Editorial
Caros
amigos interessados pelos Pinus,
Estamos lhes trazendo a 29ª Edição do nosso
informativo digital PinusLetter.
Mais uma vez, estamos nos esforçando para lhes oferecer temas
relevantes e assuntos interessantes e atuais para sua informação
e conhecimento através da leitura dos tópicos que redigimos
e pela navegação nos Pinus-Links por nós recomendados.
Nessa edição, continuamos a enfatizar os produtos oriundos
dos Pinus e de outras coníferas que trazem conforto e benefícios à sociedade.
Também nos dedicamos muito, como parte de nossas metas estratégicas,
a fortalecer e recomendar ações e atitudes para a preservação
de nossos recursos naturais e para a necessária sustentabilidade
das plantações florestais de Pinus e de outras espécies
florestais de valor para a produção de bens e serviços
de base florestal. Ainda nessa edição, procuramos dar
o merecido destaque a pessoas de nossa comunidade técnico-científica,
as quais trazem, com seu trabalho, esforço e talento, contribuições
muito relevantes na agregação de conhecimentos sobre
os Pinus. Esperamos que os temas escolhidos sejam de seu interesse
e agrado.
A seção "As Coníferas
Ibero-Americanas" traz
como destaque algumas das principais características do gênero
Podocarpus.
As árvores pertencentes a esse gênero são
algumas das principais coníferas naturalmente brasileiras. Apresentam
importância econômica pela alta versatilidade de uso de
sua madeira, além de relevância social e principalmente
ambiental. Usualmente conhecidas como pinheiros-bravos brasileiros,
suas espécies
promovem o aumento da biodiversidade de áreas desmatadas, contribuindo
também com a recuperação de solos degradados.
O texto ainda aborda como que sua madeira poderia ser utilizada de
forma racional e sustentável através do manejo de áreas
de APP (área de preservação permanente) ou RL
(reserva legal).
A
PinusLetter também celebra e confraterniza-se com os “50
anos da Engenharia Florestal no Brasil”. O texto técnico
presente nessa edição aborda a história e importância
do curso no país. Há informações sobre
os principais avanços na área desde a criação
do primeiro curso do setor, além dos principais desafios e
problemáticas existentes atualmente que o Engenheiro Florestal
deve enfrentar. Observem os links com alguns eventos e edições
especiais de revistas florestais que aconteceram durante todo o ano
de 2010, buscando comemorar o acontecimento festivo e histórico.
Também associados a fatos históricos, na seção "Referências
Técnicas da Literatura Virtual" continuamos a destacar
os nossos "Grandes Autores sobre
os Pinus". Dessa vez, o
homenageado da edição é o estimado amigo e Engenheiro
Agrônomo Silvicultor Pieter Willem
Prange, que muito colaborou
para que os Pinus fossem implantados com sucesso, principalmente no
sul do Brasil. Observem um pouco das experiências e da vida profissional
desse engenheiro que atuou nos mais diversos segmentos do setor florestal,
e é com certeza um dos melhores amigos que os Pinus possuem.
O autor homenageado nessa edição também nos presenteou
com um texto exclusivo, escrito especialmente para nossos leitores
e denominado: “Por que Pinus taeda L.
no altiplano de Santa Catarina?”.
Frente a isso, decidimos criar uma nova seção em nossas
PinusLetters, onde os homenageados como "Grandes Autores sobre
os Pinus" possam nos oferecer alguns ensinamentos qualificados.
Denominamos essa seção de "Com
a Palavra os Grandes Autores sobre os Pinus...". Nesse primeiro artigo, Pieter Prange
traz relatos sobre os principais desafios e soluções
encontradas para que os as plantações de Pinus taeda tivessem o sucesso que hoje apresentam no município de Lages,
Santa Catarina e em muitas regiões do sul do Brasil.
Nesta
edição, apresentamos ainda uma das formas mais importantes
para o combate de alguns dos principais insetos-pragas dos Pinus: “o
controle biológico de pragas”. Há a apresentação
de vários trabalhos e usos do controle biológico natural,
aplicado e clássico no Brasil para a diminuição
da densidade populacional dos principais insetos com potencial de
causar prejuízos às plantações do gênero Pinus.
Obtenham
também informações sobre as principais funções
e usos de "trituradores e picadores
da biomassa florestal".
Observem algumas das principais diferenças entre esses dois
maquinários, além das vantagens que podem proporcionar
principalmente para a diminuição do volume de resíduos
florestais que serão transportados para conversão energética.
Colocamos ainda algumas considerações para evitar que
essa prática seja demasiadamente agressiva e possa prejudicar
a sustentabilidade da capacidade produtiva dos solos florestais,
pela exportação exagerada de nutrientes minerais e
de exaustão de carbono orgânico.
Por
fim, temos a apresentar mais um mini-artigo técnico, que dessa
vez relata sobre "como os sistemas
agroflorestais (SAF) podem ser aplicados aos Pinus". O
texto trata das principais vantagens ambientais, sociais e econômicas
e limitações dos SAF. Há também
alguns resultados de pesquisas no Brasil que apontam potenciais promissores
na utilização dos Pinus em plantios consorciados
com outras culturas de interesse agrícola ou/e também
com o pastoreio de animais.
Aos Patrocinadores
e aos Apoiadores,
apresentamos o nosso agradecimento pela oportunidade, incentivo e
ajuda para que possamos levar ao público alvo, que cada vez é maior,
muito conhecimento a respeito dessas árvores fantásticas
que são as dos Pinus e também de outras coníferas
comercialmente e ecologicamente importantes para nossa sociedade.
Esperamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização
das várias oportunidades que as plantações florestais
do gênero Pinus oferecem ao Brasil, América Latina e
Península Ibérica, disseminando assim mais conhecimentos
sobre os produtos derivados dos Pinus para a sociedade e incentivando
a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade
nesse setor.
Agradecemos em especial nossos dois Patrocinadores:
ABTCP -
Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br)
Klabin
S.A. - (http://www.klabin.com.br/pt-br/home/Default.aspx)
e
também às empresas apoiadoras (Air
Products do Brasil e ArborGen) e aos nossos muitos apoiadores pessoas
físicas que acreditam e estimulam esse nosso serviço
de agregação e difusão de conhecimentos acerca
dos Pinus para a sociedade.
Um
forte abraço e muito obrigado a todos vocês.
Ester
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html
Celso
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html
Nessa
Edição
As
Coníferas Ibero-Americanas: Podocarpus spp. (Pinheiro-bravo
brasileiro)
Cinqüenta
Anos de Engenharia Florestal no Brasil
Referências
Técnicas da Literatura Virtual - Grandes Autores sobre
os Pinus - Engenheiro Agrônomo Silvicultor Pieter Willem
Prange
Com
a Palavra os Grandes Autores sobre os Pinus... Por quê Pinus
taeda L. no altiplano de Santa Catarina? pelo engº agrº silvicultor
Pieter Willem Prange
Pragas
e Doenças dos Pinus - Controle Biológico
de Pragas em Florestas Plantadas de Pinus
Trituradores
e Picadores de Biomassa Florestal
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Sistemas
Agroflorestais (SAF) Aplicados aos Pinus
As
Coníferas Ibero-Americanas
Podocarpus spp. (Pinheiro-bravo brasileiro)
O pinheiro-bravo brasileiro é uma das principais coníferas
arbóreas nativas do Brasil e possui também relativa importância
econômica (Milani, 2010). Seu nome comum abrange três espécies,
as quais são: Podocarpus transiens, presente na região
norte de Minas Gerais e na Bahia; Podocarpus sellowii, encontrada na
Mata Atlântica, principalmente nas áreas mais altas; e Podocarpus
lambertii, a mais conhecida do gênero, que tem uma zona de abrangência
que vai desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Ela também
se encontra na província de Misiones na Argentina (Wikipédia,
2010).
O seu nome genérico vem do grego: “podos”, que significa
pé, e “carpus”, carpo ou fruto. Nome esse que certamente
foi dado pela semelhança com a infrutescência da planta.
A semente se situa geralmente na parte axilar de ramos e apresenta na
base um pedúnculo carnoso de coloração roxa (P.
lambertii) ou vermelha (P. sellowii). Os tamanhos de semente e pedúnculo
são semelhantes, sendo o último comestível até mesmo
aos seres humanos. Ele é considerado como rica fonte alimentar
da fauna silvestre, principalmente de pássaros, que ajudam na
dispersão de sementes (Milani, 2010; Cardoso, 2004). As folhas
são simples, coriáceas e verde-escuras quando maduras;
possuem formato agudo e linear e medem 3-5 cm de comprimento nas plantas
adultas (ESALQ, 2010). O pinheiro-bravo é dióico e os indivíduos
femininos apresentam flores individuais com um receptáculo espessado
comestível. O estróbilo floral pode ser fecundado nos meses
de setembro a maio. Já os indivíduos masculinos têm
cones cilíndricos que medem de 8 a 12 mm de comprimento e se reúnem
em números entre 3 e 6, geralmente posicionados no ápice
do pedúnculo axilar (ESALQ, 2010; Wikipédia, 2010). O pólen
do pinheiro-bravo é viável nos meses de abril a junho.
As sementes são bastante diminutas (4 - 8 mm de diâmetro),
de formato subgloboso, brilhantes e esverdeadas, com pedúnculo
comprido e carnoso (Wikipédia, 2010; Cardoso, 2004). Em plantios
comerciais, P. lambertii inicia sua fase reprodutiva aos oito anos de
idade, e a maturação dos seus frutos é bastante
variável e influenciada pelas condições climáticas
locais (Cardoso, 2004).
A árvore adulta pode alcançar até 30 m de altura
e 120 cm de DAP (diâmetro médio na altura do peito). Porém,
em florestas mistas com a Araucaria angustifolia, o pinheiro-bravo normalmente
apresenta 10 m de altura e DAP que varia entre 20 a 40 cm. O tronco
da árvore pode ser bastante inclinado e apresenta também
várias tortuosidades e ramificações pesadas. Sua
casca têm coloração marrom a parda, que vai se fendilhando
e caindo aos poucos. Ela tem espessura de cerca de 10 mm e quando ocorre
sua queda, revela-se a casca interna com odor leve característico
e uma cor semelhante ao carmim. A planta adulta pode possuir muitas
ramificações e a copa é geralmente arredondada
e irregular (Cardoso, 2004). O mesmo autor apontou a classificação
taxonômica de P. lambertii como uma espécie pertencente à família
Podocarpaceae e à ordem Coniferae, com diversos nomes comuns
distintos, tais como: atamba-açu em Santa Catarina, pinheiro-do-mato,
pinheirinho, pinheiro-alemão, pinho-brabo, entre tantos outros
nomes vulgares encontrados ao longo de toda sua dispersão no
território brasileiro e nordeste argentino. Há que se
cuidar para evitar confundir o nome popular desse pinheiro-bravo brasileiro
com o mesmo nome pinheiro-bravo comumente dado ao Pinus pinaster na
Península Ibérica (Sobre o pinheiro-bravo Pinus pinaster ler em: http://www.celso-foelkel.com.br/pinus_20.html#um).
P. lambertii apresenta uma madeira bastante macia, leve (0,43
a 0,54 g.cm-3), de coloração bege clara com algumas regiões
acinzentadas e não há diferenciações entre
o cerne e o alburno. Também possui textura fina e grã a
direita, sendo pouco resistente ao ataque de térmites e a altas
umidades. Apesar desses problemas, é uma madeira facilmente tratada,
aceita vários tipos de tintas e vernizes e é muito apreciada
na carpintaria por possuir bom acabamento, que pode ser prejudicado pela
elevada presença de nós. Isso ocorre em especial em árvores
que não foram manejadas adequadamente. Segundo Cardoso (2004),
as características físico-mecânicas da madeira do
pinheiro-bravo podem ser em alguns aspectos superiores às do pinheiro-do-Paraná (Araucaria
angustifolia). Quando comparada à madeira de Pinus elliottii, a de pinheiro-bravo é superior em quase todos os parâmetros
testados.
A madeira de P. lambertii também é apreciada na
serraria e pode ser utilizada para a elaboração de caixas,
tábuas
de forro, ripas, brinquedos, palitos de picolé, lápis,
brinquedos e, inclusive, madeiras e chapas reconstituídas, como
laminados, aglomerados, painéis e compensados (ESALQ, 2010; Wikipédia,
2010; Cardoso, 2004). A madeira do pinheiro-bravo já foi também
pesquisada para a combustão (como biomassa para a geração
de energia) e para a fabricação de celulose e papel, e é adequada
para ambos os fins (Cardoso, 2004).
Além do uso madeireiro, o pinheiro-bravo também é bastante
apreciado na medicina alternativa. Suas folhas cozidas podem ser utilizadas
no combate à anemia, astenias e doenças provocadas por
mau funcionamento glandular. A resina pode auxiliar no tratamento de
infecções urinárias e também tem poder anti-catarral.
Os brotos são comumente usados para confecções de
xaropes estimulantes (Körbes apud Cardoso, 2004). Há ainda
muito a ser pesquisado sobre os poderes medicinais dessas árvores.
Por outro lado, nesse tipo de medicina, sempre temos que ser cautelosos
e evitar os excessos. Nem tudo que é natural pode ser usado sem
cuidados e recomendações técnicas.
O pinheiro-bravo já foi referido e testado como alimento animal,
apresentando 9,5 % de proteína bruta e 8 % de tanino em sua forragem
(Leme apud Cardoso, 2004).
P. lambertii é uma árvore bastante vistosa e ornamental,
possui finalidade paisagística e é encontrado na arborização
urbana de diversas cidades brasileiras, principalmente por ser uma espécie
nativa, de crescimento lento e por suas sementes servirem de alimento à avifauna.
A árvore pode ser plantada em parques, jardins e ruas, proporcionando
também sombra às pessoas.
Outra finalidade bastante interessante de P. lambertii é a do
seu reflorestamento para recuperação ambiental. Já foi
comprovado que o pinheiro-bravo consegue sobreviver e se adaptar bem
a solos contendo poluentes e degradados (Maranho et al., 2006). O gênero
Podocarpus geralmente se desenvolve em solos de fertilidade variável;
porém, bem drenados. Dessa forma, não são indicados
para plantios de restauração de áreas em locais
inundados. Quando são plantados em solos pobres, o crescimento
dos indivíduos é bem mais lento, mesmo possuindo associação
simbióticas com micorrizas arbusculares, as quais ajudam na absorção
de nutrientes promovendo melhorias no desenvolvimento das plantas (Cardoso,
2004).
Com relação aos seus aspectos ecológicos, P.
lambertii foi classificado como espécie secundária tardia, e portanto,
não é pioneira e colonizadora. Ela se estabelece em seqüência às
pioneiras após uma perturbação forte como desmatamento.
Dessa forma, o pinheiro-bravo é tolerante ao sombreamento apesar
de também conseguir se desenvolver em áreas de sol pleno
(Cardoso, 2004).
P. lambertii é uma espécie bem adaptada a grande parte
do clima brasileiro, e pode ser encontrada em regiões quentes
(com temperaturas médias anuais de 21 °C) ou em regiões
frias como em São Joaquim, SC, que possui mínima absoluta
de -8,2 °C (temperatura média anual de 13,2 °C). Também
não apresenta exigências de altitude: é observada
em regiões com apenas 10 metros e em outras com até 2.000
metros de altitude. O pinheiro-bravo, não suporta déficit
hídrico, mas se desenvolve melhor em locais onde as chuvas são
bem distribuídas (Cardoso, 2004). Por ser uma planta endêmica
da nossa região e também bastante rústica, tem poucas
pragas e moléstias relatadas na literatura. Já foi registrada Eupithecia spp. (Lep.: Geometrideae) desfolhando o pinheiro-bravo na
Serra da Mantiqueira, SP. Em Curitiba, PR, a cochonilha Ceroplastes
grandis também já foi relatada atacando P. lambertii. Corynelia
brasiliensis é um fungo que ataca principalmente folhas e frutos
dessa conífera; sendo que a calda bordalesa pode ser utilizada
com eficiência para o seu controle (Cardoso, 2004).
P. lambertii possui crescimento considerado lento e produtividade volumétrica
máxima relatada de 7,33 m³.ha-1.ano-1, com 15 anos de idade
(Cardoso, 2004). Apesar disso, pelas características da sua madeira,
suas diversas finalidades ambientais e sociais e por ser uma árvore
nativa, há o aumento do interesse pela mesma. Atualmente, estudos
vêm sendo realizados com o pinheiro-bravo buscando o seu potencial
madeireiro e também objetivando conhecer a sua importância
em ambientes naturais, como promotor da biodiversidade (Milani, 2010).
Com isso, a busca por informações mais precisas das características
silviculturais das espécies de Podocarpus também vem aumentando,
bem como a necessidade por informações de qualidade de
suas mudas e sementes. As sementes devem ser colhidas quando maduras,
com o pseudocarpo carnoso separado. Elas devem ser secas em local ventilado
e posteriormente armazenadas em sacos plásticos sob temperaturas
entre 3-5°C. As sementes apresentam elevado teor de água,
perdendo a viabilidade caso sequem em demasia. A câmara fria também
pode ser utilizada para prolongar a longevidade das sementes. Medeiros
e Zanon (1988) conseguiram conservar sementes de P. lambertii em sacos
semi-permeáveis por 360 dias quando acondicionadas em câmaras
controladas a 4ºC ± 1ºC e umidade relativa de 84% ± 2%.
Segundo Milani (2010), as leis ambientais restringem o corte de árvores
nativas como o pinheiro-bravo, dificultando também o manejo racional
de sua madeira em áreas de preservação permanente
(APP) ou de reserva legal (RL). O autor ressaltou que os indivíduos
já em estágio fisiológico avançado (maturidade)
poderiam ser abatidos de forma racional, permitindo ao agricultor obter
renda nas áreas de APP e RL. De acordo com a biologia das árvores,
após atingida a maturidade resta apenas o período de senilidade
e morte, havendo muito pouco crescimento do indivíduo. Dessa forma, árvores
que já atingiram tal estágio poderiam ser manejadas racionalmente.
Para que isso possa ser implantado, programas de educação
ambiental e de extensão devem ser expandidos no meio rural, promovendo
a conscientização e o plantio de mudas do pinheiro-bravo
com freqüência, principalmente para compensar o que seria
retirado das áreas de preservação. Dessa forma,
conhecimentos da fenologia da planta, suas características ecológicas,
biológicas e fisiológicas, bem como seu desenvolvimento
em cada local do país também se tornam prioritários.
Com certeza ainda há muito a ser descoberto e pesquisado sobre
o pinheiro-bravo, inclusive para favorecer que esse gênero possa
de novo ter destaque silvicultural no país, após ter sido
explorado desordenadamente, como ocorreu em um passado não muito
distante (Milani, 2010).
Observem a seguir algumas bibliografias encontradas na internet que apontam
algumas das características morfológicas do pinheiro-bravo,
suas funções e finalidades e pesquisas já conduzidas
no Brasil sobre o gênero Podocarpus.
Podocarpus
lambertii. Wikipédia. Acesso em 04.10.2010:
A enciclopédia virtual Wikipédia apresenta as principais
descrições morfológicas de P. lambertii. O texto
técnico mostra ainda a origem do nome científico da árvore,
sua distribuição e abrangência geográfica,
nomes comuns e caracterização taxonômica. Há também
diferenciação regional com Podocarpus sellowii. Confiram
a versão em português. Essa apresenta-se mais completa,
até mesmo por P. lambertii ser nativo do Brasil.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Podocarpus (Gênero
Podocarpus)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Podocarpus_lambertii (Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Podocarpus_lambertii (Inglês)
Podocarpus sellowii. Wikipédia. Acesso em 04.10.2010:
O texto existente sobre P. sellowii ainda é muito pequeno, inclusive
no idioma português. Nesse, há apenas o nome comum, breve
caracterização morfológica da espécie e locais
onde é distribuído geograficamente. No texto em inglês,
encontra-se a descrição taxonômica, ressaltando que P.
sellowii é uma conífera encontrada apenas no Brasil.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Podocarpus_sellowii (Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Podocarpus_sellowii (Inglês)
Pinheiro-bravo. Podocarpus lambertii Klotz. Trilhas da ESALQ. Acesso
em 04.10.2010:
O website Trilhas da ESALQ/USP, de A.E.L. Reyes, possui textos caracterizando
diversas gimnospermas, inclusive o pinheiro-do-mato (pinheiro-bravo).
Observem as descrições morfológicas do tronco, inflorescências,
folhas e outras partes da árvore. Ainda há informações
sobre abrangência e uso antrópico e importância ecológica
de P. lambertii. Confiram também algumas fotos.
http://www.esalq.usp.br/trilhas/gim/gim01.htm
Artigos técnicos e científicos
sobre o pinheiro-bravo:
Crescimento de Podocarpus lambertii Klotzsch Ex Endl. em duas
regiões
fitogeográficas no estado do Rio Grande do Sul. E. J. Milani.
Tese de Doutorado. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. 157 pp.
(2010)
http://www.vsdani.com/ppgef/tesesdissertacoes/
8e42eerni_jos__milani_tese_de_doutorado.pdf
Fatores
ecológicos
determinantes na ocorrência de Araucaria
angustifolia e Podocarpus lambertii, na floresta ombrófila mista
da FLONA de São Francisco de Paula, RS, Brasil. S. J. Longhi;
D. A. Brena; S. B. Ribeiro; C. R. Gracioli; R. V. Longhi; T. Mastella.
Ciência Rural 40(1):57-63. (2010)
http://www.scielo.br/pdf/cr/v40n1/a399cr1265.pdf
Fenologia, seleção de árvores matrizes e coleta
de sementes de Podocarpus lambertii Klotzsch ex Eichler no Rio Grande
do Sul, Brasil. D. Block Araldi; E. C. Costa; D. Souza; R. Trevisan;
E. F. Araldi; F. S. Gnocato. VI Congresso de Meio Ambiente da AUGM. UFSCar
- Universidade Federal de São Carlos. 15 pp. (2009)
http://www.ambiente-augm.ufscar.br/uploads/A1-056.pdf
Resposta de sementes de Podocarpus lambertii e Podocarpus
sellowii – (Podocarpaceae) à dessecação.
L. C. Garcia; A. C. Nogueira. Ciência Florestal 18(3): 353-358.
(2008)
http://redalyc.uaemex.mx/pdf/534/53418308.pdf
Estudos
das propriedades físicas e mecânicas da madeira de Podocarpus
lambertii oriunda de floresta nativa. A.M. Aguirre; D.A. Gatto; D.B.
Araldi; D.M. Stangerlin; R.R. Melo; L.S. Oliveira. XVII CIC/X ENPOS.
05 pp. (2008)
http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/EN/EN_01412.pdf
Aspectos morfo-anatômicos de sementes de Podocarpus
lambertii Klotz.
e Podocarpus sellowii Klotz. – Podocarpaceae. L. C. Garcia; A.
C. Nogueira; Y. Alquini. Revista Brasileira de Sementes 28(3): 129-134.
(2006)
http://www.scielo.br/pdf/rbs/v28n3/19.pdf
Efeitos da poluição por petróleo na estrutura da
folha de Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl., Podocarpaceae. L.
T. Maranho; F. Galvão; K. H. Preussler; G. I. B. Muñiz; Y.
S. Kuniyoshi. Acta Botânica Brasileira 20(3): 615-624. (2006)
http://www.scielo.br/pdf/%0D/abb/v20n3/11.pdf
Variação dimensional das traqueídes ao
longo do caule de Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl., Podocarpaceae. L.
T. Maranho; F. Galvão; G. I. B. Muñiz; Y. S. Kuniyoshi; K.
H. Preussler. Acta Botânica Brasileira 20(3): 633-640. (2006)
http://www.scielo.br/pdf/abb/v20n3/13.pdf
Secagem forçada em sementes de Podocarpus lambertii e Podocarpus
sellowii. L. C. Garcia; A. C. Nogueira; Y. S. Kuniyoshi.
Comunicado Técnico
Embrapa 140. 03 pp. (2005)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/com_tec140.pdf
Pinheiro-bravo. Podocarpus lambertii. P. E. R. Carvalho.
Boletim Técnico
Embrapa 95. 09 pp. (2004)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/circtec/edicoes/circ-tec95.pdf
Aspectos anatômicos da folha de Podocarpus lambertii Klotzsch (Podocarpaceae). N. A. Macêdo; K. R. B. Leite. Sitientibus. Feira de Santana
20: 23-31. (1999)
http://www.uefs.br/sitientibus/pdf/20/aspectos_anatomicos.pdf
Conservação de sementes de branquilho [Sebastiania
commersoniana (Baillon) l. B. Smith & R. J. Down] e de pinheiro-bravo (Podocarpus
lambertii Klotzch Ex Endl.), armazenadas em diferentes ambientes. A.
C. S. Medeiros; A. Zanon. Boletim de Pesquisa Florestal 36: 57-69. (1998)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim36/medeiros3.pdf
Maturidade fisiológica de sementes de Podocarpus lambertii Klotzsch. L. I. M. Ragagnin; E. C. Costa; J. M. Hoppe. Ciência Florestal
4(1): 23-41. (1994)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v4n1/art2v4n1.pdf
Composição florística e estrutura fitossociológica
de um “capão” de Podocarpus lambertii Klotz. no Rio
Grande do Sul. S. J. Longhi; G. L. Selle; L. I. M. Ragagnin; J. E. Damiani.
Ciência Florestal 2(1): 9-26. (1992)
http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/
index.php/cienciaflorestal/article/viewFile/260/136
Substrato para estaquia de Podocarpus sellowii Klotzsch Ex Eichler. C.
S. Fior; C. Leonhardt; P. C. S. Schäffer. Jardim Botânico – Fundação
Zoo-Botânica do Rio Grande do Sul. Pôster. (s/d = sem referência
de data)
http://www.fzb.rs.gov.br/jardimbotanico/pesquisa/
pdf/(44)Ensub_Estaquia_Podocarpus.pdf
Imagens do pinheiro-bravo brasileiro:
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=podocarpus+lambertii&rlz=
1I7RNTN_pt-BR&um=1&ie=UTF8&source=univ&ei=4zeqTI2VM4P78AbNq9z_
DA&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=1&ved=
0CCoQsAQwAA&biw=1276&bih=595 (Podocarpus lambertii – Imagens
Google)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Podocarpus&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&um=1&ie=UTF8&source=univ&ei=3xerTIXsOMT48Abp2rDABw&sa=
X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=
1&ved=0CCgQsAQwAA&biw=1276&bih=595 (Podocarpus – Imagens
Google)
http://www6.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=1380 (Flora
digital do Rio Grande do Sul)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=
Podocarpus+sellowii&rlz=1I7RNTN_pt-BR&um=1&ie=
UTF8&source=univ&ei=ThyvTLPqNML88AaBgv2nCQ&sa=
X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=
1&ved=0CCgQsAQwAA&biw=1276&bih=595 (Podocarpus
sellowii – Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&source=imghp&biw=
796&bih=411&q=%22pinheiro+bravo%22+podocarpus&btnG=
Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai (Podocarpus e Pinheiro-bravo – Imagens Google)
Cinqüenta
Anos de Engenharia Florestal no Brasil
As
florestas têm extrema importância para
a vida do ser humano nesse nosso planeta. Desde os primórdios
de sua existência, o homem utilizou os recursos naturais de árvores
e seus produtos para a sua sobrevivência e desenvolvimento sócio-econômico.
A coexistência do homem com a floresta fez com que muitos produtos
e serviços florestais se tornassem parte da cultura de muitos
povos.
O primeiro curso de graduação envolvendo as ciências
florestais foi criado no ano de 1787 em Dillenburg, na Alemanha. Já nas
Américas, as escolas mais antigas criadas na área florestal
datam de 1898, nos estados americanos da Carolina do Norte e Nova York,
EUA (Borges, 2010). No Brasil, a primeira faculdade de Engenharia Florestal
completou 50 anos no mês de maio de 2010. Criada a partir da
Lei n.º 48.247 de 30 de maio de 1960, a Escola Nacional de Florestas é considerada
a mais antiga da América Latina. A primeira turma iniciou suas
atividades na antiga UREMG - Universidade Rural do Estado de Minas
Gerais, e após três anos e meio de estudos o curso foi
transferido para Curitiba, vinculando-se à atual Universidade
Federal do Paraná (UFPR) através do Decreto-Lei n.º 52.828,
onde permanece até os dias atuais. Naquela época, como
contra-ação a essa transferência, o governo mineiro
criou a segunda escola de Engenharia Florestal do Brasil, posteriormente
denominada Escola Superior de Florestas, pertencente atualmente à UFV
- Universidade Federal de Viçosa (Andifes, 2010; Jubileu de
Ouro...,2010; Pinheiro, 2010; Borges, 2010; Henriques, 2010).
De acordo com Andifes
(2010), os anos iniciais do primeiro curso de Engenharia Florestal
brasileiro (1961-1969) foram marcados por rápido
desenvolvimento e trocas de informações através
principalmente, do aprimoramento da qualidade de ensino. Durante esse
período, a faculdade possuiu diversos convênios e incentivos
estrangeiros tal como a assistência das Nações
Unidas (Projeto 52) e também apoio da Universidade Albert-Ludwig,
de Freiburg - Alemanha, para a criação do primeiro curso
de mestrado na área já em 1973 e posteriormente de doutorado
em 1982.
Atualmente, existem diversas outras instituições públicas
e privadas de ensino que apresentam cursos de Engenharia Florestal.
Segundo Borges (2010), em 2006 já existiam mais de 37 em todo
o território brasileiro. Entretanto, esse crescimento tem sido
exponencial. Mais recentemente, Pinheiro (2010) relatou que há mais
de 59 cursos ligados à área no Brasil, mas podemos ter
um número maior que esse, com a entrada de novos estados na
formação de florestas plantadas, como Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás,
etc. Esses cursos foram criados com a finalidade de promover o crescimento
e a sustentabilidade das áreas florestais, formando profissionais
capacitados para atuar no manejo de florestas nativas e exóticas;
além, de produzir com eficácia os mais diversos produtos
que as florestas podem fornecer à sociedade (Borges, 2010; Pinheiro,
2010; Machado, 2010).
De acordo com Borges (2010), as principais áreas que a Engenharia
Florestal abrange vão desde a silvicultura, ecologia, economia,
proteção florestal, manejo de bacias hidrográficas,
colheita de florestas, até o desenvolvimento de tecnologias
para melhor aproveitamento dos produtos florestais como celulose e
papel, painéis de madeira, óleos e resinas, etc., etc.
Pinheiro (2010) também comentou que as funções
do Engenheiro Florestal estão fortemente vinculadas a aspectos
econômicos, sociais e ambientais. Hoje, um dos grandes desafios
de muitos profissionais da área é produzir com sustentabilidade,
utilizando os recursos naturais das florestas de forma mais racional
possível, através de técnicas de bom manejo silvicultural.
Outra problemática encontrada é a diminuição
dos resíduos gerados pelas indústrias florestais, reaproveitando-os
de forma mais ambientalmente correta, desenvolvendo tecnologias que
agreguem valor a esses subprodutos e tornando-os matéria-prima
para outros ciclos produtivos.
Nos 50 anos de existência da Engenharia Florestal no Brasil,
houve grandes avanços no setor. A formação e atuação
de profissionais capacitados fez com que nosso país hoje seja
referência internacional no setor florestal, com grande área
de florestas plantadas (6,3 milhões de ha), além de possuir
a maior extensão de floresta tropical nativa do mundo (Pinheiro,
2010; Borges, 2010; Rodrigues, 2010; Sant’Anna Júnior,
2010). Ainda com relação a números, o último
autor ressaltou a existência de seis milhões de hectares
de mata nativa preservada em todo o território nacional associados
aos plantios comerciais.
Além dessas extensões geográficas florestais,
o país também se apresenta forte no setor devido à grande
quantidade de indústrias de base florestal como as de celulose
e papel, de ferro-gusa e aço, serrarias, produção
de madeiras reconstituídas, móveis entre outras (Rodrigues,
2010). De acordo com Pinheiro (2010), o setor florestal é atualmente
responsável por 5% do PIB nacional, gera inúmeros empregos
e renda para diversas comunidades e melhora a qualidade de vida de
muitos brasileiros.
Através de iniciativas e incentivos públicos e privados,
o Brasil também é reconhecido pelos avanços tecnológicos
e de pesquisa no setor florestal, promovendo melhorias contínuas
no patrimônio genético, no manejo da silvicultura, na
colheita e no beneficiamento de produtos das florestas, visando à diminuição
dos problemas e gargalos regionais que os produtores apresentam (Rodrigues,
2010). Um exemplo claro disso é na área de melhoramento
genético florestal, onde clones e variedades de eucalipto e
de Pinus conseguiram superar a produtividade de espécies dos
gêneros em seus respectivos locais de origem. Isso, com certeza,
contribuiu para o país se situar entre os grandes produtores
de florestas plantadas do mundo (Rodrigues, 2010).
Comemorações
festivas dos 50 anos:
O ano do “Jubileu de Ouro da Engenharia Florestal no Brasil”,
como Borges (2010) e SBEF - Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais
(2010) chamaram, tem sido um grande evento comemorativo. Em 2010, já ocorreram
e continuam acontecendo diversos eventos, palestras, homenagens e festividades
em comemoração ao qüinquagésimo aniversário
do curso e da carreira no país. Tais atividades comemorativas
vão até maio de 2011, onde segundo SBEF (2010), será entregue
o prêmio 50 anos de Engenharia Florestal Brasileira.
Os eventos e palestras têm acontecido desde o começo de
2010 e abordam geralmente os avanços do setor florestal nos últimos
50 anos, a profissão do Engenheiro Florestal, as tendências
e perspectivas para a área, além dos principais problemas
e dificuldades a se superar (Costa, 2010).
As comemorações dos 50 anos da Engenharia Florestal já foram
realizadas em várias regiões do Brasil, mas têm
ocorrido principalmente em Viçosa, MG e em Curitiba, PR. Na última,
dois laboratórios ligados ao setor foram inaugurados. Nesse
ano, o curso de Engenharia Florestal da UFPR também apresenta
currículo novo, mais adaptado às necessidades do mercado
brasileiro, também abordando aspectos ambientais e humanísticos
(Andifes, 2010; SBEF, 2010; Henriques, 2010). Da própria engenharia
florestal têm surgido carreiras paralelas importantes, como os
cursos de Engenharia Industrial Madeireira, que foram criados em diversas
universidades no Brasil. Isso sem contar sobre a fantástica
produção acadêmica nas dezenas de cursos de pós-graduação,
tanto a nível de mestrado, como de doutorado.
Perspectivas e desafios da Engenharia Florestal no Brasil:
Apesar dos grandes avanços que a Engenharia Florestal proporcionou à economia,
sociedade e meio ambiente para o Brasil nos últimos 50 anos,
ainda há muito a ser feito para a diminuição dos
diversos problemas existentes na área. Rebelatto (2010) afirmou
que um dos grandes desafios dos Engenheiros Florestais atuais é produzir
riquezas e ao mesmo tempo preservar os recursos florestais, além
da recuperação de áreas degradadas.
Muitas pesquisas visando a novas tecnologias mais sustentáveis
e de bom manejo devem continuar avançando, buscando o aumento
da produtividade e preservando os recursos naturais das áreas
de conservação e das próprias áreas de
produção. Estudos acerca do uso racional dos produtos
florestais também devem ser promovidos, a fim de utilizá-los
da forma mais racional possível, sem desperdícios e com
mínima geração de resíduos.
O ano de 2010 também foi marcado por outro assunto bastante
polêmico e de enorme interesse na vida profissional do Engenheiro
Florestal: a mudança do Código Florestal Brasileiro.
Os profissionais da área devem continuar em busca da preservação
ambiental tentando conciliar a produção econômica
com a conservação ambiental (Borges, 2010). Isso pode
ser alcançado através da pesquisa, educação,
conscientização e ciência, com o manejo as áreas
de APP (áreas de preservação permanente) de forma
sustentável e do uso de práticas silviculturais ambientalmente
corretas. O Código Florestal Brasileiro pode e deve ser ajustado,
mas ele deve ser adequado às realidades sócio-ambientais
de cada região brasileira e não apenas com foco na economia
do que pode gerar de novas riquezas econômicas.
Outro grande desafio
da Engenharia Florestal para o futuro, apontado por Borges (2010), é a produção florestal, levando
em conta o bem estar da sociedade e a preservação dos
recursos naturais para as gerações futuras. A proteção
de mananciais, o seqüestro de carbono, o aumento da biodiversidade
e a atenuação do aquecimento global podem ser os caminhos
para isso e também para a diminuição da pobreza
rural.
Considerações finais:
Os 50 anos da Engenharia Florestal no Brasil foram marcados por inúmeros
avanços; porém, ainda há vários e importantes
desafios. Um deles é a própria valorização
da atividade florestal pela sociedade brasileira, que desconhece a
profissão e os benefícios que as florestas plantadas
trazem para o ser humano e para o próprio ambiente.
Os Engenheiros Florestais são profissionais cada vez mais requisitados
para as soluções dos diversos problemas que existem no
setor. As universidades com cursos na área devem estar em constante
aperfeiçoamento buscando a adaptação de seus currículos
para a formação de profissionais cada vez melhores (Sant’Anna
Júnior, 2010; Machado, 2010).
Observem a seguir
diversos textos técnicos, vídeos, notícias
e eventos de festividades e palestras que ocorreram em comemoração
aos 50 anos da Engenharia Florestal no Brasil:
Engenharia florestal. Wikipédia. A Enciclopédia Livre.
Acesso em 08.12.2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_florestal
Os 50 anos da engenharia florestal no Brasil. Revista Opiniões.
W.D. Souza. Edição especial. Diversos artigos de diversos
autores. (Março/Maio, 2010). Acesso em 08.12.2010:
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/edicao_materias.php?id=32
Engenharia florestal no Brasil - 50 anos. Comemorações.
Fotos e Vídeos. SIF - Sociedade de Investigações
Florestais. Acesso em 08.12.2010:
http://www.sif.org.br/50anos/videos.htm
O ensino florestal no Brasil. S.A. Machado. Revista Opiniões
(Março/Maio). (2010)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=644
O futuro do ensino da engenharia florestal no Brasil. Painel Florestal.
(2010)
http://painelflorestal.com.br/artigos/8751/
o-futuro-do-ensino-da-engenharia-florestal-no-brasil
Jubileu de ouro da engenharia florestal do Brasil. Fundação
de Pesquisas Florestais do Paraná. Notícias. (2010)
http://www.fupef.ufpr.br/jubileu.html
50 anos de engenharia florestal no Brasil. G. Pinheiro. Blog Água
da Vida. (2010)
http://ecogalera.blogspot.com/2010/07/
50-anos-de-engenharia-florestal-no.html
Engenharia florestal completa 50 anos no Brasil. L. C. Costa. Celuloseonline.
Notícias. (2010)
http://www.celuloseonline.com.br/noticias/
Engenharia+Florestal+completa+50+anos+no+Brasil
Engenharia florestal: novos desafios nos 50 anos da profissão
no Brasil. M. Rebelatto. Agrolink. (2010)
http://www.agrolink.com.br/noticias/NoticiaDetalhe.aspx?codNoticia=113755
50 anos da engenharia florestal no Brasil: hora de comemorar
e lutar.
E. Volpato. Notícias. UnB Agência. (2010)
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/artigo.php?id=294
Curso de engenharia florestal da UFPR comemora 50 anos. Andifes - Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior. (2010)
http://www.andifes.org.br/index.php?option=com_content&view=
article&id=3620:curso-de-engenharia-florestal-da-ufpr-
comemora-50-anos-&catid=58&Itemid=100012
10 anos de engenharia florestal no Acre, 50 no Brasil. E. Rodrigues.
Jornal A Tribuna. (2010)
http://www.jornalatribuna.com.br/MostrarNoticia.do?id=
7101&ano=2010&mes=07&dia=16
A engenharia florestal e a evolução da sociedade. M.
Sant’Anna Junior. Revista Opiniões. (2010)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=631
Primeiro curso do país em engenharia florestal faz 50 anos.
SBEF-Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais. Notícias
Ageflor. (2010)
http://www.ageflor.com.br/noticiassetorinterna.php?id=387
50 anos de engenharia florestal: propulsão para os negócios
florestais. CIFLORESTAS. Análise conjuntural. 06 pp. (2010)
http://www.ciflorestas.com.br/arquivos/ana_50__17084.pdf
Comemorações dos 50 anos de engenharia florestal no Brasil. L. Henriques. Notícias. Universidade Federal de Viçosa.
(2010)
https://phpsistemas.cpd.ufv.br/ccs_noticias/scripts/exibeNoticia.php?codNot=11676
Engenharia florestal a beira dos 50 anos. Entrevista da Celuloseonline
com Glauber Pinheiro. Madeira Total (2010)
http://madeiratotal.com.br/noticia.php?id=75736
Os 50 anos. J. F. Borges. Revista Opiniões (2010)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=632
Atores das questões ambientais. V. Röpke. Campusonline.
UnB - Universidade de Brasília. (2010)
http://fac.unb.br/campusonline/mundo-academico/
item/301-50-anos-de-existencia
50 anos da engenharia florestal no Brasil. G. A. Ribeiro. Universidade
Federal de Viçosa. Apresentação em PowerPoint:
23 slides. (2010)
http://smef.org.br/uploads/arquivos/Guido_Assuncao_Ribeiro.pps#397,1,Slide
1
Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Grandes Autores sobre os Pinus
Engenheiro Agrônomo Silvicultor Pieter Willem Prange
Pieter
Willem Prange nasceu no ano de 1938, em Bogor (nome indonésio),
cidade situada na atual Indonésia. Na época, essa
região era território ultramarino holandês
(Índias Orientais Holandesas) e a cidade era denominada
na linguagem desse país europeu como Buitenzorg (significado:"zelo
externo"). Depois da
segunda guerra mundial, sua família, após passar determinado
período na Holanda, seguiu para o Brasil em 1949, inicialmente
residindo em Ponta Grossa, PR. Ali, seu pai, que era especialista em
culturas tropicais (café, seringueira, chá e quinina),
trabalhou como engenheiro agrônomo.
Em 1957, Pieter Prange concluiu o ensino médio no Instituto
Mackenzie em São Paulo, ingressando no ano seguinte na ESALQ/USP
- Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade
de São Paulo. Formou-se engenheiro agrônomo em 1963, sendo
aluno da primeira turma dessa universidade com especialização
em Silvicultura.
Inicialmente, escolheu o curso de Agronomia pela afinidade e gosto
transmitido pelo seu pai, também Engenheiro Agrônomo.
Porém, durante o curso, por não possuir imóvel
rural agrícola, acabou elegendo e se especializando em "algo
mais distante", como a Silvicultura: uma área de inúmeras
afinidades com a Agronomia; porém, sem qualquer tipo de "concorrência
e influência paterna direta". Durante os anos 50/60 existia
alto potencial de desenvolvimento do setor florestal brasileiro, principalmente
pelo crescimento do país que necessitava reposição
de florestas nativas, principalmente do pinheiro-do-Paraná.
Isso também foi um estímulo ao seu interesse e escolha
pela área da silvicultura.
Foi um dos cinco primeiros alunos do curso de diversificação
florestal da ESALQ e recebeu premiações e destaques na área
em sua formatura. Recebeu o prêmio Champion Papel e Celulose
e a medalha Edmundo Navarro de Andrade, essa da diretoria da Cia. Paulista
de Estradas de Ferro, por ser o primeiro aluno da turma da diversificação
em Silvicultura daquele ano. Durante toda a sua formação
acadêmica, Pieter Prange se preocupou não apenas na aquisição
do conhecimento nas áreas florestais, mas também em adquirir
experiência prática no campo. Dessa forma, realizou monitorias
na disciplina de silvicultura do Professor Dr. Helládio do Amaral
Mello, ajudando no preparo de aulas práticas. Segundo relatos
feitos por Pieter, naquela época, a disciplina era ainda muito
baseada no que se dispunha na universidade e em diversos departamentos
afins, muito pouca era a integração com empresas florestais.
Nem havia uma "cadeira de engenharia florestal", a especialização
em silvicultura era responsabilidade da "cadeira de horticultura,
fruticultura, silvicultura, olericultura e floricultura". Em 1962,
essa cadeira foi desmembrada em Horticultura e Silvicultura. Alguns
anos depois, criou-se na ESALQ o Departamento de Silvicultura e depois
re-denominado de Ciências Florestais
(Leiam mais em:
http://www.luiz.barrichelo.nom.br/reminiscencias.htm).
Durante boa parte do seu curso de graduação, Pieter Prange
auxiliou em projetos de pesquisas ligados ao setor florestal na qualidade
de bolsista de iniciação científica, tanto do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), quanto do Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP). Na graduação, durante os períodos
de férias, sempre realizou estágios vinculados ao ramo
florestal. Estagiou na Cia. Melhoramentos de São Paulo, em Monte
Verde, MG; no IAC - Instituto Agronômico, em Campinas, SP; na
Olinkraft Celulose e Papel, em Lages, SC; na Champion Papel e Celulose
S.A., em Mogi-Guaçú, SP; na Cia. Agro Florestal Monte
Alegre (Freudenberg), em Agudos, SP; dentre as inúmeras de suas
atividades extra universidade.
Depois de dois períodos de estágio na empresa localizada
em Santa Catarina, Pieter Prange foi admitido em 1964 como "engenheiro
júnior florestal" da Olinkraft Celulose e Papel (fábrica
produtora de celulose e papel kraft para a fabricação
de sacos multifoliados e caixas de papelão ondulado). Após,
passou a subir rapidamente de cargos (por promoções),
passando por praticamente todas as etapas de evolução
profissional possíveis na empresa até chegar ao posto
de gerente geral florestal. Até o ano de 1983, desempenhou esse
cargo, sendo responsável pelas atividades do setor florestal
da empresa. Também respondia pelo abastecimento de madeira da
fábrica e pelas técnicas de energia alternativas da mesma.
Atuou em projetos de fomento florestal, aquisição de áreas
florestadas, realizou orçamentos de logística de transporte
madeireiro, entre outras atividades importantes para uma indústria
que vivia crescentes níveis de produção, destinando
seu produto tanto ao mercado interno como externo. Nesse período,
em conjunto com o vice-presidente florestal da época, James
Robert Amos, escreveram o trabalho intitulado “Reflorestamento
para o Brasil Meridional”, o qual foi apresentado e recebeu premiação
técnica em 1968, na Primeira Convenção Anual da
ABCP (hoje, ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel). O trabalho premiado relatava as experiências
da introdução dos Pinus no planalto de Santa
Catarina, reportando os principais sucessos e fracassos dos primeiros
anos de
adaptação do gênero arbóreo exótico
na região. Naquela época, Pieter Prange também
ofereceu sua expertise florestal a empresas relacionadas à Olinkraft,
como: Lages Reflorestamentos S. A. em Santa Catarina, Técnica
Florestal S. A. no Paraná e Plantar S. A. em São Paulo.
O objetivo era se estabelecer maçicos florestais para o abastecimento
e a constituição de um novo empreendimento industrial
denominado Braskraft Florestal e Industrial S.A. na região sul
do Estado de S. Paulo, previsto para ser erguido em Angatuba na bacia
do rio Paranapanema e não concretizado por motivos políticos
impedidos pelo Governo do Estado de S. Paulo na ocasião.
Também atuou por mais de 10 anos, até 1983, como coordenador
do grupo de trabalho GT-7 (Florestal e Conexos)da ANFPC- Associação
Nacional de Fabricantes de Papel e Celulose (atual BRACELPA). Nessa
função, coordenava os interesses das empresas associadas
do ramo florestal, buscando colaborar para os incentivos fiscais, além
de programas e planos florestais junto ao IBDF (atual IBAMA). Também
foi membro da primeira Comissão Nacional de Sementes Florestais,
objetivando o estímulo de programas de melhoramento genético
de espécies de rápido crescimento para as plantações
florestais brasileiras.
Além disso, Pieter Prange realizou pós-graduações
na área de Administração de Empresas com enfoques
adicionais em marketing industrial e em recursos humanos na Fundação
Getúlio Vargas. Possui também especialização
em Mecanização Florestal pela LSU (Louisiana State
University). Foi contratado pela Champion Papel e Celulose S. A.
no ano de 1983, onde ocupou diversos cargos executivos e de gerência
na área de mercados e negócios, vendas de papéis,
compras, importações, logística, controle de
estoques, treinamentos, abastecimento de madeira, energia alternativa
florestal, entre muitos outros, inclusive atuando em inventários
florestais e fomento de florestas plantadas. Foi ainda administrador
pleno da empresa Bates do Brasil Papel e Celulose, subordinada à Champion
Inc., e que possuía na época quatro unidades fabris
para a produção de papel kraft multifoliado e máquinas
de fabricação e ensaque em papel.
Nosso
homenageado dessa edição tem ainda grande experiência
em administração de empresas e obteve a oportunidade
de estagiar e realizar especialização na área
(e na vida prática também) pela Champion nos Estados
Unidos. Permaneceu ligado à Champion até se aposentar.
Atualmente, Pieter Prange atua como consultor independente, dando
assessoria e ajudando diversas empresas do setor florestal tanto
no Brasil como no exterior, realizando além de peritagens,
diagnósticos e assessoria técnica, outras consultorias
especiais.
Pieter Prange também foi um dos membros na elaboração
de regras de formatação e normas da certificação
florestal brasileira de plantações nos sistemas CERFLOR
e FSC. Pelo último, também realizou auditorias e monitoramentos
através das certificadoras credenciadas no país.
Durante sua vida profissional, Pieter Prange dedicou boa parte do
seu tempo e esforços às espécies de Pinus. Isso
aconteceu por necessidade de encontrar substitutos da madeira da
Araucaria angustifolia, com características similares e que
pudessem repor a curto prazo a crescente demanda de madeira no país
nos anos 60's. Durante esse período, grande parte da madeira
era destinada aos estados do sudeste, como São Paulo e Rio
de Janeiro, para suprir, principalmente, as necessidades da construção
civil, papel e celulose, chapas, etc. Dessa maneira, vários
estudos técnicos foram realizados com diversas espécies
arbóreas exóticas e nativas. A solução
para o problema foi encontrada em povoamentos de Pinus provenientes
da região litorânea do Golfo do México, em um
território que se estendia desde os estados do Texas até a
Flórida, nos Estados Unidos. O gênero Pinus ("espécies
amarelas" do sul dos USA - "Southern Yellow Pines")
se apresentou mais adaptado às condições edafo-climáticas
dos estados do sul do Brasil, especialmente Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Dessa forma, essas espécies
tornaram-se nas alternativas de sucesso para a problemática
do suprimento de madeira de conífera necessária na época.
Outra grande conquista de Pieter Prange foi a insistência em
pesquisas para a implantação do Pinus taeda na
região
sul do Brasil em complementação e mesmo substituição
ao Pinus elliottii. Nos anos 60's, pouco se conhecia sobre
essas espécies e suas adaptações às condições
encontradas nos estados sulinos brasileiros. As dificuldades e irregularidades
para a obtenção (aquisição) e germinação
(quebra de dormência e regularidade) das sementes de Pinus
taeda eram desanimadoras, mas estimulavam estudos e pesquisas
para soluções e mudanças. Pieter Prange se considera
muito feliz por ter auxiliado na solução desse enorme
problema que se tinha com a germinação das sementes
e produção de boas mudas de P. taeda. Por apresentar
menor quantidade de resina que P.elliottii, acreditava-se que P.taeda seria
mais indicada para o uso tanto como madeira serrada como na produção da celulose e papel. Isso poderia ser explicado
pela diminuição de custos dos processos químicos
e mecânicos empregados nas respectivas funções.
Os problemas com
desuniformidade de plântulas de P. taeda nos
viveiros florestais da época eram desanimadores e foram resolvidos
com a inoculação de fungos micorrízicos. Mais
informações sobre as vantagens de P. taeda sobre o
P. elliottii, além de mais detalhes e explicações
sobre a simbiose entre as micorrizas e os Pinus podem ser
obtidas no texto técnico abaixo escrito por Pieter Prange. Pieter
relatou os esforços iniciais da implantação
de P. taeda, solucionando a problemática da produção
de mudas na região sul brasileira e que rendem frutos até hoje.
Isso se explica pela elevada percentagem de plantio da espécie,
que chega atualmente a 80% do volume de plantações
jovens e recentes do sul do Brasil, principalmente nas áreas
de maior altitude. Enfim, tudo se confirmou, para júbilo de
Pieter Prange e de todos que se esforçaram por esse tema.
Além disso, Pieter W. Prange também comentou em entrevista
realizada pela PinusLetter, que algumas de suas atividades profissionais
mais relevantes foram ligadas ao fomento florestal, buscando novas
alternativas e trocas de informações para auxiliar
o desenvolvimento da silvicultura do Pinus e resolver os
problemas encontrados no segmento florestal na região sulina do país,
naqueles anos pioneiros.
Com a criação do IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos
Florestais, deu sua colaboração para tornar o setor
silvicultural brasileiro mais forte e competitivo, não só dentro
do país como no exterior. Também foi vital a sua atuação
junto aos órgãos governamentais, autoridades e outras
entidades de relevância para que medidas que prejudicassem
o setor não fossem tomadas, minimizando diversas ações
errôneas na época.
Pieter Prange também tem muito a agradecer por todas as oportunidades
que teve em ensino e aprendizagem durante sua vida, tais como cursos,
palestras e estágios, que ajudaram não apenas na sua
formação, mas também a de outros profissionais
e interessados no setor. Por toda sua carreira em benefício
do setor florestal, no ano de 2003, Pieter Willem Prange recebeu
do IPEF o título de sócio honorário dessa importante
entidade florestal brasileira (página 5 do IPEF Notícias
n.º 163:
http://www.ipef.br/publicacoes/ipefnoticias/ipefnoticias163.pdf)
Observem a seguir algumas palavras e sugestões feitas por
Pieter W. Prange referentes ao futuro, quando lhe questionamos sobre
medidas que ainda poderiam ser tomadas para promover melhor sustentabilidade
e produtividade para a silvicultura e em especial para as plantações
baseadas nos Pinus:
-
“Estabelecer
e estimular uma maior integração
indústria-produtor-fazendeiro florestal, sem que prevaleça
o predomínio atual dos oligopólios já existentes
em algumas regiões do país. Essa integração
tornaria a indústria de celulose (e a de papel) consumidora
dos resíduos madeireiros em uma atividade florestal
mais integrada e diversificada, ajudando na sua franca expansão.
-
Estimular
o reconhecimento da necessidade da prática da desrama
florestal nas florestas em formação, evidenciando e
mostrando ao produtor rural a valorização
financeira na futura madeira a ser industrializada. A poda
e desrama devem ser
especialmente
consideradas para o P. taeda, onde essa necessidade é muito
maior e mais cara do que para P. elliottii.
-
Os
trabalhos de pesquisa de melhoramento genético deveriam ser
mais incentivados, visando a uma maior produtividade e sustentabilidade.
Eles são de fundamental importância para
a melhoria do potencial dos Pinus.
-
Estudos
voltados à hibridação
e clonagem, da mesma forma como aconteceram para os eucaliptos,
são exigências
crescentes para a moderna silvicultura com Pinus.
-
A
fertilização,
aspectos nutricionais e ganhos em produtividade deveriam
ser privilegiados para o caso do Pinus, principalmente
próximo dos pólos consumidores. Muita
gente acredita que o Pinus é tão frugal, que não
responde à fertilização;
um grande engano técnico.
-
Zoneamentos
econômicos,
ecológicos e florestais deveriam
ser estimulados, até mesmo para que ocorram de forma
voluntária.
-
Trabalhos
de pesquisas dedicados às
pragas e doenças/pestes
devem receber mais importância, principalmente pelos
danos e prejuízos econômicos que
podem causar.
-
Experimentação
contínua com eventuais
novas procedências
de sementes/linhagem e intercâmbios com outros
produtores regionais/internacionais deve ser estimulada
e incentivada.
Isso especialmente quando envolvendo
a resistência às pragas, doenças
e desenvolvimentos de plantas adaptadas em
distintos solos
e climas.
-
Maiores
estímulos deveriam ser dados
aos estudos buscando a promoção no desenvolvimento,
em âmbito
regional, de Pinus palustris, Pinus patula e Pinus
echinata para
usos múltiplos".
Ao
nosso estimado amigo Pieter Prange, nossos
cumprimentos por sua magnífica
carreira profissional, quase toda com fortes vínculos
aos Pinus, suas florestas, produtos e serviços
florestais.
Observem
a seguir alguns dos textos técnicos e artigos científicos
de Pieter W. Prange, onde, além de diversos assuntos, ele traz
parte de sua experiência durante sua vida profissional com os Pinus e Araucaria
angustifolia no sul do Brasil. Também se colocou
um artigo técnico de seus colegas na antiga Olinkraft em Santa
Catarina, que está muito relacionado ao trabalho que nosso amigo
Pieter desenvolvia naquela empresa no final dos anos 1960's.
Emocionante.
Os 50 anos da engenharia florestal no Brasil. P.
W. Prange. Revista Opiniões (Março/Maio).
(2010)
http://www.revistaopinioes.com.br/cp/materia.php?id=634
Pinus palustris no Brasil. P. W. Prange. Memórias SBS. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_pinus_palustris.htm
Sementes
florestais brasileiras. P. W. Prange. SBS Memórias.
(2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_sementesflorestais.htm
Primeiras
experiências no plantio de Araucária. P. W.
Prange. SBS Memórias. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_experiencia_araucaria.htm
Fomento
em SC começou para resolver impasse com madeireiros. P. W. Prange. Memórias SBS. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_fomento.htm
Pinus
taeda: a observação
que deu início ao sucesso
da espécie. P. W. Prange. Memórias SBS. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_pinus_taeda.htm
Baixo
teor de resinas contribuiu para avanço do Pinus taeda. P. W. Prange. Memórias SBS. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_baixoteor.htm
Torres
de vigilância florestal. P. W. Prange. Memórias
SBS. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_torres.htm
Experiência com plantio de eucalipto com raízes nuas
não teve continuidade. P. W. Prange. Memórias SBS.
(2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_plantio_eucalipto.htm
Zorra
na floresta. P. W. Prange. Memórias SBS. (2001)
http://www.sbs.org.br/memorias_zorra.htm
Reflorestamento
para o Brasil meridional. J. R. Amos. P. W. Prange. 1ª Convenção Anual ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. 16 pp. (1968)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
AmosPrange_1ConvencaoAnualABCP.pdf
Estudo de conservação do poder germinativo de Araucaria
angustifolia (Bert.) O.Ktze. P. W. Prange. Anuário Brasileiro
de Economia Florestal 16: 43-53. (1963)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Estudo%20de
%20conservacao%20do%20poder%20germinativo.pdf
Resultados preliminares de celulose e papel com Pinus alienígenas
do Brasil. C. Zvinakevicius; C. A. L. Aguiar; S. L. Polak.
ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. 08 pp. (s/d)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/pinus
%20alienigenas%20no%20brasil02.pdf
Com a Palavra os Grandes Autores sobre os Pinus...
Por
quê Pinus
taeda L. no altiplano de Santa Catarina?
pelo engº agrº silvicultor Pieter Willem
Prange
A ampla experiência dos anos de convívio
com plantações florestais de pinheiros no estado de
Santa Catarina, Brasil, estimulou Pieter W. Prange a escrever um
artigo exclusivo para essa edição da PinusLetter. Observem
um relato histórico da implantação do Pinus
taeda na região, tendo em vista as principais dificuldades
encontradas na época e o que levou à escolha dessa
espécie. Em resumo, a história contada por quem ajudou
a construir a mesma com fatos e atos.
Por quê Pinus
taeda L.
no altiplano de Santa Catarina?
"Como conseqüência da compra, em março de
1958, pela Olin-Mathieson Inc. (USA) das instalações
industriais da Cia. de Papel Itajaí, no Distrito de Octacílio
Costa, em Lages, Santa Catarina, (atual Município de Otacílio
Costa) e da constituição da nova empresa denominada
Olinkraft Celulose e Papel Ltda., constatou-se de imediato que o
futuro abastecimento de madeiras existentes na região, para
a produção de celulose, estava seriamente comprometido
por sua relativa escassez.
A madeira, então em uso para a obtenção da celulose
de fibra longa pelo processo kraft, era à base da Araucaria
angustifolia (Bert.) O. Ktze. O conhecido pinheiro-do-Paraná,
outrora abundante e nativo da região estava cada vez mais
escasso devido a vários motivos e imensa demanda por sua madeira
nobre. Os principais eram: o excesso do corte dessa esplendorosa
e versátil árvore pela indústria madeireira
de transformação mecânica das toras, principalmente
pelas mais de 500 serrarias na região de Lages; e o lento
crescimento e incremento natural da espécie, não possuindo
condições e tempo hábil para a sua regeneração
e recuperação dos estoques das árvores em pé.
Outro motivo, não menos importante, que contribuiu para a
rápida escassez da madeira, era a nefasta prática das
queimadas anuais dos pastos naturais da região sulina. A utilização
do fogo servia para promover a rebrota das pastagens e também
a subseqüente eliminação dos ramos e galhos (grimpas)
dos pinheiros caídos no chão. As grimpas deveriam,
por sua natureza, proteger as novas mudas da araucária através
de suas folhas muito pontiagudas, impedindo o pastoreio pelo gado.
Assim, as queimadas também dizimavam eventuais novas mudas
do pinheiro-do-Paraná resultantes da germinação
recente das sementes (pinhões) ao redor das árvores
matrizes.
Motivos de menor impacto eram a colheita das sementes para consumo
humano e alimentação dos porcos. Os últimos,
na época, pastavam livremente junto com o gado e consumiam
as sementes caídas no solo.
Assim, as araucárias tinham apenas poucas chances de se regenerarem
de forma natural, principalmente através da importante presença
e contribuição de pássaros. As “Gralhas” (Cyanocorax
caeruleus), conhecidas na língua inglesa como “blue
jay”, distribuíam as sementes para locais não
atingidos pelo fogo ou outros predadores, com o intuito de guardar
reservas para sua futura alimentação; mas esse esforço
era insuficiente para a reposição florestal requerida.
Logo, ficou claramente evidenciado que era necessário se encontrar
urgentemente alternativas para os futuros suprimentos de madeiras
devido à proximidade da exaustão das araucárias
na região. A nova fonte madeirável também deveria
atender à projetada manutenção e à ampliação
da produção de celulose pela nova empresa. Isso era;
portanto, fundamentalmente, uma questão de prazo curtíssimo.
Fazia-se necessário encontrar, rapidamente, novas fontes de
madeiras, providas por florestas de rápido crescimento e com
características que viessem atender à crescente demanda
da produção de celulose de fibra longa, além
de atender aos programas de expansão da produção
industrial da empresa.
Foi realizada uma avaliação das alternativas existentes,
optando-se por espécies de pinheiros do gênero Pinus, provenientes de clima temperado e solos de baixa fertilidade natural.
Muitas já tinham sido testadas e usadas nos Estados Unidos
da América para a produção similar às
intenções da empresa recém estabelecida no Brasil.
Considerou-se e compararam-se especialmente os tipos de solos e climas,
além da disponibilidade imediata de sementes a serem importadas.
Optou-se por introduzir inicialmente os Pinus ellliottii Engelm (“slash
pine”); Pinus taeda L. (“loblolly pine”) e Pinus
echinata Mill (“short leaf pine”).
A importação de pequenos lotes de sementes das espécies
florestais eleitas ocorreu sem maiores problemas. Após, foi
realizada rapidamente a construção de um viveiro florestal.
As sementes, inicialmente sem quebra de dormência, foram semeadas
em canteiros coletivos, pois se intencionava os plantios definitivos
no campo com a utilização da técnica do plantio
com “mudas de raízes nuas”. Essa técnica
era considerada uma inovação na época e possível
de ser feita pelo clima frio do inverno úmido na região,
causando um estágio de dormência nas mudas. Essa situação
favorecia o transplante sem traumas e ainda promovia redução
de custos nos transportes das mudas.
As sementes de P. elliottii germinaram muito bem e uniformemente
até o estágio de “palito de fósforo”,
formando rapidamente mudas prontas para o plantio definitivo no campo,
especialmente no período de inverno.
A germinação das sementes de P. taeda foi extremamente
irregular, agravada também pela cobertura com a serragem de
madeira, que agia como isolante térmico nos canteiros, que
visava também a manter a umidade do solo e evitar ainda o
assalto dos pássaros às sementes. O mesmo ocorreu com
as sementes de P. echinata.
As mudas obtidas das três espécies foram plantadas em
lotes comparativos para seus crescimentos e desenvolvimentos radiculares,
tendo-se destacado o crescimento em altura do P. elliottii, o que
já era esperado. A tendência dos primeiros anos de plantios
seria então pelo uso dessa espécie, devido à sua
precocidade no crescimento.
Haveria um porém: as mudas não se encontravam inoculadas
pelo fungo simbiótico Michorrizae o qual também não
era observado nos solos da região de Lages.
Detectada essa deficiência para o desejado crescimento precoce
das mudas de todas as espécies, seja em viveiro ou no local
definitivo do plantio, optou-se por introduzir de imediato esporos
do fungo. Esses foram obtidos por amostras com acículas provenientes
de plantações já existentes no Paraná e
São Paulo após a constatação da existência
dos mesmos nas amostras.
As acículas foram incorporadas e espalhadas nos canteiros
do viveiro de formação das mudas antes da realização
de novas semeaduras principalmente de P. elliottii. Essa
espécie
havia demonstrado ser mais precoce no desenvolvimento da parte aérea
e possuía boa disponibilidade de sementes importadas de fontes
confiáveis nos Estados Unidos da América.
Em seguida, determinou-se colher e usar acículas das jovens
plantações já existentes na Olinkraft. Elas
foram utilizadas de forma inteira e também picadas, visando à comparação
funcional e utilização como cobertura nos canteiros
de germinação em relação à serragem
da madeira.
As germinações das sementes foram favorecidas, especialmente
nos canteiros com as acículas picadas, inclusive para as sementes
de P. taeda. Não houve muita distinção
entre sua taxa germinativa e as das sementes de P. elliottii. Os
canteiros cobertos com acículas inteiras prejudicavam a formação
inicial e a qualidade das mudas no primeiro estágio de germinação.
Isso foi evidenciado pela tortuosidade apresentada, especialmente
no estágio de “palito de fósforo”, prejudicando
ainda a qualidade das futuras mudas. Já os canteiros cobertos
de serragem, tiveram suas germinações mais retardadas
ainda em relação aos demais.
Como os solos da região de Lages têm elevada acidez
(pH cerca de 4,5 à 5,0), favorecem, e muito, o desenvolvimento
de fungos. Assim, a Michorrizae encontrou ambiente favorável,
algo que veio a ajudar no desenvolvimento das futuras florestas,
sendo considerado um dos fatores do sucesso do empreendimento florestal
com Pinus na região. A chave para o bom desenvolvimento das
espécies de Pinus seria, então, fazer uma boa inoculação
do fungo benéfico nos viveiros com posterior transplante de
mudas já inoculadas para os terrenos definitivos contendo
alta acidez de solo.
Como se optou pelo transplante das mudas com raízes nuas,
por meio de plantadeiras, a inoculação definitiva dos
viveiros estava assegurada por não haver grande remoção
de solo dos viveiros.
Depois de resolvidas completamente as questões comparativas
sobre a germinação entre os P. taeda e P.
elliottii nos viveiros, foi constatado, via literatura técnica e por
confirmações à campo prático, que árvores
de P. taeda produziam menos resinas naturais quando comparadas às
de P. elliottii. Dessa maneira, passou-se a dar maior preferência
ao plantio de P. taeda.
Essa caracterização física de P. taeda,
em muito favorece a industrialização da madeira, principalmente
durante o cozimento pelo processo kraft, reduzindo em muito o volume
da saponificação dessas resinas, gerando menos “espumas” em
comparação ao processamento da madeira dos P. elliottii e,
assim, reduzindo custos com químicos anti-espumantes. Adicionalmente,
a madeira dos troncos de P. taeda favorecia a conversão mecânica
das toras colhidas, sejam laminados ou tabuados e até mesmo
painéis, pelo menor nível de resinas contidas na madeira,
valorizando os produtos de suas madeiras.
Árvores de P. elliottii, possuem maior capacidade de sobrevivência
e crescimento em áreas com maior umidade (temporária
ou não), quando comparadas às de P. taeda e
principalmente às
de P. echinata. Por esta razão, o P. elliottii deve
ser considerado uma opção interessante e complementar para a formação
das florestas de P. taeda.
As árvores de P. taeda apresentam uma característica
inerente de desenvolverem uma maior formação de ramos
em uma copa frondosa, com mais capacidade de fotossíntese,
especialmente se estiverem isoladas. Essa característica se
reduz substancialmente quando a espécie está plantada
em uma formação de floresta silvicultural densa, causando
inclusive a derrama natural dos galhos e gerando apenas pequenos
nós na madeira. São caracteres muito distintos aos
das árvores isoladas com galhos grossos, desvalorizando a
madeira para a indústria de conversão mecânica.
Em uma plantação homogênea intensa, que terá em
vista usos múltiplos, é recomendável a derrama
provocada (artificial) dos galhos inferiores das árvores.
Esse manejo objetiva a futura valorização das primeiras
toras do tronco (de maior diâmetro), e que certamente serão
destinadas à conversão mecânica.
As características apontadas acima, deveriam ser fortemente
promovidas junto aos produtores florestais fomentados, para evitar
prejuízos pela falta da derrama artificial dos galhos. Devem
ser destinadas para abastecer a indústria de celulose apenas
as toras finas e os resíduos madeireiros não usados
por outros segmentos da conversão mecânica.
Adicionalmente, cabem ainda as recomendações para contínuas
pesquisas de melhoramentos das espécies citadas, além
das variações genéticas promovidas em outras
regiões do país e também no exterior.
Há cerca de 20 anos atrás, também foi introduzido
na região daquela empresa, o Pinus palustris Mill,
excelente espécie produtora de madeira para conversão mecânica
e usos navais, além de excepcional produtora de resinas naturais
especialmente na sua parte das raízes.
Assim, identificadas as razões principais do sucesso da introdução
dos P. taeda, na região de Lages pela Olinkraft e suas empresas
sucessoras, sua fama de produzir madeira de qualidade para múltiplos
usos se consolidou e se expandiu para outras regiões no sul
do Brasil. Entretanto, não se deve descartar o uso do P.
elliottii, como complemento ao uso do P. taeda,
tanto para o sucesso em produtividade dos reflorestamentos quanto
para usos diversos da madeira e resinas.
Esse complemento deve ser implementado visando principalmente a otimizar
a disponibilidade das áreas aptas à produção
de madeira em substituição a quase extinção
das araucárias. As araucárias agora se encontram protegidas
aos cortes irracionais e poderão regenerar com a lentidão
particular dessa espécie florestal considerada pré-histórica.
Essa é uma característica das Gymnospermas (árvores
com sementes sem proteção), na evolução
botânica."
Pragas
e Doenças dos Pinus
Nessa
edição, estamos dando
uma pausa à seção “Referências
sobre Eventos e Cursos” e voltamos a abordar a seção "Pragas
e Doenças dos Pinus". Esta seção
destaca alguns dos principais problemas fitossanitários
desse tipo de plantação florestal, desde o setor
de viveiros até a madeira final. Com ela, pretendemos
oferecer muitas informações e conhecimentos a
respeito da biologia, sintomatologia, métodos de controle
e pesquisas realizadas sobre insetos, nematóides, fungos,
bactérias, etc. que tenham relevância para o gênero Pinus no Brasil e no mundo.
Nessa
edição estamos apresentando a vocês
uma das formas e alternativas bastante promissoras de combate à alguns
dos principais insetos-pragas dos Pinus.
Controle
Biológico
de Pragas em Florestas Plantadas de Pinus
Atualmente, os Pinus possuem várias espécies
de insetos predadores com potencial de causar prejuízos às
suas plantações, principalmente devido ao hábito
alimentar que apresentam. Algumas das principais pragas dos Pinus no
Brasil são: pulgão-gigante (Cinara
pinivora e C. atlantica), vespa-da-madeira (Sirex
noctilio), gorgulho-do-Pinus (Pissodes castaneus), formigas-cortadeiras (Agromirmex
spp. e Atta spp.), escolitídeos (Xyeborus
spp., entre outros),
alguns besouros do gênero Naupactus e poucas
espécies
de lagartas desfolhadoras. Os dois últimos insetos-pragas
com menor relevância em relação aos demais
(Costa et al., 2008; Iede, 2004; Gallo et al., 2002).
Para a minimização dos danos causados por esses
insetos, existem várias técnicas de controle
que podem ser empregadas, que vão desde técnicas
silviculturais, métodos preventivos, quarentenários,
físicos, até o controle químico; porém,
o método biológico é considerado um dos
mais apropriados justamente porque objetiva controlar as populações
de insetos-pragas, utilizando outros organismos vivos muitas
vezes nativos da mesma área (Costa et al., 2008; Brumatti
e Souza, s/d).
O Brasil está entre os grandes produtores mundiais de
papel e celulose sendo essa produção gerada basicamente
a partir da madeira de plantios de eucalipto e de Pinus.
O gênero Pinus, quando introduzido em larga
escala no país,
em especial para essa finalidade de fabricação
de papel, praticamente não possuía pragas. No
entanto, insetos exóticos como a vespa-da-madeira e
os pulgões-gigantes foram aqui introduzidos. Além
disso, outros insetos nativos como formigas e escolitídeos
também se adaptaram à cultura, podendo causar
sérios prejuízos econômicos, caso o controle
não seja realizado com eficiência (Wilcken, 2006;
Iede, 2004).
O uso de agrotóxicos é uma das formas mais eficientes
de combate à grande maioria das pragas dos Pinus; contudo,
as empresas certificadoras florestais vêm restringindo
muitos desses produtos pelos danos que podem causar no ambiente.
Isso fez com que pesquisas utilizando biocontroladores (agentes
de controle biológico) venham aumentando ultimamente
no país (Wilcken, 2006). Os agentes de controle biológico
podem ser parasitóides, predadores ou patógenos,
que atacam em larga escala os indivíduos da população
de insetos nocivos aos Pinus, ajudando no retorno
do equilíbrio
natural dessas populações (Brumatti e Souza,
s/d). De acordo com os mesmos autores, a principal vantagem
do controle biológico é a especificidade da grande
maioria dos biocontroladores utilizados, atacado apenas a espécie
alvo e não provocando problemas como poluição
ambiental, intoxicação aos aplicadores e resistência
de pragas como ocorre com muitos inseticidas. As desvantagens
dos métodos biológicos são: necessidade
de mão-de-obra especializada e conhecimento detalhado
sobre a biologia da praga e de seus inimigos naturais, resultados
que muitas vezes demoram a aparecer. Outro problema consiste
nas dificuldades de criação de predadores, parasitóides
e entomopatógenos em condições controladas
nos laboratórios (Costa et al., 2008). Apesar disso,
já existem programas de controle biológico que
já possuem bastante sucesso no combate de algumas das
principais pragas dos Pinus. Também, existem diversos
laboratórios em universidades e mesmo empresas privadas
com enorme especialização na criação
rápida de biocontroladores.
O controle biológico apresenta três princípios
distintos que o diferencia nos tipos: controle biológico
natural (princípio da conservação); controle
biológico clássico (baseia-se na introdução);
e controle biológico aplicado (têm como princípio
a multiplicação) (Gallo et al., 2002; Parra et
al., 2002).
O controle biológico
natural almeja o combate às
populações de insetos-pragas conservando e incentivando
o desenvolvimento dos inimigos naturais nativos da área,
através de melhorias das condições ambientais
em que se encontram. Na cultura do Pinus, a utilização
de corredores biológicos contendo mata nativa, plantios
em faixas e a conservação de sub-bosques aumentam
a biodiversidade da área plantada, trazendo parasitóides,
predadores e entomopatógenos que podem auxiliar no controle
biológico das pragas. Segundo Costa e colaboradores
(2008), os corredores biológicos e áreas de sub-bosques
florestais aumentam a quantidade de inimigos naturais das formigas-cortadeiras
diminuindo os índices de estabelecimento da mesma. Isso
também já foi verificado para os pulgões-gigantes.
Um experimento avaliou a densidade populacional de pulgões
e de seus predadores em áreas de Pinus taeda submetidas
a diferentes manejos no estado de São Paulo. Após
dois anos, houve a diminuição da praga e aumento
dos predadores nas áreas sem aplicações
de herbicidas no sub-bosque. Já nas áreas limpas
(com controle das plantas) isso não foi observado (Wilcken,
2006).
Existem vários estudos que observam parasitóides
e entomopatógenos nativos que ajudam na diminuição
de populações de pragas dos Pinus. No
caso de formigas cortadeiras, espécies de moscas da família Phoridae já foram
introduzidas em sauveiros de Atta
laevigata efetuando eficientemente o parasitismo (Bragança
et al., 2002). Loureiro e Monteiro (2005) observaram a patogenicidade
dos fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Paecilomyces
farinosus à Atta sexden sexdens, havendo
taxas de mortalidade das formigas chegando aos 80%. Há estudos que também
avaliaram a eficiência de fungos entomopatógenos
no combate aos pulgões do gênero Cinara. Loureiro
e colaboradores (2004) verificaram o potencial de diversos
isolados do fungo Verticilliun lecanii no controle de C.
atlantica. A dosagem do fungo mais eficiente provocou a mortalidade de
86% da população avaliada após cinco dias
da aplicação.
Uma forma de atrair inimigos naturais de insetos-pragas
para a área desejada para o incremento do controle biológico
natural (conservacionista) seria através da utilização
de substâncias atraentes. A fim de testar a atratividade
de feromônios e cariomônios aos besouros da ambrósia (Scolytidae)
em áreas de Pinus, Flechtmann et al. (2000)
instalaram várias armadilhas de funil múltiplo
contendo diferentes substâncias. As que continham alfa-pineno
não se mostraram atraentes aos escolitídeos;
contudo, capturaram os besouros da família Tenebrionidae, considerado
um de seus inimigos naturais. Os autores relataram que a substância apresenta potencialidade para auxílio
no controle biológico natural.
No caso do gorgulho-dos-Pinus, pesquisadores da Embrapa
Florestas estão estudando algumas espécies nativas do Brasil
como potenciais biocontroladores naturais dessa praga, até mesmo
para não serem necessárias novas importações
de insetos da sua região de origem (Norte da África
e Europa), o que corresponderia ao controle biológico
clássico. Nesses locais originários de P.
castaneus há relatos de predadores da família Carabidae,
parasitóides da Ichneumonidae e da Braconidae e
também
o pica-pau (ave) ajudando no seu controle (Iede et al., 2007).
O controle biológico clássico já possui
casos de sucesso para o combate à vespa-da-madeira.
A Embrapa Florestas importou o nematóide (Deladenus
siricidicola) e diversos outros parasitóides (Ibalia
leucospoides, Megarhyssa nortoni e Rhyssa persuasoria),
todos pertencentes à mesma região de origem da praga.
Esses são liberados a campo, diminuindo os níveis
populacionais da vespa pelo parasitismo. No caso do nematóide,
há a redução da população
de S. noctilio pela esterilização do órgão
reprodutor da fêmea, tornando-a incapaz de gerar novas
progênies (Wilcken, 2006). D. siricidicola é considerado
uma das formas de controle mais bem sucedidas da vespa-da-madeira,
possuindo níveis de eficiência médios de
70%. Dessa forma, ele já é produzido massalmente
(controle biológico aplicado) no laboratório
da Embrapa Florestas, sendo liberados em altas densidades em árvores-iscas
e armadilhas nos plantios de Pinus do sul do Brasil (Iede et
al., 2008; REMADE, 2002). I. leucospoides é um parasitóide
de ovos que apresenta dispersão bastante eficiente e
que foi introduzido naturalmente juntamente com o seu hospedeiro
(S. noctilio) nos anos 90 (Iede et al., 2008).
O controle biológico clássico também já foi
realizado no Brasil para controlar os pulgões do gênero Cinara.
Parasitóides originários dos Estados
Unidos foram importados e seu potencial como biocontroladores
está sendo testado para as condições ambientais
brasileiras (REMADE, 2002). Um exemplo é Xenostigmus
bifasciatus, que é oriundo do leste dos EUA, havendo
uma criação em laboratório brasileiro
e sendo liberado em áreas de Pinus da região
sul e sudeste para avaliação do seu potencial
de parasitismo. Os resultados foram muito promissores devido à ampla
capacidade de dispersão do parasitóide, mostrando-se
adaptado às condições ambientais brasileiras
e estando presente durante o inverno, época de diminuição
da densidade dos predadores nativos do pulgão (Reis
Filho et al., 2004; Iede et al., 2008).
Criações massais de espécies de inimigos
naturais endêmicos desses pulgões também
estão sendo implementados no nosso país. Alguns
laboratórios criam espécies de joaninhas, crisopídeos
(bicho-lixeiro), moscas da família Sirphidae,
entres outros parasitóides (REMADE, 2002).
O controle biológico de pragas dos Pinus é um
método que freqüentemente é utilizado junto
com outras formas de controle tais como controle silvicultural,
físico, mecânico e preventivo através de
programas de manejo integrado de pragas. Essa é uma
tática que busca o sinergismo dos métodos alternativos
de combate a insetos, utilizando agrotóxicos de forma
racional e apenas quando realmente for necessário e
visando aos aspectos ambientais, sociais e econômicos
(Gallo et al., 2002).
Existem muitos outros trabalhos promissores de pesquisas no
Brasil que evidenciam o potencial de parasitóides, predadores
e entomopatógenos no controle de insetos-pragas dos Pinus. As
restrições do uso de agrotóxicos
impostas pelas certificadoras florestais fazem com que o uso
de biocontroladores seja cada vez mais freqüente no Brasil
e em diversas partes do mundo. Além disso, quando bem
empregado, o uso de biocontroladores podem trazer economia
pela redução de aplicações de agrotóxicos
(Wilcken, 2006), também contribuindo para o aumento
da sustentabilidade das áreas de plantadas com Pinus.
Ainda há muito a ser pesquisado e incentivado sobre
a biologia e eficiência de inimigos naturais nativos
para serem futuramente utilizados no combate às pragas
dos Pinus. Novos estudos sobre controle biológico deveriam
ser incentivados a fim de diminuírem suas desvantagens
e aumentarem suas vantagens, tornando esse método de
controle mais acessível e fácil ao produtor rural
de pequeno e médio porte.
Confiram alguns websites, trabalhos científicos e textos
técnicos que tratam sobre a eficiência de vários
insetos e patógenos como biocontroladores das principais
pragas dos Pinus.
SICONBIOL
- Simpósios Nacionais de Controle Biológico. Sociedade Entomológica do Brasil. Acesso em 07.12.2010:
http://www.seb.org.br/eventos/SICONBIOL/
Bug
Agentes Biológicos.
Website especializado. Acesso em 07.12.2010:
http://www.bugbrasil.com.br/empresa.asp
Controle biológico do gorgulho do eucalipto. Itaforte
Bioprodutos. Acesso em 07.12.2010:
http://www.itafortebioprodutos.com.br/cultura.asp?id_culturas=24&id_cultura=58
http://www.itafortebioprodutos.com.br/
Controle de pragas e insetos usando produtos naturais. C. Vegas.
Paraná-online. Notícias. (2010)
http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/475404/?
noticia=CONTROLE+DE+PRAGAS+E+INSETOS+USANDO+PRODUTOS+NATURAIS
Utilização da amostragem sequencial para
avaliar a eficiência do parasitismo de Deladenus (Beddingia) siricidicola (Nematoda: Neotylenchidae) em adultos de Sirex
noctilio (Hymenoptera: Siricidae). S. R. C. Penteado;
E. B. Oliveira; E. T. Iede. Ciência Florestal 18(2):
223-231. (2008)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v18n2/A8V18N2.pdf
Entomologia florestal. E. C. Costa; M. D’Ávila;
E. B. Cantarelli; A. B. Murari; C. G. Manzoni. Editora UFSM.
240 pp. (2008)
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?nitem=2612166&sid=66249714312323858232789146&k5=2616889&uid=
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Trituradores
e Picadores de Biomassa Florestal
Todas
as florestas plantadas de rápido
crescimento, incluindo-se as de Pinus, são
grandes geradoras e fontes de biomassa. Biomassa é definida
como sendo o material orgânico produzido, tanto por organismos
de natureza animal (zoomassa) como vegetal (fitomassa). No
caso
das plantas, é através da realização
da fotossíntese no interior dos cloroplastos, que ocorre
a transformação da energia luminosa do sol em
energia química na forma de compostos orgânicos.
Essa energia, que se acumula em tecidos e células desses
organismos, pode ser utilizada de diversas formas e ser liberada
por processos oxidativos, respiratórios, térmicos,
biológicos, hidrolíticos, enzimáticos,
entre outros (William, 2010; Canto, 2009; Coelho apud Soares
et al., 2006). Dessa forma, a biomassa, pode ser utilizada
como fonte de combustível, sendo um recurso energético
renovável.
O uso de biomassas florestais
como energia já é antigo;
porém, com a crescente problemática ambiental,
seu uso vem aumentando, principalmente visando ao aproveitamento
de lenha, de carvão vegetal, de resíduos florestais
e de desperdícios de indústrias do setor (Canto,
2009; Soares et al., 2006; Quirino, 2003). A biomassa como
energia está ganhando força atualmente principalmente
por proporcionar menor dependência dos combustíveis
fósseis, pela geração de novos postos
de trabalho no processo da conversão energética
e da colheita de resíduos florestais, além de
diminuir a emissão de carbono para a atmosfera. A biomassa
energética, se bem empregada, é considerada uma
fonte de energia limpa, contribuindo com a diminuição
da liberação dos gases de efeito estufa que contribuem
para o aquecimento global (William, 2010; Canto, 2009; Klabin,
2006).
Segundo Rummer e Seixas (2007) as potenciais fontes adicionais
de biomassa florestal atualmente são: resíduos
da colheita florestal, resíduos da conversão
da madeira, árvores de desbastes, plantações
energéticas de curta rotação, além
de resíduos de madeiras das zonas urbanas (poda de árvores).
Entretanto, todas as plantações florestais são
fontes de biomassa, não importando se estejam suas árvores
plantadas adensadamente ou em espaçamentos mais abertos.
Se uma floresta é plantada para conversão energética,
toda a madeira das toras (e a casca idem) que ela vier a produzir
será biomassa para energia, e não apenas os resíduos
de sua colheita ou manejo. Está havendo, nos dias de
hoje, uma grande fixação dos empresários
sobre os resíduos florestais da colheita, como uma forma
de agregar valor às florestas atuais, mas isso precisa
ser feito de forma cautelosa para não provocar danos
irreparáveis à fertilidade de nossos solos.
Para a conversão da energia química da madeira
e casca das árvores em calor/vapor são utilizadas
caldeiras de força, fornos, fornalhas, gaseificadores,
etc. Essa energia pode ser obtida como energia térmica
(vapor de água ou ar quente) ou eletricidade. Em geral,
para as grandes unidades de geração de energia
e para máxima eficiência térmica e rendimentos,
a biomassa toras de árvores deve ser convertida em fragmentos
denominados cavacos. Isso pode ser realizado através
do cavaqueamento da biomassa (Rummer e Seixas, 2007). O cavaqueamento
fragmenta o volume das toras de madeira e resíduos transformando-os
em partículas menores (cavacos), já tornando
o material mais homogêneo para a sua utilização
para geração de energia ou para a compostagem.
A trituração da madeira de toras finas e restos
de galhos, cascas, raízes, copas e acículas após
a colheita para aproveitamento energético é uma
estratégia sendo adotada para tornar economicamente
um pouco mais interessante a cadeia de base florestal como
um todo. Essa alternativa de se usar essa biomassa toda (principalmente
copa, ponteiros, folhas, raízes) não garante
sustentabilidade no longo prazo, mas não é assim
que muitos têm enxergado, olhando mais os aspectos econômicos
e menos a sustentabilidade da produtividade dos solos florestais
no médio e longo prazo. Existem empresas que teimam
em querer queimar como biomassa todos os restos da colheita,
como folhas, galhos finos, ponteiros, etc. Trata-se de uma
biomassa muito rica em nutrientes, que deveria ficar na floresta
como fertilizante orgânico e proteção ao
solo. Muito mais ecoeficiente seria se usar apenas os galhos
grossos e toras finas desperdiçados pela colheita.
Canto (2009) ressaltou que a utilização energética
desses resíduos da colheita, que normalmente são
deixados sobre o solo do plantio pode inclusive viabilizar
processos de manejos silviculturais, pois facilitam a reforma
da área uma vez que deixam de atrapalhar as operações
silviculturais subseqüentes. Além disso, Hakkila
apud Rummer e Seixas (2007), menciona que galhos de espécies
de Pinus sylvestris e de outra Pinácea (Picea
abies)
possuem maiores teores de cascas, de taninos, ceras, lignina
e menor umidade. Isso faz com que tenham maior poder calorífico
do que suas toras de madeira. Já as acículas,
são mais úmidas e apresentam grandes quantidades
de cinzas, podendo diminuir a capacidade energética
do processo.
Outra função dos cavaqueadores e dos trituradores
de biomassa, com muito maior grau de sustentabilidade ambiental, é a
de tornar o tamanho das partículas dos resíduos
florestais ideais para a realização de compostagens
ou de "mulching" e também diminuir o volume
de resíduos florestais nas áreas pós-colheita,
facilitando a sua distribuição sobre o solo e
a ciclagem de nutrientes, diminuindo ainda as chances de incêndios.
No passado, era comum o uso do fogo para a redução
do volume de galhadas e acículas que dificultavam o
transporte e o novo manejo da área recém colhida.
Hoje, com a tecnologia dos cavaqueadores e trituradores, não
há mais a necessidade disso (William, 2010; Rummer e
Seixas, 2007).
Conforme mencionado por Canto (2009) existem dois tipos de
cavaqueadores: os picadores e os trituradores. Quando em menores
dimensões, ambos podem ser acoplados em tratores, que
além de oferecer a energia necessária para a
picagem da madeira através de sua tomada de força,
também permitem que a máquina se desloque com
mais rapidez e eficiência, inclusive em terrenos mais
acidentados (Klabin, 2006). Já máquinas maiores
e que possuem motor próprio são indicadas para
locais onde há grande necessidade de transformação
de biomassa em cavacos; porém, apresentam capacidade
operacional limitada, principalmente pelo seu peso e dimensões.
Existem vários fatores que podem influenciar na produção
final de cavacos. Os principais estão ligados ao tipo
de cavaqueador, às condições e dimensões
da matéria-prima e do local de trabalho (Canto, 2009;
Rummer e Seixas, 2007).
Os picadores de campo para biomassa florestal utilizam navalhas
(lâminas) para a formação de partículas
mais finas e homogêneas. Porém, são mais
sensíveis a impurezas da matéria-prima, as quais
podem danificar a lâmina que efetua os cortes (Klabin,
2006). As lâminas ou facões podem estar dispostos
em discos ou em tambor, cortando a madeira em alta velocidade
e rotação, proporcionando ao cavaco, dimensões
mais uniformes. Os picadores de tambor são menos sensíveis
que os de disco, podendo processar também resíduos
vegetais. Já os de disco, são indicados para
a picagem de material homogêneo, como toras com ou sem
cascas dos troncos. O grau de umidade da matéria-prima
também pode influir no desempenho dos picadores de campo.
Pesquisas apontaram que quanto mais próximo ao período
de abate das árvores, melhor será a capacidade
de corte, reduzido a energia necessária da máquina
para o trabalho (Canto, 2009). Hakkila, citado pelo mesmo autor,
estimou que um picador de disco gastou duas vezes mais energia
para triturar madeira seca quando comparado à trituração
da madeira ainda verde.
O tipo de
lâmina utilizada no picador, seu ângulo
e o diâmetro da matéria-prima utilizada, assim
como a alimentação da máquina, podem influenciar
na produtividade final do sistema (William, 2010; Canto, 2009).
O tipo de madeira a ser picado pode desgastar a lâmina
do picador com maior freqüência, afetando o tempo
operacional da máquina. A falta de afiação
também interfere nos gastos energéticos (William,
2010; Canto, 2009).
Os trituradores ou fragmentadores de biomassa usam martelos
em alta velocidade e rotação para despedaçar
o material e produzir cavacos de dimensões bem menos
regulares, quando comparados aos gerados pelos picadores (Canto,
2009). Ao contrário desses, os trituradores também
são considerados tolerantes a grande parte de impurezas
existentes em resíduos florestais, inclusive pedras
pequenas e areias (Klabin, 2006). Outro ponto positivo dos
trituradores é a não necessidade de troca dos
martelos como ocorre com os picadores. Os trituradores trabalham
melhor com material seco, gastando menos energia para a trituração
de madeira seca (Pottie e Guimier apud Canto, 2009).
A alimentação, tanto dos picadores como dos trituradores,
pode ocorrer de forma manual ou com impulsão pneumática,
utilizando calhas ou sistemas de correias, de acordo com a
necessidade do usuário e do tipo e da quantidade de
material a ser cavaqueado. Isso também influi na escolha
do tipo de cavaqueador. Existem diversas máquinas diferentes
disponíveis no mercado brasileiro. Dessa forma, o uso
final dos cavacos e a produtividade da máquina também
são fatores que devem ser levados em conta na hora da
escolha do maquinário (Christopherson apud Canto, 2009).
Resumidamente,
as principais funções da trituração
da biomassa florestal seriam:
•
converter a biomassa em fragmentos mais fáceis de serem transportados
e posteriormente queimados como fonte de energia (combustíveis);
•
produzir material fino para ser compostado ou usado como "mulching";
• reduzir o volume da galhada e deixar sobre o solo apenas fragmentos de
biomassa
para favorecer a ciclagem dos nutrientes;
•
facilitar as operações silviculturais a serem praticadas na área,
pois a galhada atrapalha a realização das mesmas.
Um dos principais problemas que afetam a utilização da biomassa
florestal como combustível a partir desses resíduos da floresta
são os altos gastos com sua colheita, conversão e transporte. Há muita
demanda de mão-de-obra, a operação é lenta e a densidade
do material picado e fragmentado é muito baixa. Além de se consumir
muita energia para essa fragmentação, origina-se um combustível
muito volumoso e pobre em calor por volume transportado ou alimentado nas caldeiras.
Em termos de balanços de energia pode ser de uma enorme eco-ineficiência.
Por sorte, isso já foi devidamente comprovado por algumas empresas. Essa
técnica só tem algum retorno econômico quando a floresta
está praticamente ao lado da caldeira de biomassa que vai usar o resíduo,
ou quando o valor da biomassa é elevado pela sua escassez.
Existem formas de se melhorar a viabilidade do processo em termos econômicos.
A escolha do cavaqueador é de extrema importância para isso. Já existem
alguns estudos que analisaram os fatores de colheita de resíduos florestais,
relacionando-os com os custos e equipamentos utilizados (Canto, 2009; Rummer
e Seixas, 2007). Como exemplo, Canto (2009) estimou os custos do sistema de cavaqueamento
de resíduos florestais de área de eucalipto no Pará. Durante
a colheita foram utilizados um picador florestal, dois tratores florestais autocarregáveis
e um carregador frontal. O autor observou que a produção média
foi de 17,51 t/ha, produzindo energia 94 a 162 vezes mais do que foi consumido.
Uma outra forma de otimizar o processo de retirada de resíduos florestais
de áreas de colheita é tornar o processo mais dinâmico, diminuindo
e compactando os resíduos até o local de conversão. Rummer
e Seixas (2007) relataram que a distância do local de colheita e o de processamento
deve ser menor do que 80 km, havendo gastos consideráveis de combustíveis
durante o transporte. Os mesmos autores observaram que pode haver a viabilidade
econômica quando os resíduos florestais para geração
de biomassa combustível forem adquiridos em conjunto (integrados) com
outras operações de colheita florestal.
De qualquer maneira, quase sempre os estudos focam muito no uso energético
e menos nos aspectos de exportação de nutrientes e de carbono orgânico.
Se um biocombustível pode ser produzido, isso deve ser feito com sustentabilidade.
Isso implica em repor eficientemente esses nutrientes exportados, em especial
nitrogênio (teores altos nas folhas), cálcio e potássio (teores
altos nas cascas), além de fósforo, magnésio, enxofre e
toda a gama de micro-nutrientes. Esses custos de reposição de fertilidade
do solo não podem de forma alguma ficarem de fora nessas avaliações.
Outros impactos existirão sobre a erosão e micro-vida do solo.
Eles devem ser muito bem avaliados quando forem feitos os estudos de impacto
ambiental dessa prática. Se a ciência ajudar a encontrar soluções
sustentáveis, muito bom. Para isso é que existem as pesquisas.
Portanto, novas tecnologias e procedimentos de colheita florestal e muitos estudos
e pesquisas serão ainda necessários para tornar esse processo competitivo
e ecoeficiente como fonte energética.
Observem a seguir
alguns textos
técnicos, artigos científicos,
notícias, apresentações em PowerPoint e imagens e vídeos
sobre os trituradores e picadores utilizados para obtenção de biomassa
florestal na forma fragmentada.
As sugestões de visita a websites de fabricantes e fornecedores desses
picadores e trituradores de biomassa estão relacionadas apenas com a finalidade
de dar aos leitores indicações de como são esses maquinários
e suas tecnologias. Não devem sob hipótese alguma serem entendidas
como referências comerciais.
Picadores
para geração
de cavacos de madeira. Lippel. Acesso em
08.11.2010:
http://www.lippel.com.br/picadores-de-madeira.html
Picador florestal Lippel PDF 320 H-Grua. Vídeos Youtube. Canal Lippelvideo.
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http://www.nei.com.br/guia/resultado.aspx?o=t&w=262760&wBusca=Picadoras
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Picador - Triturador de galhos - "Bear Cat" modelo 76824 - Características
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Madeira 2003. Apresentação em Powerpoint.: 24 slides. (2003)
http://www.mundoflorestal.com.br/arquivos/Apresent_Araxa.ppt#263,1,Slide 1
Forest biomass in Finland. C. Backlund. UPM. Quebec Wood Export. Apresentação
em PowerPoint: 40 slides. (s/d)
http://www.quebecwoodexport.com/biomasse/documents/Backlund.pdf
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Sistemas Agroflorestais
(SAF) Aplicados aos Pinus
Introdução
A necessidade sempre crescente de
produção
de alimentos (agricultura e pecuária) e de madeira ao longo
de décadas fizeram com que enorme parte das florestas nativas
do território brasileiro fosse desmatada sem a devida reposição.
Isso trouxe graves conseqüências, tais como uso indevido
do solo, além de falta de recursos florestais para o contínuo
desenvolvimento econômico das comunidades (Rodigherí,
1998; Rodigheri, 1997; Rodigheri, s/d). O mesmo autor ressaltou que
esse é um
dos grandes problemas encontrados pelo Brasil na atualidade: como
conciliar o crescimento econômico, gerando mais alimentos,
madeira e renda à população, especialmente a
do campo nesse último caso, sem se esquecer da preservação
ambiental?
Os sistemas agroflorestais ou SAF, utilizando espécies arbóreas
de rápido crescimento como os Pinus e eucaliptos podem ser
uma das soluções para o impasse (Souza e Campos, 2010).
Ribaski e colaboradores (2002) também ressaltaram que a crescente
demanda por produtos florestais promovem o aumento da necessidade
em conciliar a produção de alimentos com o plantio
de florestas.
O sistema agroflorestal (SAF) é considerado uma forma de uso
da terra onde se cultivam árvores nativas ou exóticas
em consórcio com qualquer tipo de culturas agrícolas,
como plantas de lavouras, olerícolas, fruteiras e/ou criação
de espécies animais, que podem ser realizadas ao mesmo tempo,
em sucessões ou rotações, permitindo o incremento
da produção e também promovendo a sustentabilidade
(Radomski, 2010; Peneireiro et al., 2008; Rodigherí, 1997).
Ribaski e Medrado também comentaram que os SAF podem contribuir
com o uso racional dos recursos renováveis e ajudar na recuperação
de áreas degradadas (Ribaski, 2007; Medrado et al., 2005).
O Pinus é o segundo gênero arbóreo mais plantado
no Brasil, perdendo apenas para o Eucalyptus. O plantio de ambos
passou a ser realizado para substituição da madeira
das florestas nativas em menor prazo. Isso se fez necessário
para o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e industriais,
principalmente a partir dos anos 60's. A madeira das espécies
de Pinus pode ser utilizada na indústria de celulose e papel,
para a construção de móveis, na serraria, na
indústria civil, para geração de energia calorífica
(lenha, carvão vegetal, entre outros), para carpintaria e
na fabricação de madeiras reconstituídas. Os Pinus também apresentam produtos não madeireiros como
resinas, óleos e extratos vegetais que servem de matéria-prima
para diversos produtos na indústria química fina. Dessa
forma, por ser uma árvore de rápido crescimento, tolerante às
geadas e por também contribuir com a recuperação
de solos degradados, o gênero possui múltiplos usos
e está sendo bastante estudado em conjunto com outras culturas
agrícolas e pastagens em sistemas agroflorestais, principalmente
no sul do Brasil (Rodigherí, 1997).
Entretanto, são poucos os produtores rurais que aderiram aos
SAF; sendo que aqueles que aderiram possuem muitas dúvidas
com relação ao assunto (Rodigherí, 1997). Assim,
os principais objetivos do texto técnico é agregar
informações sobre os principais benefícios que
os SAF que utilizam Pinus podem apresentar, não deixando de
apontar as limitações e algumas formas de implantação.
Também serão abordadas as classificações
existentes, além dos resultados de algumas pesquisas já realizadas
sobre o assunto envolvendo o Pinus.
Vantagens dos sistemas agroflorestais
Os sistemas agroflorestais podem ser bastante flexíveis, adequando-se à realidade
do agricultor e podendo ser implantados desde pequenas áreas
na agricultura familiar até grandes extensões de terra
de projetos industriais de celulose e papel. É por esse motivo
que cada SAF é único, não havendo receitas para
sua implantação. O SAF deve ser planejado e adequado
conforme as condições edafo-climáticas específicas
do local, buscando manejos mais apropriados para melhorias, tanto
em aspectos ecológicos, quanto sociais e econômicos
da propriedade. Radomski (2010), Ribaski (2008) ainda apontaram benefícios
políticos e sociais dos sistemas agroflorestais por diminuírem
o êxodo rural, ajudando na melhoria da qualidade de vida de
muitas comunidades agrícolas.
Segundo Radomski (2010), Fernándes (2009), Ribaski et al.
(2002) e Santos et al. (s/d), os principais benefícios dos
SAF são:
- Econômico: A diversificação de produtos alimentícios
e madeireiros em uma mesma área pode trazer vantagens econômicas,
principalmente reduzindo custos de implantação e manutenção
do plantio florestal. O espaço e recursos da área são
melhor aproveitados, podendo-se também aumentar a renda líquida
do produtor, com disponibilidade de várias colheitas em uma única área
(Flores et al., 2010). Caso bem manejados, os sistemas agroflorestais
aumentam a produtividade da área, gerando maior lucro ao produtor,
podendo também ser empregados em áreas marginalizadas
ou menos férteis da propriedade. Citado por Capitani et al.
(1992), os sistema agroflorestais com Pinus e culturas alimentícias
vêm-se mostrando promissores, principalmente para os empreendedores
florestais do sul do Brasil. No mesmo local, a integração
de florestas plantadas e produção animal também
resultam em maior lucratividade, quando comparados aos cultivos isolados
(monocultivos) (Ribaski et al., s/d; Santos et al., s/d; Reportagem,
s/d). De acordo com Santos e colaboradores (s/d) a diversidade de
produtos evita perdas econômicas totais e diminui o impacto
da flutuação de preços no mercado.
- Social: Os principais aspectos sociais positivos dos SAF são:
melhor distribuição e uniformidade de mão-de-obra
ao longo do ano agrícola, melhorias nas condições
de trabalho, além da maior geração de empregos
e renda no campo.
- Ecológico/ambiental: Os SAF produzem maior quantidade e
qualidade de biomassa, sendo essa bastante diversificada. Isso gera
maior biodiversidade na área, diminuindo surtos de pragas
e moléstias devido à proximidade do equilíbrio
ecológico. O maior acúmulo de palhada e vegetação
viva sobre e no solo também ajudam a controlar a umidade e
a manter a temperatura do ecossistema, atuando na conservação
e regeneração do solo e sua micro-vida. Isso é provocado
pelo aumento da reciclagem de nutrientes e de matéria orgânica
e pela atenuação da ação de agentes erosivos
como a chuva. Dessa forma, os SAF criam um ambiente estável,
beneficiando todas as propriedades do solo (físicas, químicas
e biológicas). A presença de sombra e proteção
contra ventos, geadas e a estabilidade térmica promovidos
pelos componentes arbóreos dos SAF geram maior conforto térmico
para animais e menor chances de perdas de produção
de culturas agrícolas por fatores ambientais desfavoráveis
(Ribaski et al., 2002; Porfírio-da-Silva, 2004; Lima, s/d).
Segundo Souza e Campos (2010), o plantio de árvores exóticas
de rápido crescimento como os Pinus junto com outras árvores
e culturas, além de ser uma opção sustentável,
também diminui o corte das matas nativas remanescentes, ajudando
na conservação ambiental.
Desvantagens dos sistemas agroflorestais
Um sistema agroflorestal nunca é igual a outro, necessitando
de maiores investimentos intelectuais e conhecimentos que possibilitem
usufruir de todas as vantagens econômicas, sociais e ambientais
explicadas acima. Muitos dos maquinários agrícolas
devem ser adaptados para os novos espaçamentos propostos pelos
SAF (Fernándes, 2009; Capitani et al., 1992). Da mesma forma,
esses sistemas são bem mais complexos do que os monocultivos,
necessitando, muitas vezes de maiores cuidados no manejo e a necessidade
de acompanhamentos por extensionistas. Por isso, ainda existem limitações
técnicas e científicas, principalmente falta de pesquisas
e trocas de experiências com relação ao tema
(Radomski, 2010; Capitani et al., 1992).
Muitas regiões brasileiras ainda carecem de cooperativas e
entidades assistenciais que estimulem as atividades agroflorestais.
Talvez isso se explique pelos resultados, principalmente os econômicos,
aparecerem somente a médio e longo prazo (Radomski; 2010).
O autor também relatou a falta de políticas públicas
e programas de crédito que atendam às necessidades
dos sistemas agroflorestais. Há o PRONAF florestal e o PENSAF
(Baggio et al., 2006; Medrado et al., s/d) que atendem também
a modalidade de cultivo dos SAF; porém, ainda há poucas
diretrizes para o fomento, problemas burocráticos e com prazos,
entre outras contrapartidas.
Boa parte dos sistemas agroflorestais pode necessitar
de maiores retiradas de nutrientes dos sistemas, até mesmo pela maior
complexidade e melhor aproveitamento dos recursos locais. Dessa forma,
análises de solo devem ser realizadas com freqüência
para uma reposição sustentável (Capitani et
al., s/d).
Outro problema comum encontrado nos SAF é a existência
de competição pelos recursos finitos (nutrientes, luz, água,
espaço...) entre as várias espécies que podem
ocupar a mesma área, podendo inclusive ocorrer problemas de
alelopatia. Já existem trabalhos que comprovam a utilização
de SAF para a recuperação de áreas degradadas
(Baggio et al., 2006); contudo, existem poucas espécies adaptadas
aos solos pobres. Como exemplo dessas, temos os Pinus (Alves apud
Ribaski, 2007).
Classificação dos SAF
Nos SAF há a produção intensiva de culturas
agrícolas, árvores e forrageiras, com a presença
ou não da criação animal. Esses sistemas são
considerados complexos e promovem melhor a sustentabilidade ambiental.
Devido à amplitude de formas e estruturas que possuem, há várias
maneiras de se classificar os SAF; porém, a que envolve a
natureza de seus componentes e o arranjo espacial é a mais
comum e conhecida.
Assim, de acordo com Radomski (2010), Ribaski et al. (2002), Baggio
et al. (2006) e Capitani et al. (1992) os SAF podem ser divididos
em:
Silviagrícolas: Esse sistema é definido pelo cultivo
de árvores ou arbustos em conjunto ou combinados com cultivos
agrícolas. Nesse sistema, o mais comum é haver linhas
de árvores como faixas de proteção principalmente
contra o vento, podendo ser plantadas ao redor das espécies
anuais. Essas podem ser substituídas após a colheita
por sistemas de sucessão ou rotação.
Silvipastoril: Essa modalidade envolve a criação de
animais domésticos ou silvestres a pasto nativo ou cultivado,
havendo também implantação na mesma área
de árvores ou de arbustos (componentes lenhosos). A criação
de animais onde há árvores em pasto é uma das
formas mais simples e comuns nos sistemas silvipastoris. Esse tipo é muito
observado nas paisagens do sul do Brasil, onde animais pastejam em
presença do pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia).
Outra estrutura silvipastoril é a presença de pastagens
em florestas com regeneração natural, podendo também
haver o desbaste de árvores para favorecer o crescimento do
pasto para alimento animal. De acordo com Medrado et al. (s/d) existem
mais de 10 mil hectares que utilizam os sistemas silvipastoris apenas
no estado do Paraná.
Além dos diversos benefícios que as árvores
trazem, principalmente ao conforto animal (sombra e temperatura),
essa integração pode ainda colaborar para aumentar
a quantidade de pasto e a produtividade florestal. Isso porque há também
os pontos positivos que os animais domésticos ocasionam aos
sistemas. Esses são: menor incidência de plantas daninhas,
de pragas e de moléstias e da adubação orgânica
por suas fezes e urina. Conseqüentemente, haverá economia
da mão-de-obra e com custos de herbicidas, inseticidas e outros
agrotóxicos anteriormente utilizados. O pastejo animal diminui
a quantidade de restos vegetais no sub-bosque, reduzindo a ocorrência
de incêndios em sistemas silvipastoris (Souza e Campos, 2010).
Agrosilvipastoris: Considerados os SAF mais complexos, os sistemas
agrosilvipastoris abrangem o cultivo de pasto para a criação
de animais em sucessão com a produção agrícola
de culturas anuais, simultaneamente ao cultivo de espécie
arbórea. Dentro desse sistema enquadra-se a integração
lavoura- pecuária-floresta (ILPF), a qual, de acordo com Maldonado
(2010), é a utilização de diferentes cultivos
anuais como grãos e fibras, em conjunto com plantas perenes
(plantios de árvores) e com a criação animal
para a produção de carne e de leite. Nesses sistemas
também pode haver a produção da agroenergia.
Todos esses cultivos e criações devem ser realizados
em uma mesma área em consórcio, rotação
ou sucessão. Trecenti e colaboradores (2009) comentaram que
a ILPF está sendo muito utilizada em todo o Brasil para a
recuperação de pastagens degradadas. O tipo de manejo
mais comum é o plantio de culturas anuais, tais como milho,
soja e feijão (no sistema de plantio direto sobre a palha)
nas entre-linhas das mudas arbóreas contendo espaçamentos
maiores (9-10 metros ou mais nas entre-linhas). Isso é feito
geralmente nos dois primeiros anos de implantação do
sistema. Após o crescimento dos componentes arbóreos
e com o maior sombreamento, há a semeadura de forrageira tolerante à sombra
que vão aproveitar os nutrientes residuais das lavouras. Depois,
podem-se adicionar os animais ruminantes para o pastejo.
SAF com os Pinus
Os Pinus são árvores de múltiplo uso que podem-se
adequar e fazer parte dos arranjos dos três tipos de SAF descritos
acima. Esse gênero já tem suas espécies escolhidas
como componente arbóreo de muitos sistemas agroflorestais.
De acordo com Ribaski e Medrado (2005), os principais SAF com os Pinus são cercas-vivas e quebra-ventos em sistemas silviagrícolas
ou como proteção animal no silvipastorismo. Os Pinus apresentam
potencial para elevar a renda da propriedade rural, gerando produtos
de alta qualidade e valor, em especial quando manejados
para toras para venda a serrarias. Para a implantação
dos SAF, a densidade populacional de árvores deve ser modificada
e há a necessidade de planejamento e cuidados no manejo das
plantas de Pinus para garantir boa produtividade (Souza e Campos,
2010). Os mesmos autores apontaram cuidados no preparo de solo, em
técnica de plantio, adubação, capina e desrama
das árvores dos Pinus pertencentes aos SAF.
O conhecimento das condições edafo-climáticas
e das características de todos os componentes da agrofloresta
também se fazem necessários (Ribaski e Medrado, 2005).
Ambos os autores também observaram que em plantios de Pinus solteiros,
o espaçamento comum é de 3 m X 2 m, contendo
uma densidade de 1.667 árvores/ha. Essa é considerada
bastante elevada e caso não ocorram desbastes, há pouca
penetração de luz no sub-bosque. Em contrapartida,
os sistemas agroflorestais com os Pinus são mais abertos e
necessitam de freqüentes desbastes das árvores para seu
incremento. Muitas árvores, principalmente as defeituosas,
são retiradas, remanescendo na área de SAF apenas os
melhores indivíduos (250 árvores/ha para corte final
de volumosas árvores para toras de diâmetro elevado).
Por possuírem uso múltiplo, essas árvores poderão
ter destino nobre, conseguindo-se melhores valores no mercado pela
qualidade de madeira gerada. A diminuição da densidade
e do espaçamento entre as árvores também favorece
a iluminação do sub-bosque e promove o desenvolvimento
de outras culturas agrícolas e forrageiras no sub-dossel (Ribaski
e Medrado, 2005). Muitos SAF com Pinus apresentam plantios em linhas
duplas ou triplas (1,5 m entre plantas e 3 m entre linhas) e distanciadas
de 10 a 40 m entre si. Nesse sistema, para a produção
de madeira e alimentos, podas altas de até 5 metros ou mais
se fazem necessárias, promovendo assim maior aproveitamento
da luz pelas culturas agrícolas ou forrageiras (Ribaski e
Medrado, 2005).
As linhas de Pinus devem ser direcionadas no sentido leste-oeste,
também com o intuito de aumentar a incidência luminosa
e de diminuir o sombreamento. Já em terrenos acidentados,
recomenda-se o plantio das linhas de Pinus obedecendo às curvas
de nível, ajudando também na diminuição
das perdas de solo por erosão hídrica (Ribaski e Medrado,
2005).
Segundo
Trecenti et al. (2009) e Ribaski (2008), uma das
desvantagens da utilização de bovinos nos SAF é a necessidade
de ter-se que isolar a área por dois a três anos para
que os animais não danifiquem ou quebrem as mudas e plantas
jovens. Na integração lavoura-pecuária-florestas
isso pode ser resolvido pela implantação das culturas
agrícolas nesses primeiros anos de plantio florestal. Entra-se
com a pastagem e o gado apenas depois de passado o período
de suscetibilidade de quebra por pisoteio ou por esses animais utilizarem
as árvores para se coçar. Ribaski (2008) recomendou
o início do pastejo em sistemas silvipastoris com Pinus somente
quando a copa das árvores não seja mais alcançada
pelos animais. O mesmo autor comentou que quanto pior a qualidade
da forragem maior a probabilidade de danos graves às plantas
jovens de Pinus. A idade e tamanho do componente animal também
influem no grau de dano ao extrato arbóreo. Terneiros necessitam
de pastagem de maior qualidade e realizam menores estragos nas árvores,
enquanto que os bovinos adultos, apesar da necessidade de qualidade
de pastejo ser menor, geralmente provocam mais injúrias nas
plantas. (Silva apud Ribaski, 2008).
Pesquisas com Pinus no silvipastorismo (ou silvipastoralismo)
Muitos trabalhos científicos já foram desenvolvidos
objetivando avaliar o sombreamento que os Pinus causam e a diminuição
da produção de pastos. Outros estudos buscam as espécies
forrageiras mais adaptadas ao sombreamento para os SAF. A seguir,
há alguns resultados que já indicam respostas promissoras
com relação ao consórcio entre espécies
de Pinus e de forragens, garantindo os diversos benefícios
desse sistema.
Ribaski et al. (2009) avaliaram a disponibilidade de irradiação
solar entre diferentes espaçamentos de Pinus taeda e de Eucalyptus
grandis em sistemas silvipastoris em solos arenosos da fronteira
oeste do Rio Grande do Sul. Em densidades de 1000 plantas/ha, linhas
triplas de 3 m X 1,5 m e contendo corredor de 14 m de largura houve
uma irradiação média de 30% para o eucalipto.
Já nas mesmas condições, os Pinus apresentaram
uma disponibilidade de irradiação média de 65%
quando relacionados à situação de céu
aberto. Com densidade de 500 árvores/ha, havendo aumento apenas
no corredor de pastagem (34 m), a irradiação para a
forragem na área de Pinus chegou a 90%, contra 65% para a
de eucalipto.
Em 2009, Kirchner avaliou o desempenho de forrageiras anuais de inverno
submetidas a distintas luminosidades. Na primeira (100% de irradiação),
as parcelas de forragem se desenvolveram sobre céu aberto.
Na segunda, a irradiância chegou a 70% em plantios de 15 m
X 3 m de espaçamento entre árvores de P. taeda (222 árvores/ha).
Na terceira, as forrageiras se desenvolveram em um ambiente contendo
21% de irradiância em espaçamento de P. taeda de 9 m
X 3 m (370 árvores/ha). O azevém foi a espécie
que melhor produziu sobre sombra, apesar da ervilhaca ter reduzido
menos sua produção quando sombreada. Apesar da sombra
ter aumentado a umidade no solo, a produção de todas
as espécies testadas diminuiu drasticamente no menor nível
de irradiação em teste.
Sartor et al. (2006) avaliaram a produção
de massa seca de cinco forrageiras de inverno produzidas em sistema
silvipastoril
com Pinus taeda nos espaçamentos de 9 m X 3 m e 15 m X 3 m.
Essa última densidade apresentou maior produção
de pasto, bem como a parte central das parcelas quando comparada à projeção
da copa. Entre as espécies forrageiras avaliadas, o azevém
mostrou-se mais tolerante à sombra produzindo maiores quantidades
de matéria-seca.
Kurtz e Pavetti (2006) recomendaram a densidade populacional de árvores
de P. elliottii em sistemas silvipastoris da Argentina em
600 árvores/ha.
Já para o híbrido P. elliottii var. elliottii X P.
caribaea var. hondurensis a densidade sugerida pelos
mesmos pesquisadores foi de entre 700 a 800 árvores/ha.
Souto (2005) propôs o silvipastoralismo como alternativa para
melhorias na renda de produtores no planalto catarinense. Apesar
de o autor ressaltar que ainda há necessidade de mais estudos
para o sistema, sugeriu a utilização de 300 a 450 árvores
de Pinus/ha, associadas à pastagem nativa melhorada. O sistema
silvipastoril na região poderia agregar os benefícios
de ambas às atividades mais realizadas no local (pecuária
e silvicultura).
Já existem trabalhos científicos que avaliam a sustentabilidade
de áreas silvipastoris com os Pinus, bem como realizaram
análises
econômicas do SAF, principalmente através da comparação
com cultivos solteiros. Observem alguns resultados.
Ribaski e colaboradores (2009) compararam índices econômicos
da pecuária extensiva e de sistemas silvipastoris realizados
em áreas do oeste do pampa gaúcho. Os resultados mostraram
indicadores de eficiência econômica baixos para a atividade
de pecuária solteira. Enquanto que os sistemas silvipastoris
incrementaram a renda líquida, assim como os plantios de florestas
homogêneas (monocultivo de Pinus). Os autores ainda
apontaram que os manejos de desbastes das árvores no sétimo ano
dos povoamentos nas áreas de silvipastoralismo aumentaram
ainda mais o rendimento econômico. Isso pode ser explicado
pelo aumento da qualidade das árvores remanescentes contendo
fustes com maiores dimensões e conseguindo preços mais
elevados como matéria-prima de serrarias. Ribaski et al. (s/d)
comentaram que uma das grandes vantagens do componente arbóreo
como os Pinus nos sistemas silvipastoris é a formação
de uma “poupança verde” aos produtores. Esse sistema é uma
alternativa aos pecuaristas de diversas regiões do Brasil,
pois gera maior renda, principalmente a médio e longo prazo,
além do aumentar a oferta de empregos nas regiões onde
são implantados (Fernández, 2009).
Outros estudos apontam o potencial do sistema silvipastoril na recuperação
de áreas degradadas. Rovedder e Eltz (2008) avaliaram a resposta
de P. elliottii e de Eucalyptus tereticornis na
recuperação
de solos que foram submetidos à erosão hídrica
no sudoeste do Rio Grande do Sul. Os autores plantaram os componentes
arbóreos em consórcio com o campo nativo e com plantas
de cobertura. Os resultados indicaram que os Pinus foram
mais sensíveis à competição
com as forrageiras do que o eucalipto, o qual se beneficiou da presença
de pasto para o seu desenvolvimento nesses solos sujeitos à arenização.
Ribaski (s/d) avaliou as perdas de solo em três sistemas de
cultivos distintos nos municípios de Alegrete e Quaraí,
RS. As perdas de solo provocadas por chuva de 42,0 mm chegaram a
359 kg/ha em monocultivos aveia/milho. Já nas mesmas condições,
houve perda de apenas 32 kg/ha em sistemas silvipastoris com Pinus.
Pesquisas com sistemas agrosilvipastoris (ILPF) e os Pinus
Observem alguns estudos referentes aos aspectos econômicos
em sistemas agrosilvipastoris efetuados com os Pinus:
O retorno econômico do Pinus resinífero começa
apenas no oitavo ano após o plantio, tanto com a produção
de resina quanto com o primeiro desbaste. Dessa forma, Neves e colaboradores
(2001) recomendaram que o consórcio dos Pinus com
culturas agrícolas durante esse período pode agregar valor à produção
através do plantio das mudas em espaçamentos mais largos.
O espaçamento das árvores proposto no projeto dos mesmos
autores (3,3 m X 2,8 m) permite o plantio de feijão logo após
a implantação do plantio de Pinus. Recomendou-se
o preparo do solo para a cultura do feijão, havendo correções
de acidez e adubação requisitadas para essa cultura.
Essa deve ser semeada a 50 cm das mudas de Pinus. O cultivo
de arroz e de milho também são indicados pelos autores à medida
que as mudas do componente arbóreo vão crescendo e
ficando imunes à competição de luz com as culturas
agrícolas. Isso pode ser realizado até o quarto ano
de plantio. Após esse período, recomenda-se a semeadura
de forrageiras entre os Pinus com a utilização da área
para pastejo de gado de corte. Do nono até o 24° ano,
realiza-se ainda a extração de resina, vendendo a madeira
no final desse período através do corte final.
Ribaski (s/d) apontou que o lucro da colheita de milho, sorgo e aveia
nos dois primeiros anos da implantação do sistema agrosilvipastoril,
quando as mudas de Pinus ainda eram pequenas, foram suficientes
para amortizar os gastos com a implantação das mudas e manutenção
do plantio florestal.
Pesquisas com Pinus nos sistemas
silviagrícolas
Já há disponíveis alguns resultados bastante
promissores com respeito às atividades silviagrícolas,
tendo os Pinus como um dos componentes dos sistemas de consórcio.
Rodigheri (1998) avaliou a viabilidade econômica de diversos
sistemas silviagrícolas, alguns deles com a presença
dos Pinus como componente arbóreo, comparados a cultivos solteiros.
O rendimento médio do plantio de Pinus e eucalipto
consorciado ao milho no 1° e 2° ano de implantação do sistema,
foram os mais elevados. Os indicadores econômicos também
demonstraram que todos os cultivos silviagrícolas foram mais
rentáveis do que os cultivos solteiros, principalmente com
relação às culturas agrícolas.
Rodigherí (1997) observou que apesar de seu experimento contemplar
apenas as culturas agrícolas de milho e feijão plantadas
nas entre-linhas do Pinus, outras plantas de valor econômico
também podem fazer parte de sistemas silviagrícolas,
como a mandioca, arroz, soja, trigo e hortaliças. Os Pinus receberam
três desbastes, aos 8, 12 e 16 anos, seguido de corte
final, aos 21 anos do plantio. Os autores ressaltaram que a densidade
tanto do milho como do feijão nos cultivos consorciados foram
menores, sendo utilizados 60% do total de insumos e mão-de-obra
utilizados nos monocultivos das mesmas. As rendas líquidas
do milho e do feijão no sistema agroflorestal foram positivas
e contribuíram para ajudar na amortização dos
gastos na implantação dos componentes arbóreos.
Os maiores custos dos sistemas agroflorestais testados foram com
relação às mudas (7,1% do total) e de mão-de-obra
(46,7% do total). Os autores observaram, em alguns casos, que parte
das mudas pode ser doada aos produtores em programas de incentivos
e/ou que grande parte da mão-de-obra do sistema é familiar,
não havendo contratações. Dessa forma, a renda
líquida pode ser ainda maior com a diminuição
desses gastos, tornando os sistemas silviagrícolas ainda mais
atrativos. Outros resultados indicaram menores usos de agrotóxicos
e de diminuição da erosão nos sistemas silviagrícolas
comparados às culturas agrícolas solteiras testadas.
Rodigheri (s/d) avaliou a quantidade de mão-de-obra e a renda
gerada em sistemas silviagrícolas contendo Pinus em
espaçamento
de 3 X 2 m (1667 plantas/ha) consorciados com milho e feijão.
O autor observou que apesar de haver maior uso de mão-de-obra,
o sistema foi mais rentável do que os solteiros, podendo fornecer
ao agricultor madeira de múltiplas finalidades, além
de alimento.
Medrado et al. (s/d) apontaram que nos últimos anos boa parte
das pesquisas de sistemas agroflorestais são feitos com Pinus e
eucaliptos associados a culturas agrícolas. Isso foi explicado
pela amortização dos custos de implantação
que as culturas anuais podem proporcionar à implantação
dessas espécies lenhosas. Além disso, essas árvores
também geram fluxo de caixa mais atrativo do que muitos monocultivos.
Implantação
de um SAF
Os SAF são sistemas mais complexos quando comparados aos cultivos
solteiros. Dessa forma, não existem receitas para a sua implantação;
porém, alguns cuidados podem ser seguidos para o sucesso da
escolha do sistema. De acordo com Trecenti et al. (2009) e Lima (s/d)
existem alguns passos os quais podem ser seguidos para a implantação
bem sucedida de um sistema agroflorestal:
1- Diagnose: Para a implantação de qualquer um dos
sistemas agroflorestais com ou sem a presença dos Pinus, recomenda-se
ao produtor a busca por orientação técnica especializada.
Isso pode ser conseguido nos serviços de orientação
e extensão rural do governo, através de consultorias,
assistências técnicas e nas cooperativas agrícolas
que incentivam esses sistemas produtivos (Trecenti et al., 2009).
As orientações são necessárias para realizar
o diagnóstico da propriedade, caracterizando a área
e definindo os objetivos do produtor. Para tanto, também se
fazem necessários elaborar estudos prévios em busca
de informações sócio-econômicas, além
de conhecimentos da biologia e ecologia de todos os componentes que
pretende-se envolver no sistema, dos preços dos produtos no
mercado e gastos com a implantação. Os problemas da área
e as oportunidades locais devem ser identificados (Lima, s/d). Nessa
etapa, deve ser feita a análise de solo, verificar a disponibilidade
de mão-de-obra, identificar mercados aos produtos, conhecer
a infra-estrutura, entre outros.
2-
Planejamento: Após a coleta das informações
necessárias da propriedade e região, o técnico
e o proprietário estarão munidos de todas as ferramentas
disponíveis para a elaboração de um planejamento
do melhor sistema agroflorestal para o produtor (Trecenti et al.,
2009). Dessa forma, os técnicos, junto ao produtor, poderão
escolher tanto o sistema e os componentes que mais se enquadrem à realidade
da propriedade, à realidade do produtor e às condições
dos mercados dos diversos produtos a serem colhidos.
3- Elaboração do projeto: Durante essa etapa, todas
as informações recolhidas serão analisadas tanto
pelo produtor como pelo responsável técnico, levando
em conta aspectos econômicos, sociais e ambientais. O projeto
de uma SAF é de extrema importância, buscando alternativas
sustentáveis para a propriedade e escolhendo o sistema de
produção mais adequado para cada situação
(Trecenti et al., 2009).
4- Implantação: De acordo com Ribaski (s/d), para o
produtor ter sucesso na implantação do SAF, deve obedecer às
recomendações técnicas para que, no final, obtenha
produção diversificada, de qualidade e competitiva.
Dessa forma, segundo Trecenti et al. (2009), Ribaski (s/d), Lima
(s/d) as principais medidas para o sucesso do plantio florestal de
um sistema agroflorestal são:
- correção de fertilidade e acidez do solo, com adubação
de acordo com recomendação para as culturas em função
da análise de solo da propriedade;
- combate às formigas cortadeiras;
- escolhas de mudas idôneas, provenientes de material melhorado
geneticamente;
- escolha, limpeza e demarcação das áreas do
SAF, respeitando a topografia e relevo local, além de efetuar
o controle das plantas espontâneas (invasoras). Buscar o melhor
espaçamento e sentido das linhas para as culturas agrícolas,
forrageiras e os componentes arbóreos, visando ao melhor aproveitamento
dos recursos da área e a menor competição entre
as espécies selecionadas.
- Respeitar as recomendações técnicas para cada
uma das espécies a serem consorciadas em cada um dos seus
estágios fisiológicos e fenológicos. Em sistemas
silvipastoris, deve-se consultar especialista em pastagens para a
escolha de forrageiras mais adequadas e tolerantes ao sombreamento
(Souza e Campos, 2010).
5- Acompanhamento, avaliação e ajustes ao projeto:
Por se tratar de uma tecnologia nova para o produtor rural, o sistema
agroflorestal escolhido deve estar em constante monitoramento, sendo
analisado e podendo sofrer ajustes conforme as necessidades (Trecenti
et al., 2009). Há alguns cuidados os quais devem ser constantes
após a instalação do SAF escolhido como: controle
de pragas, adubações, cuidados com os animais (quando
forem presentes), desramas, podas e desbastes nos componentes arbóreos,
etc. Medidas preventivas no combate a incêndios também
devem ser tomadas nos SAF, até o corte final das árvores
(Lima; s/d).
Considerações
finais
Os sistemas agroflorestais com o Pinus como componente arbóreo
lenhoso podem ser uma alternativa bastante rentável ao produtor
rural. Grande parte dos artigos estudados mostraram vantagens econômicas,
sociais e ambientais dos sistemas de consórcios de culturas
agrícolas e/ou criações de animais em associação
com os Pinus. Dessa forma, mais pesquisas deveriam ser realizados,
buscando cada vez mais a sustentabilidade da produção
não só de alimentos, mas também dos produtos
florestais e valores ambientais que os Pinus podem oferecer.
Incentivos e parcerias deveriam ser consolidados entre entidades
públicas e privadas, favorecendo a troca de conhecimentos,
extensão e informações sobre os SAF entre técnicos,
pesquisadores e produtores rurais.
Os sistemas agroflorestais também deveriam ser mais difundidos
entre as grandes empresas reflorestadoras, visto que a busca por
produtos ambientalmente corretos pelos consumidores vem aumentando
(Capitani et al., 1992).
Os Pinus são árvores de rápido crescimento,
múltiplos usos e que se adaptam bem a solos pobres e degradados.
Já existem muitos trabalhos que comprovam a ajuda de diversas
de suas espécies na recuperação de áreas
degradadas. Assim, novas tecnologias e mais estudos deveriam ser
realizados no país para esclarecimento das dúvidas
dos produtores rurais com relação aos SAF.
Com a finalidade de facilitar o acesso dos interessados a uma base
de conhecimentos sobre os Pinus em sistemas agroflorestais,
estamos a seguir lhes oferecendo uma seleção de artigos
muito ampla e valiosa. Esperamos que a apreciem e que possa lhes
ser de utilidade.
Referências bibliográficas e sugestões
para leitura
Portal
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http://www.ilpf.com.br
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em PowerPoint: 65 slides. (2010)
http://www.ilpf.com.br/artigos/Pol%C3%ADticas%20P%C3%BAblicas
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Embrapa. Vídeo de 8,20 min. (2010)
http://www.painelflorestal.com.br/painel-florestal-tv/programa-de-tv/196/
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O eucalipto, o Pinus e os sistemas agroflorestais: sustentabilidade
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http://mauriciosnovaes.blogspot.com/2010/04/o-eucalipto-o-pinus-e-os-sistemas.html
Potenciais
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floresta%22&btnG=Pesquisar&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai (Integração Lavoura Pecuária Floresta)
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