedências de Pinus taeda visando seu aproveitamento industrial. L. E. G. Barrichelo; P. Y. Kageyama; R. M. Speltz; H. J. Bonish; J. O. Brito; M. Ferreira. IPEF 15: 01-14. (1977)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr15/cap01.pdf

Correlações entre teor de lenho tardio e densidade básica para espécies do gênero Pinus. J. O. Brito; L. E. G. Barrichelo. Circular Técnica IPEF 30: 01-06. (1977)
http://www.ipef.br/publicacoes/ctecnica/nr030.pdf

Celulose kraft de madeiras juvenil e adulta de Pinus elliottii. C.E.B. Foelkel; L.E.G. Barrichelo; W. Garcia; J.O. Brito. IPEF 12: 127-142. (1976)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/IPEF/1976b%20%20pinus%20elliottii.pdf

Resumo: Variation of basic density and chemical composition of the woods of Pinus elliottii and Pinus taeda as a function of age. L. E. G. Barrichelo; C. E. B Foelkel; J. Tamezawa; J. O Brito. CABI Abstracts. (s/d)
http://www.cababstractsplus.org/ABSTRACTS/Abstract.aspx?AcNo=19760634224

Resumo: Trials of provenances of Pinus taeda from the point of view of their industrial use. L. E. G. Barrichelo; P. Y. Kageyama; R. M. Speltz; H. J. Bonish; J. O. Brito; M. Ferreira. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. CABI Abstracts. (s/d)
http://www.cababstractsplus.org/ABSTRACTS/Abstract.aspx?AcNo=19790657689

Pragas e Doenças dos Pinus

Nessa edição, estamos dando uma pausa à seção “Referências sobre Eventos e Cursos” e voltamos a abordar a seção "Pragas e Doenças dos Pinus". Esta seção destaca alguns dos principais problemas fitossanitários desse tipo de plantação florestal, desde o setor de viveiros até a madeira final. Com ela, pretendemos oferecer muitas informações e conhecimentos a respeito da biologia, sintomatologia, métodos de controle e pesquisas realizadas sobre insetos e moléstias de relevância para o gênero Pinus no Brasil e no mundo.

Nessa edição estamos apresentando a vocês uma das principais pragas de coníferas, dentre as quais as pináceas, e que são conhecidos como:

Escolitídeos em Pinus

Dentre os insetos, ordem dos besouros (Coleoptera) é a mais abundante. Tamanha abundância também é observada para muitas de suas famílias, incluindo-se a Scolytidae que possui mais de 6.000 espécies reconhecidas e descritas. Os escolitídeos, como são comumente chamados na língua portuguesa, apresentam, na grande maioria, corpo cilíndrico, bem esclerotizado, têm a parte terminal das asas anteriores (élitros) truncadas e as suas antenas são freqüentemente geniculadas. Outra característica comum nas espécies neotropicais encontradas no Brasil é a junção da cabeça com o tórax, havendo uma união parcial entre essas duas partes do inseto. Isso faz com que não seja possível identificar a cabeça dos indivíduos quando na visão dorsal. Já o tamanho dos escolitídeos é bastante variável inclusive dentro das espécies; todavia, são insetos considerados pequenos, mesmo quando adultos, possuindo comprimentos que variam de 0,5 a 10 mm (Flechtmann et al., 2000).


Os besouros escolitídeos sempre foram reconhecidos como importantíssimas pragas de coníferas de regiões temperadas do hemisfério norte. No Brasil, devido à recente introdução dos Pinus, que ocorreu em maior escala a partir da década de 60, esses insetos até há pouco tempo atrás não apresentavam maiores problemas. Porém, muitos escolitídeos nativos vêm mostrando elevada adaptação aos pinheiros exóticos, aumentando sua população e inclusive já ocasionando danos na madeira (Flechtmann et al., 2000).

Segundo Flechtmann (1996), para uma tomada de medidas eficientes de controle, é necessário uma identificação taxonômica eficaz e precisa. Isso é uma dificuldade para os escolitídeos, visto que existe muita diversidade fenotípica nos indivíduos dentro da mesma espécie, além de ainda haver poucos taxonomistas especializados para tal finalidade em todo o mundo, e também no Brasil.


Os escolitídeos podem atacar árvores vivas e saudáveis, como é o caso do besouro da casca ("pine bark beetle"), praga comum de Pinus e coníferas da América do Norte. Contudo, grande parte das espécies encontradas no nosso país atacam árvores estressadas ou troncos, toras ou madeiras cortadas submetidas a condições de armazenagem inadequadas. Esse é o caso da grande maioria dos besouros escolitídeos conhecidos como besouros da ambrosia ("ambrosia beetles"). Tanto as formas imaturas como adultas desses besouros são capazes de trazer danos à madeira dos Pinus (Proteção Florestal, 2010).

O besouro da casca introduz seus ovos diretamente no floema das árvores, local onde também ocorre o desenvolvimento da fase imatura. A planta acaba morrendo pela colonização do fungo introduzido em seu tronco pelo escolitídeo durante a postura e que serve de alimento para as larvas. Dessa forma, a madeira primeiramente se torna azulada, ocorrendo a posterior alimentação e perfuração pelo inseto logo abaixo da casca, formando galerias complexas e danosas (Proteção Florestal, 2010; Exotic Pest, 2010).


De acordo com Wikipédia (2010) e Gallo et al. (2002), descrições taxonômicas mais antigas incluíam o besouro da casca e o da ambrosia em uma família distinta (Scolytidae); porém, algumas das descrições taxonômicas atuais os incluem na família Curculionidae e na subfamília Scolytinae.

Segundo Flechtmann e colaboradores (1995), os escolitídeos se dividem em duas subfamílias: a Scolytinae e a Hylesinae que se distinguem por diferenças nos élitros. Na primeira, a parte basal das asas anteriores não são armadas, cruzando o corpo, ao contrário da segunda (Hylesinae), que possui margem basal dos élitros com elevação.

Os besouros da ambrosia se alimentam de fungos, colonizando o alburno da árvore hospedeira, também estando associados com a presença de fungos simbiontes; todavia, ainda não foram encontradas no Brasil espécies capazes de levar a planta saudável à morte, atacando preferencialmente árvores já mortas (Flechtmann et al., 2000).


Alguns escolitídeos possuem papel ecológico de relevante importância nas florestas onde ocorrem. Isso porque ajudam na regeneração florestal, levando árvores velhas à morte e promovendo o surgimento de nova vegetação. Os escolitídeos também promovem a ciclagem de nutrientes e atuam na decomposição de restos vegetais presentes na serapilheira florestal. Assim, são poucas as espécies nocivas e com potencial de se tornarem pragas (Wikipédia, 2010). Entretanto, não se pode desprezar os danos causados pelas que são realmente nocivas.

Os besouros da ambrosia são todos xilomicetófagos (indivíduos que necessitam de fungos simbiontes para se alimentarem da madeira já colonizada pelos microorganismos), sendo os do gênero Xyloborus atualmente os mais abundantes no Brasil; contudo, esses também são considerados muito problemáticos para a identificação, devido às elevadas variações morfológicas que apresentam (Flechtmann et al., 1995). Xyloborus sp. é reconhecido por depreciar a qualidade da madeira de troncos de Pinus elliottii armazenados indevidamente nas plantações. Os adultos são atraídos por compostos alcoólicos expelidos pela madeira em estado fermentativo. Com a atração, há a posterior colonização da madeira, tanto pelos insetos como pelos fungos, trazendo prejuízos significativos para as serrarias e sendo considerados assim um incômodo constante no Brasil. Porém, em países do hemisfério norte, como na província de Columbia Britânica - Canadá, há registros de perdas de milhões de dólares (e de árvores e madeira) devidas ao ataque do besouro da ambrosia durante a pós-colheita (Flechtmann et al., 2000). Outro gênero também conhecido popularmente como besouro da ambrosia é Premnoborus sp., que ocorre desde os Estados Unidos da América até a Argentina e ainda é encontrado danificando madeiras em plantações de Pinus e Eucalyptus na Micronésia e África (Zanetti, s/d).

A madeira atacada por escolitídeos broqueadores que é danificada para uso sólido, também se torna imprópria para a indústria de celulose branqueada e papel branco, visto que o fungo diminui a capacidade de branqueamento da polpa (Proteção Florestal, 2010). Os escolitídeos também causam problemas na exportação de toras e outros produtos madeireiros, havendo barreiras alfandegárias e restrições sanitárias impostas por diversos países (Stephen e Grégoire, 2010; Flechtmann et al., 2000).

O controle químico do besouro da ambrosia é considerado uma prática economicamente inviável, principalmente devido à biologia dos insetos. Estudos já foram desenvolvidos sobre o monitoramento de plantações de Pinus com a utilização de armadilhas contendo atraentes (etanol) e também sobre a coleta massal dos insetos, técnicas que podem ajudar na diminuição das populações remanescentes (Proteção Florestal, 2010).

Pereira (2006) realizou levantamentos populacionais de escolitídeos em talhões de Pinus taeda e do híbrido (P. taeda X P. elliottii) em Telêmaco Borba, PR. Para tanto, capturavam-se semanalmente adultos através de armadilhas contendo etanol espalhadas nos talhões. Isso foi feito durante um ano. Foram coletados 2800 escolitídeos durante o período de amostragem. As espécies mais abundantes foram: Hypothenemus eruditus, Xyleborus ferrugineus, Corthylus sp. 1 e Corthylus sp. 2 . Desses, H. eruditus e X. ferrugineus foram as espécies que mais sofreram influência da proximidade dos talhões com a mata nativa, não sendo quase capturados em áreas apenas contendo Pinus ou naqueles longe da mata nativa.

Flechtmann et al. (2000) analisaram as espécies de escolitídeos presentes em povoamentos de Pinus taeda em Telêmaco Borba, PR. A captura dos insetos foi realizada semanalmente com armadilhas contendo etanol durante o período de dois anos. Os autores identificaram 62 espécies de escolitídeos na área dos Pinus, sendo as mais abundantes (em quantidade de indivíduos): Hypothenemus eruditus, Xyleborinus gracilis, Cryptocarenus sp. e Xylosandrus retusus. Já as mais freqüentes foram: H. eruditus, Corthylus sp., H. obscurus, Ambrosiodmus obliquus e Xyleborinus gracilis. Os besouros foram considerados mais ativos durante os meses de agosto (final do inverno) e outubro (primavera). No experimento também foram realizadas avaliações de escolitídeos em áreas de eucalipto, e com a comparação das espécies coletadas, observou-se que 50% dessas estavam presentes tanto nos Pinus como no eucalipto. Dessa forma, supôs-se que a maior parte dos escolitídeos capturados sejam polífagos.

Flechtmann et al. (2000) ressaltaram que apesar da utilização de armadilhas de etanol para o monitoramento de besouros da ambrosia em áreas atacadas, esse cairomônio nem sempre é a substância mais atraente para algumas espécies de escolitídeos. Assim sendo, Sagi et al. (2000) realizaram vários testes de feromônios e cairomônios a fim de identificar as devidas atratividades às principais espécies de escolitídeos nos Pinus. Foram utilizadas armadilhas de funil múltiplo contendo diferentes substâncias tais como alfa-pineno + etanol, feromônios (retusol + racêmico) e as armadilhas controle. Durante o período de amostragem, o alfa-pineno não se mostrou atraente aos escolitídeos, porém, atraiu seu inimigo natural, os besouros da família Tenebrionidae. A armadilha contendo somente etanol (controle) atraiu as espécies H. eruditus, H. obscurus, Xyleborinus gracillis, Xylosandrus linearucollis, X. ferrugineus e X. retusus; todavia, a espécie X. abelographus apresentou maior preferência à isca alternativa com os feromônios. Apesar dos resultados parciais, os autores concluíram que o alfa-pineno poderia ser utilizado para monitoramento dos inimigos naturais dos escolitídeos e que há outras possibilidades de substâncias atrativas à essas pragas, além do etanol.

No caso de madeira serrada, o controle preventivo ainda é o mais recomendado fazendo com que o material permaneça o mínimo possível em condições inadequadas de estocagem (Proteção Florestal, 2010).

Apesar do aumento dos danos e da população de escolitídeos em plantações de Pinus no Brasil, ainda são poucos os estudos realizados sobre o assunto no país. Os poucos levantamentos já realizados em áreas de Pinus e de Eucalyptus apontam um aumento constante na população e em sua diversidade em espécies. Dessa forma, pesquisas sobre novas formas de controle com levantamentos não apenas dos escolitídeos nocivos, mas também de seus inimigos naturais, deveriam ser mais incentivadas, além de estudos com substâncias atrativas mais eficientes para o monitoramento da praga. Os resultados desses trabalhos também deveriam ser levados de forma mais efetiva aos produtores rurais, auxiliando na conscientização do problema a ajudando a minimizá-lo.

Observem a seguir alguns textos técnicos e resultados de pesquisas sobre os besouros escolitídeos considerados pragas florestais, como o besouro da ambrosia e o besouro da casca, em diversas regiões do mundo. Conheçam mais sobre seus danos, morfologia, aspectos biológicos e ecológicos, inclusive as principais formas de controle.

Bark beetle. Wikipédia. Acesso em 14.07.2010:
Conheçam as principais características dos besouros da casca de árvores através da leitura do texto técnico da enciclopédia Wikipédia. Há dados referentes aos danos, hospedeiros, taxonomia, espécies pragas mais comuns, além de fotos de madeiras atacadas, de armadilhas para captura e de espécies de insetos adultos. Confiram:
http://en.wikipedia.org/wiki/Bark_beetle (em Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Scolytinae (em Espanhol)


Introduction and establishment of exotic bark beetles. F. M. Stephen; J.C. Grégoire. Exotic Forest Pest Online Symposium. Acesso em 30.06.2010:
O website “Exotic Pests” dispõe de informações de como espécies exóticas de besouros escolitídeos se estabeleceram em plantações de coníferas na América do Norte. Também dispõe de dados referentes à morfologia, biologia e danos, tanto do besouro da casca como do besouro da ambrosia. Observem também os principais problemas da introdução desses besouros exóticos naquela região, bem como por que houve o sucesso nos estabelecimentos dessas pragas com elevados danos em locais já povoados por outros escolitídeos.
http://www.apsnet.org/online/proceedings/exoticpest/Papers/stephen.htm

Besouros (Coleoptera) - Família Scolytidae. Proteção Florestal. Acesso em 30.06.2010:
O website do Laboratório de Proteção Florestal da Universidade Federal do Paraná possui importantes informações sobre os besouros escolitídeos. Observem aspectos biológicos, ecológicos e danos referentes a algumas das espécies de relevância no Brasil e no mundo. Há ainda uma série de resumos e resultados de pesquisas referentes ao assunto realizadas com essas pragas. Observem:
http://www.floresta.ufpr.br/~lpf/pragas05.html#b1


Artigos, trabalhos e resumos técnicos acerca de escolitídeos em florestas de Pinus:

Degradação natural de toras de cinco espécies florestais em dois ambientes. H. Trevisan; F. M. T. Marques; A. G. Carvalho. Floresta 38(1): 33-41. (2008)
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/viewFile/11025/7476

Scolytidae em povoamento de Pinus spp. em Telêmaco Borba/PR. R. A. Pereira. Dissertação de Mestrado. UFPR. 51 pp. (2006)
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/4724/1/rose.pdf

The role of oleoresin flow in the induced response of loblolly pine to a southern pine beetle associated fungus.
R. A. Tisdale; T. E. Nebeker; J. D. Hodges. Canadian Journal of Botany 81(4): 368–374 (2003)
http://rparticle.web-p.cisti.nrc.ca/rparticle/AbstractTemplateServlet?
calyLang=eng&journal=cjb&volume=81&year=2003&issue=4&msno=b03-033

Occurrence of Euplatypus parallelus, Euplatypus sp. (Coleoptera: Euplatipodidae) and Xyleborus affinis (Coleoptera: Scolytidae) in Pinus sp. in Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul, Brazil. J. C. Zanuncio; M. F. Sossai; L. Couto; R. Pinto. Revista Árvore 26 (3): 387-389. (2002)
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/488/48826315.pdf

Entomologia agrícola. D. Gallo; O. Nakano; S. Silveira Neto; R.P.L. Carvalho; G. C. Batista; E. Berti Filho; J. R. P. Parra; R. A. Zucchi; S. Bat. Editora FEALQ. 920 pp. (2002)
http://www.livroceres.com.br/livros/entomologia_agricola.htm
http://www.editoraufv.com.br/?pg=show_produtos&util=1&item=473

Ambrosia and bark beetles (Scolytidae: Coleoptera) in pine and eucalypt stands in southern Brazil. C. A. H. Flechtmann; A. L. T. Ottati; C. W. Berisford. Forest Ecology and Management 142(1-3): 183-191. (2001)
http://www.agr.feis.unesp.br/cahf/home/H_Pub/Pub/fle_j030.pdf

Escolitídeos nas florestas de Pinus no Brasil. C. A. H. Flechtmann. Série Técnica IPEF 13 (33): 49-56. (2000)
http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr33/cap05.pdf

Anais do 1º Simpósio do Cone Sul sobre Manejo de Pragas e Doenças de Pinus. C.F. Wilcken; A.J. Laranjeiro; R.M. Louzada. IPEF Série Técnica 13(33). 07 pp. (2000)
http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr33/cap14.pdf

Resumo: Teste de feromônios e cairomônios para besouros da ambrosia (Coleoptera: Scolytidae). V.L.S. Sagi; M.I. Bomfim; C.A.H. Flechtmann. 12º Congresso de Iniciação Científica da UNESP. p. 256. (2000)
http://www.agr.feis.unesp.br/cahf/home/H_Pub/meet/fle_m052.pdf

Attraction of ambrosia beetles (Coleoptera: Scolytidae) to different tropical pine species in Brazil. C.A.H. Flechtmann; A.L.T. Ottati; C. W. Berisford. Environmental Entomology 28(4): 649-658. (1999)
http://www.agr.feis.unesp.br/cahf/home/H_Pub/Pub/fle_j027.pdf

Scolytidae em reflorestamento com pinheiros tropicais. C.A.H. Flechtmann; H.T.Z. Couto; C.L. Gaspareto; E. Berti Filho. Manual de Pragas em Florestas. Volume 4. 206 pp. (1995)
http://www.ipef.br/publicacoes/manuais/manual_pragas_v4.pdf

Coleptéros de importância florestal. 1 - Scolytidae.
E. Berti Filho. IPEF 19: 39-43. (1979)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr19/cap03.pdf

Manejo integrado de broqueadores. R. Zanetti. Notas de Aula de Entomologia UFLA n°115. 09 pp. (s/d)
http://www.den.ufla.br/Professores/Ronald/Disciplinas
/Notas%20Aula/MIPFlorestas%20broqueadores.pdf


Imagens das coleobrocas da família Scolytidae:

http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt
-BR&tbs=isch%3A1&sa=1&q=scolytidae&aq=f&aqi=
& aql=&oq=&gs_rfai
(Scolytidae)

http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-BR&tbs=isch
%3A1&sa=1&q=%22ambrosia+beetle%22&aq=f&aqi=&aq
l=&oq=&gs_rfai
("Ambrosia beetle")

http://www.google.com.br/images?um=1&hl=
pt-BR&tbs=isch%3A1&sa=1&q=%22ambrosia
+beetle%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai
("Pine bark beetle")

Pinus-Links

A seguir, trazemos para vocês nossa indicação para visitas a diversos websites que mostram direta relação com os Pinus, nos aspectos econômico, técnico, científico, ambiental, social e educacional. Acreditamos que eles poderão significar novas janelas de oportunidades e que alguns deles poderão passar a ser parte de suas vidas profissionais em função do bom material técnico que disponibilizam. Esperamos que apreciem nossa seleção de Pinus-Links para essa edição.

Portal Euroforest. (em Inglês)
O portal Euroforest foi criado em outubro de 2007 com o objetivo de fornecer informações gratuitas e de fácil acesso para todos os profissionais do setor florestal. O portal é atualmente desenvolvido pelo European Forest Institute (EFI) e pela Universidade de Joensuu-Finlândia e possui notícias e artigos técnicos e científicos nos principais idiomas falados na Europa. Há inclusive um link referente às áreas geográficas contendo acessos para cada país europeu em que portal procura abranger. É possível encontrar informações sobre diversos produtos florestais madeireiros e não madeireiros, sobre educação ambiental, sobre ecossistemas florestais, bioenergia, mercados, proteção florestal, entre tantos outros. Confiram também a pesquisa realizada com Pinus logo abaixo e observem os artigos que o portal disponibiliz
a.
http://forestportal.efi.int/component/option,com_frontpage/Itemid,1/ (Home page)
http://forestportal.efi.int/result.php?p=Pinus&lp=0&sf=1&g=1 (Pesquisa por Pinus)
http://forestportal.efi.int/content/view/8/14/ (Sobre o Euroforest)
http://forestportal.efi.int/content/blogcategory/4/15/ (Notícias)
http://forestportal.efi.int/content/view/5/11/ (Áreas geográficas que abrangem)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=05&sf=1 (Ecologia florestal e ecossistemas)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=10&sf=1 (Manejo e planejamento florestal)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=13&sf=1 (Proteção florestal)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=31&sf=1 (Produtos florestais)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=31.30&sf=1 (Processos de produção)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=31.37&sf=1 (Painéis reconstituídos)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=31.35&sf=1 (Papel e celulose)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=31.50&sf=1 (Bioenergia)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=31.70&sf=1 (Produtos não madeireiros)
http://forestportal.efi.int/lists.php?pl=25&sf=1 (Educação ambiental)

Florestal Vale do Corisco. Vídeo Painel Florestal. Acesso em 08.07.2010:
Vídeo institucional produzido pelo Painel Florestal sobre a empresa florestal Vale do Corisco, com cerca de nove minutos. O vídeo busca caracterizar a empresa, mostrando onde se localiza no estado do Paraná, suas áreas de florestas plantadas de Pinus e de reservas florestais, técnicas de produção de mudas e plantio. Há também informações sobre o principal uso da madeira de suas florestas de multi-uso, comentando sobre a maximização de agregação de valor dessas através de elevadas tecnologias de manejo, monitoramento, colheita, logística e beneficiamento. Observem também os planejamentos e projetos socioambientais desenvolvidos pela empresa que comenta seus resultados positivos.
http://www.youtube.com/watch?v=DqIFjAhP1cA


Modelo de estimación de riesgos y acciones de control de Sirex noctilio. INTA Bariloche. Acesso em 26.06.2010:
Desenvolvido pelo INTA (Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina), o modelo de estimação de risco e ações de controle contra a vespa-da-madeira (MERACS 1.0), como o próprio nome já diz, faz uma simulação dos danos causados pelo inseto praga, além de recomendar ações de combate ao mesmo. Para tanto, realiza a comparação dos povoamentos das árvores, relacionando-os em termos silviculturais com as condições regionais existentes e com a população de S. noctilio presente. Conheçam um pouco mais sobre o modelo e sobre a vespa-da-madeira acessando os websites abaixo.
http://www.inta.gov.ar/bariloche/info/documentos/forestal
/insectos/meracs/meracs.html
(Home page)
http://www.inta.gov.ar/bariloche/info/documentos/
forestal/insectos/meracs/meracs_01/meracs.html
(Modelo)
http://www.inta.gov.ar/bariloche/info/documentos/
forestal/insectos/meracs/lab.htm
(Autores)
http://www.inta.gov.ar/bariloche/info/documentos/
forestal/insectos/meracs/fotos.htm
(Imagens)
http://www.inta.gov.ar/bariloche/info/documentos/
forestal/insectos/meracs/info.htm
(Informações sobre a praga)

REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental.
Acesso em 09.07.2010:
A REBIA é uma organização sem fins lucrativos que busca a conscientização ambiental, levando aos seus mais de 40.000 leitores cadastrados, boletins e notícias sobre os mais variados temas que se relacionam à conservação da natureza. Confiram no website brasileiro do Portal do Meio Ambiente alguns textos técnicos sobre florestas e outros tantos sobre reciclagem, educação ambiental, flora e fauna, legislações, conservação da água, uso de energias alternativas, entre tantos outros. A seguir, há à disposição algumas edições já publicadas da revista REBIA e textos sobre florestas.

http://www.portaldomeioambiente.org.br/index.php?option=
com_rubberdoc&view=doc&id=1&format=raw&Itemid=528
(Apresentação REBIA)
http://www.portaldomeioambiente.org.br/index.php?option=
com_flippingbook&Itemid=538
(Edições disponíveis da revista REBIA)
http://www.portaldomeioambiente.org.br/ciencia-e-tecnologia/
banco-de-textos-em-pdf.html
(Banco de textos técnicos)
http://www.portaldomeioambiente.org.br/ciencia-e-tecnologia/
banco-de-textos-em-pdf/cat_view/908-banco-de-textos-importantes/1039-florestas.html
(Florestas)
http://www.portaldomeioambiente.org.br/ciencia-e-tecnologia/
banco-de-textos-em-pdf/cat_view/908-banco-de-textos-importantes/965-flora-a-florestas.html
(Flora e florestas)

Competpinus: Programa de Manejo Sustentável e Competitividade da Cadeia Produtiva do Pinus no RS

O Pinus é um gênero florestal exótico introduzido em plantios comerciais no Estado do Rio Grande do Sul a partir dos anos 60. Desde então, vem fazendo parte da economia, paisagens e da vida do povo gaúcho, ainda mais devido à grande adaptabilidade que algumas espécies do gênero apresentaram nessa região, em especial Pinus taeda e Pinus elliottii. Como exemplo disso, através do melhoramento genético, o Pinus passou a se desenvolver muito mais rápido no Rio Grande do Sul do que até mesmo em sua região de origem (Estados Unidos da América) (Justen e Antonio, 2008). Atualmente, relatam-se produtividades florestais de toras com casca para os Pinus em plantações comerciais no RS de cerca de 30 a 35 m³/ha.ano.

Com o ambiente propício ao desenvolvimento, o Rio Grande do Sul se tornou um dos três estados brasileiros com as maiores áreas de florestas plantadas com Pinus taeda e Pinus elliottii. Segundo Justen (2008), as condições logísticas, ambientais e estruturais, assim como a qualidade das florestas plantadas do RS, fizeram com que muitas empresas moveleiras, de celulose e papel, serrarias, indústrias de geração de energia a partir de biomassa, dentre tantas outras no setor, procurassem se estabelecer no estado, gerando melhorias econômicas a muitos municípios e comunidades gaúchas.

Apesar do aumento do plantio trazer inúmeros benefícios para a economia do setor florestal do Rio Grande do Sul, muito ainda pode ser feito para tornar a cadeia produtiva do Pinus ainda melhor e mais sustentável, justamente porque ainda existe potencial para tanto. Sendo assim, o Programa de Manejo Sustentável e Competitividade da Cadeia Produtiva do Pinus (Competpinus) foi criado em 2006 por um grupo de empresários associados à AGEFLOR - Associação Gaúcha de Empresas Florestais - com o intuito de promover a sustentabilidade das florestas de Pinus e de seus produtos, tornando-os mais competitivos e trazendo benefícios sociais e ambientais ao estado. Para desempenhar essa tarefa, desenvolveu-se uma equipe de profissionais multidisciplinares em parcerias com governos municipais, entidades de pesquisa e comunidades, tendo o programa algumas importantes finalidades: observar e identificar através de estudos e pesquisas os impactos sociais, econômicos e ambientais do Pinus nos locais onde é cultivado; estimular as vantagens sociais que essa cadeia produtiva pode trazer às comunidades diretamente e indiretamente envolvidas; promover a agregação de valor de produtos originários do Pinus, utilizando-se das boas práticas de produção através do manejo e da gestão sustentável (Justen e Antonio, 2008).


Há três planos de ação que se inserem tanto no Competpinus como no Programa Floresta Indústria - RS (outro programa que visa crescimento econômico de indústrias da área florestal no estado). Os planos são: desenvolvimento de novas tecnologias no setor, gestão ambiental e desenvolvimento empresarial (Justen, 2008).

O principal objetivo do Competpinus foi o de construir ações cooperativas entre os diversos membros e entidades envolvidos nessa cadeia produtiva, a fim de promover melhorias competitivas à rede de valor do Pinus, utilizando-se de práticas sustentáveis. O Competpinus está trazendo benefícios à cadeia produtiva dos Pinus pela restauração e conservação da biodiversidade, controle de queimadas, pragas e doenças dos plantios, realização de pesquisas principalmente de geração de novas tecnologias e de melhoramento genético, desenvolvimento de novos produtos, entre outros (AGEFLOR, 2010). Cada município envolvido realiza as ações de acordo com suas principais necessidades, desenvolvendo a cadeia produtiva do Pinus em conjunto com outras atividades prioritárias. O conjunto de todas essas cadeias produtivas integradas estará compondo arranjos produtivos regionais, que por sua vez serão somados e o total fará parte do programa produtivo da base estadual junto ao Programa Floresta-Indústria-RS (Eggres, 2010).

Atualmente, o Competpinus apresenta duas etapas piloto, uma realizada na Serra Gaúcha, envolvendo os municípios de Cambará do Sul, Jaquirana, Bom Jesus, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes, contendo o total de 58.166,21 ha de Pinus plantados, e o outro no Litoral, abrangendo os municípios de Rio Grande, São José do Norte, Mostardas, Tavares, Palmares do Sul e Santa Vitória do Palmar (28.811 ha de Pinus plantados). Essa etapa introdutória pretende em curto prazo integrar os plantios de Pinus e sua cadeia produtiva com as demais atividades dessas regiões, buscando parcerias no desenvolvimento das ações para a melhoria econômico-social e ambiental das regiões. As primeiras pesquisas realizadas nas regiões de abrangência das etapas piloto buscaram o levantamento das áreas plantadas com Pinus, manejos e dados sócio-econômicos dos plantios através do preenchimento de questionários realizados pelos produtores florestais. Também se formaram grupos de trabalho em cada localidade, solicitando-se às micro, pequenas, médias e grandes empresas que atuam com Pinus a elaboração de projetos de desenvolvimento específicos para cada município, de acordo com suas prioridades e necessidades (AGEFLOR, 2010).

Para promover a sustentabilidade e avanços na gestão ambiental da cadeia produtiva dos Pinus, vários encontros entre os grupos de trabalho já foram realizados, levando conhecimento sobre os Pinus através de palestras, cursos e da extensão. O Competpinus visa à adequação das plantações de Pinus já existentes às praticas de “bom manejo” através do respeito da legislação, controle da dispersão dos Pinus, restauração ambiental e monitoramento das áreas. Também são realizados programas de educação ambiental nas comunidades que se relacionam diretamente com os Pinus. O Programa Competpinus firmou parceria com a ONG “Os Amigos da Floresta” que promove jogos ambientais e palestras que ajudam na conscientização ambiental (Justen, 2008).

Dessa maneira, o programa Competpinus aposta no Pinus como principal produto para o desenvolvimento de muitas regiões do estado do Rio Grande do Sul. É através de parcerias, pesquisas e cooperações que a cadeia produtiva poderá ser ainda mais promissora, competitiva e principalmente sustentável, não apenas no Brasil, mas também internacionalmente (Justen, 2008).


Para a obtenção de maiores informações sobre o programa de sustentabilidade e competitividade da cadeia do Pinus observem alguns artigos técnicos, apresentações de slides e notícias disponibilizadas a seguir. O programa está em pleno desenvolvimento, constituindo-se em um exemplo de que se pode ter crescimento econômico, desenvolvimento social e preservação ambiental com a participação integrada dos Pinus na sociedade. Maiores informações podem ser também obtidas junto à AGEFLOR (http://www.ageflor.com.br)

Competpinus. AGEFLOR. Acesso em 30.06.2010:
http://www.ageflor.com.br/galeriainterna.php?g=3

Audiência na AGEFLOR. J. L. Eggres. Acesso em 30.06.2010:
http://vereadorjoseluis.blogspot.com/2009/06/vereador-jose-luis-eggres-participa-de.html

Manejo de plantios de Pinus. Gestão Ambiental. AGEFLOR - Associação Gaúcha de Empresas Florestais. Apresentação em PowerPoint: 18 slides. Acesso em 30.06.2010:
http://www.ageflor.com.br/upload/biblioteca/cartilha-manejo-do-pinus.pdf

Programas do Pinus reorganizados. Notícias AGEFLOR. (2010)
http://www.ageflor.com.br/noticiasageflorinterna.php?id=416

Construção de arranjos produtivos de base florestal no RS. R. Justen; M. G. Antonio. Câmara Setorial da Silvicultura. Brasília. Apresentação em PowerPoint: 37 slides. (2009)
http://www.ageflor.com.br/upload/biblioteca/Ageflor-Arranjos-Produtivos.pdf

Crescimento baseado na competitividade e na cooperação. R. Justen. Revista Opiniões. (2008)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=179

Áreas da agricultura e meio ambiente da FAMURS promovem reuniões na Expointer. S. Domit. Exibição de Notícia. Município de Camaquã. (2008)
http://www.camaqua.rs.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=102558

A cadeia produtiva do Pinus no RS - situação atual, ações e perspectivas.
R. Justen; M. G. Antonio. Revista da Madeira N°115. (2008)
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=1300
& subject=E%20mais&title=A%20cadeia%20produtiva%20do%20Pinus%
20no%20RS%20situa%E7%E3o%20atual,%20a%E7%F5es%20e%20perspectivas

O futuro florestal do Rio Grande do Sul. R. Justen. Painel Florestal. (2008)
http://painelflorestal.com.br/artigos/2715/o-futuro-florestal-do-rio-grande-do-sul

Mini-Artigo Técnico por Ester Foelkel

Lignosulfonatos Obtidos a Partir da Lignina do Pinus

Introdução

Os lignosulfonatos são subprodutos ricos em lignina gerados a partir da polpação da madeira pelos processos ácidos sulfito ou bissulfito em fábricas de celulose e papel (EMBRAPA, 2004). Também chamados de ligninas sulfonadas, são resíduos industriais da polpação da madeira, mais precisamente polímeros solúveis em água, produzidos a partir de madeiras, em geral de coníferas ("softwoods") como as dos Pinus. Essa geração ocorre durante o cozimento dos cavacos de madeira para individualização de suas fibras e para a produção de polpa celulósica (Wikipédia, 2010; Nextbar, 2010). Dessa forma, os lignosulfonatos são derivados da lignina e são reconhecidos pelas suas propriedades aniônicas, tensoativas, aglomerantes, umectantes, plastificantes, solubilidade em água, dentre outras (Goda et al.,s/d). A preferência pelas madeiras de coníferas para essa produção se deve ao maior teor de lignina nessas madeiras em relação às madeiras de folhosas.

A lignina é o segundo composto de maior abundância da madeira, correspondendo a 20-35% do seu peso em matéria seca e perdendo apenas para a celulose (Chandra, s/d; Goda et al., s/d). A lignina ocorre na forma de moléculas complexas e poliméricas derivadas de unidades de fenilpropano que se condensam de forma irregular em sua rota metabólica de formação. São moléculas ricas em carbono e por isso mesmo são consideradas de alto valor energético como combustíveis. A lignina tem a missão de dar rigidez e resistência à madeira, graças ao fato de formar com as hemiceluloses uma matriz que praticamente liga muito fortemente as células e as fibrilas de celulose da árvore uma às outras. Para a separação das fibras, a lignina deve ser removida ou plastificada para que as fibras possam se soltar e serem convertidas em polpa fibrosa de celulose. Durante o cozimento da madeira, há a solubilização da lignina que se separa da fração celulósica. Existem diversos processos que se baseiam na dissolução química da lignina e um grupo deles são os processos ácidos, dentre os quais se destacam o processo sulfito ácido e o processo bissulfito (ou magnefite, quando se usa o magnésio como base). Outro processo menos popular é o processo sulfito neutro, que também é capaz de sulfonar a lignina, mas em menor extensão, pois é um processo de menor agressividade na extração da lignina. Em quaisquer desses processos, a solubilização da lignina não é completamente seletiva, ocorrendo também a dissolução de uma parte das hemiceluloses e da própria celulose, que se degrada parcialmente. Os resíduos de lignina e de carboidratos e extrativos da madeira são colocados em solução durante a polpação, sendo que esse líquido escuro recebe a denominação de licor preto ou lixívia residual.

Nos processos conhecidos como sulfito, a lignina, que é hidrofóbica e resistente à degradação, é modificada pela sua reação com o íon bissulfito (HSO3)-. Essa modificação é conhecida como sulfonação da lignina. Após ser sulfonada, frações de lignina se tornam mais facilmente solubilizadas e vão para a fase líquida da lixívia de cozimento.

De acordo com a qualidade do cozimento dos cavacos de madeira, a lignina poder ser removida em frações com maior ou menor grau de condensação. Essa condensação de frações de lignina prejudica tanto a qualidade da fibra (menor branqueabilidade) como dos lignosulfonatos formados. Por essa razão, as condições de produção de celulose sulfito devem ser muito bem controladas para não se prejudicar o produto celulósico e o subproduto lignosulfonato.

Após a extração da lignina modificada e sulfonada, a lixívia pode seguir uma rota de processamento independente para recuperação desses lignosulfonatos. Conforme o processo que se aplica de recuperação, modificação ou purificação, ocorrerá a produção de lignosulfonatos distintos, os quais podem ser empregados para inúmeras funções. Assim, esses produtos são importantes matérias-primas na indústria da construção civil, utilizados como aditivos para concreto, argamassa colante, agregados leves, placas de gesso e cerâmicas. Também possuem forte aplicação na agricultura, já sendo comprovado o seu efeito como adjuvante de agrotóxicos, podendo atuar na estabilização de solos e até mesmo como adubo foliar em algumas culturas. Também são empregados na indústria têxtil, em curtumes e na formação de certos tipos de asfaltos, refratários e resinas. Servem também de componentes para a fabricação de extintores de incêndio, de baterias ácidas, de produtos utilizados para limpeza, entre outros (Goda et al., s/d). Um uso bastante importante dos lignosulfonatos é a aglutinação que promovem em péletes e outros compostos agregados à ração animal (Schmidt et al., 2007). Apesar de ser um produto do Pinus bastante utilizado em diversos segmentos industriais e mesmo em produtos de uso diário de nossas vidas, não existem muitos consumidores que conhecem o que sejam os lignosulfonatos. A nível mundial uma parte significativa dos lignosulfonatos é produzida a partir do Pinus.

O Brasil iniciou a fabricação da lignina sulfonada em 1957, através da Companhia Melhoramentos de São Paulo (Goda et al., s/d). Até hoje, existe apenas uma empresa no país capaz de recuperar os lignosulfonatos da lixívia residual do cozimento da fabricação de celulose sulfito. Essa empresa é atualmente denominada LignoTech do Brasil, pertencente ao grupo norueguês Borregaard (LignoTech, 2010). Até há poucos meses atrás essa empresa era denominada Melbar Produtos de Lignina, sendo que ainda se encontram muitas referências a esse nome em função da sua longa história de sucessos na fabricação desses produtos. A fábrica da LignoTech do Brasil está localizada em Cambará do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. A lixívia sulfonada é adquirida da empresa Cambará S/A - Produtos Florestais, que se localiza ao lado da empresa recuperadora dos lignosulfonatos. A Cambará produz celulose sulfito base cálcio e magnésio a partir de madeira de Pinus, sendo o mais comum o Pinus taeda e em muito menor proporção o Pinus elliottii.

Por ser um subproduto orgânico natural e renovável, os lignosulfonatos estão cada vez mais substituindo polímeros derivados do petróleo (recurso não renovável), principalmente devido à crescente preocupação ambiental da sociedade. Dessa forma, existem estudos para o desenvolvimento de novos produtos ambientalmente corretos contendo lignosulfonatos. Outra grande vantagem da recuperação dos lignosulfonatos da lixívia residual das indústrias de celulose e papel é com certeza a diminuição da poluição ambiental, visto que no passado, parte desses compostos eram descartados de forma imprópria, podendo contaminar solos, lençóis freáticos e cursos d'água (Lemes, 2005).

Sendo assim, os objetivos do presente texto técnico é o de levar ao conhecimento de interessados informações sobre a utilização, principais propriedades, reações, etapas de recuperação, assim como alguns resultados de pesquisas que apontam o uso dos lignosulfonatos para a elaboração de novos produtos para benefício dos cidadãos.

Estrutura química da lignina e dos lignosulfonatos

A lignina é um polímero orgânico bastante heterogêneo que possui em sua cadeia principalmente o carbono, que se posiciona na forma de complexos aromáticos ramificados, e também o oxigênio e o hidrogênio. A unidade aromática mais comum existente na lignina é a do tipo fenilpropano. Já se conhecem as formas de ligações dessa cadeia aromática, bem como algumas frações da lignina. Porém, toda a estrutura ainda está sendo estudada, existindo dúvidas quanto à sua completa estrutura molecular (Goda et al., s/d). Há os que acreditam que as plantas apresentam "uma única molécula de lignina", já que suas unidades formadoras vão-se unindo de forma irregular no vegetal, sem mostrar uma forma repetitiva e homogênea como no caso da celulose ou das hemiceluloses.

Durante o cozimento, adiciona-se à madeira o licor contendo bissulfito de cálcio ou de outras bases, com ligeiro excesso de SO2 livre, para a modificação e solubilização da lignina (sulfonação ou introdução do HSO3 ligado ao carbono de sua molécula, ficando representado por R-SO3H). A lignina no seu estado natural é hidrofóbica e insolúvel em água, mas modificada ela se solubiliza na lixívia aquosa e pode ser removida da madeira. Seqüencialmente, há também o processo de hidrólise de algumas cadeias laterais da lignina, provocando a formação de íons ácidos lignosulfônicos, que possuem um radical reativo principal. Esses íons lignosulfônicos são negativos e são logo neutralizados pela reação com o cálcio, magnésio, sódio, ou qual seja a base do processo, originando assim os lignosulfonatos (forma salina do composto). Contudo, ainda há outros grupos importantes relacionados como os hidroxílicos, carboxílicos, fenólicos e metoxilas (Goda et al., s/d). Outra explicação estrutural para a formação dos lignosulfonatos é que a polpa sulfito sofre a clivagem ácida das suas ligações ésteres reagindo com o bissulfito de cálcio para a formação dos lignosulfonatos de cálcio ou de outras bases, como já mencionado (Wikipédia, 2010; Lebo Jr. et al., 2001).

O peso molecular dos lignosulfonatos é bastante variável, podendo ir de 1.000 a 25.000; contudo, a maioria das ligninas sulfonadas vendidas comercialmente têm pesos moleculares que variam entre 5.000 a 25.000 (Goda et al., s/d). Outra característica é a dispersidade da massa molecular dos lignosulfonatos, sendo considerados polidispersos em uma taxa de unidade de massa atômica que varia de 1.000 a 140.000 da (dalton) para os extraídos de madeira de conífera. Os valores de unidade de massa atômica para lignosulfonatos provenientes de madeira de folhosas (como as de eucalipto) são ainda inferiores (Wikipédia, 2010).

Recuperação dos lignosulfonatos a partir da lixívia residual

Os lignosulfonatos são recuperados a partir da lixívia residual da polpação sulfídrica (processo sulfito ácido, bissulfito ácido ou sulfito neutro). A grande parte das empresas que extraem os lignosulfonatos realizam a polpação sulfídrica ácida com a base cálcio (Wikipédia, 2010).

A tecnologia industrial mais utilizada para a separação dos lignosulfonatos de substâncias aquosas é o processo de “Howard”. Esse processo, realizado pela adição excessiva de hidróxido de cálcio na lixívia, garante a recuperação de 90-95% dos lignosulfonatos (Chakrabarty et al., 2008).

Segundo Castro (2002) as etapas para a obtenção dos lignosulfonatos a partir da lixívia sulfito são as seguintes:

  1. Evaporação e estocagem em tanques: a lixívia residual de cozimento passa por processos de concentração com a evaporação de água e produzindo o licor concentrado que é estocado.
  2. Remoção de sulfato de cálcio precipitado: durante o cozimento pelo processo sulfito forma-se muito sulfato de cálcio que tende a se precipitar e decantar, precisando ser separado.
  3. Purificação: como existem presentes na lixívia íons residuais sulfito e sulfato, eles precisam ser separados. Adiciona-se grande quantidade de cal hidratada (hidróxido de cálcio) para precipitação desses íons indesejáveis. Eles se precipitam com o cálcio e são removidos por decantação ou centrifugação, na forma de uma borra salina de gesso. A borra precisa ser muito bem lavada para recuperar qualquer residual valioso de lignosulfonato presente nela. O gesso resíduo pode ter diversas utilizações, inclusive na agricultura (gesso agrícola) e na produção de cerâmicas.
  4. Re-concentração: A lixívia purificada precisa ser concentrada ainda mais, passando a seguir por reatores onde sofrerá distintos processos químicos.
  5. Modificações por processos químicos: à lixívia concentrada podem ser adicionados diferentes compostos químicos. Em alguns casos se adicionam ácido sulfúrico e sulfatos de algum tipo de base. O objetivo pode ser a troca de bases, pela remoção do cálcio e sua substituição por outra base, como sódio, amônio ou magnésio. De forma controlada, pode-se obter então: lignosulfonato de cálcio, lignosulfonato de magnésio, lignosulfonato de sódio e lignosulfonato de amônio. Cada um tem propriedades típicas e utilizações específicas. Em algumas situações, pode ser feita a desaçucaração ou remoção dos açúcares do lignosulfonato, o que lhe confere algumas propriedades distintas.
  6. Acabamento: os lignosulfonatos podem ser vendidos líquidos (a cerca de 30 a 50% de concentração) ou passar por um “spray dryer”, vendendo-se o produto na forma de um pó marrom claro e muito fino.
  7. Embalagem: O pó é embalado em sacos de 25 a 50 kg com papel kraft resistente, sendo assim conduzido ao mercado consumidor (Nextbar, 2010). Por serem produtos altamente higroscópicos, todo cuidado na secagem, embalagem e transporte são vitais.

Segundo Wikipédia (2010), Chakrabarty et al. (2008) e ATCP Chile (s/d), existem outros métodos de separação dos lignosulfonatos da lixívia como a ultra-filtração, diálise e eletroextração com aminas. Porém, esses métodos não são empregados em escala comercial com muita freqüência (Chakrabarty et al., 2008).

Outro método muito pesquisado para a finalidade de separar lignosulfonatos é a tecnologia de membrana, a qual já é utilizada por indústrias químicas para a separação de íons metálicos. A tecnologia utiliza uma fase orgânica que entra em contato com um agente complexante seletivo que transporta a substância desejada através de outras duas substâncias distintas. O agente complexante atravessa a fase orgânica por diferença de gradientes e libera a substância desejada em forma ativa na fase de recebimento. A tecnologia já foi testada para a utilização na indústria de celulose e papel; contudo, os estudos mostraram problemas na separação entre as substâncias e perda de solventes. Chakrabarty et al. (2008) desenvolveram estudos com o intuito de adequar a membrana líquida na separação de lignosulfonatos. Os resultados conseguiram a separação de 90-98% dos produtos almejados; todavia, a recuperação dos lignosulfonatos foi de apenas 5-10%, sendo ainda necessário estudos para melhorias no processo.

De acordo com a base utilizada e o processo de recuperação empregado, podem-se obter diferentes tipos de lignosulfonatos que vão apresentar diferentes propriedades. Além dos lignosulfonatos de Ca, Mg, Na e NH4, existem também os lignosulfonatos de Fe e Zn. Existem também lignosulfonatos total ou parcialmente desaçucarados (remoção dos carboidratos residuais da lixívia), lignosulfonatos de alto peso molecular, alto grau de pureza, entre outros (Goda et al., s/d).

Propriedades dos lignosulfonatos

A tecnologia e a forma com que os lignosulfonatos são recuperados tornam suas características bastante distintas. As principais propriedades das ligninas sulfonadas, segundo Castro (2002) e Goda et al. (s/d) são:

- Aglomerantes:
Quando molhados, muitos lignosulfonatos apresentam elevada capacidade aglomerante. Isso se explica pelas forças entre as moléculas de lignosulfonatos e as cargas presentes na superfície das partículas em que são misturados. Os lignosulfonatos com presença de açúcares possuem maior adesividade do que os desaçucarados. A presença da água mais o lignosulfonato e outra partícula não aglomerante possibilita a aglomeração de todas pelo aumento das forças de coesão.

- Tensoativos:
Muitos lignosulfonatos, mesmo em pequenas quantidades, são capazes de modificar a energia e o comportamento de substâncias líquidas e sólidas. Os íons presentes nas ligninas sulfonadas são capazes de migração para a interface tanto das fases sólidas quanto das líquidas. Logo, pela modificação da energia superficial de um objeto, os lignosulfonatos são capazes de emulsificar, de remover algumas partículas, de penetrar em materiais porosos, de facilitar a formação de espumas e de dispersar partículas sólidas.

- Dispersivos:
Assim que as moléculas dos lignosulfonatos se ligam às partículas sólidas existentes em uma suspensão, conferem cargas negativas às mesmas. A eletronegatividade dos sólidos faz com que haja a repelência entre eles, evitando a aglomeração no interior do líquido. A característica dispersante dos lignosulfonatos confere maior estabilidade a uma solução, evitando a decantação precoce dos sólidos insolúveis em um líquido, sem provocar diferenças de viscosidade. Em alguns casos, devido às cargas negativas, os lignosulfonatos também podem tornar as partículas sólidas de determinadas suspensões mais dispersas, aumentando a viscosidade.

- Emulsificantes:
Os lignosulfonatos conseguem misturar substâncias como água e óleos através da formação de emulsões. Isso é realizado através das cargas e forças de ligação entre as moléculas dos lignosulfonatos com as do óleo e da água. Para uma boa emulsificação, é necessário uma agitação constante das substâncias para diminuir o tamanho das gotas de óleo e também proporcionar uma mistura a mais homogênea possível.

- Umectantes:
A propriedade de umedecer alguns sólidos também é encontrada em alguns lignosulfonatos, principalmente por conseguirem diminuir a tensão superficial entre as partículas. Isso possibilita o molhamento de forma mais rápida e eficaz.

- Seqüestrantes:
Por serem substâncias orgânicas e possuírem cargas, muitos lignosulfonatos conseguem se ligar com íons metálicos como o ferro, zinco, manganês e cobre formando quelatos. Dessa maneira, são capazes de neutralizar a ação de alguns íons indesejáveis em suspensões e emulsificações. Também podem reter nutrientes para as plantas, evitando que esses íons sejam lixiviados para longe da zona radicular das mesmas no solo. Os lignosulfonatos que têm maior potencialidade em seqüestrar íons metálicos (poder quelatante) são os que apresentam a base sódio (lignosulfonato de sódio) e que são desaçucarados.

- Ligação com proteínas:
O ácido lignosulfônico, presente em muitos lignosulfonatos, consegue se ligar de forma irreversível com proteínas existentes na pele animal. Essas ligações facilitam a aplicação posterior de outros produtos utilizados para a curtição de couros, facilitando a penetração e tornando o processo mais eficiente.


Utilizações dos lignosulfonatos

Os lignosulfonatos possuem distintas propriedades que influenciam diretamente no modo como são utilizados. Assim, há a possibilidade do uso desses produtos em diferentes segmentos industriais, servindo como matéria-prima para construção civil, agricultura e para a indústria de alimentos (Castro, 2002).

Há muitos estudos sendo desenvolvidos com os lignosulfonatos em busca de novos materiais ambientalmente corretos e novas utilizações para esse subproduto da indústria de celulose e papel. Isso também está sendo feito com o intuito de promover a agregação de valor para essas substâncias. Com o crescimento de usos comerciais para os lignosulfonatos, a produção de celulose através dos processos ácidos sulfito e bissulfito poderão ganhar maior importância do que apresentam nos dias de hoje. Em geral, muitas fábricas de celulose sulfito foram convertidas em fábricas kraft por não terem uso para suas lixívias.

De acordo com Wikipédia (2010), Nextbar (2010), Castro (2002) e Goda et al. (s/d) os principais usos dos lignosulfonatos são:

- Construção civil
Os lignosulfonatos de cálcio/magnésio desaçucarados e o lignosulfonato de sódio desaçucarado são os mais indicados como aditivos em concretos. Eles diminuem a necessidade de aplicação de água ao concreto, tendo atividade plastificante. Os principais benefícios que a adição de lignosulfonatos proporciona aos concretos são: maior resistência e durabilidade, pela diminuição da porosidade, reduzindo o aparecimento de rachaduras e trincas. Também trazem benefícios pelo aumento de resistência à flexão e à compressão. Com a adição de lignosulfonatos, há menor necessidade da incorporação de aceleradores, anti-espumantes e retardadores de pega (Melbar, 2002).

Muitos lignosulfonatos mais simples também podem ser adicionados às argamassas e cimentos colantes, sendo comumente utilizados em rejuntamentos. Conferem ao material maior plasticidade, redução do consumo de água, maior tempo em aberto, ou seja, demora mais tempo para começar a secar e maior resistência à flexão e ao arrancamento após secagem.

Os lignosulfonatos também podem ser empregados com sucesso como constituintes de agregados leves e expandidos de argilas e de placas de gesso. Isso porque possuem ação dispersante capaz de reduzir em até 20% da quantidade de água para que a pasta atinja a textura ideal. Outra vantagem é a redução do tempo de secagem nos fornos e/ou a redução de temperatura dos mesmos. Conseqüentemente, há a redução dos custos do processo, promovendo um produto final mais econômico e de resistência ainda superior, caso utilizado de forma correta.

Os lignosulfonatos podem ser misturados a tipos distintos de argilas, causando melhoras na qualidade de muitas cerâmicas produzidas antes e depois de levadas às elevadas temperaturas nos fornos. As argilas ficam mais dispersas com a presença de alguns lignosulfonatos, podendo causar tanto maior plasticidade quanto maior capacidade extrusiva. Também evitam a secagem rápida da peça crua e garantem, além da redução do consumo de água, maior resistência e plasticidade a pisos, telhas, tijolos, louças, porcelanas e outros tantos utensílios feitos de cerâmica.


As ligninas sulfonadas também são empregadas para a fabricação de refratários, em especial de tijolos refratários. Tal uso promove o aumento da resistência mecânica dos tijolos verdes, além de diminuir perdas de manuseio e gerar um produto final de melhor qualidade.

- Indústria têxtil
As propriedades dispersantes das ligninas sulfonadas podem auxiliar na moagem de certos pigmentos da indústria têxtil. Os lignosulfonatos contribuem para que partículas finas de corantes sejam produzidas uniformemente, diminuindo os custos do processo e de posterior consumo desses pigmentos. O tipo de lignosulfonato mais adequado para essa função é o de sódio de elevada pureza e alto peso molecular, conferindo estabilidade no processo e baixa formação de espuma.


Os principais corantes fabricados com a adição de lignosulfonatos são os corantes dispersos, com dosagens recomendadas que podem chegar a 80% (pesos seco total) de lignosulfonatos, e os corantes a cuba, com dose sugerida de até 15% (Goda et al., s/d).

- Processamento de couros
Alguns lignosulfonatos de amônio possuem baixos teores de cinzas além de não possuírem ferro na sua constituição, características desejadas para atuar no curtimento de peles de animais. Quando adicionados a componentes tradicionais no curtimento de couros, como os taninos vegetais, sintéticos e os sais de amônio, os lignosulfonatos podem tornar o processo mais efetivo por aumentar o poder e uniformizar a penetração dos produtos na pele animal. São também designados para a fabricação de couros de diferentes tonalidades, principalmente os de cores mais claras. Podem também diminuir a quantidade de resíduos dos banhos de curtimento, trazendo economias no processo.

Alguns tipos de lignosulfonatos de sódio também são empregados na fabricação de taninos sintéticos, de larga utilização em curtumes. Já os lignosulfonatos de sódio desaçurarados e oxidados, de características altamente dispersantes, podem ser usados na dispersão de corantes durante o processamento de couros.

- Agricultura
Muitos lignosulfonatos podem ser adjuvantes de formulações de pó molhável e de agroquímicos granulados facilmente dispersáveis em água (conhecidos como “dry flowable”), como inseticidas, fungicidas ou herbicidas, auxiliando na formação de dispersões e na estabilização de agrotóxicos. São compatíveis na utilização com outros adjuvantes como os tensoativos amoniacais e freqüentemente são utilizados em conjunto com outros agentes umectantes de agrotóxicos. Tanto na formulação de pó-molhável quanto para concentrados tipo “flowable” (de fácil dispersão), os lignosulfonatos podem ser utilizados de 2 a 10% (sem o ingrediente ativo). Os principais tipos de lignosulfonatos usados para essa finalidade são: lignosulfonatos de sódio desaçucarados e oxidados; lignosulfonatos de amônio com elevado poder dispersante; lignosulfonatos de sódio com caráter dispersante; lignosulfonatos de sódio desaçucarados e lignosulfonatos de cálcio e magnésio.


A grande maioria das ligninas sulfonadas é rica em nutrientes (potássio, cálcio, magnésio, etc.) podendo ser utilizada como adubos foliares. Os complexos metálicos que formam com os nutrientes diminuem o problema de queima foliar após a aplicação dos adubos.

Muitos estudos também já comprovaram o potencial dos lignosulfonatos de aumentar a disponibilidade de macro e micronutrientes no solo. De acordo com Agrosanitário (s/d), os ácidos fúlvicos (ácidos orgânicos liberados no solo pela degradação natural da matéria orgânica), em conjunto com os lignosulfonatos, podem ser aplicados ao solo para aumentar a capacidade da planta de conseguir assimilar nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento. Além disso, os mesmos autores ressaltaram que tais produtos são 100% biodegradáveis, não representando problemas ambientais caso bem empregados.

Inclusive, os mesmos autores ainda apontaram que tanto os lignosulfonatos como os ácidos fúlvicos podem-se unir a metais pesados em solos contaminados ajudando na sua recuperação. Sendo assim, muitos lignosulfonatos, como os de cálcio e de magnésio, podem agir como estabilizadores de solo. Eles podem ser empregados na forma diluída a 10% em taludes, dunas e aterros, dando ao solo a estabilidade necessária e certa proteção contra as forças erosivas. Além disso, gramas e sementes não são afetadas pela aplicação dos produtos, até mesmo havendo melhoras por aumentar o armazenamento de água e nutrientes no solo. Dessa forma, as ligninas sulfonadas também facilitam o pegamento da grama e aceleram a germinação das sementes.

- Indústria alimentícia
Tanto as propriedades aglutinantes quanto a riqueza de nutrientes (açúcares, elementos minerais, etc.) dos lignosulfonatos vêm chamando a atenção de muitos pesquisadores para seu emprego na indústria alimentícia. O potencial de ligações faz com que a adição de aglutinantes contendo lignina na peletização de rações para bovinos, aves, peixes, entre outros animais, já seja bastante comum. As principais vantagens que o uso de lignosulfonatos em rações são:

- aumento da eficiência das máquinas peletizadoras, podendo aumentar em até 20% o seu rendimento, além de diminuir seus gastos energéticos;
- os aglutinantes a base de lignina também aumentam a estabilidade e reduzem o consumo de água, melhorando a formação dos péletes, contendo a umidade ideal;
- há a diminuição do surgimento de fungos depreciantes, aumentando a durabilidade e validade do produto final (Schmidt et al., 2007).
- Os lignosulfonatos possibilitam o aumento da vida útil da peletizadora, promovendo melhorias na sua capacidade extrusiva. Também diminuem o teor de finos formados.

Vários estudos já foram conduzidos visando à dosagem ideal para máximo aumento qualitativo dos péletes para ração animal. Schmidt et al. (2004) estudaram seis diferentes dosagens de lignosulfonatos adicionados à ração. As principais melhorias foram observadas na capacidade física do pélete, com a máxima eficiência (nível ótimo de adição) atingida com 2,2% na mistura.

Nascimento (2005) avaliou diferentes concentrações de misturas de lignosulfonatos de cálcio e de magnésio em formulações de péletes de ração para cães adultos. O autor concluiu que a mistura dos lignosulfonatos no alimento modificava sua estrutura física e a necessidade de adição de água, promovendo melhorias no processo de extrusão. Porém, apontou que mais estudos eram necessários para comprovar a economia de energia durante o processo.

De acordo com Nextbar (2010), os principais lignosulfonatos utilizados como aglutinantes de ração animal são os de cálcio, amônio e sódio.

Toledo e Kuznesof (s/d) relataram que a capacidade aglutinante de alguns lignosulfonatos de cálcio apontam potencialidade para serem utilizados como agentes encapsulantes de vitaminas, de carotenóides ou até mesmo em doces duros e alguns produtos lácteos.

- Indústria de polímeros
A problemática ambiental vem aumentando a necessidade de troca de compostos derivados do petróleo por alternativas ambientalmente mais corretas. Dessa forma, a utilização dos lignosulfonatos na composição de polímeros e embalagens biodegradáveis está sendo cada vez mais pesquisada (Giulio, 2007).

Moreti et al. (2009) desenvolveram tubetes biodegradáveis através de lignosulfonato e de PHBV (3-hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato). A biodegradação do produto foi medida através da mineralização no solo e liberação de gás carbônico, comparando-se assim a decomposição de tubetes contendo apenas PHBV e misturas de PHBV/lignosulfonato. Os resultados demonstraram que em 70 dias os últimos tubetes haviam-se mineralizado em média 24,3%; contra 12,2 % de mineralização para os de apenas PHBV.

Maturano (2006) relatou o desenvolvimento de compósito biodegradável formado a partir da mistura de polihidroxibutirato (PHBV - polímero formado de uma fermentação bacteriana) e de lignosulfonatos. O compósito possui boas capacidades físicas e resistências mecânicas, sendo utilizado para o plantio e transporte de mudas. Por ser biodegradável também fornece às plantas micronutrientes essenciais para o seu desenvolvimento, podendo ser plantado diretamente com as mudas. O preço do novo produto também é bastante competitivo ao ser comparado com outros recipientes contendo materiais não biodegradáveis.

- Elaboração de resinas
A presença de fenóis, existentes principalmente nos lignosulfonatos de amônio, faz com que aumente a reatividade das resinas fenol-formaldeído (PF) e uréia-formaldeído (UF) (Goda et al., s/d). Assim, são bastante utilizados em formulações de resinas, reduzindo os custos na produção de compensados, chapas e aglomerados de madeira reconstituída (The Institute of...1970; Alonso et al., 2000). Quando submetidos a elevadas temperaturas prolongadamente, os radicais de amônio dos lignosulfonatos conseguem se combinar com os açúcares da resina, formando produtos insolúveis e de elevado peso molecular.

O uso racional dessas resinas (PF e UF) é uma vantagem não apenas econômica, pela diminuição da quantidade a ser utilizada nos painéis, mas também um benefício ambiental, pois são produtos derivados de petróleo e algumas dessas resinas têm elevado grau tóxico (Alonso et al., 2000).

- Produção de asfaltos
As propriedades estabilizantes dos lignosulfonatos de amônio podem auxiliar na produção de emulsões asfálticas. Na Argentina, relata-se a utilização freqüente de lignosulfonatos de sódio diluídos para a estabilização de estradas de cascalho e de terra, auxiliando na diminuição da produção de poeiras nas mesmas. Martínez (s/d) realizou estudos com os lignosulfonatos, observando se eles eram capazes de causar toxidez ao solo e também se provocavam corrosão na lataria de automóveis. Os resultados comprovaram que a aplicação dos lignosulfonatos não modificaram significativamente a composição dos solos avaliados; tampouco se mostravam corrosivos ou tóxicos nas concentrações empregadas.

- Outras utilizações
Existem vários tipos de lignosulfonatos, os quais podem exercer as mais variadas funções em inúmeras outras utilizações. As propriedades estabilizantes das ligninas sulfonadas podem ser empregadas para evitar excesso de espumas, gerando estabilidade em extintores de incêndios a base de extrato de proteínas hidrolisadas (Goda et al., s/d). Também podem ser empregadas na confecção de baterias ácidas de chumbo, melhorando sua descarga principalmente durante o frio. Além disso, são capazes de aumentar a vida útil da bateria pela redução da polimerização do eletrodo negativo.

Alguns lignosulfonatos atuam na separação de minérios através da flotação. A capacidade dispersante também auxilia na separação de impurezas durante o tratamento de resíduos líquidos em circuitos industriais fechados. Os lignosulfonatos impedem que carbonatos e fosfatos se acumulem nas tubulações industriais, mantendo-os em suspensão.

Os lignosulfonatos de sódio também são empregados na limpeza pesada através da dissipação de partículas, removendo gorduras superficiais e mantendo o ambiente limpo por mais tempo. Além de facilitar o enxágüe, os lignosulfonatos inibem o aumento da viscosidade dos produtos onde são adicionados, promovendo a economia tanto do material de limpeza como de água.

De alguns lignosulfonatos podem ser extraídos e produzidos o dimetil sulfeto e o dimetil sulfóxido, importantes solventes (Wikipédia, 2010).

Muitos lignosulfonatos também atuam como dispersantes de fuligem, sendo usados na produção do negro-de-fumo e do carbono negro (Wikipédia, 2010; Goda et al., s/d).


Cuidados com os lignosulfonatos

De acordo com Castro (2002), as propriedades umectantes de muitos lignosulfonatos geram a redução do consumo de água de diversos processos industriais; porém, o autor ressaltou que testes laboratoriais prévios devem ser realizados para ajustes na dosagem ideal para cada sistema específico.

Os lignosulfonatos que apresentam açúcares redutores nas suas composições têm muita afinidade com água (higroscopicidade). Isso requer cuidados de armazenagem evitando que o produto seja estocado em locais quentes, úmidos e por períodos prolongados. Qualquer dano na embalagem do produto na forma de pó causa imediata umidificação do mesmo, que se converte em um xarope viscoso e deprecia o produto.

O pH do meio inferior a 4 pode diminuir a capacidade dispersante de alguns tipos de lignosulfonatos; todavia, esses não apresentam modificações de suas propriedades quando submetidos a extremos térmicos (temperaturas inferiores a 0°C ou a até 175°C), desde que a exposição seja por períodos curtos.


Considerações finais

Os lignosulfonatos são subprodutos da indústria de celulose e papel que podem ser recuperados de diferentes formas com a utilização de tecnologias diferenciadas. Isso confere variadas propriedades aos muitos tipos de lignosulfonatos. Assim, possuem grande relevância para a elaboração de diversos produtos em distintos segmentos industriais e agrícolas. Inclusive, mais pesquisas deveriam ser incentivadas, tanto por empresas privadas quanto públicas, em busca de novas utilizações, agregação de valor e uso sustentável dos lignosulfonatos.

Infelizmente ainda são poucas as empresas de celulose e papel que realizam a recuperação dos lignosulfonatos, já que os processos ácidos de produção de celulose perderam muito espaço para os processos alcalinos, como o kraft. Mais estudos e pesquisas sobre a lignina sulfatada kraft poderiam ser então realizados.

São também escassos os trabalhos científicos que utilizam os lignosulfonatos para a elaboração de materiais biodegradáveis (Giulio, 2007). De acordo com Dille (2010), apenas 5% das indústrias de celulose e papel recuperam os derivados de lignina como subprodutos químicos, sendo que o restante os queima como energéticos na caldeira de recuperação do licor, não havendo o reconhecimento como produtos de valor.

Grande parte da população não conhece os lignosulfonatos e seus benefícios na indústria (inúmeros produtos industriais de consumo) e seus usos agrícolas. Logo, mais informações deveriam ser transmitidas aos consumidores e à própria indústria e agricultores, a fim aumentar o uso e os conhecimentos sobre esses produtos renováveis e muito importantes para a sociedade. Também, muitos cidadãos sequer imaginam que grande parte dos lignosulfonatos são produtos obtidos das ligninas de madeiras de coníferas, em especial das madeiras dos Pinus.


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http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000431630

Desenvolvimento de novos compósitos biodegradáveis baseados em poli (3-hidroxibutirato-co-hidróxidovalerato) e lignosulfonatos. A.P. Lemes. Dissertação de Mestrado. UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. 127 pp. (2005)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000374965.pdf

Una opción para mejorar caminos rurales.
Saber Como. INTI - Instituto Nacional de Tecnologia Industrial. Argentina. (2005)
http://www.inti.gov.ar/sabercomo/sc27/inti11.php (em Espanhol)

Determinação do poder aglutinante do lignosulfonato sobre a peletização. A. Schmidt; G. J. M. M. Lima; S. Sangoi; W. Albuquerque. Comunicado Técnico EMBRAPA nº 368. 03 pp. (2004)
http://www.cnpsa.embrapa.br/down.php?tipo=
publicacoes&cod_publicacao=430

Melbar expande fábrica e barra importações. F. Castro. Química e Derivados nº 404: 44-47. (2002)
http://www.quimicaederivados.com.br/revista/qd404/empresa1.htm

Lignosulfonato de cálcio/magnésio. Especificação técnica. Melbar Produtos de Lignina Ltda. 02 pp. (2002)
http://www.dalbertinternacional.com/adminweb/
data_sheet/DATA%20SHEET%20LIGNOSULFONATO.pdf

Caracterización de lignosulfonatos como etapa prévia a su hidroximetilación. M. V. Alonso; J. Rodríguez; M. Oliet; F. Rodríguez; M. A. Gilarranz; J. García. 1º CIADICYP - Congresso Iberoamericano de Investigación em Celulosa y Papel. 14 pp. (2000)
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RESUMO: Upgrading spent liquors from NSSC process. I. Identification and quantification of organic components. M.C. Area; F. Felissia; C.E. Núñez; A. Venica; J. Valade. Cellulose Chemistry and Technology 34(1-2): 173-182. ( 2000)
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RESUMO: Upgrading spent liquors from NSSC process. II. Lignosulfonates and hemicelluloses molecular weight distributions. M.C. Area; F. Felissia; A. Venica; J. Valade. Cellulose Chemistry and Technology 34(5-6): 525-535. (2000)
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=1101336 (em Inglês)

Lignosulphonates. Use of lignosulphonates in concrete. S. Chandra. In: Waste material used in concrete manufacturing. 651 pp. (1996)
http://books.google.com.br/books?id=87_snenwV5MC&pg=PA360&dq=
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(em Inglês)

Caracterización de derivados de lignina: lignina kraft y lignosulfonatos. A. Venica; J. Gratz; C.-L. Chen. 16º Congresso Anual. ABTCP. p. 415 - 429. (1983)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2022_Derivados%20lignina.pdf (em Espanhol)

Recuperación de lignosulfonatos de licores residuales NSSC de Eucalyptus. E. Chimienti; A. Venica; A. Varela. 16º Congresso Anual. ABTCP. p. 621 - 632. (1983)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%
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Molecular structure of lignosulfonates. Mechanical and adhesional behavior. The Institute of Paper Chemistry. 38 pp. (1970)
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Pulping processes. S.A. Rydholm. Interscience Publishers. 1269 pp. (1965)
http://books.google.com.br/books?id=yM9tAAAAIAAJ&q=pulping+processes&
dq=pulping+processes&hl=ptBR&ei=LgtfTJL8Gsa2uAfn3d3ABw&sa=X&oi=
book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CC0Q6AEwAA
(em Inglês)


Agro Ful Extra. Ácidos fúlvicos refinados de origem vegetal com lignosulfonatos. Agrosanitário. (s/d)
http://www.agrosanitario.com/pdf-pt/AgroFulExtra.pdf

Ligno-sulphonate extraction. ATCP Chile. Alfa Laval Technologies. Apresentação em Powerpoint: 15 slides. (s/d)
http://www.alfalaval.com/solution-finder/products/module-m38l-h/Documents/
PD%20Sheet%20-%20Membrane%20filtration%20systems%20M38L-H%20-%20EN.pdf
("Membrane filtration systems" - em Inglês)

http://www.alfalaval.com/solution-finder/products/module-m37/Pages/Module-M37.aspx

Estabilización de caminos de rípio y control de polvo ambiental mediante la aplicación de lignosulfonato de sódio diluído. E. M. Martínez. INTI - Instituto Nacional de Tecnologia Industrial. Comunicación 22. Argentina. 02 pp. (s/d)
http://www.inti.gov.ar/comunicaciones/pdf/logros_22.pdf (em Espanhol)

Calcium lignosulfonate (40-65). Chemical and technical assessment. M. C. F. Toledo; P. M. Kuznesof. 69th JEFCA. DSM Nutritional Products. 15 pp. (s/d)
http://www.fao.org/ag/agn/agns/jecfa/cta/69/Calcium_Lignosulfonate%20_40_65_CTA_69.pdf (em Inglês)

Lignosulfonato Melbar. A. C. M. Goda et al. Boletim e Catálogo Técnico. Melbar Produtos de Lignina Ltda. (s/d)

Algumas empresas produtoras de lignosulfonatos referenciadas para finalidades técnicas (não devem ser entendidas como referências comerciais):

ARBO Lignosulfonates Tembec. Canadá
http://www.arbo.ca/pages/en/products.html
http://www.arbo.ca/pages/en/aboutus.html

Bisley Group. Austrália
http://www.bisley.com.au/industryzones/zonesub.asp?industry=2&id=85

Borregaard LignoTech. Noruega
http://www.borregaard.com/
http://www.lignotech.com/


Dengzhou Laoting Industrial Co.
China
http://laoting.en.alibaba.com/product/242410752-209322995/Sodium_lignin_sulphonate.html
http://www.commerce-information.com/yellow-pages/
office_school_supplies/2010/0310/151534.html

Grace. USA
http://www.mx.graceconstruction.com/concrete/download/Wrda_80.pdf

LignoTech Brasil Produtos de Lignina
. Brasil
http://3898.br.all-biz.info/

Massuh / Quilmes. Argentina
http://reconversion.ambiente.gov.ar/?idarticulo=4303

MeadWestvaco Corp. USA
http://www.meadwestvaco.com/index.htm
http://www.meadwestvaco.com/SpecialtyChemicals/Dispersants/index.htm

Tembec Inc., Silvichemicals Group. Canadá
http://www.tembec.com/public/Produits/Produits-chimiques/Lignosulfonates.html

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