Editorial
Caros
amigos interessados pelos Pinus,
Estamos lhes trazendo a 19ª Edição da
nossa PinusLetter. Mais
uma vez, estamos nos esforçando para lhes trazer temas relevantes
e assuntos interessantes e atuais para leitura. Nessa edição,
continuamos a dar ênfase aos produtos oriundos dos Pinus e de
outras coníferas, bem como à preservação
de nossos recursos naturais e à sustentabilidade das plantações
florestais. Esperamos que os temas escolhidos sejam de seu interesse
e agrado. Nessa edição, continuamos a destacar produtos
e usos dos pinheiros para benefício da sociedade humana.
Ampliamos
a antiga seção sobre coníferas na América
Latina para uma mais ampla sobre "As
Coníferas Ibero-Americanas", uma
vez que temos um grande número de leitores em Portugal e Espanha.
Nos países ibéricos as espécies de Pinus e de
outras coníferas também são muito importantes
para as correspondentes sociedades locais. Começamos por destacar
algumas das principais características de "Pinus
pinea",
também conhecido como "pinheiro
manso", uma importante
espécie para os países ibéricos. Apesar dessa
espécie não ser nativa ou de importância econômica
no Brasil, já é aqui também plantada como ornamental.
Além da beleza paisagística e importância madeireira
que a espécie possui, uma das principais utilidades da árvore é a
produção do "pinoli", um pinhão comestível
de sabor muito agradável e considerado iguaria da culinária
italiana e libanesa. Observem algumas das principais características
morfológicas da árvore seus aspectos históricos,
utilizações, fichas técnicas da espécie
e pesquisas realizadas principalmente com melhoramento genético,
entre outros.
Outro
assunto abordado em tema desta PinusLetter refere-se às "utilizações
do nó de pinho", um tipo interessantíssimo de
madeira produzida pela Araucaria angustifolia. Esse produto da silvicultura
brasileira pode ser utilizado para diversos fins: biomassa para geração
de energia calorífica; extração de sua resina
para produção de colas, vernizes, entre outros produtos;
produção de carbono ativado; fins ornamentais e artesanais
como fabricação de utensílios domésticos
e esculturas; e também para recipiente de plantas, como de
orquídeas. Apesar de suas diversas funções,
esse produto das araucárias está destinado a desaparecer
no futuro. Confiram o porquê.
"Compensado sarrafeado" faz parte dessa edição
do nosso informativo. Comumente chamado de "blockboard" esse
compensado é formado por um miolo de sarrafos, possuindo em
cada uma das suas extremidades externas duas lâminas de madeira
chamadas de contra-capa e capa. Além de possuir maior resistência
estática, esse compensado é considerado um produto ecologicamente
correto por aproveitar sobras de madeira (sarrafos) da serraria, os
quais muitas vezes são descartados inadequadamente. Confiram
as principais formas de produção, cuidados a serem empregados
durante esse processo e seu principal uso no Brasil.
A
seção "Referências Técnicas
da Literatura Virtual" destaca mais uma vez "Teses e Dissertações
de Universidades". A Universidade homenageada nesta edição é a
Universidad Nacional de Misiones (UNaM) da Argentina. Criada em 1973,
em Posadas, na província de Misiones, muito próxima
dos estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, a universidade possui atualmente seis faculdades, dentre
elas a de Ciências Florestais na região de Eldorado.
A UNaM contribui muito com o desenvolvimento daquele país,
pela formação de novos profissionais e também
pela pesquisa e extensão que elabora para o setor de base
florestal. A UNaM também apresenta um renomado curso de mestrado
em tecnologia da madeira e da celulose e papel, através de
sua FCEQYN - Facultad de Ciencias Exactas, Químicas y Naturales,
em Posadas. Confiram logo mais algumas das dissertações
disponíveis na web referentes aos temas florestais e celulósico-papeleiros.
Confiram ainda os "Pinus-Links" e as "Referências
de Eventos e de Cursos", que trazem boas oportunidades para aprender
mais sobre os Pinus, consultando os websites da internet indicados
e materiais dos cursos e eventos referenciados.
Com o "Mini-artigo Técnico" dessa edição,
trazemos informações sobre o "Tall oil - um valioso
subproduto das fábricas de celulose kraft de Pinus". Aprendam
como o "tall oil" é produzido e destilado nas fábricas
de celulose kraft de Pinus, quais as suas principais funções,
tipos e constituição química.
Aos Patrocinadores e aos Apoiadores,
apresentamos o nosso agradecimento pela oportunidade, incentivo e ajuda
para que possamos levar ao público alvo, que cada vez é maior,
muito conhecimento a respeito dessas árvores fantásticas
que são as dos Pinus e também as de outras
coníferas
comercialmente e ecologicamente importantes para nossa sociedade.
Esperamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização
das várias qualidades do gênero Pinus para as plantações
florestais no Brasil, América Latina e península Ibérica,
levando sempre mais conhecimento também sobre os produtos derivados
dos Pinus para a sociedade e sobre a preservação dos
recursos naturais e a sustentabilidade.
Agradecemos em especial nossos dois Patrocinadores:
ABTCP -
Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br)
KSH
- CRA Engenharia Ltda
(http://www.ksh.ca/en/)
e a todos os muitos Apoiadores da PinusLetter, que
voluntariamente colaboram para esse informativo chegar a vocês:
http://www.celso-foelkel.com.br/pinusletter_apoio.html
Um
forte abraço e muito obrigado a todos vocês.
Ester
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html
Celso
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html
Nessa
Edição
As
Coníferas Ibero-Americanas: Pinus pinea (pinheiro
manso)
Nó de
pinho (Nó de Araucária)
Referências
Técnicas da Literatura Virtual - Universidad Nacional
de Misiones (UNaM - Argentina)
Referências
de Eventos e de Cursos
Pinus-Links
Compensado
Sarrafeado de Pinus
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
"Tall
oil" - Um Valioso Subproduto das Fábricas
de Celulose Kraft de Pinus
As
Coníferas Ibero-Americanas
Pinus pinea (pinheiro manso)
Pinus pinea é um pinheiro de porte médio a baixo,
raramente ultrapassando os 30 metros de altura. Seu tronco é pequeno
e ereto podendo também ter sinuosidades. Quando adulto, a copa
arredondada e ao mesmo tempo achatada da árvore é bastante
larga possuindo formato de um grande guarda chuva. Sua casca é espessa,
de coloração cinza parda e possui fissuras em abundância,
as quais vão-se soltando em escamas com o tempo, dando lugar a
uma de coloração vermelho-amarronzada. A árvore
se desenvolve em solos arenosos a siltosos, sendo bastante resistente à seca
e às geadas. Em sua região de origem é encontrada
desde o nível do mar até os 1200 m de altura (Wikipédia,
2009).
P. pinea, também conhecido como pinheiro manso ou, em inglês
como “stone pine”, é uma pinácea proveniente
do “velho mundo”, e tem suas sementes (pinoli = pinhão)
utilizadas para consumo humano desde a pré-história. É por
essa razão que a espécie já foi disseminada por
toda a região de clima mediterrâneo da Europa, sem se conhecer
sua exata região de origem; contudo, estima-se que seja ao sul
da península Ibérica. Hoje, já existem plantios
comerciais de P. pinea na África do Sul, onde inclusive é considerada
planta invasora, no estado da Califórnia, EUA, em algumas regiões
da Europa Ocidental, Austrália e sul da Escócia. No leste
dos Estados Unidos, a planta consegue se desenvolver até mesmo
no estado de Nova Jersey; porém, sofre danos significativos por
causa do frio. No Brasil, essa espécie de pinheiros é plantada
principalmente para fins ornamentais, podendo ser encontrada em parques
devido à sombra que suas árvores proporcionam. Suas sementes
também são plantadas para a elaboração de
bonsais, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Plantas novas
também são vendidas como pinheiros de natal na Europa e
nos EUA (Gymnosperm Database, 2009).
A madeira de P. pinea pode ser utilizada na serraria e marcenaria, sendo
considerada leve e flexível. Pode ser ainda usada para construção
civil e marítima e para fabricação de celulose e
papel. Também se tem usado sua madeira para a produção
de carvão ativo, sua resina como matéria-prima para colas
e tintas e sua casca para a extração de taninos para curtumes.
A árvore apresenta importância ambiental, ajudando na conservação
de solos arenosos pobres (em especial litorâneos) através
da ciclagem de nutrientes provenientes da sua serrapilheira. Apesar disso,
todos esses usos não se comparam em singularidade à utilização
do pinhão na alimentação da fauna silvestre e também
dos seres humanos, sendo considerados iguarias da culinária mediterrânea,
principalmente na cozinha italiana, portuguesa e libanesa. Logo, esse
produto é extremamente valorizado, conseguindo preços elevados,
e faz parte da economia de diversas regiões.
P. pinea foi um dos primeiros pinheiros a serem cultivados no mundo para
fins não madeireiros. Hoje, há mais de 380 mil hectares
plantados com essa espécie, 75% estão concentrados na Espanha,
9 % em Portugal, 9% na Turquia, 5% na Itália e pequenas percentagens
no Líbano, na Grécia e na França (Gymnosperm Database,
2009).
P. pinea possui órgãos de reprodução masculinos
e femininos na mesma árvore (espécie monóica). Suas
pinhas femininas possuem forma esférica ovalada apresentando entre
10 a 15 cm de comprimento. Demoram em torno de 3 anos para amadurecerem.
Após, há a liberação da semente de 2 cm de
comprimento que têm uma espessa camada de proteção.
No miolo é que está a parte comestível da semente.
A época da colheita das sementes ocorre de novembro a janeiro,
necessitando de muita mão-de-obra para tanto. Essa é uma
das razões para o elevado preço do produto, pois grande
parte da colheita é realizada manualmente, sendo considerada uma
atividade cara e perigosa. Tal custo faz com que o produto se torne menos
competitivo no mercado externo pela competição com outras
espécies de sementes comestíveis de menor qualidade, contudo,
mais baratas. Segundo Gymnosperm Database (2009) a produção é sazonal,
variando em ciclos entre 2 a 6 anos. Uma árvore pode produzir
de 15 a 22 kg de pinolis/100 kg de cones, quantidade que varia de acordo
com o diâmetro da copa. Cada trabalhador que sobe nas árvores
consegue coletar em média 400 a 600 cones por dia. Após,
as pinhas são secas ao sol para a liberação das
sementes que antes de atingirem o mercado consumidor, passam por máquinas
especiais descascadoras. Pinheiro (s/d) comunica o desenvolvimento de
tecnologia de colheita mecanizada com a utilização de equipamento
vibratório acoplado à tomada de força do trator
para fazer as sementes e pinhas caírem no chão, de onde
são recolhidas. Tal técnica poderá diminuir os custos
da produção do pinoli, sem danificar a árvore. As
pinhas recolhidas são geralmente utilizadas como combustível
de caldeiras para aquecimento e energia.
A Espanha é o maior produtor de pinolis do mundo, produzindo junto
com outras espécies de pinheiros cerca de 6.250 toneladas por
ano, as quais 40-60 % são exportadas para os EUA e Itália.
No Brasil, o quilograma do pinoli é vendido por aproximadamente
R$ 290,00 em São Paulo (Botello, 2009). Esse preço elevado
vem gerando interesse do cultivo do pinhão manso no Brasil, já havendo
quem acredite que poderá se produzir pinoli no país em
locais de clima e solo semelhantes aos da região de origem (Granado,
2007), obedecendo às legislações vigentes sobre
importação e comercialização de mudas e sementes.
Na Europa, principalmente em Portugal, o preço do pinoli também é incentivo
para o aumento da área plantada com a espécie, assim como
para a realização de pesquisas, principalmente visando
ao melhoramento genético para ganhos na produção
desses pinhões.
Observem algumas fotos, figuras, artigos e notícias sobre P.
pinea na Ibéria, no Brasil e no mundo logo a seguir.
Pinheiro manso. Caixa Geral de Depósitos (CGD). Acesso em 13.08.2009:
O Banco CGD possui uma série de informações a respeito
dos projetos de proteção à natureza que apoia. Dentre
esses está a conservação de florestas de algumas
pinácieas nativas de Portugal. Há uma série de informações
sobre Pinus pinea. Confiram as principais características morfológicas
da árvore, distribuição geografica e funções.
http://www.cgd.pt/Institucional/Responsabilidade-Social/Ambiente/
Floresta-Caixa/Especies/Pages/Pinheiro-Manso.aspx
Biotecnologia do pinheiro manso. Acesso em 13.08.2009:
A Universidade de Évora em Portugal disponibiliza alguns dos principais
resultados de pesquisas envolvendo biotecnologia para o melhoramento
de P. pinea. Conheçam um pouco a respeito das técnicas
de: organogênese envolvendo cotilédones, enraizamento de
plântulas, micorrização in vitro, isolamento do protoplasto
e transformação genética, obtenção
de embriões somáticos, entre outros. Tudo para a obtenção
de clones que contenham as características desejadas em seus fenótipos.
http://home.uevora.pt/~zavattieri/Pinus.htm
Pinus pinea. Gymnosperm Database. Acesso em 15.08.2009:
O website especializado em coníferas de todo o mundo “Gymnosperm
Database” possui descrição em detalhes para o pinheiro
manso. Além desse nome comum, bastante popular em Portugal, há também
diversos outros nomes populares utilizados em outras partes de mundo
e principalmente nas regiões de maior abrangência da espécie.
Encontrem nesse artigo os principais usos, aspectos culturais, edáficos
e climáticos relacionados com os produtos de Pinus pinea. Confiram
também informações taxonômicas e morfológicas
da espécie:
http://www.conifers.org/pi/pin/pinea.htm
Pinus pinea. Wikipédia. Acesso em 15.08.2009:
A enciclopédia virtual Wikipédia possui informações
sobre o pinheiro manso ou "pino piñonero" (P. pinea)
em diversos idiomas. Em português o texto é o mais sucinto.
Porém, a versão em espanhol é bastante completa,
havendo descrição morfológica da árvore com
detalhes, distribuição geográfica, hábitat,
principais utilizações e algumas fotos contidas em uma
galeria sobre a espécie.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinheiro-manso (Português)
http://es.wikipedia.org/wiki/Pinus_pinea (Espanhol)
http://en.wikipedia.org/wiki/Stone_Pine (Inglês)
Ficha do pinheiro manso. Naturlink Sapo Portugal. Acesso em 04.09.2009:
O website Naturlink sobre temas ambientais e ecológicos da rede
Sapo de Portugal nos traz uma muito bem elaborada ficha técnica
do pinheiro manso, com dados botânicos, de ocorrência, ambiente,
curiosidades e utilizações. Há ainda uma belíssima
foto da casca avermelhada do pinheiro, uma característica típica
de árvores adultas da espécie.
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=55&exmenuid=76 & bl=1&cid=3681&viewall=true#Go_1
Pinheiro manso. ÁguaOnline Portugal. Acesso em 04.09.2009:
Observem nessa simplificada ficha técnica sobre o pinheiro manso
do website ÁguaOnline uma foto de como se apresenta sua frondosa
copa quando a árvore atinge a maturidade.
http://www.aguaonline.net/gca/?id=234
Notícias e artigos selecionados
sobre Pinus pinea
Pinoli
vão
em receitas italianas e libanesas. R. Botelho. Folha de S.Paulo. (2009)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/comida/ult10005u573796.shtml
Manual ilustrado - Enxertia do pinheiro manso. A.N. Carneiro; M.S.H.
d'Alpuim; M.A.V. Carvalho. Estação Florestal Nacional.
41 pp. (2007)
http://www.unac.pt/documentos/Manual_Ilustrado-Enxertia_do_Pinheiro_Manso.pdf
Cultivo de pinoli. F. S. Granado. SBRT – Serviço Brasileiro
de Respostas Técnicas. IBICT. 04 pp. (2007)
http://sbrtv1.ibict.br/upload/sbrt7236.pdf?PHPSESSID=
5e712ad86975381ee9beb5706790a65a
Climatic significance of tree-ring width and intra-annual density
fluctuations in Pinus pinea from a dry Mediterranean area in Portugal. F. Campelo;
C. Nabais; H. Freitas; E. Gutiérrez. Annals of Forest Science
64: 229–238. (2006)
http://www.afs-journal.org/articles/forest/pdf/2007/02/f7024.pdf
http://www.afs-journal.org/index.php?option=article&access=
standard&Itemid=129&url=/articles/forest/pdf/2007/02/f7024.pdf
Multilevel
linear mixed model for tree diameter increment in stone pine (Pinus
pinea): a calibrating approach. R. Calama; G.
Montero. Silva Fennica
39(1): 37–54. (2004)
http://www.metla.eu/silvafennica/full/sf39/sf391037.pdf
Micrografting
of mature stone pine (Pinus pinea L.) trees. M. Cortizo; P. Alonso;
B. Fernández; A. Rodríguez; M. L. Centeno; R.
J. Ordás. Annals of Forest Science 61: 843-845. (2004)
http://www.afs-journal.org/articles/forest/pdf/2004/08/F4050.pdf
http://www.afs-journal.org/index.php?option=article&access=
standard&Itemid=129&url=/articles/forest/pdf/2004/08/F4050.pdf
Canopy
seed banks in Mediterranean pines of southeastern Spain: a comparison
between
Pinus halepensis Mill., P. pinaster Ait.,
P. nigra Arn. and P.
pinea L. R. Tapias; I. Gil; P. Fuentes-Utrilla; J. A. Pardos. Journal
of Ecology 89: 629–638. (2001)
http://www.uhu.es/raul_tapias/investig/jecol89.pdf
Study on isozyme variation in Pinus
pinea L.: evidence for low polymorphism. D. Fallour;
D. Fady; F. Lefevre. Silvae Genetica 46(4): 201-207. (1997)
http://www.bfafh.de/inst2/sg-pdf/46_4_201.pdf
Testing of Pinus
pinea and P.
pinaster progenies for resistance to Cronartium
flaceidum. P. Raddi; L. Mittempergher; F. Moriondo. The American Phytopathological
Society 69(6):679-681. (1979)
http://apsnet.org/phyto/PDFS/1979/Phyto69n06_679.PDF
Colheita
mecânica de pinha do pinheiro manso (Pinus pinea L.).
A. Pinheiro. AlentejoLitoral. 03 pp. (s/d = sem referência de data)
http://www.alentejolitoral.pt/Downloads/Ambiente/Colheita%20mecânica%
20da%20pinha%20do%20pinheiro%20manso.pdf
Ganhos
genéticos na seleção de características
biométricas das pinhas e semente de pinheiro manso. A. N. Carneiro.
Escola Superior Agrária de Coimbra. 03pp. (s/d)
http://www.esac.pt/cernas/cfn5/docs/T3-16.pdf
Imagens e fotos sobre o Pinus pinea e sobre o pinoli
Google: http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=pinoli&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&um=1&ie=UTF-8&ei=4zqNSuO1GsWGtgf7hsHrDQ&sa=X&oi=
image_result_group&ct=title&resnum=4 (Pinoli)
Google: http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&lr=lang_pt&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&um=1&q=%22Pinus+pinea%22&sa=N&start=0&ndsp=18 (Pinus
pinea)
Google
Picasa: http://picasaweb.google.com.br/lh/view?hl=pt-BR&rlz=1I7RNTN_pt
-BR&q=%22Pinus%20pinea%22%20images&lr=lang_pt&um=
1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wq# (Pinus pinea)
Flickr: http://www.flickr.com/search/?q=pinus%20pinea&w=all (Pinus pinea)
Flickr: http://www.flickr.com/search/?w=all&q=pinoli&m=text (Pinoli)
Nó de
pinho (Nó de Araucária)
O
nó de
pinho é uma parte interna do tronco da Araucaria angustifolia,
onde inicialmente havia a inserção de um galho
e que após a morte e decomposição da árvore
se desprendeu naturalmente da mesma. Consiste portanto na região
de inserção do galho no tronco da árvore
da araucária. Após a morte e queda dessa árvore
no solo, há a decomposição da madeira que
contem os nós. Essa morte pode ter sido inclusive causada
pela colheita da árvore de araucária no passado
(quando a araucária era intensamente colhida pelos madeireiros),
sendo que o ponteiro da árvore riquíssimo em nós
comumente era descartado e ficava no mato. O nó de pinho,
comumente chamado apenas de nó, não apodrece facilmente,
desprendendo-se do material lenhoso degradado e permanecendo
no solo por inúmeros anos sem sofrer decomposição.
A causa dessa resistência está em seus tecidos,
os quais, além de fibrosos, são totalmente impregnados
por resinas, conferindo essa propriedade de resistência
e prevenção ao ataque de predadores e saprófitas.
O nó de pinho possui formato ligeiramente cônico,
com média de 30 cm de comprimento e 20 cm de diâmetro,
correspondente ao local onde o galho se desprendeu. Tais medidas
podem variar obedecendo ao tamanho da árvore e dimensões
do galho. O nó de pinho possui superfície bastante
irregular podendo conter sulcos em toda sua extensão (Embrapa,
2009; Tortato, 1998).
Em estudo objetivando o levantamento de quantidade de nós
de pinho em mata de araucária na região de General
Carneiro - PR, Vargas e colaboradores (2006) observaram o peso
médio unitário do nó em duas distintas áreas
de 0,69 e 0,74 kg/unidade, sendo considerados pesados devido à elevada
densidade e impregnação de resina na madeira.
Segundo Tavares (2005), no início da exploração
da araucária no Brasil, a parte da copa das árvores,
local com alta presença de nós, não era
aproveitada, permanecendo a campo. Após o desmatamento,
muitos desses solos passaram a ter uso agrícola, sendo
que os nós encontrados eram retirados para uso em diversos
fins, agregando valor a esse produto. Por possuírem elevado
poder calorífico, os nós de pinho são utilizados
como fonte de combustível para queima em fogões
a lenha, churrasqueiras e lareiras. No passado, inclusive, substituíram
o carvão mineral em caldeiras de indústrias, para
acionamento de trens a vapor e de outras locomotivas (Embrapa,
2009). Por ser mais caro, costuma-se misturá-lo com lenha
de eucalipto para a obtenção de aquecimento mais
econômico, obtendo-se a maximização da utilização
do nó como lenha (Agroreserve, 2009; BNDES, 2005). O poder
calorífico da queima do nó de pinho pode alcançar
mais do que a 8000 calorias (BNDES, 2005). Segundo CTGás
(s/d), a energia liberada pelo nó de pinho durante a combustão
da sua biomassa corresponde a 4000 kcal/kg, e a energia de 2,56
kg do produto equivale à de 1 kg de óleo combustível.
Apesar das poucas e contraditórias informações
sobre o uso desse combustível, o que todos os usuários
sabem é que ele dá um braseiro de excelente qualidade
e muito duradouro em relação a outras biomassas
energéticas. Isso devido à sua elevada densidade.
A resina contida no nó de pinho, chamada também
de goma laca brasileira (http://www.ironfittings.com.br/acabamentos-para-madeira/lacas/143-gomalaca-nacional),
pode ser extraída para a elaboração de colas
especiais e para a tintura de móveis. O tipo da resina
existente nos nós é a resina fenólica, também
bastante utilizada na composição de tintas flexográficas
e vernizes, substituindo-se os materiais sintéticos (Tavares,
2005). Para se extrair a resina, primeiramente os nós
de pinho são triturados em pequenos cavacos os quais são
submetidos ao calor com presença de solventes (por exemplo,
o álcool etílico). Após a extração
da resina do lenho, há a separação e recuperação
do solvente. A sobra, material lenhoso, também pode ser
aproveitada para a produção do carvão ativado.
Até o início dos anos 80, quando ainda havia nó de
pinho em abundância, muitas indústrias fabricavam
carvão ativado apenas com essa matéria-prima. Porém,
atualmente, o carvão ativado é fabricado quase
que exclusivamente com madeira de Pinus (Tavares, 2005).
Em 1962, Barthelmess relatava o sucesso de suas pesquisas para
a produção de alcatrão a partir do nó de
pinho e incluia também uma elaborada revisão sobre
essa matéria-prima. Vale a pena ler o material, principalmente
pelo fato de ser uma das poucas boas revisões sobre esse
importante produto da silvicultura brasileira.
Levando-se em consideração as inúmeras possibilidades
químicas para esses extrativos presentes em nós
de pinho, é surpreendente que poucos autores se orientaram
para essas avaliações no Brasil. Entretanto, merece
menção o fantástico trabalho do professor
Sebastião Ferreira Fonseca e sua equipe de colaboradores
na UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. Diversos trabalhos
de alta qualidade científica foram realizados por esse
grupo de autores na tentativa de identificar os principais constituintes
dessas resinas presentes em nós de pinho, ricos em lignanas,
pinoresinol, etc. As lignanas (http://es.wikipedia.org/wiki/Lignano)
são grupos de substâncias polifenólicas vegetais
cuja estrutura é determinada pela dimerização
do ácido cinâmico e de seus equivalentes biogenéticos.
São estruturas vegetais complexas presentes em resinas
de algumas plantas, entre as quais as de nós de Araucaria
angustifolia. Apresentam ação fitoterápica
e farmacêutica, pois podem atuar beneficamente no sistema
nervoso central. Atribuem-se ainda às lignanas efeitos
antioxidantes, que ajudam a combater os efeitos nocivos dos radicais
livres.
Outra utilidade do nó de pinho é a ornamentação
no paisagismo. Ele é usado como suporte, recipiente e
substrato para o cultivo de orquídeas. O formato peculiar
do nó ajuda na fixação da planta, também
podendo ser utilizado por longo tempo por causa de sua resistência
ao apodrecimento. Outra vantagem do cultivo de orquídeas
em nós, além da beleza, é a diminuição
da incidência de insetos pragas pela maior higiene que
o suporte proporciona. O uso do nó de pinho, material
já morto e disponível na natureza, colabora para
reduzir a extração ilegal do xaxim (Dicksonia
sellowiana),
usado com alguma freqüência como suporte de orquídeas,
apesar das pressões ambientalistas e legais. Além
disso, o nó de pinho diminui o excesso de umidade das
raízes, podendo minimizar o surgimento de algumas moléstias;
porém, há a necessidade de adubação
e irrigação constantes quando comparado a outros
substratos usados (Tortato, 1998).
O formato do nó de pinho, assim como a coloração
da sua madeira, é bastante atrativo, podendo servir de
matéria-prima no artesanato para esculturas e artefatos
domésticos. Já existem regiões, como no
município de Treze Tílias, em Santa Catarina, onde
a escultura em nó de pinho faz parte da cultura , existindo
artesões especializados apenas na arte de esculpir os
nós. Com nó de pinho se produzem excepcionais obras
de artesanato como esculturas, objetos religiosos, recipientes
para se fazer caipirinha, etc.
Apesar de abundantes no passado, os nós de pinho estão
cada vez mais escassos, assim como a árvore que lhes dá origem
(A. angustifolia). Os nós de pinho não são
considerados produtos renováveis, pois, segundo Tavares
(2005), são necessários mais de 60 anos para a
sua produção e, além disso, não há plantios
comerciais que sustentem a produção de nós
de forma economicamente viável. O mesmo autor também
afirma que atualmente, a copa da árvore não é descartada
como acontecia no passado. Acredita-se que no futuro, apenas
as atividades mais nobres e de cunho social como o artesanato
em madeira continuarão a utilizar esse produto da araucária.
O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
em seu relato estatístico anual da produção
da silvicultura brasileira também inclui a extração
de nós de pinho pelos principais estados produtores. Os
dados têm revelado uma gradual redução dessa
produção, indicando que os estoques de nós
de pinho devam estar se esgotando paulatina e significativamente
(vide a possibilidade de acompanhar esse declínio em:
http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?c=289&z=p&o=23).
No ano de 2007 a produção de nós de pinho
alcançou no Brasil 9.656 metros cúbicos, a um valor
estimado de 367.000 reais. Mais de 90% da produção
concentrava-se no estado do Paraná, segundo o IBGE. Em
1990 essa produção foi de 105.711 m³.
Seguem algumas bibliografias, figuras, imagens e artigos contendo
informações sobre os nós de pinho:
Nó de pinho. Lenha Seca. Acesso em 04.09.2009:
O website LenhaSeca oferece interessantes informações
sobre a ocorrência e propriedades combustíveis do
nó do pinho. Acessem para inclusive encontrar boas fotos
sobre o mesmo.
http://www.lenhaseca.com.br/NOdePINHO.html
Nó de pinho. Agroreserve. Acesso em 12.08.2009:
O website da Fazenda Castanheira (Agroreserve) possui um texto
explicativo sobre o nó de pinho, como é formado
e o porquê de ser tão resistente. Também
descreve a sua origem, relatando as principais características
de Araucaria angustifolia e as medidas que estão tomando
para sua preservação.
http://www.agroreserve.com/LENHASECA/NOdePINHO.html
Cultivo
do pinheiro-do-Paraná. Embrapa Florestas. Acesso em
12.08.2009:
A Embrapa Florestas possui diversas informações técnicas
sobre A. angustifolia. Dentre essas, destaca-se o sub-item produtos
e utilizações, citando o nó de pinho para lenha
e também para o artesanato. Confiram:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pinheiro-do-parana/
CultivodoPinheirodoParana/16_produtos_e_utilizacoes.htm
Cultivo
de orquídeas em nó de pinho. Orkideas.com.
Acesso em 12.08.2009:
Uma das dicas de manejo de orquídeas apresentadas pelo website
Orkideas.com é o cultivo em nó de pinho. Descrevem-se
os benefícios da técnica, que apesar de similar a algumas
outras, possui certas particularidades e principalmente cuidados de
irrigação e de adubação. Não deixem
de observar as fotos.
http://www.orkideas.com.br/dicas/nopi.html
Nó de pinho (dica + dúvida). Aquaonline.
Acesso em 14.08.2009:
No website especializado em aquários, há uma pergunta
sobre a utilização de nós de pinhos como ornamentação.
Observem as respostas, onde há inclusive a definição
desse produto das araucárias.
http://www.aquaonline.com.br/forum/viewtopic.php?f=12&t=2738
Artigos técnicos e científicos sobre o nó de pinho
Produção da extração vegetal e da silvicultura
2007. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
45 pp. (2008)
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pevs/2007/pevs2007.pdf (Vide sobre produção de nós de pinho na página
37)
Levantamento quantitativo de nós de pinho em um remanescente
de floresta ombrófila mista – General Carneiro – PR. M. J. P. Vargas; C. R. Sanquetta; K. S. Weber; K. Santos. Rev. Acad.
4(2): 77-84. (2006)
http://www2.pucpr.br/reol/index.php/ACADEMICA?dd1=1011&dd99=pdf
Fluidificação e expansão de sistemas adsorvedores
de carvão ativado granular no tratamento de águas de
abastecimento. S. S. Ferreira Filho; R. L. Mendes; F. A. Lage Filho;
A. N. Fernandes. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária
e Ambiental. 14 pp. (2005)
http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes23/I-083.pdf
Cultivo da Araucaria
angustifolia viabilidade econômico-financeira
e alternativas de incentivo. F. M. Aquino. Banco Regional de Desenvolvimento
do Extremo Sul. 53 pp. (2005)
http://www.brde.com.br/estudos_e_pub/IS%202005-
01Cultivo%20da%20arauc%C3%A1ria%20SC.pdf
Produtos
não madeireiros: conceituação, classificação,
valoração e mercados. A. J. Santos; E. Hildebrand;
C. H. P. Pacheco; P. T. L. Pires; R. Rochadelli. Revista Floresta 33(2):
215-224. (2003)
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/viewPDFInterstitial/2275/1900
Cultivo
de orquídeas em nó-de-pinho.
M.A. Tortato. Boletim CAOB 34: 118 - 122. (1998)
http://www.geocities.com/cortimbo/cultivo.htm
RMN-13c de lignanas de Araucaria
angustifolia, de neolignanas
ariltetralínicas
e tetrahidrofurânicas e de derivados da podofilotoxina. S.F.
Fonseca. Tese de Doutorado. UNICAMP. 239 pp. (1980)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000052217.pdf
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/ficha3476.htm
Um alcatrão de nó de pinho apropriado para a elaboração
de borracha: pesquisas que levaram à sua obtenção.
A. Barthelmess. UFPR - Universidade Federal do Paraná. Departamento
de Química. Boletim nº 1. 66 pp. (1962)
http://www.arthur-barthelmess.net/pdf/um_alcatrao.pdf
Dados de unidade de conversão. CT Gás. 15 pp. (s/d)
http://www.ctgas.com.br/informacoes/publicacoes/dados_unidade_conversao.pdf
*Agradecemos ao IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos
Florestais que colaborou na busca de informações sobre o nó do
pinho, algo surpreendentemente muito pouco disponível na literatura
técnica e científica brasileira.
Imagens e fotos sobre o nó de
pinho
Imagens
Google:
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&rlz=1I7RNTN_pt-BR&q=
%22n%C3%B3+de+pinho%22&um=1&ie=UTF-8&ei=5m
OASq2tJtOOtged7eHhAQ&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=4
Imagens
Flickr:
http://www.flickr.com/search/?w=all&q=%22n%C3%B3+de+pinho%22&m=text
Rancho velho entalhes.
http://ranchovelhoentalhes.blogspot.com/ (Zodíaco entalhado
em nó de pinho)
http://2.bp.blogspot.com/_GgT7OGFnv24/RyJMwOy93aI/AAAAAAAAACk/
obUxlKQjqVs/s1600-h/tábua+para+frios.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_GgT7OGFnv24/RyJM2ey93cI/AAAAAAAAAC0/
UTCusPAOoqE/s1600-h/tábua+para+frios+3.jpg
http://3.bp.blogspot.com/_GgT7OGFnv24/RyM71Oy93jI/AAAAAAAAADs/
fquvE2o7vQA/s1600-h/cantinho+em+nó+de+pinho.jpg
Produtos a venda contendo
nó de pinho (são apenas referências
para conhecimento e não devem ser entendidas como recomendações
comerciais)
http://saobentodosul.olx.com.br/face-de-cristo-em-no-de-pinho-iid-28285681 (Face
de Cristo em nó-de-pinho. São Bento do Sul)
http://produtos-rurais.vivastreet.com.br/defencivos-fertilizantes-utencilios+
porto-alegre-centro/no-de-pinho/12234140/p#1 (nó-de-pinho)
http://decoracao-casa-jardim.vivastreet.com.br/artigos-decoracao+outros-bairros-bh/
mesa-de-centro-com-pes-em-no-de-pinho/17415421
Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Universidad Nacional de Misiones (UNaM - Argentina)
Nessa PinusLetter 19 estamos voltando a dar destaque às produções
técnicas e científicas relacionadas com Pinus oriundas
das universidades dos países em que temos nossos leitores mais
concentrados (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru,
Portugal, Espanha, etc.). Retornamos portanto, nessa edição,
com a seção "Teses e Dissertações" acadêmicas.
Fazendo isso, estamos procurando valorizar as instituições
e seus autores que têm-se mostrado dedicados a estudar e a avaliar
técnica e cientificamente os Pinus. As publicações
referenciadas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso industrial
das madeiras, celulose e papel, enfim, todas as áreas que se
relacionam aos Pinus: seu desenvolvimento em plantações
florestais e utilizações de seus produtos.
Ainda existem muitos "Grandes Autores dos Pinus", assim como
importantes entidades de pesquisa com muitos trabalhos orientados para
os Pinus para serem apresentados a vocês. Em nossas próximas
edições voltaremos a homenageá-los, tendo suas
principais publicações disponibilizadas como Pinus-Links.
Aguardem.
Acerca da UNaM - Universidad Nacional de Misiones, Argentina
A Universidad Nacional de Misiones - UNaM (http://www.unam.edu.ar/2008/index.php)
foi criada em 1973 na Argentina. É uma instituição
pública, porém financeiramente independente. Além
de formar profissionais nas mais diversas áreas e carreiras,
também atua na pesquisa e inter-relações entre
as comunidades provinciais, nacionais e internacionais através
da difusão de conhecimentos, extensão e pesquisa. Hoje,
a universidade possui seis faculdades e duas escolas, não
apenas em Posadas (capital da província de Misiones), mas
também em duas outras regiões: Oberá e Eldorado.
Nelas distribui mais de 45 carreiras de graduação e
pré-graduação e 28 de pós-graduação,
atuando assim, tanto no ensino médio profissionalizante e
na graduação, como na pós-graduação.
Com isso, ajuda direta e indiretamente na melhoria da qualidade de
vida da população argentina. A UNaM possui uma faculdade
de engenharia florestal em Eldorado, existindo os cursos de graduação
em engenharia industrial da madeira, engenharia florestal e biologia.
Na pós-graduação há a se ressaltar o
curso de mestrado em madeira e celulose e papel, criado em 1995 e
ministrado através de sua FCEQYN - Facultad de Ciencias Exactas,
Químicas y Naturales (www.fceqyn.unam.edu.ar)
em Posadas. A universidade também apresenta outros dois cursos de mestrado
relacionados (em Eldorado): em tecnologia e industrialização
da madeira e em ciências florestais. Logo, há uma alta
contribuição da universidade com o crescimento do setor
no país, sem esquecer seu compromisso com o desenvolvimento
econômico, social e ambiental, e portanto, com a sustentabilidade.
Nossa estimada "Amiga dos Eucalyptus" professora Maria Cristina
Area e nosso prezado professor Fernando Felissia são dois dos
muitos entusiasmados professores do curso de mestrado em celulose de
papel da FCEQYN - Facultad de Ciencias Exactas, Químicas y Naturales
da Universidad Nacional de Misiones, em Posadas, na Argentina. Inicialmente
o programa iniciou-se como uma Especialização em Celulose
e Papel em 1988, convertendo-se em um Programa de Mestrado (MAMCYP),
em 1995. O website do MAMCYP é rico em conhecimentos, podendo-se
através deles se acessar as aulas das disciplinas e também
as mais recentes teses em formato digital:
http://www.fceqyn.unam.edu.ar (Website da Facultad de
Ciencias Exactas, Químicas y Naturales )
http://mamcyp.unam.edu.ar (MAMCYP - Programa de mestrado em celulose
e papel da UNaM)
http://procyp.unam.edu.ar (PROCYP - Programa de pesquisa em celulose
e papel da Facultad de Ciencias Exactas, Químicas y Naturales)
http://mamcyp.unam.edu.ar/index.php?option=com_
content&task=view&id=22&Itemid=46 (Teses completas de mestrado para downloading)
http://mamcyp.unam.edu.ar/index.php?option=
com_content&task=view&id=14&Itemid=19 (Resumos de teses para downloading)
Confiram ainda as carreiras de engenharia florestal e industrial da
madeira da UNaM em Eldorado:
http://www.facfor.unam.edu.ar/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=45&Itemid=83
http://www.facfor.unam.edu.ar/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=121
http://www.facfor.unam.edu.ar/index.php?option=com_content&task=view&id=30&Itemid=122
Encontramos 18 resumos e dissertações completas disponíveis
no website da instituição sobre os produtos florestais,
tecnologias, entre outros assuntos que abrangem os Pinus e temas relacionados
com a área, algumas delas também sobre Eucalyptus.
Confiram a seguir.
Seleção de resumos e dissertações
de mestrado da UNaM em tecnologia florestal, madeira e celulose e
papel
e relacionadas aos Pinus ou Eucalyptus:
Cuantificación y evaluación del contenido de fósforo
exportado en plantaciones de Pinus taeda conducido con diferentes
intensidades de raleo y alternativos sistemas de cosecha. R. Andrés
Martiarena. Dissertação de Mestrado. UNaM. 87 pp. (2008)
http://www.inta.gob.ar/montecarlo/INFO/documentos/forestales/Tesis%20Martiarena.pdf
Durabilidad
natural de la madera de cinco especies aptas para la industria de
la construcción. E. Alicia Bobadilla. Dissertação
de Mestrado. UNaM. 135 pp. (2004)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/alicia_bobadilla.pdf
RESUMO:
Aptitud papelera de variedades clonales de Pinus elliottii y Pinus
taeda. P. González. (Iniciada em abril
2004)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_gonzalez.pdf
RESUMO:
Blanqueo ECF de pulpas kraft: cinética, mecanismo y
termodinámica de la etapa Ep. C. Méndez. Dissertação
de Mestrado. UNaM. (Iniciada em 2004)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_mendez.pdf
RESUMO: Uso de astillas de pino de aserradero en la obtención
de pulpas kraft-AQ para cartón cara. J.E. Clemont.
Dissertação de Mestrado. UNaM. (Iniciada em 2004)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_clermont.pdf
RESUMO: Estudio de aplicación de quelantes en la obtención
de pulpas kraft blanqueadas TCF de Eucalyptus. F. E. Felissia. Dissertação
de Mestrado. UNaM. (2000-2004)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_fernando.pdf
RESUMO:
Evaluación del comportamiento de pulpas SGW y recicladas
en la fabricación de cartón multicapa. M. E. Vallejos.
Dissertação de Mestrado. UNaM. (2000-2002)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_vallejos.pdf
RESUMO:
Influencia del grado de reciclo sobre las propiedades de pulpas encoladas
componentes de cartón corrugado. L. Molina. Dissertação
de Mestrado. UNaM. (Iniciada em 2001)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_molina.pdf
Efecto
de la impregnación con CCA (Cromo , Cobre, Arsénico)
sobre las propiedades físicas y mecánicas de la madera
de Pinus taeda L. implantado en la provincia de Misiones. T. Suirezs.
Dissertação de Mestrado. UNaM. 76 pp. (2000)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/teresa_suirezs.pdf
Estudio
de diferentes pretratamientos en el blanqueo al peróxido
de pulpas industriales. O. Barboza. Dissertação de Mestrado.
UNaM. 67 pp. (2000)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/olga_barboza_p1.pdf
(parte 1)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/olga_barboza_p2.pdf (parte 2)
RESUMO:
Aplicación de variantes del proceso APMP a Eucalyptus
grandis de 6 y 10 años. C. Krusolek. Dissertação
de Mestrado. UNaM. (2000)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_krusolek.pdf
Evaluación
preliminar de la aptitud papelera del cipres calvo (Taxodium distichum). A. L. Pino. Dissertação de Mestrado.
UNaM. 71 + 77 pp. (2000)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/ana_laura_pino_p1.pdf (parte 1)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/ana_laura_pino_p2.pdf (parte 2)
Copolimerización graft de lignosulfatos presentes en licores
residuales del proceso NSSC. A. L. Sanchez Fernández. Dissertação
de Mestrado. UNaM. 108 pp. (1999)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/ana_leonor.pdf
Utilización de licores residuales NSSC como aditivos en la
fabricación de papel. D. I. Bengoechea. Dissertação
de Mestrado. UNaM. 114 pp. (1999)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/dora_bengoechea.pdf
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_bengoechea.pdf (Resumo)
Optimización de planta. G. Benítez. Dissertação
de Mestrado. UNaM. 107 pp. (1999)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/g_benitez.pdf
Ultrafiltración para la recuperación de subproductos
de los licores residuales de los procesos NSSC. M.S. Martos. Dissertação
de Mestrado. UNaM. 116 pp. (1999)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/susana_martos.pdf
Efecto
de la mezcla de papeles recilados sobre las propiedades de la pulpas. J. A. Posluszny. Dissertação
de Mestrado. UNaM. 72 + 89 pp. (1998)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/jose_antonio_p1.pdf (parte 1)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/jose_antonio_p2.pdf (parte 2)
http://mamcyp.unam.edu.ar/images/tesis/tesis_posluszny.pdf (Resumo)
Optimización del proceso de producción de carbon vegetal. E. O. Sanabria. Dissertação de Mestrado. UNaM. 75 pp.
(1998)
ftp://ftp.unam.edu.ar/mamcyp/tesis/o_sanabria.pdf
Referências de Eventos e de Cursos
Nessa seção, trazemos referências
de eventos que aconteceram a nível nacional e internacional
e que se relacionam diretamente ou indiretamente aos Pinus. A característica
marcante desses bons eventos é a disponibilidade do material
bibliográfico na forma de palestras, anais, proceedings, livros
técnicos ou até mesmo a disponibilidade dos resumos,
os quais já ajudam a saber das novidades no ramo e dos assuntos
abordados durante o encontro. Através dos endereços
de URLs, vocês podem obter o material do evento e conhecer
mais sobre a entidade organizadora, para eventualmente se programarem
para participar do próximo.
Seminário BNDES “A questão florestal e o desenvolvimento”.
(Brasil)
Este evento, promovido pelo BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social, ocorreu no Rio de Janeiro em junho de 2003.
Objetivando a discussão, bem como melhoria no setor florestal,
os dois dias de seminário contaram com a apresentação
e participação de diversos profissionais ligados à cadeia
da madeira e de seus produtos. Participaram representantes de sindicatos,
de indústrias, empresários, do governo e diversas outras
entidades buscando troca de informações sócio-econômicas
e ambientais sobre o setor. Observem algumas das apresentações
logo abaixo. Além dessas, no website do BNDES há muitas
outras não menos importantes, disponíveis ao download.
Observem:
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Publicacoes/Paginas/s_florestal.html
Certificação
florestal pelo FSC. G.
Batmanian. 18 slides.
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/seminario/florestal22.pdf
Considerações
sobre o desenvolvimento do setor florestal no mundo. C. M. Carneiro.
17 slides.
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/seminario/florestal1.pdf
A indústria de papel no Brasil. M. S. Pou. 17 slides.
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/seminario/florestal12.pdf
A questão florestal e o desenvolvimento. Fomento florestal
e aspectos sociais. L. Cornacchioni. 18 slides.
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/seminario/florestal20.pdf
24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
- ABES. (Brasil)
Realizado
em setembro de 2008 na cidade de Belo Horizonte, MG, o “24º Congresso
Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental”, promovido
pela ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária,
discutiu diversos temas ligados a água e ao meio ambiente,
trazendo profissionais de todas as partes do país para interação,
trocas de conhecimento e experiência sobre o tema. No website
oficial do evento, estão à disposição
as principais palestras apresentadas subdivididas em diversos temas.
Segue abaixo uma pequena amostra de algumas das áreas temáticas
disponíveis.
http://www.abes.locaweb.com.br/XP/XP-EasyPortal/Site/
XP-PortalPaginaShow.php?id=454 (Home Page do site)
Tema: Aquecimento global
Mudanças climáticas
globais.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/05/05_05.zip
Mudanças climáticas e saúde pública.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/05/12_05.zip
Mudanças climáticas e o mecanismo de desenvolvimento
limpo – MDL.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/05/06_05.zip
Tema:
Educação ambiental
Programa
de educação ambiental e mobilização
social em saneamento.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/06/v01_06.zip
A educação ambiental no âmbito do saneamento.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/06/v02_06.zip
Tema:
Saneamento e saúde ambiental
Resíduos sólidos e saúde.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/06/09_06.zip
Água, esgotos e saúde.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/06/06_06.zip
Sistema estadual de meio ambiente.
http://www.abes-dn.org.br/eventos/abes/24cbes/06/v03_06.zip
Seminário "Melhoramento e Gestão de Povoamentos
de Pinheiro Manso". (Portugal)
O "Seminário sobre Melhoramento e Gestão de Povoamentos
Florestais de Pinheiro Manso" (Pinus pinea) ocorreu em abril
de 2007 em Portugal , buscando levar aos interessados do setor de
base florestal português alguns dos principais resultados de
pesquisas realizadas com esse importante pinheiro. Observem o folder
do evento e acessem algumas das apresentações lá oferecidas.
http://www.unac.pt/documentos/seminario_12042007.pdf (Folder seminário)
Optimização do melhoramento e gestão de povoamentos
de pinheiro manso para a produção da pinha e do pinhão.
http://www.unac.pt/documentos/SEM%20PMANSO_12%2004%202007_ICarrasquinho.pdf
Produção e crescimento do pinheiro manso na região
de proveniência 5.
http://www.unac.pt/documentos/SEM%20PMANSO_12%2004%202007_MTome.pdf
Apresentação do manual ilustrado de
enxertia do pinheiro manso.
http://www.unac.pt/documentos/SEM%20PMANSO_12%2004%202007_ANCarneiro.pdf
O pinheiro manso em Portugal: ponto de situação.
http://www.unac.pt/documentos/SEM%20PMANSO_12%2004%202007_NCalado.pdf
Melhoramento e gestão de povoamentos de pinheiro
manso.
http://www.unac.pt/documentos/SEM%20PMANSO_12%2004%202007_ESantos.pdf
Pinus-Links
A
seguir, trazemos a vocês nossa indicação
para visitarem diversos websites que mostram direta relação
com os Pinus, nos aspectos econômicos, técnicos,
científicos, ambientais, sociais e educacionais. Nessa
seção especificamente, estamos ainda colocando
Pinus-Links com empresas e entidades importantes na sua relação
com os Pinus e na divulgação tecnológica
sobre os mesmos.
Programa Produtividade Potencial do Pinus no
Brasil - PPPIB/IPEF. (Brasil)
O PPPIB consiste em um programa cooperativo liderado pelo IPEF
- Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais e que congrega
esforços de 10 empresas florestais brasileiras que atuam
no manejo de florestas plantadas de Pinus, em conjunto com
a ESALQ/USP. Os projetos estabelecidos em parceria universidade/empresas
visam estabelecer as produtividades real e potencial dos plantios
de Pinus subtropical (P. taeda) e tropical (P.
caribaea var. hondurensis), sob efeito de diferentes regimes hídricos,
regimes nutricionais, sistemas de manejo (sem e com desbaste)
e qualidade operacional. Também são investigadas
as questões relativas às interações
destas florestas com o meio-ambiente, no tocante à sustentabilidade
da produção e sua associação com
o uso e eficiência do uso dos fatores de produção
como água e nutrientes. São realizados estudos
sobre estoque de carbono, fotossíntese e produtividades,
em diferentes situações de manejo, para se encontrar
situações de otimização.
http://www.ipef.br/pppib/ (Esclarecimentos sobre o PPPIB)
Centro Pinus. (Portugal)
O
Centro Pinus é uma entidade associativa portuguesa
criada em 1998 e que reúne os mais importantes consumidores,
produtores e indústrias do setor florestal que utilizam
os Pinus naquele país. Também tem
como associado o governo de Portugal. Logo, o Centro Pinus oferece
aos associados uma grande união de forças em busca dos objetivos
comuns e informação, objetivando sempre a qualidade
e sustentabilidade da madeira e de todos os produtos que o
gênero Pinus pode oferecer à Sociedade Portuguesa.
Assim, a webpage da entidade apresenta diversas publicações
sobre o gênero, disponíveis para download gratuito.
Acessem:
http://www.centropinus.org/(Home)
http://www.centropinus.org/f_resto2.php?m=4 (Biblioteca)
http://www.centropinus.org/f_resto.php?m=6 (Publicações
sobre o pinheiro bravo)
ANSUB - Associações de Produtores Florestais
do Vale do Sado. (Portugal)
Criada em 1994, a ANSUB, uma associação de produtores
florestais portuguesa, possui como objetivos defender os interesses
de seus associados, assim como promover o desenvolvimento sócio-econômico
das regiões onde atua, principalmente através
das boas práticas de manejo sustentável. Dessa
maneira, o website da associação apresenta bastante
informações sobre os gêneros arbóreos
utilizados no país, dentre esses se destaca Pinus
pinea. A associação também presta serviços à comunidade
através de atividades de extensão, de cursos
e seminários, de consultorias e de vendas de sementes
certificadas. Também disponibiliza informações
sobre os preços dos produtos florestais, divulga notícias
do setor, além de atuar fortemente na proteção
vegetal, realizando pesquisas sobre agentes bióticos
depreciadores dos produtos florestais. A associação,
tendo parceria com universidades e instituições
de pesquisa, atua na prevenção de incêndios
e também elabora estudos para melhorias tecnológicas
dos produtos do setor. Observem alguns dos documentos disponíveis
para download no website da ANSUB:
http://www.ansub.pt/1/ansub.htm (Sobre a associação)
http://www.ansub.pt/49/downloads.htm (Downloading de documentos)
http://www.ansub.pt/3/noticias.htm (Notícias)
UNAC
- União da Floresta Mediterrânica. (Portugal)
Entidade associativa portuguesa que tem como objetivo a proteção
e o desenvolvimento da cadeira produtiva florestal, promovendo
o desenvolvimento rural, econômico e social; beneficiando
a região sul de Portugal e seus associados. A UNAC tem
forte atuação no desenvolvimento das cadeias
produtivas do pinheiro manso e da corticeira, atuando através
assessoria técnica, cursos, manuais, disponibilização
de informações, etc. Conheçam mais sobre
a UNAC e acessem os materiais técnicos que possui em
seu website:
http://www.unac.pt/unac.html (por se tratar de um website em
flash, não conseguimos lhes trazer endereços
de suas seções, por isso recomendamos a sua navegação)
AFF - African Forest Forum. (Quênia)
O Fórum das Florestas Africanas (AFF) é uma associação
de indivíduos e parceiros que partilham dos mesmos interesses:
promover desenvolvimento econômico e social africano,
utilizando-se das florestas de forma sustentável. A
associação divulga conhecimentos sobre o setor
florestal e também mobiliza recursos para a melhoria
das condições de vida de comunidades africanas
através da produção florestal de forma
racional e ambientalmente correta. O website da AFF possui
diversas publicações sobre o assunto. Observem
alguns dos artigos disponíveis ao download:
http://www.afforum.org/ (Home page)
http://www.afforum.org/content/view/18/60/ (Publicações)
http://www.afforum.org/component/option,com_docman/task,cat_view/gid,17/Itemid,73/ (Downloads)
http://www.afforum.org/index.php/Brief-report-on-the-establishment-of-the-Forum/View-category.html (Relatórios)
Botânica Morfológica. (Argentina)
Trata-se de uma seção do Departamento de Botânica
da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidad
Del Nordeste (Corrientes, Argentina) referente ao aprendizado
dos distintos temas que abrangem a botânica vegetal como
morfologia, citologia, anatomia, histologia e reprodução.
Estão disponíveis diversos textos didáticos,
teses e resumos sobre esses assuntos, além de figuras
ilustrativas e fotos. Na parte que discute sobre reprodução,
encontra-se o ciclo biológico dos Pinus com bastante
detalhes, que vão desde a germinação da
semente, passando pela fase vegetativa, polinização,
aspectos dos cones masculinos, femininos, entre outros. Confiram:
http://www.biologia.edu.ar/botanica/ (Home page)
http://www.biologia.edu.ar/botanica/catedra/personal.htm (Sobre
as pessoas do departamento)
http://www.biologia.edu.ar/botanica/animaciones/ciclos/pino/indexpi.htm (Ciclo de vida dos Pinus)
http://www.biologia.edu.ar/botanica/animaciones/ciclos/pino/animpino/indexp1-germinacion.htm (Pinus - germinação)
http://www.biologia.edu.ar/botanica/tema1/1-1clasifi.htm(Morfologia
de plantas vasculares)
Compensado Sarrafeado de Pinus
Os compensados são painéis fabricados
a partir de lâminas de madeira sobrepostas junto com resina
fenólica ou formaldeídica para a colagem. No caso do
compensado sarrafeado, também chamado de ”blockboard”,
seu miolo é constituído por sarrafos em blocos e apenas
nas extremidades e de cada lado há duas capas de lâminas
de madeira (BNDES, 2008).
Os sarrafos são peças pequenas de madeira maciça
consideradas sobras da serraria, geralmente da costaneira, que seriam
descartadas ou utilizadas como biomassa combustível. Logo,
a elaboração de compensados sarrafeados agrega valor
ao resíduo, tendo um produto de qualidade e ambientalmente
correto. O compensado sarrafeado também pode ser construído
com madeiras de árvores de pequeno diâmetro, como as
do primeiro desbaste de reflorestamentos de Pinus e de eucalipto,
propiciando uma utilização mais nobre para essa madeira
que também é bastante desvalorizada, podendo ser, em
alguns casos, inclusive descartada (Mendes et al., s/d). Os sarrafos
utilizados na confecção do compensado apresentam alturas
desuniformes apesar de serem, na maior parte dos casos, estreitos.
Os sarrafos são unidos topo a topo, depois colados lateralmente
e após são revestidos pela contracapa (camada de transição).
Essa pode ser constituída de madeira da mesma espécie
dos sarrafos ou não. Porém, o sentido da sua grã (direção
das fibras) deve ser perpendicular àquele dos sarrafos do
miolo. Já a capa, camada mais externa e atrativa, é confeccionada
com madeira de melhor qualidade para dar mais valor ao produto. A
capa deve ter a sua grã no sentido paralelo àquele
dos sarrafos, influenciando na resistência do compensado à flexão
estática no sentido paralelo e de seu comprimento (Prada,
2003; Razera, 2006; Mendes et al., s/d).
Segundo Campos e Tavares (2001), a madeira do Pinus é propícia
para a elaboração desses compensados; porém,
a quantidade de nós presentes também é um fator
que pode prejudicar a qualidade final do produto. Há entretanto
a possibilidade de se efetuarem misturas de espécies de madeira
existentes nos sarrafos utilizados como matérias-primas desse
compensado. Todavia, cuidados extras devem ser tomados na hora de
se juntá-los, principalmente no que se refere aos aspectos
da anisotropia das espécies, propriedade da madeira em alterar
seu volume respondendo às variações da umidade
ambiental em que se encontra a peça. Esse é um grande
problema a ser evitado. Conhecimentos referentes ao gradiente de
anisotropia são fundamentais, escolhendo-se sempre espécies
contendo coeficientes baixos e similares. Caso isso não seja
levado em conta, a qualidade do compensado sarrafeado poderá ser
comprometida.
O ângulo dos anéis de crescimento dos sarrafos também
deve ser observado na hora da junção dos mesmos. Quando
os anéis de crescimento dos sarrafos são acondicionados
de forma paralela a um dos lados da seção transversal
da peça, ou seja, em ângulos retos, não haverá alterações
na dimensão. Porém, caso esses se encontrem em sentido
transversal (ângulos diferentes de 90º graus) com os lados
da peça, poderá haver deformações, principalmente
se o ângulo equivalente for o de 45º, quando o inchamento
se distenderá na diagonal da sua superfície. Portanto,
essa junção adequada dos sarrafos é vital. Caso
contrário, resultará um defeito importante que levará a
deformações no produto final. Keinert Jr.,1989, citado
por Mendes et al., s/d, menciona que esse fenômeno é conhecido
como junta “Sunken”. Uma das formas de amenizar as distorções é o
tratamento da madeira através da secagem adequada, mas mesmo
assim, após a aplicação de resina, há a
absorção da umidade pelos sarrafos. Caso não
haja tempo de espera para a expansão do miolo do painel e
o seu aplainamento, também poderão ocorrer depressões
na superfície do compensado (Mendes et al., s/d).
A amarração é feita através de máquinas
especiais, onde os sarrafos são primeiramente juntados em
sentido do comprimento por rolos de velocidades diferenciadas contendo
guias que nessa fase já determinam a largura do compensado.
Antes da amarração com fios contendo colas, os sarrafos
são submetidos a pressões e essas são mantidas
após o amarrio. Empregam-se temperaturas elevadas para a junção
lateral dos sarrafos. Além da técnica da amarração,
os sarrafos também podem ser colados lateralmente um a um
pela aplicação de cola e pressão. Para se tornar
lisa e uniforme a camada interna do compensado sarrafeado, a superfície
dos sarrafos unidos deve estar a mais homogênea possível.
Logo a seguir, há a realização do processo de
aplainamento e uniformização de sua superfície
através do lixamento. A utilização de sarrafos
mais estreitos possibilita menores diferenças na uniformidade;
porém, ocorre aumento de custos com maior necessidade de mão-de-obra,
gastos com colagem e prensagem, etc. Após a uniformização,
promove-se a limpeza retirando-se as impurezas, como restos de serragem,
e se verifica a umidade existente, que deve ser homogênea e
menor do que 1 %. Essas medidas são importantes para não
haver problemas com o processo de colagem primeiramente da contracapa
e posteriormente da capa, utilizando-se adesivos adequados de acordo
com o uso final do produto (Mendes et al., s/d).
Os mesmos autores afirmam que a produção do compensado
sarrafeado, comparada com outros tipos de compensados, ainda é relativamente
pequena no Brasil, equivalendo a cerca de 25 a 35% dessa. Logo, seu
consumo também é considerado baixo sendo utilizado
principalmente na indústria moveleira (mesas, armários,
etc.) e também na construção civil para portas,
janelas, forros, etc. (Mendes et al., s/d). De acordo com Prada (2003),
o seu uso vem aumentando pois tem menor custo de produção
e maior facilidade de manuseio do que o compensado multilaminado.
Além disso, há o fator de aproveitamento da matéria-prima,
que é bem maior para o compensado sarrafeado. IAP, citado
pelo autor anterior, afirmou que com 1 m³ de toras se pode produzir
0,35 m³ de compensado multilaminado contra 0,65 m³ para
o compensado sarrafeado.
Com a crescente demanda por madeira, o compensado sarrafeado apresenta
vantagens ecológicas no que tange o aproveitamento da madeira
serrada, agregando valor a um produto que seria em parte considerado
resíduo e dando um destino ambientalmente correto a muitas
sobras que poderiam ser incorretamente descartadas.
Seguem alguns artigos que abrangem a definição de compensado
sarrafeado, suas principais utilizações, como é produzido
e as vantagens ambientais de preferência na utilização.
Painéis de madeira no Brasil: panorama e perspectivas. R.
L. G. Mattos; R. M. Gonçalves; F. B. Chagas. 112 pp. BNDES.
BNDES Setorial 27: 121 - 156. (2008).
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/
Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/set2706.pdf
Análise da eficiência logística na gestão
de suprimentos da indústria de compensados na região
de Curitiba. M. Bronoski. Tese de Doutorado. UFPR. 190 pp. (2007)
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/14430/1/
MARILENE%20BRONOSKI%20TESE.pdf
Reconstituição de chapas de aglomerado. R. Bernardi.
Dossiê Técnico SENAI – RS. Sistema Brasileiro
de Respostas Técnicas do IBICT. 41 pp. (2006)
http://sbrtv1.ibict.br/upload/dossies/sbrt-dossie17.pdf
Estudo
sobre as interações entre as variáveis
do processo de produção de painéis aglomerados
e produtos moldados de madeira. D. L. Razera. Tese de Doutorado.
UFPR. 157 pp. (2006)
http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/bitstream/1884/6339/1/Dalton_Razera_Tese.pdf
Avaliação do processo produtivo de uma indústria
de manufatura de painéis por meio do balanço de material
e do rendimento da matéria-prima. M. A. Brand; U. Klock; G.
I. B. Muñiz; D. A. Silva. R. Árvore 28(4): 553-562.
(2004)
http://www.scielo.br/pdf/rarv/v28n4/22604.pdf
Mercado estimula produtos de madeira com valor agregado. G. J. Zenid;
M. A. R. Nahuz; M. J. Andrade; C. Miranda; O. P. Ferreira; S. Brazolin.
REMADE nº 84. (2004)
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=630&subject=
Valor%20Agregado&title=Mercado%20estimula%20produtos%
20de%20madeira%20com%20valor%20agregado
Pré-fabricação e comportamento de vigas "i" em
madeira. O. J. Prada. Dissertação de Mestrado. UFSC.
114 pp. (2003)
http://www.tede.ufsc.br/teses/PECV0267.pdf
Eficiência produtiva e econômica do segmento industrial
da madeira compensada no estado do Paraná. W. B. Polzl. Dissertação
de Mestrado. UFPR. 130 pp. (2002)
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/polzl,wb.pdf
Sawing
optimisation for block panel's production of portuguese west
littoral maritime pine radial boards. J. Campos; M. Tavares. Silva
Lusitana 9(2): 191 – 198. (2001)
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/slu/v9n2/9n2a06.pdf
Qualidade
da madeira, aspectos de produção e aproveitamento
de resíduos. L. M. Mendes; C. E. C. Albuquerque; S. Iwakiri.
Boletim Técnico UFLA nº 39. 47pp. (s/d)
http://www.editora.ufla.br/BolTecnico/pdf/bol_39.pdf
Imagens e fotos sobre compensados sarrafeados
Imagens Google sobre compensados sarrafeados:
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=
hp&q=%22compensado+sarrafeado%22&gbv=2&aq=f&oq
Imagens Google sobre "blockboard":
http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=pt-BR&sa=1&q=blockboard&aq=f&oq
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
"Tall oil" - Um Valioso
Subproduto das Fábricas de Celulose Kraft de
Pinus
Introdução
A atual preocupação com aspectos
de conservação ambiental faz com que muitas
empresas estejam adotando métodos de reciclagem para
seus resíduos, tornando-os matérias-primas
para outros ciclos de produção ou convertendo-os
em subprodutos. Além de ambientalmente corretas, tais
utilizações ainda agregam valor ao resíduo
anteriormente descartado, podendo muitas vezes gerar lucro
e economia de recursos como energia. Isso é o que
vem acontecendo com o "tall oil" (Perstorp Group,
2008; Derksen et al., 1996; Geoghegan e Bambrick, 1971),
um importante subproduto que pode ser fabricado na indústria
de celulose kraft que usam madeiras de coníferas resinosas.
O objetivo deste artigo técnico foi o de oferecer
aos leitores interessados um pouco mais sobre a importância
do "tall oil", suas principais funções,
processos de obtenção, destilação
e purificação, além de relacionar alguns
trabalhos da literatura sobre esse assunto.
O "tall oil" é um subproduto da produção
de celulose e papel kraft com espécies de Pinus e
outras pináceas. Ele é encontrado e extraído
do licor residual do cozimento kraft, conhecido como “licor
preto” (Tailor e King, 2001; Grant e Grant, 1987; Geoghegan
e Bambrick, 1971). Esse subproduto foi inicialmente obtido
em escala laboratorial durante a polpação alcalina
da madeira de coníferas na Europa, sendo que os primeiros
dados de sua extração e conseqüente exploração
comercial datam do ano 1901, na Suécia. Dessa forma,
a origem do nome vem do idioma escandinavo “tallojja”,
significando óleo de pinho; porém, esse não
deve ser confundido com o terpineol extraído da folha
dos pinheiros (Obst, 1998). Ambos os produtos são
substâncias bastante distintas, apesar de proverem
da mesma fonte (as pináceas).
No Brasil, por já existir no mercado outro tipo de “óleo
de pinho”, quando o "tall oil" começou
a ser comercializado, seu nome de origem “tall oil” foi
aceito e se popularizou. O mesmo também ocorreu em
outras partes do mundo (Wikipédia, 2009; Pinho e Cahen,
1981; Kurkineva, s/d). Segundo o último autor, o "tall
oil" é muito produzido em países com grandes
fabricações de celulose kraft a partir de pináceas
como na Finlândia, Estados Unidos, Canadá, Suécia,
Noruega, entre outros. De acordo com IPEF (1978), apesar
do processo de separação do "tall oil" ser
considerado simples, diversas empresas brasileiras ainda
não o realizam. Talvez isso se deva à escala
de fabricação, pois algumas fábricas
de celulose kraft de fibra longa no Brasil são de
porte médio ou pequeno para os padrões atuais
de produção.
Logo após a sua extração do licor preto,
obtem-se o "tall oil bruto ou cru", uma substância
bastante viscosa, de coloração escurecida (amarela-preta)
e com odor kraft bastante característico (Wikipédia,
2009). É considerado um dos óleos de resina
mais baratos do mercado, pois é um produto gerado
industrialmente, não dependendo de intempéries
climáticas e do solo para tanto, mas sim da produção
de celulose das indústrias (Kurkineva, s/d). Na verdade,
quando falamos de "tall oil", estamos falando não
de um óleo, mas de uma espécie de sabão
reprecipitado, formado pelas reações da soda
cáustica com os ácidos graxos e resinosos (também
conhecidos como resínicos) presentes na madeira do
Pinus. Esses sabões costumam espumar e formar uma
nata na superfície dos licores armazenados nos tanques
de licor preto kraft, daí serem também conhecidos
como "sabão de espuma". Somente pela sua
reprecipitação, decantação e/ou
purificação (destilação) é que
podemos dar ao "tall oil" uma condição
comercial competitiva e mercadológica como um óleo
ou resina recuperada para inúmeras finalidades.
Composição
e rendimento
Um
dos mais completos trabalhos de revisão e estudo
científico do "tall oil" de Pinus no Brasil
foi recentemente realizado por Sales (2007), em sua tese
de doutorado na UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas.
O autor dá excelentes informações sobre
o histórico, a composição, purificação,
separação de produtos e potencialidades de
utilização para o "tall oil bruto" ou
também conhecido como "tall oil cru". Sugerimos
visitar esse estudo indicado na seção de referências
da literatura.
Em um estudo mais anterior, Kurkineva (s/d) apontou que
o "tall oil bruto" extraído na Finlândia,
produzido e analisado pela empresa Enso-Gutzeit Osakeyhtio
(hoje Stora Enso - http://pt.wikipedia.org/wiki/Stora_Enso),
possuía a seguinte composição média: ácidos
resinosos 41 - 51% (do tipo ácido abiético
e pimárico); ácidos graxos 37 – 49%
(ácidos olêico, linolêico e palmítico);
insaponificáveis 8 – 10%; cinza 0,1 % e água
1%. O mesmo autor relatou que 30 kg de "tall oil bruto" foram
produzidos por tonelada de celulose kraft.
Ramos e Garcia (2007) apontaram que o rendimento do produto
pode variar para cada fábrica, bem como com a sua
composição. Esses são influenciados
pela quantidade de extrativos na madeira, pela sua qualidade,
espécie e tempo de estocagem antes do cozimento
para fabricação de celulose kraft. O rendimento
de "tall oil" obtido nos Estados Unidos é de
25 a 50 kg/tonelada de celulose e na Escandinávia
o mesmo varia entre 36 a 80 kg/t (Ramos e Garcia, 2007).
Já no Brasil a produção de "tall
oil" foi relatada em 30 - 40 kg/t (IPEF, 1978). Ramos
e Garcia (2007) destacaram que se produz no país
mais de 1 milhão de toneladas de celulose kraft
de Pinus, observando-se o potencial para grande produtor
de "tall oil". Os dados estatísticos fornecidos
pela BRACELPA - Associação Brasileira de
Celulose e Papel (www.bracelpa.org.br) têm mostrado
que cerca de 1,5 milhões de toneladas de celulose
kraft de fibra longa têm sido anualmente fabricados
na país, indicando o potencial para essa industrialização.
Tanto é verdadeiro esse potencial, que em 2009,
um dos maiores fabricantes de celulose kraft de Pinus no
Brasil, a empresa Klabin, iniciou uma planta industrial
de recuperação de "tall oil" para
uso energético em sua fábrica no Paraná (http://www.klabin.com.br/en-us/imprensa/noticias.aspx?id=5136).
Leader e Kerr (1981) analisaram os efeitos da idade e da
posição morfológica de árvores
de Pinus radiata na produção e composição
do "tall oil". Os resultados indicaram que tanto
a produção como a percentagem de resina aumentaram
com o acréscimo da idade do pinheiro. Maiores quantidades
de "tall oil" serão potencialmente produzidas
a partir da madeira da posição basal da árvore.
Essa quantidade foi diminuindo até a parte mediana
da árvore, voltando a aumentar a partir dos 75%
de sua altura até retornar a possuir altas concentrações
no topo. A quantidade de ácidos graxos também
se mostrou superior na base da árvore.
O uso de madeira seca e com muito tempo pós-corte
prejudica tanto a qualidade como a quantidade do "tall
oil", pois a estocagem e a deterioração
afetam as resinas presentes na madeira (Wafer et al., 1961).
Em Wikipédia (2009) são citados os constituintes
básicos do "tall oil bruto": breu, insaponificáveis, ácidos
resinosos, ácidos graxos, esteróides, álcoois
graxos, hidrocarbonetos alcalinos e derivados. IPEF (1978)
relatou a composição geral do "tall
oil" encontrada na literatura, a qual foi: ácidos
resinosos (41,7 - 51,7%), ácidos graxos (40,8 -
50,7%) e não saponificáveis (7,5 - 10%).
Uma das principais características do "tall
oil bruto" é a elevada acidez, que varia de
145 a 180 mg KOH/g.
Chimienti et al. (s/d) compararam as percentagens da composição
do "tall oil bruto" extraído de Pinus
taeda e de P. elliottii que cresciam em povoamentos de
15 anos de idade da região de Misiones, Argentina.
Os autores encontraram percentagens de ácidos resinosos
de 32% para P. elliottii e de 21,6% para P. taeda. Os ácidos
graxos foram superiores para a P. taeda, havendo 50% contra
56% para P. elliottii. Já a quantidade de insaponificáveis
foi um pouco mais baixa para P. taeda, atingindo a percentagem
de 9,4% contra 11,4 % da outra espécie.
Em 1945, Anderson e Wheeler determinaram a composição
de ácidos graxos de seis amostras de "tall
oils" originários dos EUA. As percentagens
de ácidos linolêico, olêico e ácidos
saturados foram de 48%, 45% e 7%, respectivamente.
O "tall oil" também pode ter suas propriedades
alteradas através do processo da destilação
e refinação, a qual gera uma resina muito
semelhante ao breu. A refinação é necessária
para purificar o "tall oil", extraindo dele os
resíduos de licor preto, impurezas, etc. Já a
destilação é aplicada para separar
seus constituintes.
No processo de purificação realizado pela
empresa Enso-Gutzeit Osakeyhtio (hoje Stora Enso) foram
relatados em artigo técnico quatro processos de
refinação distintos, gerando produtos de "tall
oil" com concentrações diferentes em
seus componentes. Tratava-se na verdade de uma purificação
fracionada, objetivando produtos diferenciados. Um exemplo
disso é que um desses óleos, considerado
o mais claro e fluido, apresentava 10% de ácidos
resinosos; contrariamente, o mais viscoso e escuro, apresentava
40% desses mesmos ácidos (Kurkineva, s/d). O que
sobra do processo de refinação do "tall
oil bruto" é chamado de "piche-sulfato" ou “tall
oil pitch”, tendo como principais componentes: 25-50%
de ácidos resinosos, 20-30% de ácidos graxos,
18-28 % de insaponificáveis e 0-10 % de insolúveis
em éter de petróleo (Kurkineva, s/d). Esse
piche pode inclusive ser usado como fonte de energia pela
sua queima em caldeira, caso não se tenha desenvolvido
na região um mercado para ele.
Existem portanto vários tipos de destilação
do "tall oil bruto", os quais levam a variações
nas propriedades químicas, cor e outras características
dos produtos purificados. Podem ser realizadas destilações
fracionadas para a separação apenas dos compostos
desejados. Um exemplo disso é a produção
do “tall oil fatty acid” (TOFA) que contem
apenas ácidos graxos como ácido olêico
e ácido linolêico, sendo o TOFA considerado
um produto barato e atrativo para a produção
de lubrificantes, sabões e adesivos (Wikipédia,
2009; Forchem, 2009; Derksen et al. 1996).
Derivados
e uso do "tall oil"
Há uma grande diversidade de usos para o "tall
oil bruto", tais como: fabricação de sabões,
detergentes, desincrustantes, tintas, lacas, vernizes, emulsões
de cola de asfalto, óleos aglomerantes, graxas e lubrificantes,
plastificantes, para a fabricação de borracha
sintética, etc (Wikipédia, 2009; Kurkineva,
s/d).
Algumas utilizações do "tall oil destilado" se
assemelham às do "tall oil bruto", também
sendo destinados para a fabricação de sabões,
detergentes, lacas, vernizes, tintas gráficas, esmaltes,
emulsões, aditivos de óleos lubrificantes,
fabricação da borracha sintética,
colas, entre outros, sendo alguns usos mais nobres. A destilação
dá características mais uniformes aos produtos
separados. As tintas que contém o "tall oil" como
matéria-prima não escurecem com o passar
do tempo como acontece com as que possuem óleo de
linhaça (Ramos e Garcia, 2007). Segundo Kurkineva
(s/d), quase toda resina recuperada do "tall oil" na
Finlândia é consumida no próprio país,
pelas indústrias produtoras de celulose e papel,
que a utilizam para colagem do último (cola ácida
de breu, ainda usada na fabricação de papéis
não-branqueados como sacos, embalagens de papelão,
etc.).
Após a destilação do "tall oil",
há a sobra do piche-sulfato, o qual também
pode ser usado em indústrias na composição
de óleos mistos, para areias de fundição,
para produção de tintas gráficas,
para fabricação de colas, tintas, lacas,
aglutinantes de cimento e asfaltos, entre outros (Wikipédia,
2009; Forchem, 2009; Kurkineva, s/d).
Segundo Obst (1998), o "tall oil" substituiu
em larga escala a resina natural, o piche e a oleoresina
utilizados para impermeabilização da madeira
na indústria naval. Isso principalmente devido ao
preço economicamente mais acessível.
IPEF (1978)relatou que quanto mais desenvolvido e industrializado
o país, principalmente em relação à indústria
química e celulósica, maior e mais variável é a
utilização do "tall oil".
Com a crescente preocupação ambiental, uma
das utilizações do "tall oil" nas
indústrias de celulose é na geração
de energia elétrica, substituindo muitas vezes o óleo
combustível de origem mineral, considerado não
renovável (Perstorp Group, 2008). Um exemplo brasileiro
disso é a implantação de um sistema
de produção de "tall oil" na empresa
brasileira Klabin (Unidade Monte Alegre, em Telêmaco
Borba, PR), a qual com isso está produzindo energia
limpa, diminuindo a emissão de gases do tipo efeito
estufa, o que possibilita obter créditos de carbono,
sendo esse mais um passo para a sustentabilidade (InvestNews,
2009).
Recuperação do "tall oil" e destilação
Segundo
Chimienti et al. (s/d), os ácidos resiníferos
possuem localização específica na madeira,
estando concentrados nos canais resiníferos das coníferas.
Já os ácidos graxos e os insaponificáveis
se distribuem de forma homogênea por toda a madeira
das coníferas, em especial em células de parênquima.
Através do cozimento, durante o processo de transformação
da madeira em celulose (polpação alcalina kraft),
grande parte dos componentes citados anteriormente são
dissolvidos sofrendo reações de saponificação
e hidrólise dos seus ácidos e ésteres,
passando a fazer parte da solução aquosa do
licor de cozimento residual, ou licor preto (Pinho e Cahen,
1981; Chimienti et al. s/d ). Os ácidos resiníferos
e graxos saponificados são transformados em colóides
no licor preto, podendo ser separados de maneiras distintas,
seja por flotação, ou pela utilização
de solventes. Para as fábricas kraft, a separação
por flotação é a mais efetuada, pois
esses ácidos são transformados em sabões
cuja espuma carreia-os durante a flotação.
Para a recuperação desses compostos algumas
etapas básicas de separação e purificação
são necessárias (Ramos e Garcia, 2007; Grant
e Grant, 1987; Pinho e Cahen, 1981; Uprichard, 1978; Chimienti
et al. s/d):
1°- Evaporação. Durante essa etapa, o licor
preto é concentrado em unidades de evaporação
para atingir teores de sólidos entre 20 - 30%. Essa
concentração facilita a etapa subseqüente.
Na etapa de evaporação, muitas vezes aproveita-se
para fazer o processo de espumado para facilitar a flotação.
2° - Separação da espuma – A espuma,
que possui os ácidos resiníferos e graxos existentes
no "tall oil", bem como os sais de sódio
insolúveis, começa a ser separada já durante
a lavagem da polpa de celulose, quando a espuma começa
a se formar. A espuma rica em "tall oil" sobe,
permanecendo na parte superior do licor, onde é facilmente
separada e levada para um tanque de espuma. O sabão
começa a subir como espuma ao topo do licor após
60 a 90 min. de retenção nos tanques, sendo
separada por transbordamento ou por uma escumadeira. Esse
sabão removido é transferido para o tanque
de sabão.
3° - Aquecimento e acidificação - Adiciona-se ácido
sulfúrico à espuma alcalina e promove-se o
aquecimento e mistura sob baixa agitação para
assegurar a homogeneização do produto. O ácido
sulfúrico deve ser adicionado até atingir o
pH entre 3 e 4. Sob essas condições os sais
sódicos da resina reagem com o ácido sulfúrico
liberando os ácidos resiníferos e graxos. Precipitam
também a lignina, sulfatos de cálcio e sódio,
etc.
4° - Remoção do "tall oil bruto" – A
remoção é feita por decantação
e separação das camadas decantadas, onde o "tall
oil bruto" é removido já na camada mais
superficial dos compostos precipitados. As camadas mais pesadas
e mais inferiores são de lignina precipitada, de sulfato
de cálcio precipitado e outros ácidos e sais
(Uprichard, 1978).
5° - Refinação. O "tall oil bruto" é refinado
por destilação fracionada para separação
fracionada de seus constituintes. Conforme o modelo de purificação
adotado, podem-se separar com maior eficiência os ácidos
resiníferos dos ácidos graxos. Os ácidos
resiníferos se destilam primeiro em relação
aos ácidos graxos, sendo os primeiros a serem separados
na destilação. Há ainda a possibilidade
de se produzirem misturas controladas entre ácidos
graxos e resiníferos. (Chimienti et al. s/d).
Fatores
favoráveis ao "tall oil "
A recuperação do "tall oil" pelas
empresas pode proporcionar vantagens econômicas e ambientais.
Segundo o grupo Perstorp (2008) o "tall oil" é um
produto 100% natural e renovável. É ainda biodegradável,
sendo um produto ideal para obtenção de energia
limpa, graças às suas elevadas propriedades
caloríficas, além de apresentar disponibilidade
garantida no mercado.
Outro fator favorável nos mercados é com
certeza o seu preço e o seu custo de fabricação.
O "tall oil" é considerado um dos óleos
mais baratos existentes. Com o aumento do preço
do petróleo, muitas empresas de celulose estarão
substituindo suas matrizes energéticas e adotando
tecnologias para a substituição de energia
derivada do petróleo pelo "tall oil" (Wafer
et al., 1961). De acordo com IPEF (1978) e Uprichard (1978),
a tecnologia que garante a produção do "tall
oil" pode ser bastante simples, necessitando para
tanto um reator de madeira ou fibra de vidro, uma centrífuga
e um tanque para o produto. Muitos produtos químicos
usados para a fabricação de celulose também
podem ser utilizados para a recuperação do "tall
oil", sendo essa outra grande vantagem para a adoção
do sistema, o qual também demanda pouca mão-de-obra
durante todas as suas etapas.
Fatores
desfavoráveis ao "tall oil"
Os preços baixos do "tall oil", apesar
de favoráveis para quem compra, em curto prazo, podem
ser desfavoráveis para quem o produz. Isso se explica
pelo fato de que os custos dos investimentos em novas tecnologias
podem demorar a serem amortizados caso a indústria
queira vender o produto. De acordo com a finalidade empregada,
alguns especialistas do setor de celulose acreditam que com
o aumento da produção de "tall oil" poderá haver
oferta em excesso, baixando ainda mais o seu preço
no mercado. Entretanto, a utilização interna
como fonte de energia tem-se mostrado muito potencial. Um
aspecto econômico que é levado em conta para
a produção do "tall oil" é o
custo do petróleo. Conforme ele se tornar mais caro,
pode favorecer a atratividade econômica do "tall
oil" como seu substituto para geração
de energia (Wafer et al., 1961).
Alguns pontos negativos ressaltados pelos mesmos autores
(Wafer et al., 1961) se referem à qualidade do "tall
oil": há um crescente aumento da produção
de celulose kraft de misturas de madeira de Pinus com com
madeiras duras, como as de eucalipto, as quais não
possuem resina nem ácidos graxos ideais para a produção
de "tall oil". Isso poderia diminuir sua produção
futura e sua qualidade.
Infelizmente, ainda há um grande ponto negativo,
que é a falta de conscientização ambiental
e incentivos na indústria que possam valorizar ainda
mais a recuperação do "tall oil",
não só no Brasil, mas também em outras
partes do mundo.
Considerações
finais
Óleos de origem vegetal já foram muito utilizados
no passado para a fabricação de colas, vernizes,
tintas, para energia calorífica, entre outras funções,
as quais perderam espaço para produtos fósseis
originários do petróleo (Derksen et al. 1996).
A presente preocupação com a conservação
ambiental vem proporcionando uma volta na utilização
dos recursos renováveis aplicados no passado; porém
hoje, contando com os avanços tecnológicos
desenvolvidos. O "tall oil" é um produto
alternativo, o qual pode substituir óleos minerais
de origem fóssil em muitas funções,
trazendo muitos benefícios econômicos além
de ser ambientalmente mais correto. Assim, muitos especialistas
no setor de celulose e papel apontam para o potencial de
crescimento da recuperação desse subproduto
industrial, principalmente para a produção
de energia, substituindo o combustível fóssil,
que tem o preço bastante instável no mercado.
O Brasil possui muitas áreas plantadas com Pinus para fabricação de celulose kraft, mostrando
bom potencial para a produção de "tall
oil". Porém, incentivos econômicos e
pesquisas tecnológicas deveriam ser promovidos com
mais intensidade, ajudando não apenas na obtenção
de maiores quantidades desse produto, mas também
proporcionando melhorias em seu aspecto qualitativo e em
seus usos. Assim, estudos buscando novas tecnologias de
recuperação do "tall oil" e de
qualidade da matéria-prima (madeira de Pinus), deveriam
ser estimulados, até mesmo devido às grandes
vantagens ambientais que podem gerar.
A produção e utilização do "tall
oil", bem como sua amigabilidade ambiental, deveriam
ser mais divulgados perante a comunidade industrial que
se vale dos Pinus, visando sua maior aceitação
e utilização. Também a sociedade civil
precisaria ser mais informada sobre mais dessa vantagem
ambiental que os Pinus oferecem a ela. Definitivamente,
a busca da sustentabilidade na fabricação
de papel kraft de Pinus passa a ter um aliado com a produção
e utilização do "tall oil".
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Imagens e fotos sobre "tall
oil"
Imagens Google sobre "tall oil":
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=hp&q=%22tall+oil%22&gbv=2&aq=f&oq
Imagens Google sobre plantas industriais de "tall oil":
http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=pt-BR&sa=1&q=%22tall+oil+plants%22&aq=f&oq=
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