Editorial
Caros
amigos interessados pelos Pinus,
Estamos lhes trazendo a 32ª Edição do nosso
informativo digital PinusLetter. Mais uma vez nos esforçamos
para lhes oferecer temas relevantes e assuntos interessantes e atuais
para sua informação e conhecimento. Vocês poderão
obter isso tudo através da leitura dos tópicos que redigimos
e pela navegação nos inúmeros Pinus-Links por
nós recomendados.
Nessa edição, continuamos a enfatizar os produtos oriundos
dos Pinus e de outras coníferas que trazem conforto e outros
benefícios à sociedade. Também nos dedicamos muito,
como parte de nossas metas estratégicas, a fortalecer e recomendar
ações e atitudes para a preservação de
nossos recursos naturais e para a necessária sustentabilidade
das plantações florestais de Pinus e de outras espécies
florestais de valor para a produção de bens e serviços
de base florestal para o bem-estar e conforto das pessoas. Ainda nessa
edição, procuramos dar o merecido destaque a pessoas
de nossa comunidade técnico-científica que trazem, com
seu trabalho, esforço e talento, contribuições
muito relevantes na agregação de conhecimentos sobre
o Pinus. Esperamos que os temas escolhidos sejam de seu interesse e
agrado.
A seção "As Coníferas
Ibero-Americanas" retorna
trazendo dados de pesquisas e características do Cupressus
sempervirens,
também conhecido popularmente como “cipreste
italiano”. Árvore
muito utilizada no Brasil e em outras partes do mundo como espécie
ornamental, também apresenta outras funções. Sua
madeira pode ser empregada na carpintaria e para a fabricação
de celulose e papel (confiram alguns estudos que apontam a potencialidade
da espécie para esses fins), além do seu óleo
essencial e resinas apresentarem compostos utilizados em diversas áreas
da indústria da química fina. Conheçam também
formas de manejo, de desenvolvimento e características morfológicas
de C. sempervirens.
Os múltiplos usos das costaneiras de toras de Pinus é outro
tema presente nessa edição. As costaneiras até recentemente
eram resíduos comuns de serrarias, os quais na maior parte das
vezes eram descartados de forma indevida. Hoje, existem várias
formas de utilização da madeira proveniente das costaneiras
originadas do desdobramento de toras de maiores diâmetros. O
uso da costaneira como fonte de energia ou para produtos de maior valor
agregado pode proporcionar renda extra, além de ser uma medida
ambientalmente correta.
A PinusLetter 32 volta a dar destaque às principais "Pragas
e Doenças dos Pinus", seção onde descrevemos
a armilariose, podridão radicular causada pelo fungo Armillaria
spp. Conheçam os sintomas no hospedeiro, ambiente favorável,
principais medidas de controle e características observadas
a olho nu do patógeno (sinais da doença).
Em "Referências Técnicas
da Literatura Virtual" continuamos
a destacar os nossos "Grandes Autores
sobre os Pinus". Dessa
vez o homenageado é o Dr. Francides Gomes da Silva Jr.,
docente e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), na
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, em Piracicaba.
O professor desenvolve estudos na área de produção
de celulose e papel de diversos gêneros arbóreos, incluindo-se
os Pinus. Dessa forma, contribuiu e continua a contribuir para o desenvolvimento
da sociedade brasileira tanto por auxiliar na resolução
de problemas do setor florestal através das suas pesquisas como
por ajudar na formação de diversos profissionais de qualidade,
os quais atuam por todo o Brasil e alguns inclusive no exterior.
Outro assunto abordado foi o uso de polpas e serragem de Pinus como
matéria-prima para produtos conhecidos como fibrocimento. Grande
parte desse produto no Brasil e em outros países em desenvolvimento
ainda é produzido com inclusão de fibras do amianto (ou
asbesto - http://pt.wikipedia.org/wiki/Asbesto). O amianto é um
mineral que comprovadamente causa sérios danos à saúde
humana, necessitando de alternativas economicamente viáveis,
não tóxicas e ambientalmente corretas para sua gradual
e segura substituição. Vejam protótipos e produtos
comerciais, bem como resultados de pesquisas que ajudaram a desenvolver
compósitos com fibras de Pinus capazes de tornar os produtos
de fibrocimento usados na construção civil mais sustentáveis.
Por fim, temos a apresentar mais um de nossos Artigos
Técnicos,
que dessa vez relata acerca da “laminação
e faqueamento da madeira de Pinus”. Conheçam os principais usos dos
laminados, suas vantagens e desvantagens, fatores que influenciam na
sua qualidade, processamentos e alguns resultados de pesquisas para
promover a melhoria contínua desse importante produto dos Pinus.
Agradecemos em especial nosso contínuo, dedicado e, no momento, único Patrocinador:
ABTCP
- Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel - (http://www.abtcp.org.br)
e também à única empresa que continua a nos apoiar
como Apoiadora Empresarial (Norske
Skog Pisa) e aos nossos apoiadores
pessoas físicas que acreditam e estimulam esse nosso serviço
de agregação e difusão de conhecimentos acerca
dos Pinus para a sociedade. Obrigado a todos pela oportunidade, incentivo
e ajuda para que possamos levar ao público alvo, que cada vez é maior,
muito conhecimento a respeito dessas árvores fantásticas
que são as dos Pinus e também de outras coníferas
e espécies florestais comercialmente e ecologicamente importantes
para nossa sociedade.
Esperamos
e acreditamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização
das várias oportunidades que as plantações florestais
do gênero Pinus oferecem ao Brasil, América Latina e Península
Ibérica, disseminando assim mais conhecimentos sobre os produtos
derivados dos Pinus para a sociedade e incentivando a preservação
dos recursos naturais e a sustentabilidade nesse setor.
Um forte
abraço e muito obrigado a todos vocês.
Ester
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html
Celso
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html
Nessa
Edição
As
Coníferas Ibero-Americanas - Cupressus sempervirens
Costaneiras
de Pinus
Pragas
e Doenças dos Pinus: Armillaria spp. - Armilariose
em Pinus
Referências
Técnicas da Literatura Virtual - Grandes Autores sobre
os Pinus - Professor Dr. Francides Gomes da Silva Jr.
Produtos
de Fibrocimento Derivados de Fibras de Pinus
Pinus-Links
Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Laminação
/ Faqueamento da Madeira de Pinus
As Coníferas
Ibero-Americanas
Cupressus
sempervirens
Cupressus sempervirens é conhecido popularmente por
cipreste-comum, cipreste-mediterrânico, cipreste-piramidal,
cipreste-da-Itália ou cipreste-italiano. O último termo é o
mais comum, inclusive apresentando esse nome coloquial no Brasil
e em Portugal. Na língua inglesa, pode ser chamado de diversos
nomes, como: “Italian cypress, Tuscan cypress ou pencil cypress” (Óleo
essencial..., 2009). Essa conífera resinosa é nativa
principalmente do sul da Europa, mais precisamente nas zonas mediterrânicas
orientais tais como o sudeste grego (Creta e Rodes). Também é endêmica
do sudoeste da Ásia e norte da África, principalmente
norte da Líbia, Chipre, Síria, Líbano e sul
da Turquia (Wikipédia, 2011; Silva, 2003; Ramos e Caetano,
s/d). Apesar de não ser endêmico da Itália, esse
tipo de árvore é extremamente popular naquele país,
sendo comumente cultivado e recebendo o nome comum de cipreste-italiano
no Brasil e em várias partes do mundo (Wikipédia, 2011).
Sua madeira leve, homogênea e duradoura é apreciada
e utilizada pelo homem desde a antigüidade, podendo ser encontrada
em sarcófagos egípcios, em arcas, em barcos fenícios
e em móveis e estátuas grego-romanas.
O próprio nome da espécie desse cipreste (“sempervirens”)
já indica a característica longeva não apenas
dos produtos madeireiros, mas essencialmente da árvore em
si. Essa consegue sobreviver por mais de mil anos (Wikipédia,
2011). O termo “sempervirens” também apresenta
o significado no Latim de “sempre verde”, evidenciando
ainda mais a longevidade dessa árvore. Dessa maneira, o nome
da espécie ressalta a presença de folhas persistentes
e de coloração verde contínua ao longo do ano.
O
adulto apresenta dimensões consideradas médias, atingindo
no máximo 35 m de altura. A copa é bastante cônica,
de coloração verde escura e hábito de crescimento
rápido, assemelhando-se em forma a uma coluna piramidal
principalmente por ter diâmetro reduzido, que dificilmente
ultrapassa os 3 metros (USDA, 1993). O tronco do cipreste-italiano é bastante
resistente e reto, contendo uma casca de cor castanha acinzentada
com presença de fissuras. Seus ramos são pedunculados
e com formas variadas; contudo, geralmente são eretos e
divergentes. A folhagem se distribui densamente sobre os mesmos.
As folhas são
opostas, decussadas e com formato de escamas contendo de 2 a 5
mm. Os cones femininos têm formato ovóide ou oblongo
com no máximo 40 mm de comprimento. Essas pinhas contêm
de 10 a 14 escamas inicialmente verdes, passando após a
maturação,
que leva de 20 a 24 meses, para a coloração marrom.
Já os estróbilos (órgãos de reprodução
masculinos) são amarelados, liberando pólen no ar
(geralmente em março em Portugal) e possuem de 3-5 mm de
comprimento (Wikipédia,
2011; Silva, 2003; USDA, 1993).
O
tipo de folhas, ramos, cor e principalmente o formato do cipreste-italiano
faz
com que essa árvore seja cultivada e apreciada para
fins ornamentais não apenas na região do Mediterrâneo,
onde é nativa, mas em todas as regiões do mundo com
inverno ameno e uma estação do ano relativamente
seca. Dessa maneira, essa espécie pode ser encontrada em
boa parte da região sul dos Estados Unidos, em algumas áreas
de clima ameno do Canadá, ao sul da Austrália, na África
do Sul, na Itália e inclusive em algumas regiões
frias e temperadas do Brasil. Essa espécie também
se mostra comum em cemitérios de distintas regiões,
principalmente por dar a “idéia” de eternidade
devido à sua
longevidade e forma de uma coluna apontando para o céu
(Ramos e Caetano, s/d).
Taxonomicamente, já existiram duas variedades do cipreste-italiano,
as quais foram classificadas como: C. sempervirens var. sempervirens
e C. sempervivens var. pyramidalis; todavia,
as diferenças
morfológicas existentes atualmente apenas compõem
grupos de cultivares.
Não existem muitos
dados e informações sobre
a adaptabilidade da espécie para as condições
brasileiras, apesar de esse cipreste ser extremamente encontrado
nas regiões frias do Brasil para o embelezamento
paisagístico principalmente de praças, cemitérios
e jardins.
C. sempervirens não é exigente em fertilidade do solo,
pode se desenvolver em solos rasos, rochosos, pobres e inclusive
compactados. Também é considerada uma espécie
termófila e xerófita, apesar de ser tolerante a alagamentos.
Ela se adapta facilmente a regiões com precipitações
anuais de 800-1.000 mm/ano. Assim, esse cipreste é uma árvore
de pleno sol e deve ser plantado em solos bem drenados. A muda deve
ser irrigada com freqüência até o seu estabelecimento.
A poda não é indicada e sua propagação
pode ser feita tanto via sementes como por estacas ou alporquia (USDA,
1993; Ramos e Caetano, s/d). Os principais problemas fitossanitários
da espécie são ataques de ácaros, podridões
radiculares e cancro causado pelo fungo Seiridium cardinale. Esse último é capaz
de dizimar grandes plantações quando encontram hospedeiros
suscetíveis e condições ambientais adequadas.
(Wikipédia, 2011; USDA, 1993).
Além dos fins paisagísticos, C. sempervirens também
pode ser utilizado para fins florestais e de proteção
/ barreiras. É utilizado com freqüência para
a elaboração de quebra-ventos. Para tanto, barreiras
físicas podem ser formadas com o espaçamento
de 3 metros entre árvores, diminuindo a força
dos ventos em lavouras, pomares, viveiros, habitações
e outras construções
rurais (Ramos e Caetano, s/d).
Na
indústria
química fina, o óleo essencial
do cipreste-italiano possui diversos compostos que podem ser
usados para inúmeros fins que vão desde a perfumaria
até à produção
de remédios (Wikipédia, 2011). O óleo
essencial da espécie apresenta aroma amadeirado, levemente
picante; porém, ao mesmo tempo refrescante. Por isso é muito
utilizado na aromaterapia. Apresenta propriedades anti-reumáticas,
anti-sépticas, anti-sudorais, cicatrizantes, desodorantes,
diuréticas, vaso constritivas, inseticidas, entre outras
(Óleo
essencial..., 2009). Produtos extrativos do cipreste podem
ser obtidos tanto das resinas da madeira como das suas folhas.
A madeira clara, homogênea e perfumada do cipreste também é apreciada
até os dias de hoje para a carpintaria e para a elaboração
de móveis. Já existem várias pesquisas que destacam
o potencial dessa madeira também para a fabricação
de celulose e papel. Estudos desenvolvidos por Almeida e
colaboradores (2003) testaram o comportamento das fibras
de Cupressus
arizonica e de Cupressus sempervirens de plantações de 16 anos
em Portugal para a fabricação de celulose. Os resultados
indicaram rendimentos de polpa kraft de ambos os ciprestes como sendo
inferiores aos de outras espécies que possuem madeira “mole” (coníferas).
Tal resultado foi explicado pela maior concentração
de lignina existente nas madeiras do gênero Cupressus. O valor
de comprimento de fibras de C. sempervirens foi
considerado inferior ao de Pinus sylvestris; porém não evidenciada significância
estatística.
Silva et al. (2007) investigaram a potencialidade de três espécies
de ciprestes, dentre elas C. sempervirens, para
a fabricação
de papel. As polpas produzidas apresentaram comprimentos
de fibras inferiores tanto às de Pinus pinaster como
de P.
sylvestris. Apesar das amostras de ciprestes
terem indicado melhores resultados para C. sempervirens, todas
exibiram performance inferior às
de Pinus. Os autores ressaltaram que C. sempervirens
poderia ser
uma alternativa para a mistura de polpas de fibra longa na
confecção
de papel de impressão.
Mais
estudos poderiam ser realizados com a espécie em busca
de alternativas para produção de florestas
plantadas já que sua madeira apresenta propriedades
apreciadas principalmente para a carpintaria, e também
oferece resinas para produção
de óleos aromáticos, etc.
Observem a seguir algumas bibliografias selecionadas que
tratam das principais características morfológicas dessa espécie
de ciprestes, assim como estudos já desenvolvidos que versam
sobre as propriedades da madeira como matéria-prima para a
confecção de óleos, de papel e de celulose.
Há também artigos que apresentam as principais condições
edafo-climáticas para o desenvolvimento, assim como técnicas
de manejo e cuidados a serem adotados para o sucesso dos
plantios de Cupressus sempervirens.
Cipreste-italiano. Wikipédia.
Acesso em 28.02.2011:
Textos que caracterizam o cipreste-italiano podem ser encontrados
na enciclopédia virtual Wikipédia. Informações
sobre a taxonomia, morfologia, usos, curiosidades, mitos e culturas
estão disponibilizadas, além de cuidados que devem ser
tomados para o bom desenvolvimento da espécie.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cipreste-italiano (em Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Cupressus_sempervirens (em Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Cupressus_sempervirens (em
Espanhol)
Cold
tolerance in cypress (Cupressus sempervirens L.): a physiological
and molecular study. P. Baldi; L. Pedron; A. M. Hietala;
N. La Porta.
Tree Genetics and Genomes 7:79–90. (2011)
http://www.springerlink.com/content/7134852682611n43/fulltext.pdf
Óleo essencial de cipreste. Óleos Essenciais. (2009). Acesso em
28.02.2011:
http://oleosessenciais.org/oleo-essencial-de-cipreste/
Potential
of cypress wood for pulp production. F. Silva;
A. Santos; O. Anjos; R. Simões. Escola Superior Agrária
de Castelo Branco. XX Encontro Tecnicelpa. p. 257-260 (2007)
http://www.tecnicelpa.com/eventos_zoom.php?identif=215&lang=PT
Chemical constituents of Cupressus sempervirens L. cv. cereiformis Rehd.
S.A. Emami; M.H. Khayyat; M. Rahimizadeh; B.S. Fazly-Bazzaz; J. Assili.
Iranian Journal of Pharmaceutical Sciences 1(1): 39-42. (2004)
http://ijps.sums.ac.ir/files/PDFfiles/7.pdf
Cupressus sempervirens. M. Silva. Jornal dos Clubes da Floresta do Projecto
Prosepe. Floresta com Vida. FolhaViva 23(6). p.12. (2003)
http://www.nicif.pt/Publicacoes/Folha_Viva/downloads/JFV23.pdf
The potential of Cupressus arizonica and Cupressus sempervirens for
pulp production. M. Almeida; A. Santos; C. Morais; H. Pereira; O. Anjos; R.
Simões. Repositório do Instituto Politénico de Castelo
Branco. 06 pp. (2003)
http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/49515417.html
http://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/160/1/Almeida%20et%20al%202003.pdf
Cupressus sempervirens "Glauca": Italian cypress. E. F. Gilman;
D. G. Watson. University of Florida. 03 pp. (1993)
http://edis.ifas.ufl.edu/pdffiles/ST/ST22600.pdf
http://hort.ufl.edu/database/documents/pdf/tree_fact_sheets/cupsema.pdf
Cupressus sempervirens L. Plants Profile. USDA. 02 pp. (1993)
http://plants.usda.gov/java/profile?symbol=CUSE2
Variation of wood structure and properties of Cupressus sempervirens var. horizontaus in
natural populations in Greece. A. D. Paraskevopoulou.
Iawa Bulletin 12(2): 195-206. (1991)
http://bio.kuleuven.be/sys/iawa/IAWA%20J%20pdf's/12.no.1-4.1992/12.2.195_206.pdf
Variation in resin composition of the italian cypress (Cupressus
sepervirens L.) grown in Israel. G. Schiller. Silvae Genetica 39: 3-4. (1990)
http://www.bfafh.de/inst2/sg-pdf/39_3-4_89.pdf
O
cipreste em Portugal. P. Ramos; F. Caetano. Cypmed-Asia. (s/d = sem referência
de data)
http://www.arsia.toscana.it/filfor/cypmed-arsia/download/
algarve%20brochure%20pdf/5-distribut-5-7.pdf
Imagens acerca do Cupressus sempervirens:
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&biw=1276&bih=519&q=%22Cupressus
+sempervirens%22&wrapid=tlif129893203806811&um=1&ie=UTF-
8&source=univ&sa=X&ei=RiFsTcuiMoL7lwfYxoD_AQ&ved=0CDoQsAQ (Cupressus sempervirens. Imagens Google)
http://www.arborium.net/final/html/ficha_28.html (Imagens: Arborium.net)
http://pt.photaki.com/pictures-cupressus-sempervirens-p1 (Fotos Photaki:
Cupressus sempervirens)
Costaneiras
de Pinus
A madeira proveniente de florestas
plantadas está ocupando
cada vez mais o espaço das madeiras de espécies nativas
nas serrarias brasileiras. Isso ocorre, tanto devido à escassez
de algumas espécies arbóreas próprias do Brasil
e que se tornaram raras, como também pela proibição
e proteção governamental para algumas que já se
encontram em perigo de extinção. A escassez de madeira
de florestas nativas fez com que as serrarias tivessem que adaptar
seus maquinários para florestas plantadas de rápido crescimento
como é o caso dos Pinus. Atualmente, a madeira é matéria-prima
cada vez mais requisitada, tendo o seu valor sempre atrativo nos mercados.
Aliado aos aspectos econômicos, ainda estão outros de
cunho ambiental, que conduzem os usuários de madeira a utilizar
esse recurso renovável de forma a mais racional possível,
gerando o mínimo de resíduos em cada um de seus processos
(Rocha, 2002; Furtado e Polese, 2005). Os restos madeireiros também
são reaproveitados podendo agregar valor e gerar renda extra às
indústrias e serrarias (Dutra et al., 2010).
Costaneiras podem ser definidas como as sobras laterais da tora quando
essas são desdobradas em peças de seções
quadradas ou retangulares. As costaneiras apresentam forma de meia-lua
em sua seção transversal, sendo constituídas tanto
de madeira como de cascas quando essas não foram removidas.
Dessa forma, as costaneiras nada mais são do que tábuas
de seção irregular originadas das extremidades exteriores
do tronco de uma árvore (Dutra et al., 2010; Giacomet, 2008).
Essa madeira das costaneiras, obtidas da posição externa
do tronco, corresponde em geral ao alburno da árvore, tendo
as maiores densidades básicas e comprimentos de fibras em relação às
demais posições no sentido medula/casca ou radial do
tronco.
As costaneiras dos Pinus, por serem irregulares em formato e composição
(com ou sem casca), não são fáceis de serem trabalhadas.
Assim, são vendidas com freqüência por grande parte
das serrarias como lenha para a produção de calor através
da queima dessa biomassa. As costaneiras também podem ser utilizadas
como biomassa combustível em usinas termo-elétricas ou
para a geração de energia em processos industriais. Outra
finalidade bastante comum da costaneira é o uso em processos
industriais para a produção de carvão vegetal
e gás combustível (por gaseificação da
madeira). A queima de forma inadequada da madeira da costaneira e de
outros resíduos vegetais pode gerar fumaça, que caso
sejam liberadas na atmosfera de forma indevida, podem causar poluição
do ar (Dutra et al., 2010).
Toras de grande bitola e de formatos irregulares possuem bastante madeira
removida como costaneira. Essa pode ser aproveitada, gerando lâminas
e tábuas para a matéria-prima de produtos que apresentam
valores mais representativos e interessantes no mercado. Costaneiras
são ainda usadas em pequenas construções rústicas
como galpões, quiosques, estábulos e cercas. Em geral,
para essas finalidades buscam-se as costaneiras mais grossas e resistentes.
Tábuas de costaneiras da madeira de Pinus também são
constantemente empregadas para a fabricação de caixas
para acondicionamento e transporte de frutas e hortaliças, além
de servirem de matéria-prima na elaboração de
páletes muito utilizados atualmente na logística de materiais.
Uma opção economicamente mais interessante para a utilização
das costaneiras seria o seu aproveitamento como matéria-prima
de novos produtos de maior valor agregado. Tal medida seria ideal,
principalmente para diminuir os custos de produção na
serraria, tornando-as mais competitivas no mercado. Já existem
muitas indústrias moveleiras utilizando as costaneiras para
a fabricação de mobiliário rústico, tais
como baús, mesas, cadeiras, porta revistas e bares. Também
podem ser empregadas na construção-civil, para a elaboração
de cercas rústicas, vedações tipo tapumes, quiosques
e galpões. Existem artistas que utilizam a madeira de costaneiras
como matéria-prima de esculturas e de pinturas. A madeira da
costaneira também já é comumente empregada para
a elaboração de peças pequenas de artesanato e
para a elaboração de utensílios domésticos.
Molduras em portas, caixas de janela, rodapés, cornijas, sancas,
entre outros podem ser produzidos a partir de resíduos de madeira
como as costaneiras, podendo alcançar rendimentos bastante interessantes
(Hernandez e Wiemann, 2006).
Para todos os casos onde o mercado focado é o de produtos de
maior valor, exige-se uma seleção das peças melhores
e em condições de melhor desempenho. Já existem
diversas tecnologias de desdobro e melhoria da qualidade das costaneiras
de toras de elevado diâmetro, sendo perfeitamente possível
a utilização da sua madeira em produtos muito mais valiosos
que sua simples queima como biocombustível.
A costaneira é um dos principais resíduos da madeira
dos Pinus, sendo ainda, em muitos casos, descartada em aterros de forma
inapropriada (Hilling et al., 2006). Pesquisando os resíduos
de serrarias no município gaúcho de Corede-Serra, os
mesmos autores anteriores encontraram quantidades de 647 m³ de
costaneiras geradas mensalmente na região, perdendo apenas para
a serragem que era gerada na razão de 951 m³ ao mês.
Os autores constataram que 57% das costaneiras geradas em serrarias
gaúchas do município de Corede-Serra eram destinadas
para usos em aviários das proximidades e 42% eram utilizadas
para a geração de energia e lenha. O estudo apontou que
apenas 1 % das costaneiras foi usada para a confecção
de caixarias.
Calegari et al. (2005) avaliaram as propriedades dos resíduos
de madeira provenientes de serrarias para a combustão. Os autores
apontaram a alta variabilidade dos resíduos, principalmente
o de cavacos e de costaneiras, influenciando na energia calorífica
gerada. Porém, o principal fator que influenciou nessa oferta
variável de energia foi o teor de umidade que com seu aumento
diminui o poder calorífico útil desses resíduos.
Em um estudo de caso em serraria no Paraná, Dutra e colaboradores
(2010) observaram todo o sistema de aproveitamento de resíduos
da empresa, a qual segue a política de resíduo zero.
Após a entrada das toras na serra vertical, as laterais das
mesmas são retiradas, surgindo então às costaneiras.
As toras isentas das costaneiras seguem para refiladeira múltipla.
Enquanto isso, as costaneiras retiradas vão para a serra circular
múltipla, onde podem ser transformadas em tábuas irregulares.
Na unidade pesquisada a capacidade da serra é de cortar 45 m/min,
o que equivale à 15,5 costaneiras por minuto. Depois disso,
as tábuas produzidas que apresentarem alguma não-conformidade
são selecionadas seguindo para um dos dois tipos de refiladeiras
menores: a primeira retira alguns tipos de imperfeições
deixando as tábuas mais estreitas. Já para a segunda
seguem as tábuas que não podem ser consertadas, onde
são transformadas em cavacos para venda energética ou
produção de celulose (para esse caso, não devem
conter cascas). Segundo o autor, as refiladeiras podem beneficiar 28
costaneiras por minuto. Em seguida as tábuas produzidas são
cortadas no comprimento requerido pelo cliente, passando pelo processo
de secagem e armazenamento.
Furtado e Polese (2005) comentaram alguns processos existentes de refilamento
de costaneiras para a formação de tábuas. Para
tanto, elas podem ser conduzidas a uma serra fita vertical com mesa
de rolos tracionadores. Seus refilos são conduzidos para uma
despontadeira, eliminado os principais defeitos. Posteriormente, as
tábuas seguem para o último refilamento em serra circular,
onde são ajustadas nas dimensões adequadas. A quantidade
de tábuas formadas vai depender da espessura e comprimento almejados.
Rocha (2002) apontou que serras circulares são utilizadas no
processo, ganhando-se velocidade e reduzindo a espessura da serra e
consequentemente a produção de serragem (consideradas
desperdícios no desdobro). Muitas serrarias possuem picadores
que após a retirada da costaneira das toras descascadas realizam
a picagem simultânea da mesma destinando esses cavacos para a
fabricação de chapas ou destinando os mesmos para empresas
produtoras de celulose.
Mello e Portela (2007) comentaram que o elevado preço que a
madeira de Pinus para a confecção de móveis e
para a serraria vem alcançando fez com que indústrias
de celulose estejam cada vez mais interessadas em utilizar madeira
de resíduos como matéria-prima, como costaneiras e madeiras
de desbaste.
Vermaak (2007) avaliou as características de papéis produzidos
com cavacos da madeira de costaneiras de Pinus patula na África
do Sul. O papel apresentou índices de tração inferiores;
porém, elevada resistência ao rasgo. Aliado ao custo inferior
de produção, o autor afirmou que “o papel feito
de costaneira” pode ser utilizado para embalagens.
Harris (1993) comparou a madeira de costaneira de espécies de
coníferas e madeira de lenho juvenil como matérias-primas
para a produção de papel para impressão. Houve
maiores gastos energéticos na produção de papel
de madeira de Pinus radiata de lenho juvenil do que para a de costaneira
da mesma espécie. A celulose da madeira juvenil apresentou menor
resistência do que a provinda de costaneiras; contudo, o papel
de impressão formado pela madeira juvenil apresentou melhores
características óticas e superficiais (lisura).
Hernandez e Wiemann (2006) observaram processos e realizaram recomendações
para serrarias em uma consultoria no México. Um dos maiores
entraves encontrados pelos autores foi a alta quantidade de serragem,
de costaneiras e de outros resíduos madeireiros gerados nos
processos de desdobro da madeira. As serrarias pesquisadas já recuperavam
parte da madeira das costaneiras de Pinus, transformando as tábuas
finas usadas em caixaria de frutas, em cabos de vassoura e também
em componentes de páletes de madeira. Os autores recomendaram
a formação de cooperativas entre as serrarias para o
melhor aproveitamento dos resíduos, obtendo assim produtos que
possam gerar renda extra expressiva aos produtores.
Um dos grandes problemas de serrarias atuais é encontrar mercados
economicamente viáveis e ambientalmente corretos para a costaneira.
Muitas vezes o problema está relacionado à localização
distante desses mercados. Eles existem, mas não estão
disponíveis. Cabe muitas vezes ao poder público e às
entidades de classe promover e estimular a formação de
arranjos produtivos com base na integração de usuários
da madeira para otimizar seu uso, reduzir desperdícios e agregar
mais valor aos produtores e ao meio ambiente.
Apresentamos em seguida uma série de artigos técnicos
e científicos que abordam estudos sobre as diversas utilizações
das costaneiras de Pinus, as quais são: uso para energia
e lenha, para a fabricação de caixas, de móveis
rústicos,
de papel e celulose, de utensílios domésticos, de molduras
de uso arquitetônico, entre outros.
Geração e reaproveitamento de resíduos na indústria
madeireira. G. Dutra; A. L. Soares; M. R. Carletto. EPEGE. 09 pp. (2010)
http://www.pg.utfpr.edu.br/epege-010/artigos/Geracao_e_Reaproveitamento
_de_Residuos_na_Industria_Madereir.pdf
Estudo
da madeira de Pinus taeda L. em diferentes cenários
de variabilidade e seus reflexos nas propriedades da polpa e do papel
Sack Kraft. A. G. S. O. Narciso; R. L. Simão. 43° Congresso
e Exposição Internacional de Celulose e Papel. ABTCP
- Associação Brasileira Técnica de Celulose e
Papel. Apresentação em PowerPoint: 34 slides. (2010)
http://www.abtcp.org.br/arquivos/File/ABTCP%202010/Congresso/06%20
de%20outubro/Estudo%20da%20madeira%20de%20Pinus%20taeda
%20L._Romullo%20Luiz_Klabin.pdf
Caracterização
do consumo de lenha pela atividade cerâmica,
nos municípios de Itabaiana, Itabaianinha e Umbaúba-SE.
M. Aragão; L. J. Gomes; M. Nogueira; G. T. Ribeiro. Revista
Científica Eletrônica de Engenharia Florestal (3)12.
16 pp. (2008)
http://www.revista.inf.br/florestal12/pages/artigos/REEF-ANOVII-VOL12-ART07.pdf
Avaliação do desempenho ambiental do processo produtivo
de uma indústria madeireira. D. M. Giacomet. Dissertação
de Mestrado. UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
102 pp.(2008)
http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/
217_dissertacao%20debora%20giacomet.pdf
Influência da costaneira de Pinus na qualidade dos cavacos para
produção de pastas. C. A. Mello; O. Portela. Anais da
III Semana Acadêmica da FAJAR. Faculdade Jaguariaíva.
85 pp. (2007)
http://www.fajar.edu.br/site/images/stories/file/
Anais_da_III_Semana_Academica_da_FAJAR.pdf
Genetic variation for growth, wood and fibre properties of Pinus
patula families grown on six sites in South Africa. J. A. Vermaak.
Dissertação
de Mestrado. Universidade de Stellenbosch. 159 pp. (2007)
https://scholar.sun.ac.za/bitstream/handle/10019.1/3102/
Vermaak,%20J%20A.pdf?sequence=1
Lumber processing in selected sawmills in Durango and Oaxaca,
Mexico.
R. Hernandez; M. C. Wiemann. United States Department of Agriculture
(USDA). 17 pp. (2006)
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/fplgtr/fpl_gtr167.pdf
Resíduos
de madeira da indústria madeireira – caracterização
e aproveitamento. É. Hillig; V. E. Schneider; C. Weber; R. D.
Tecchio. XXVI ENEGEP. 07 pp. (2006)
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR520346_8192.pdf
Poder
calorífico da madeira e de materiais ligno-celulósicos. W. F. Quirino; A. T. Vale; A. P. A. Andrade; V. L. S. Abreu; A. C.
Santos Azevedo. Revista da Madeira 89:100-106. (2005)
http://www.funtecg.org.br/arquivos/podercalorifico.pdf
Avaliação
do rendimento de madeira serrada de Pinus. F. C. Furtado; R. C. Polese.
Revista da Madeira nº 88. (2005)
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=
708&subject=Desdobro&title=Avalia%C3%A7%C3%A3o%20do%20
rendimento%20de%20madeira%20serrada%20de%20Pinus
Características de algumas biomassas usadas na geração
de energia no sul do Brasil. L. Calegari; C. E. B. Foelkel; C. R. Haselein;
J. L. S. Andrade; P. Silveira; E. J. Santini. Biomassa e Energia 2(1):37-46.
(2005)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
artigo%20revista%20Biomassa%20e%20Energia2.pdf
RESUMO: Caracterização dos resíduos de madeira
de Pinus das serrarias da região de Itapeva/SP. C. J. V. Balloni;
J. C. Caraschi. Trabalhos CICEM UNESP. 01 pp.(2005)
http://www.instructor.com.br/unesp2005/files/CICEM/trabalhos/5.pdf
Influência do tempo de armazenamento sobre a perda de umidade
de resíduos madeiráveis. M. A. Brand; G. I. B. Muñiz;
V. J. Costa; M. Amorin; E. Bittencourt. III Encontro de Ciência
e Tecnologia. 10 pp. (2004)
http://www.solumad.com.br/artigos/201011171819521.pdf
Desdobro. M. P. Rocha. Revista da Madeira nº 68. (2002)
http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?
Num=265&subject=Desdobro&title=Desdobro
Comparison of northern softwood and southern pine fiber characteristics
for groundwood publication papers. G. Harris. Tappi Journal 76(6):
55-61. (1993)
http://tappi.micronexx.com/JOURNALS/PDFS/93JUN055.pdf
Imagens acerca de costaneiras e produtos de costaneiras de Pinus (os
websites de produtores e de vendas de mercadorias devem ser considerados
apenas para visualização técnica dos produtos
e não como referências comerciais):
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&biw=779&bih=
350&tbs=isch%3A1&sa=1&q=%22slab+wood%22+pinewood&aq=f&aqi
=&aql=&oq (Slab Wood. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&imgtype=&imgar= & safe=images&q=%22costaneira%20de%20pinus%22&ie=UTF-
8&source=og&sa=N&tab=wi&biw=779&bih=350 (Costaneira de Pinus. Imagens Google)
http://www.sansshop.com.br/loja/produto-163564-1272-bar_divisoria (Uso de costaneira de Pinus)
http://www.mesasparachurrasco.com.br/caixasdelenha.htm (Caixa de
lenha)
http://www.sansshop.com.br/loja/produto.php?loja=163564&IdProd=1278&parceiro=4958 (Bar: tampo de angelim com costaneira de Pinus)
http://fran-arts.blogspot.com/ (Pinturas em costaneiras)
http://www.hamaridesign.com/WoodSlabs.htm (Wood slabs)
Pragas
e Doenças dos Pinus
Nessa edição damos uma pausa à seção “Referências
sobre Eventos e Cursos” e voltamos a abordar a seção "Pragas
e Doenças dos Pinus". Esta seção destaca
alguns dos principais problemas fitossanitários desse tipo de
plantação florestal, desde o setor de viveiros até a
madeira final. Com ela, pretendemos oferecer muitas informações
e conhecimentos a respeito da biologia, sintomatologia, métodos
de controle e pesquisas realizadas sobre insetos, nematóides,
fungos, bactérias, roedores, etc., enfim todos os predadores
que tenham relevância para o gênero Pinus no Brasil e no
mundo.
Armillaria spp. - Armilariose em Pinus
Armilariose é uma doença que causa podridões radiculares
em árvores de diversas partes do mundo. O principal agente causal é um
fungo do gênero Armillaria, basidiomiceto popularmente conhecido
na língua inglesa como “honey fungus” (Wikipédia,
2011; Alves e Del Ponte, 2011). Em 1961, esse fungo foi primeiramente
registrado danificando os Pinus nos estados sulinos do Brasil. Na época,
a espécie identificada foi Armillaria mellea; porém,
os taxonomistas concluíram que mais estudos eram necessários
para a identificação específica exata. A dificuldade
do controle desse patógeno, aliada à falta de conhecimentos
nos anos 60's promoveu o abandono do cultivo de pinheiros e de outras
plantas hospedeiras do fungo nas áreas infestadas (Auer et al.,
2004).
Atualmente, a doença se encontra com focos localizados, principalmente
em áreas recém desmatadas e com altas quantidades de
resíduos vegetais e de matéria orgânica no solo.
No país, o fungo foi observado atacando principalmente plantações
de Pinus elliottii, de Pinus taeda e Pinus patula com 1 a 18 anos das
regiões sul e sudeste, não havendo na época ainda
a ocorrência nos pinheiros tropicais dos locais mais quentes
do Brasil (Auer, 2000). Isso tem sido explicado pelas exigências
térmicas das espécies de Armillaria, que se desenvolvem
entre 15 a 25°C, temperaturas comuns nas regiões sul e sudeste
brasileiras (Fitoflorestal, 2011).
Plantios mais jovens, com plantas novas (próximas de um a dois
anos) são suscetíveis ao ataque do agente causal da armilariose.
Com o passar do tempo, as árvores envelhecem e adquirem maior
resistência principalmente à penetração
do fungo, havendo posteriormente a perda da viabilidade da sua fonte
de inoculo no solo. Todavia, estudos já indicaram que árvores
estressadas, submetidas a fatores ambientais adversos, apresentam maior
pré-disposição a essa enfermidade. Plantas submetidas
a períodos de déficit hídrico, ao desenvolvimento
em solos compactados, ao ataque de insetos, à elevada densidade
populacional e a descargas elétricas podem estar pré-dispostas à armilariose.
Pesquisas realizadas no mundo apontam que além de P. patula,
P. elliottii e P. taeda (a mais plantada no sul do Brasil), há outras
espécies do gênero que possuem grandes áreas atacadas
por esse fungo, tais como Pinus kesiya, Pinus radiata e Pinus
caribaea (Auer et al., 2001).
Armillaria spp. apresenta uma ampla gama de hospedeiros. Dentre as
coníferas se destacam os gêneros: Abies, Araucaria,
Chamaecyparis, Cryptomeria, Cupressus, Juniperus, Larix, Libocedrus,
Pinus, Pseudotsuga,
Sequoia, Thuya, Tsuga. Existem também diversas folhosas de importância
florestal que podem ser atacadas pelo fungo como: Acacia, Acer,
Alnus, Betula, Castanea, Eucalyptus, Fagus, Juglans, Morus, Platanus,
Populus,
Robinia e Quercus (Auer et al.; 2001). Os mesmos autores apontaram
diversos vegetais de interesse econômico que também podem
ser afetados. Os principais são: citros, cerejeira, pereira,
macieira, videira, oliveira, entre outras, incluindo algumas olerícolas
e ornamentais.
Cerca de quarenta espécies de Armillaria já foram registradas
pela ciência até o momento, mas apenas para poucas houve
a confirmação da patogenicidade para os Pinus. Dessa
forma, Armillaria mellea, Armillaria gallica, Armillaria obscura,
Armillaria fuscipes, Armillaria luteobubalina e Armillaria
novazelandiae são
as mais comuns causadoras de podridões nas raízes de
Pinus em várias partes do mundo, como em países da Europa,
das Américas, na Austrália, na Nova Zelândia, Índia,
Japão e Nova Guiné (Alves e Del Ponte; 2011; Auer et
al. 2004).
Os principais sintomas observados na parte aérea dos Pinus são
o amarelecimento das acículas, murchas, bronzeamentos e secamentos
das mesmas. Os sintomas na copa são evidenciados apenas quando
o sistema radicular da árvore já se encontra completamente
colonizado pelo agente causal da doença. Dessa forma, a recuperação
do indivíduo é quase impossível, não escapando
da morte mesmo após a efetiva diagnose. Outro sintoma bastante
evidente da doença é o enovelamento radicular e o anelamento
da região do colo da árvore (Auer, 2000). Fitoflorestas
(2011) ainda apontou que tanto na base do tronco como nas raízes
mais grossas é possível observar a intensa exudação
de resina, as quais podem formar crostas no solo. Além disso,
placas miceliais de coloração branca podem ser observadas
abaixo da casca em áreas de proximidade ao solo, causando o
apodrecimento do lenho e casca (Alves e Del Ponte, 2011). As madeiras
das árvores atacadas apresentam aspecto esponjoso justamente
pela degradação da celulose e de outros polissacarídeos
da parede celular causada pelo arsenal enzimático do patógeno.
Além do característico micélio branco, outros
sinais de Armillaria spp. podem ser observados a olho nu, tais como
os rizomorfos. Eles são filamentos escuros de 1 a 2 mm de diâmetro,
semelhantes a raízes, porém presentes nas cascas da árvore.
Outro sinal que evidencia a armilariose são as estruturas de
frutificação, cogumelos de 5 a 15 cm de diâmetro
chamados de basidiocarpos e responsáveis pela reprodução
do fungo. Essas estruturas surgem em tufos geralmente no final do verão
e/ou início do outono, podendo ser encontradas na base do hospedeiro
infectado em estágios já avançados da doença
e também sobre as raízes acima do solo. O chapéu
do basidiocarpo (ou píleo - http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%ADleo_(micologia) ) de grande parte das espécies de Armillaria possui coloração
amarela, podendo ou não ter aspecto escamoso. Na parte de baixo
do píleo há várias lamelas brancas onde são
produzidos e liberados ao vento os esporos (basidiósporos) do
fungo. Eles são hialinos, de formato reniforme ou esférico
e tem dimensões extremamente pequenas: 6 a 9 µm (Auer
et al.; 2004). Muitos povos se alimentam de algumas espécies
desses cogumelos, tais como A. mellea, necessitando do seu cozimento
para a retirada do gosto amargo (Wikipédia, 2011), porém
a correta identificação desse tipo de alimento é fundamental.
As principais formas de disseminação da Armillaria são
através dos esporos liberados ao vento, dos micélios
e dos rizomorfos, que conseguem invadir a casca e infectar radículas
de plantas sadias através de mecanismos químicos e físicos
de penetração (Alves e Del Ponte, 2011; Auer, 2000).
A diagnose da doença (determinação do seu agente
causal) é realizada através da observação
dos sinais vistos a olho nu. As placas miceliais brancas são
os sinais mais evidentes do fungo. Elas podem ser facilmente avistadas
apenas com a retirada da casca do tronco, estendendo-se a até 1
m do solo. Uma das espécies mais freqüentemente encontradas
causando podridões nas raízes dos Pinus no Brasil é A.
mellea (Auer et al., 2001; Auer, 2000). Outros trabalhos mais recentes
estudando as características morfológicas e filogênicas
dos fungos causadores da armilariose em Pinus apontaram que o agente
causal nos estados do Paraná e de Santa Catarina seria A.
luteobubalina (Alves e Del Ponte, 2011). Fitoflorestal
(2011), relatou a possibilidade de mais de uma espécie responsável
pela armilariose estar atuando nos povoamentos brasileiros. Pesquisa
desenvolvida por Silva em 2009 analisou as espécies de Armillaria presentes em povoamentos de Pinus do sul do país através
de marcadores morfológicos e moleculares. Os resultados moleculares
e filogenéticos, apesar
de indicarem variabilidade genética, sugeriram apenas uma espécie,
semelhante a linhagens de procedências Patagônicas. O autor
indicou que os isolados pesquisados parecem pertencer à Armillaria
montagnei, intimamente relacionados à A. luteobubalina.
Apesar de ainda haver dúvidas quanto à espécie
que ataca os Pinus no Brasil, os danos causados pela armilariose são
bastante significativos, acarretando a diminuição da
qualidade e quantidade de madeira produzida nas áreas afetadas.
Segundo Alves e Del Ponte (2011), as perdas de P. elliottii (um dos
pinheiros mais sensíveis à doença) podem chegar
a 50% em uma área que contenha solo infectado pela Armillaria.
Fitoflorestal (2011) também apontou que se em uma plantação
de Pinus o índice de mortalidade causado por armilariose chegar
a 10% ou mais, o produtor poderá deixar de colher significativas
quantidades de madeira de suas plantações.
O controle da doença continua sendo difícil, demandando
monitoramento constante nos plantios, principalmente nas épocas
em que as plantas são mais suscetíveis ao patógeno
(1-10 anos de idade). Cuidados com o plantio de mudas de boa qualidade,
idôneas, sem enovelamento de raízes e de espécies
menos atacadas também devem ser tomados, assim como dar preferência
a áreas anteriormente cultivadas por cultivos agrícolas
e/ou espécies não hospedeiras de Armillaria spp. Trabalhar
com manejo adequado para as plantas é recomendável para
prevenir estresses. Recomendam-se: densidade e adubação
adequados, podas, desramas, desbastes, controles de pragas, dentre
outros tratos, todos apropriados e que diminuam as chances de estresse
do povoamento (Auer et al., 2001). Recomenda-se também a retirada
de restos de galhos, tocos, raízes e outros resíduos
vegetais de áreas onde havia matas nativas no passado. Tal medida
preventiva também envolve grandes gastos e mão-de-obra,
mas é eficiente na diminuição de inóculo
de Armillaria spp. (Auer et al., 2001). A abertura de valetas e a aplicação
de lonas plásticas também são medidas que diminuem
as chances de contaminação de plantas sadias próximas à contaminada
(Fitoflorestal, 2011).
O controle químico não se mostrou economicamente viável,
não sendo recomendado para o combate do patógeno (Alves
e Del Ponte, 2011). Fumigações de solo e de plantas infestadas
com produtos químicos esterilizantes promovem a mortalidade
não apenas do fitopatógeno, mas de toda a microbiota
presente na área fumigada, sendo isso ambientalmente incorreto
(Wikipédia, 2011). Dessa forma, já existem estudos promissores
utilizando agentes antagônicos para ajudar na supressão
da doença através do controle biológico (Auer
et al.; 2005).
Estudo conduzido em plantas de eucalipto inoculadas com outros fungos
saprofíticos de solo reduziram a infecção de A.
luteobubalina (Wikipédia, 2011). O desenvolvimento de variedades
resistentes à doença através do melhoramento genético
também é uma medida de controle em com grandes chances
de sucesso (Auer, 2000).
Novos plantios de Pinus estão sendo observados em áreas
quentes e úmidas do nordeste do país, podendo haver o
alastramento da doença para essas regiões. Assim, medidas
preventivas de controle tais como o plantio e manejo adequado de mudas
de qualidade e idôneas são essenciais para evitar a disseminação
de Armillaria spp. para outras regiões de nosso país.
Os Pinus são árvores de extrema importância na
economia de muitas regiões do Brasil. Dessa forma, mais estudos
visando o conhecimento de enfermidades que diminuem sua produção
deveriam ser incentivados em busca de formas mais econômicas
e ambientalmente corretas de combate.
Observem a seguir algumas bibliografias nacionais e estrangeiras que
relatam sobre os sintomas, etiologia, epidemiologia, disseminação,
formas de controle e resultados de pesquisas conduzidas relacionadas à armilariose.
Há também fotos e imagens do fungo causador da podridão
das raízes dos Pinus, considerada uma das doenças mais
comuns em regiões de clima temperado do mundo.
Podridão-radicular-de-Armillaria.
R. C. Alves; E. M. Del Ponte. Fitopatologia.net. Acesso em 28.02.2011:
O website Fitopatologia.net, pertencente à Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, possui fotos e descrições das principais
doenças que acometem vegetais de importância agrícola
e florestal no Brasil. Dentre as enfermidades, destaca-se a armilariose
em Pinus. Há informações como disseminação,
sintomatologia, diagnose, formas de controle, epidemiologia, entre
outros.
http://www6.ufrgs.br/agronomia/fitossan/fitopatologia/ficha.php?id=271
List of Armillaria species. Wikipédia. Acesso em 28.02.2011:
A enciclopédia Wikipédia apresenta diversos textos técnicos
que relatam sobre espécies de Armillaria spp. Há inclusive
listas de hospedeiros resistentes e suscetíveis aos fungos do
gênero. Observem também fotos, descrições
taxonômicas e morfológicas, sintomas, formas de controle
dentre outras informações pertinentes.
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Armillaria_species (Lista das espécies do gênero)
http://en.wikipedia.org/wiki/Armillaria_gallica (Armillaria gallica)
http://en.wikipedia.org/wiki/Armillaria_luteobubalina (Armillaria
luteobubalina)
http://en.wikipedia.org/wiki/Armillaria_mellea (Armillaria mellea)
http://en.wikipedia.org/wiki/Armillaria_montagnei (Armillaria montagnei)
Armillaria
spp. Fitoflorestal. Laboratório de
Fitopatologia Florestal. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria.
Acesso em 28.02.2011:
O texto técnico do site Fitoflorestal (UFSM) que versa sobre
Armillaria spp. em Pinus apresenta muitas informações
relevantes. É possível obter conhecimentos sobre sintomatologia,
etiologia, epidemiologia, formas de controle, além de observar
fotos e figuras de pinheiros atacados e do agente causal da armilariose.
http://w3.ufsm.br/fitoflorestal/antigos/mostrafoto.php?pat_nome_cientifico=Armillaria%20sp.
Artigos
técnicos e científicos sobre a
armilariose em Pinus:
Fungal phoenix rising from the ashes? M. J. Wingfield; M. P. A. Coetzee;
P. W. Crous; D. Six; B. D. Wingfield. IMA Fungus 1(2): 149–153.
(2010)
http://www.imafungus.org/Issue/2/17.pdf
Taxonomy of Armillaria in the Patagonian forests of Argentina. M. B.
Pildain; M. P. A. Coetzee; B. D. Wingfield; M. J. Wingfield; M. Rajchenberg.
Mycologia 102(2): 392–403. (2010)
http://repository.up.ac.za/upspace/bitstream/2263/14133/1/Pildain_Taxonamy(2010).pdf
Armillaria - white rot/heart of trees. Wollongong. Fact Sheet. 01 pp.
(2010)
http://www.wollongong.nsw.gov.au/factsheets/Armillaria
%20-%20White%20Rot%20Heart%20of%20Trees.pdf
Caracterização molecular de isolados de Armillaria da
região sul do Brasil. F. B. Silva. Dissertação
de Mestrado. UFPR - Universidade Federal do Paraná. 76 pp. (2009)
http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/bitstream/
1884/23943/1/dissertacao%20biblioteca.pdf
Plants resistant or susceptible to Armillaria mellea, the
oak root fungus. R. D. Raabe. Master Gardeners. 18 pp. (2008)
http://www.mastergardeners.org/pdf/Armillaria-list-2008-06-16.pdf
Honey fungus (Armillaria species). The Royal Horticultural Society.
Plant Pathology Advisory Leaflet. 05 pp. (2008)
http://www.popdesign.co.uk/RHS_HoneyFungus.pdf
Detection of Armillaria basidiospore dispersal. M. W. P. Power; T.
D. Ramsfield; I. A. Hood. New Zealand Plant Protection 61:35-40. (2008)
http://www.nzpps.org/journal/61/nzpp_610350.pdf
Genetic structure of an expanding Armillaria root rot
fungus (Armillaria ostoyae) population in a managed pine forest
in southwestern France. S. Prospero; B. Lung-Escarmant; C. Dutech. Molecular Ecology 17: 3366–3378.
(2008)
http://www.prodinra.inra.fr/prodinra/pinra/data/2008/11/
PROD200852f26595_20081118031716035.pdf
Actinobactérias da rizosfera de Araucaria angustifolia com
potencial biotecnológico. R. L. F. Vasconcellos. Dissertação
de Mestrado. USP - Universidade de São Paulo. 73 pp. (2008)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11138/
tde-18112008-150538/pt-br.php
Crescimento in vitro de isolados de Armillaria spp. obtidos de Pinus
elliottii var. elliottii sob várias temperaturas. N. S. B. Gomes;
C. G. Auer; A. Grigoletti Júnior. Summa Phytopathologica 33(2):
187-189. (2007)
http://www.scielo.br/pdf/sp/v33n2/a14v33n2.pdf
Armilariose em Pinus elliottii var. elliottii: etiologia,
determinação
de danos e medidas de controle nos estados de Santa Catarina e Paraná.
C. G. Auer; N. S. B. Gomes. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento.
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http://www.cnpf.embrapa.br/publica/bolpesdes/edicoes/BPD34_CD.pdf
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http://www.fbrc.org.nz/pdfs/Armillaria_review.pdf
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H. Solheim. Aktuelt fra Skogforskningen. Arsmelding 2006. 04 pp. (2006)
http://www.skogoglandskap.no/filearchive/kecaa-2006-1.pdf
Doenças:
armilariose. Cultivo do Pinus. C. G. Auer; A. Grigoletti
Júnior; Á. F. Santos. Embrapa Florestas. Sistemas de
Produção, 5. Versão Eletrônica. (2005)
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/
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Armilariose em Pinus elliottii e Pinus taeda na
região sul do
Brasil. N. S. B. Gomes. Tese de Doutorado. UFPR - Universidade Feral
do Paraná. 97 pp. (2005)
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/1662/1/PR__TEXTUAIS_TESE_NEI_GOMES.PDF
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/handle/1884/1662
A armilariose em Pinus no Brasil. C. G. Auer; N. S. B. Gomes; A. Grigoletti
Júnior. Comunicado Técnico nº 117. Embrapa Florestas.
05 pp. (2004)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/comuntec/edicoes/com_tec117.pdf
Praga vinda dos EUA ameaça florestas de Pinus. C. Vegas. Paraná Online.
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http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/63724/
?noticia=PRAGA+VINDA+DOS+EUA+AMEACA+FLORESTAS+DE+PINus
Armillaria - the cause of resin soaking degrade in Pinus radiata. I.
Hood; J. Gardner. Forest Research. Scion. (2002)
http://www.nzffa.org.nz/images/design/diseases/
Armillaria/ArmillariaFHnews115.html
Resumo: Novos estudos sobre a armilariose em Pinus elliottii e Pinus
taeda no Brasil. N. S. Gomes; C. G. Auer; A. Grigoletti Júnior.
I Evento de Iniciação Científica da Embrapa Florestas.
01 pp.(2002)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edicoes/doc70/final/R024.pdf
Armillaria root disease of Pinus radiata in New Zealand. J. G. Firth;
R. K. Brownlie. New Zealand Journal of Forestry Science 32(1): 141–147.
(2002)
http://www.fbrc.org.nz/pdfs/Armillaria-aerial_photography.pdf
Doenças em Pinus: identificação e controle. C.
G. Auer; A. Grigoletti Júnior; Á. F. Santos. Embrapa
Florestas. Circular Técnica nº 48. 28 pp. (2001)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/circtec/edicoes/circ-tec48.pdf
Doenças em Pinus no Brasil. C. G. Auer. Série Técnica
IPEF 13(33): 67-74. (2000)
http://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr33/cap07.pdf
Honey fungus. Armillaria. T. R. Martin. Bartlett Tree. 03 pp. (1999)
http://www.onlinegardener.com/disease/Honey%20fungus,%20armillaria.pdf
Variation in pathogenicity and virulence of isolates of Armillaria
ostoyae on eight tree species. D. W. Omdal; C. G. Shaw; W. R. Jacobi.
Plant Disease (September): 939-944. (1979)
http://www.apsnet.org/publications/PlantDisease/BackIssues/
Documents/1995Articles/PlantDisease79n09_939.PDF
Colonisation of Pinus radiata thinning stumps by Armillaria and other
basidiomycetes following treatment with Armillaria basidiospores. I.
A. Hood; J. F. Gardner. 10th International IUFRO Conference on Root
and Butt Rots. (2001)
http://www.fbrc.org.nz/pdfs/IUFRO_conference_Armillaria.pdf
Imagens acerca da armilariose em Pinus:
http://www.insectimages.org/search/action.cfm?q=armillaria%20root (Armillaria em Insect images. University of Georgia)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&biw=1259&bih=
519&tbs=isch:1&aq=f&aqi=&oq=&q=armillaria%20Pinus (Imagens Armillaria. Google)
http://www.arkive.org/search.html?q=armillaria&output=xml_
no_dtd&client=arkive-info&site=arkive-info&ie=utf8&oe=utf8&num=
20&proxystylesheet=tng-search&filter=0&getfields=* (Armillaria. Arkive images)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Armillaria+mellea&
wrapid=tlif130013436132811&um=1&ie=UTF-8&source=
univ&sa=X&ei=23l-Tf7YHuOX0QGendjwAw&ved=
0CCgQsAQ&biw=1259&bih=519 (Armillaria mellea. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1276&bih=519&q=
%22honey%20fungus%22&wrapid=tlif130027521889011&um=
1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi (Honey fungus. Imagens Google)
Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Grandes Autores sobre os Pinus
Professor Dr. Francides Gomes da Silva Jr.
Francides
Gomes da Silva Jr. nasceu
na cidade do Rio de Janeiro, em 1967; porém, mudou-se para Brasília com
apenas três meses de idade onde lá permaneceu durante
praticamente toda infância e adolescência. É filho
de um militar da aeronáutica e de uma bióloga (professora
universitária). Dessa forma, teve o estímulo necessário
para o estudo, terminando o ensino secundário aos 16 anos. Na
mesma época iniciou curso superior em matemática; contudo,
não se identificou com o mesmo mudando para outros de forma
aleatória na busca de uma carreira profissional. Foram ao total
seis mudanças de cursos até chegar à Engenharia
Florestal na Universidade de Brasília. É por isso que
Dr. Francides afirmou que a escolha pela profissão não
foi nada fácil, mas que as tentativas valeram a pena para seu
futuro desempenho e felicidade no trabalho. Ele mesmo acha que foi
a Engenharia Florestal quem o escolheu. Quando iniciou a graduação,
tinha cursado anteriormente disciplinas de Engenharia Mecânica
e logo se interessou pela área de tecnologia da madeira. Então,
procurou estagiar com o Prof. Dr. José Elias de Paula (http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4787022U3),
reconhecido docente e pesquisador em morfologia e anatomia vegetal.
Dessa forma, Dr. Francides passou a trabalhar com anatomia e morfologia
da madeira, adquirindo conhecimentos básicos para todas as áreas
de beneficiamento dessa matéria-prima. Destaca a rica convivência
com o seu primeiro orientador de estágio durante seu período
de graduação, que gerou não apenas conhecimentos
técnicos de importância, mas também foi muito relevante
em aspectos pessoais, fazendo com que o Prof. Elias seja considerado
um grande mestre na sua formação acadêmica e profissional.
A área de produção de celulose e papel sempre
despertara grande curiosidade ao acadêmico Francides Gomes tendo
em visto os desafios que apresenta até mesmo nos dias de hoje.
No final do curso de Engenharia Florestal passou a estagiar com o Prof.
Dr. Joaquim Carlos Gonçalez (http://www.efl.unb.br/professor.php?tratamento=Prof.%20Dr.&nome=
Joaquim%20Carlos%20Gon%E7alez),
atuando nos segmentos de celulose e papel e em outros ligados à tecnologia
de madeira. Foi quando realizou seu trabalho de conclusão de
curso com três espécies florestais do cerrado objetivando
a caracterização físico-mecânica das madeiras,
produção de carvão e de celulose e papel. Para
o último tema, realizou experimento em laboratório da
ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz")
com o Prof. Dr. Luiz Ernesto George Barrichelo (http://www.eucalyptus.com.br/newspt_jan08.html#sete).
Em seguida, foi convidado para ingressar no curso de mestrado daquela
instituição (ESALQ/USP/IPT) pelo mesmo orientador. Desde
então, Francides direciona grande parte de seus esforços
e trabalhos ao setor de celulose e papel.
Francides Gomes, como gosta de ser chamado, formou-se
Engenheiro Florestal pela UNB - Universidade de Brasília em 1990 e concluiu mestrado
em Ciência e Tecnologia de Madeiras pela Universidade de São
Paulo em 1994. Nesse mesmo ano iniciou atividades profissionais na
empresa Votorantim Celulose e Papel (VCP), onde permaneceu até 1998,
atuando na área de produção de polpa celulósica,
desenvolvendo produtos e atuando no setor de suporte técnico
da área comercial.
Em 1997, terminou seu curso de doutorado em Engenharia Química
pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sob a orientação
da professora Dra. Lúcia Helena Innocentini Mei (http://www.feq.unicamp.br/index.php?option=com_
content&task=view&id=108&Itemid=126 ).
Entre
2000 e 2001 realizou pós-doutorado no Georgia Tech
Institute (Atlanta-EUA) sob a orientação do Dr. Thomas
McDonough (http://www.paperstudies.org/aboutus/people/McDonough.htm),
uma das grandes celebridades mundiais do setor de pesquisas em celulose.
Durante o mesmo período, atuou como professor visitante do Institute
of Paper Science and Technology na área de simulação
de processos modificados de polpação e modelagem matemática.
Dr. Francides Gomes da Silva Jr. é casado com outra engenheira
florestal também da área de tecnologia de celulose e
papel - engª. Isabel Menezes de Bulhões Gomes, é pai
de dois filhos e professor livre-docente do Departamento de Ciências
Florestais da ESALQ/USP – Universidade de São Paulo. Desempenha
diversas pesquisas e atividades educacionais na área de recursos florestais, enfatizando principalmente
temas relacionados à tecnologia de celulose e papel, tais como:
polpação, branqueamento, qualidade de madeira, celulose,
papel e biorefinaria. Seu destaque em pesquisas ligadas a esse tema
tão desafiador fez com que fosse um dos homenageados na presente
edição da PinusLetter. Além da vasta experiência
em pesquisas envolvendo tecnologias de produtos de madeiras de Pinus
e Eucalyptus, o professor também ajuda na formação
de diversos profissionais de qualidade do setor florestal brasileiro
que vão desde técnicos, engenheiros e doutores. Muitos
desses profissionais atuam em posições de destaque em
empresas públicas e privadas tanto no Brasil como no exterior.
Os experimentos do Doutor Francides também apresentam parcerias
com muitas entidades públicas e privadas tais como outras universidades,
institutos, associações e empresas industriais nacionais
e estrangeiras.
Dr. Francides possui uma enorme produção acadêmica
com inúmeros artigos técnicos e científicos publicados,
contribuindo muito para desenvolver novas tecnologias e produtos no
setor de celulose e papel. Dentre seus trabalhos, os que envolvem Pinus apresentam grande relevância. O autor explica sua dedicação
ao gênero porque várias das espécies apresentam
uso múltiplo. Os Pinus são matéria-prima empregada
para diversas finalidades tais como painéis, madeira serrada,
móveis, habitações, fabricação de
produtos não madeireiros e para a produção de
papel e celulose. Na última, é possível produzir
polpas branqueadas e não-branqueadas em diferentes níveis
de deslignificação a partir da madeira dos Pinus. Isso
proporciona a produção de tipos de papéis bastante
distintos. O Prof. Francides e seu grupo de pesquisas atualmente estão
focados em estudos envolvendo materiais genéticos de Pinus, utilizando ainda outras espécies pouco usuais no Brasil para
a produção de celulose e papel. Fazem isso nos bem montados
e equipados Laboratórios Integrados de Química, Celulose
e Energia da E.S.A. "Luiz de Queiroz" em Piracicaba/SP.
(http://www.lqce.esalq.usp.br/
; http://lcf.esalq.usp.br/det_lab.php?id_lab=10).
Além dos Pinus, o pesquisador possui grande interesse em estudar
outros gêneros florestais como a acácia e principalmente
o eucalipto. Dr. Francides acredita que para a formação
de um bom profissional em um mundo globalizado, é necessário
o conhecimento de outros gêneros de importância florestal
para efeitos comparativos e visando a identificar novas potencialidades
ao Brasil. Por essa razão, possuem alguns trabalhos envolvendo
produção celulósica de outras folhosas, como por
exemplo Populus e Betula, já utilizadas por importantes países
produtores.
O homenageado relatou em entrevista à PinusLetter que durante
sua “caminhada profissional e institucional” foram duas
as atividades de maior relevância. Francides teve a oportunidade
de iniciar sua carreira de engenheiro florestal na área tecnológica
industrial em uma importante empresa (VCP - Votorantim Celulose e Papel)
como engenheiro de processos, onde trabalhou com profissionais muito
capacitados. Esse período foi extremamente importante, pois
adquiriu um enorme aprendizado e constatou que o relacionamento profissional é fundamental
para a elaboração de um bom trabalho.
A segunda atividade de relevância em sua carreira foi a mudança
para a USP assumindo a atividade de docência e pesquisa. Além
dessa profissão ser constantemente inovadora e desafiadora,
o professor teve que dar continuidade a trabalhos de pesquisadores
renomeados em celulose e papel da instituição tais como
Ronaldo Algodoal Guedes Pereira, Luiz Ernesto George Barrichelo e Celso
E. B. Foelkel. Outro ponto importante de sua carreira na USP foi a
ampliação do Laboratório de Química, Celulose
e Energia (LQCE), colocando esse novamente em posição
de destaque na área acadêmica da universidade e permitindo
novas oportunidades de pesquisa e formação de novos profissionais
competentes nas mais diversas áreas (florestal, química,
gestão ambiental, engenharia química, química
industrial, agronomia, biologia e outras).
Uma das suas principais conquistas profissionais foi quando teve a
oportunidade de coordenar o Programa de Pós-Graduação
em Recursos Florestais da USP, entre os anos de 2006 a 2009. Ao final
de sua gestão o curso atingiu o patamar máximo de qualidade
na avaliação da CAPES na área (nível 5,
na época).
A pesquisa em que participou no setor de celulose sobre aditivos de
polpação hoje é uma realidade para as empresas
do setor brasileiro, sendo vista com grande satisfação,
uma de suas grandes conquistas profissionais. Outra vitória
importante foi a consolidação de conceitos referentes à qualidade
da madeira para as empresas que produzem papel e celulose. Tal trabalho
envolveu muito a conscientização de todos os níveis
hierárquicos da empresa em que atuou (VCP). Em 1995, houve o
reconhecimento desses conceitos, resultando em melhorias produtivas
em toda a fábrica, graças à integração
floresta/indústria.
Francides Gomes da Silva Jr. apontou que para o futuro,
as empresas brasileiras de celulose e papel deveriam utilizar mais
a madeira dos
Pinus como matéria-prima. Sua madeira apresenta fibras longas
diferentemente das encontradas em espécies de eucalipto. Atualmente,
a maioria das celuloses e papéis brancos produzidos no Brasil
são derivados do eucalipto; contudo, existem alguns tipos de
papéis que são produzidos demandando fibras longas, como
os de embalagem não branqueados. Uma das grandes atribuições
de Francides como pesquisador e professor é de tentar modificar
esse quadro. Observem as palavras do homenageado da PinusLetter sobre
o assunto:
"O
Brasil focou e tem focado na silvicultura e produção
de polpa de eucalipto, deixando o Pinus em segundo plano sob o argumento
que a produtividade florestal do eucalipto é maior que a do
Pinus. Tal fato é verdade, mas não se faz com o eucalipto
tudo o que se faz com o Pinus. A produtividade florestal do Pinus
no Brasil é maior do que em outros países e essa é uma
comparação relevante. Estamos perdendo um boa oportunidade
no setor de celulose e papel. Vemos que o Chile, por exemplo, não
abandonou o Pinus e hoje é um dos maiores produtores mundiais
de polpa celulósica de Pinus. Adicionalmente naquele país,
a produção de celulose se insere em um cluster onde
da mesma matéria-prima se obtém madeira serrada, painéis
e polpa celulósica sob um conceito de uso integral da árvore/madeira.
Outro ponto que temos trabalhado também é no conceito
de mistura de espécies e materiais genéticos – muitas
vezes se busca reunir em um único material genético todas
as características desejáveis para uma matéria-prima
destinada à produção de celulose e isso em alguns
casos pode ser obtido com a mistura de materiais com características
diferentes. Em uma dissertação recente trabalhamos com
a mistura de cavacos de Pinus e de eucalipto visando a melhorar as
propriedades da polpa e avaliamos os impactos nos processos de polpação
e branqueamento. Por que não misturar Pinus e eucalipto? Por
que o nosso papel tem que ser 100% eucalipto?
Temos em nosso trabalho, não só como pesquisador, mas
também como formador de profissionais do setor florestal e de
celulose e de papel mostrar que o Brasil não é apenas
o país do eucalipto, mas pode ser também o do Pinus,
o da Acacia e o do bambu."
Dr.
Francides Gomes da Silva Jr. possui diversos trabalhos originais
seus e de orientados na ESALQ/USP envolvendo os Pinus, eucalipto
e outros gêneros de importância florestal. Dentre esses
podem ser observados a seguir cerca de 20 estudos científicos
que abordam principalmente a produção e tecnologia
de papel e celulose com os Pinus. Os outros inúmeros
trabalhos acerca dos eucaliptos, bétula, álamo e outros
materiais didáticos serão motivo de uma seção
especial na nossa outra publicação digital, a Eucalyptus
Newsletter em futuro próximo.
Para maior conhecimento dos projetos de pesquisa, áreas de atuação
acadêmica e administrativa, participações em eventos
nacionais e internacionais, em orientações e bancas de
defesa de teses e dissertações, em associações
profissionais e de classe, e geração de patentes, observem
o currículo Lattes e o currículo disponível na
ESALQ do
Dr. Francides Gomes da Silva Júnior.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4785392A1 (Currículo
plataforma Lattes - CNPq)
http://lcf.esalq.usp.br/prof/francides/doku.php?id=principal (Currículo
ESALQ/LCF)
Tese de
doutorado e dissertação de mestrado do Dr. Francides
Gomes da Silva Júnior:
Polpação kraft do eucalipto com adição
de antraquinona, polisulfetos e surfactante. F.. G. Silva
Jr. Tese de Doutorado. Orientação: Dra. L. H. I. Mei.
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. 184 pp. (1997)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000121332
Conversão do processo kraft em soda-DDA (sal di-sódico
de 1,4-dihidro-9,10-dihidroxi antraceno) para madeira de eucalipto. F.
G. Silva Júnior. Orientador: L. E. G. Barrichelo. Dissertação
de Mestrado. USP - Universidade de São Paulo. 194 pp. (1994)
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/silva%20junior,fg-m.pdf
Artigos técnicos e científicos do Dr. Francides Gomes
da Silva Júnior e equipe sobre Pinus e assuntos diretamente
correlatos:
Resumo:
Avaliação do efeito dos extrativos da madeira
na polpação kraft de folhosas e coníferas. T.
E. S. Segura; E. F. G. Silva Jr. SIICUSP. Resumos. 01 pp. (2010)
http://www.usp.br/siicusp/Resumos/14Siicusp/1708.pdf
Avaliação dos processos kraft convencional e Lo-Solids® para
madeira de Pinus taeda. F. A. Gomes. Orientador: F. G. Silva Junior.
Dissertação de Mestrado. USP - Universidade de São
Paulo. 99 pp. (2009)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-23062009-083702/pt-br.php
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-
23062009-083702/publico/Fabiana_Gomes.pdf
Resumo: Chemical composition changes in Eucalyptus and Pinus woods
submitted to heat treatment. J. O. Brito; F. G. Silva;
M. M. Leão;
G. Almeida. Bioresource Technology 99(18): 8545-8548. (2008)
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18586488
Mixed Brazilian
Eucalyptus and Pinus species - Bleaching evaluation. A. G. M. C. Bassa; M. R. Silva; A. Bassa; V. M. Sacon; F. Schmidt;
F. G. Silva Jr. TAPPI Engineering, Pulping and Environmental Conference.
36 pp. (2008). Uma cortesia TAPPI
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/01_
mixed%20brazilian%20euca%20and%20pines.pdf
Wood
quality from plantation forests. F. G. Silva Jr.; L. E. G. Barrichelo.
WikiHome. ForestryEncyclopedia (2008)
http://sites.google.com/site/forestryencyclopedia/Home/Plantation%20Wood%20Quality
Mixtures of Eucalyptus
grandis x Eucalyptus urophylla and Pinus taeda woodchips
for production of kraft pulping using the Lo-Solids process. A. G. M. C. Bassa; F. G. Silva Jr.; V. M. Sacon; E. Patelli. TAPPI
Engineering, Pulping and Environmental Conference. 50 pp. (2007). Uma
cortesia TAPPI
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/02_mixtures%20euca%20and%20pine.pdf
Evaluation
of the SuperBatch™ pulping process
for Pinus taeda. F. S. R. Vasconcelos; F. G. Silva Jr. TAPPI Engineering,
Pulping and
Environmental Conference. 34 pp. (2007). Uma cortesia TAPPI
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/04_Superbatch%20pines.pdf
http://www.tappi.org/content/events/07epe/papers/07EPE08.pdf
Evaluación
del efecto de la carga alcalina y factor H en el pulpeo kraft de Pinus caribaea var. hondurensis de
las plantaciones de CVG-PROFORCA Venezuela. C. Fuenmayor; M. V. Fernandez; F. G. Silva
Júnior; S. W. Park; G. Mogollón. V Congreso Forestal
Venezolano. 12 pp. (2007)
http://copernico.uneg.edu.ve/numeros/c07/c07_art01.pdf
Misturas
de madeira de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla e Pinus
taeda para produção de celulose kraft através
do processo Lo-Solids. A. G. M. C. Bassa; F. G. Silva Júnior;
V. M. Sacon. Scientia Forestalis 75: 19-30. (2007)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr75/cap02.pdf
Misturas de madeira de Eucalyptus
grandis x Eucalyptus urophylla, Eucalyptus globulus
e Pinus taeda para produção de celulose
kraft através do Processo Lo-Solids®. A. G. M. C. Bassa.
Orientador: F. G. Silva Junior. Dissertação de Mestrado.
USP - Universidade de São Paulo. 170 pp. (2007)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/
tde-08032007-162226/pt-br.php
Polpação SuperBatch™ para Pinus
taeda. F. S. R.
Vasconcelos; F. G. Silva Jr. 40º Congresso Anual ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Apresentação
em PowerPoint: 25 slides. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Pinus%20Letter%20%20
Polpa%E7%E3o%20superbatch%20para%20Pinus.ppt
Avaliação do processo SuperBatch™ de polpação
de Pinus taeda. F. S. R. Vasconcelos. Orientador: F. G. Silva Júnior.
Dissertação de Mestrado. USP - Universidade de São
Paulo. 106 pp. (2005)
http://www.ipef.br/servicos/teses/arquivos/vasconcelos,fsr.pdf
Potential for multiple use of Pinus
caribaea var. hondurensis wood with emphasis on pulp
production. F. G. Silva Júnior;
L. E. G. Barrichelo; C. E. B. Foelkel. Forest Products Journal 54(6):
1-8.
(2004)
http://www.highbeam.com/doc/1G1-121448418.html
http://www.entrepreneur.com/tradejournals/article/121448418_3.html
Aditivos
para polpação alcalina: experiência industrial
na produção de polpa não-branqueada de Pinus. F. G. Silva Jr.; O. Vieira; R. Urga; S. Zattoni. III CIADICYP. 07 p.
(2004)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
12_francides%20ciadicyp%202004.pdf
Aditivos
para pulpaje alcalino: experiencia industrial en la produccion
de pulpa no blanqueada de pino. F. G. Silva Júnior;
O. Vieira; R. Urga; S. Zattoni. Celulosa y Papel 20(4): 25-31. (2004)
http://www.atcp.cl/Revistas/Octubre2004AditivosAlcalino.pdf
Aspectos
de qualidade da madeira relacionados à polpação
alcalina. F. G. Silva Jr. Seminário sobre Produção
de Papel de Fibra Longa. ABTCP - Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. Apresentação em PowerPoint:
90 slides. (2003)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/22_qualidade
%20madeira%20relacionada%20polpacao%20alcalina.pdf
Avaliação da polpação soda de Pinus
taeda com adição de antraquinona. F. G. Silva Júnior;
D. G. Fraga; J. C. Gonçalez. II CIADICYP - Congresso Ibero Americano
de Investigação em Celulose e Papel. 09 pp. (2002)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=135%3Aavaliacao-da-polpacao-soda-de-pinus-taeda-
com-adicao-de-antraquinona&id=8%3Apulpeo&Itemid=100033&lang=es
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/13_francides%20ciadicyp%202002.pdf
Estratégia para aumento de rendimento na produção
de polpa kraft de Pinus sp. - polpação e deslignificação
com oxigênio. C. R. Miranda; F. G. Silva Jr.; S. Menochelli.
34º Congresso Anual ABTCP - Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. 10 pp. (2001)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/27_estrategia
%20aumento%20rendimento%20polpacao%20pinus.pdf
Avaliação da qualidade da madeira de Pinus
patula var. tecunumanii visando a produção de celulose kraft e pasta
mecânica. F. G. Silva Jr.; L. E. G. Barrichelo; V. R. S. Shimoyama;
M. S. S. Wiecheteck. O Papel (Julho): 32-35. (1994)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
40_pinus%20tecunumani.pdf
Análise das características de refino da celulose branqueada
de resíduos de Pinus caribaea var. hondurensis. F.
G. Silva Jr. Orientador: C. E. B. Foelkel. Relatório Técnico
de Estágio. Riocell S/A. 55 pp. (1991)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/15_Francides%
20relatorio%20estagio%20Riocell.pdf
Notícias
e artigos relacionadas ao Professor Dr. Francides Gomes da Silva Jr.:
Barato,
eficiente e líder de mercado. Pesquisa FAPESP. Edição
Impressa 62 – (2001)
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=1237&bd=1&pg=1&lg=
Setor de tecnologia de celulose e papel do Departamento de Ciências
Florestais da ESALQ/USP conta com novo professor. Boletim informativo
IPEF 4 (42). (1998)
http://www.ipef.br/publicacoes/binforma/bolinf42.pdf
Produtos
de Fibrocimento Derivados de Fibras de Pinus
A crescente preocupação ambiental tem feito
com que novos produtos ecológicos venham a ser pesquisados e lançados
no mercado. Muitos deles visam não apenas às questões
econômicas, mas também à reutilização de
sobras, empregando-as em novos processos produtivos. Um dos setores que produzem
grandes quantidades de resíduos é a construção
civil, havendo a busca constante para soluções desse problema
(Castilhos, 2011; Lessa, 2009). Outras vezes, as exigências de mudanças
tecnológicas estão associadas à segurança e saúde
das pessoas e do meio ambiente. Essas pressões sempre conduzem a inovações
e ao desenvolvimento de novas tecnologias e produtos mais ecológicos
ou ambientalmente mais corretos. É o que vem acontecendo com os produtos
de fibrocimento. Dentre eles destacam-se telhas, caixas d'água, painéis,
divisórias e tubulações.
As telhas a base de fibrocimento, em especial as de cimento-amianto, são
ainda as mais utilizadas em moradias populares. A razão disso é o
seu custo, o qual é inferior ao de outros tipos de telhas comuns como
as de cerâmica, madeira ou concreto (Lessa, 2009). O fibrocimento é um
material que apresenta como principal componente o cimento, geralmente do tipo
Portland, havendo adições de minerais e de fibras que são
distribuídas de forma homogênea e discreta sobre a matriz (Artigas,
2010). Isso pode acarretar em grande resistência ao produto, além
de promover propriedades isolantes acústicas e térmicas (Diário
de Saúde, 2010).
Entretanto, como o próprio nome já menciona, o cimento-amianto
tem como uma de suas principais matérias-primas as fibras de amianto,
também denominado de asbesto. Ele é um componente mineral fibroso
existente na Natureza e que pode ser extremamente danoso à saúde
humana quando inalado durante seu beneficiamento ou nas poeiras onde estiver
presente. Em inúmeros estudos realizados em grandes cidades, têm-se
comprovado a presença de fibras e pó de amianto nas poeiras das
ruas. A razão é simples: com as chuvas e a natural degradação
das telhas e caixas d'água expostas ao tempo, o amianto vai-se soltando
aos poucos desses materiais e vai ao solo, fazendo assim parte das poeiras
que o cidadão respira nas cidades.
Doenças como a asbestose, mesotelioma e outras formas de cânceres
são comumente ligadas ao contato inalatório com pó e fibras
de amianto durante a fabricação de telhas, isolantes, placas
planas, canos, tubulações, caixas d’água, entre
outros produtos de revestimento a prova de fogo (Diário de Saúde,
2010; Savastano Jr. e Santos, 2008; Redetec, 2004). Grande parte dos países
desenvolvidos já proibiu qualquer tipo de asbesto em suas construções,
mesmo os considerados menos problemáticos. Apesar dos danos à saúde
animal, muitos outros países em desenvolvimento ainda permitem o uso,
impondo porém algumas restrições e normas técnicas
para o amianto e para os produtos fabricados. Os sérios problemas de
toxicidade que o cimento-amianto pode causar aliados às legislações
cada vez mais restritivas fizeram com que pesquisas sejam desenvolvidas em
busca de produtos fibrosos alternativos no Brasil. Isso poderia tornar os fibrocimentos
não tóxicos, ambientalmente corretos e ainda economicamente viáveis.
Segundo Wikipédia (2011), alguns Estados brasileiros já proibiram
o uso do amianto, havendo uma lei em espera da votação que o
baniria de vez em todo o território nacional.
Assim, a substituição de fibras minerais do amianto por outras
fibras de origem vegetal, em especial as oriundas de resíduos de outros
processos industriais já estão sendo realizadas e inclusive,
em alguns casos, já comercializadas (Savastano Jr. e Santos, 2008).
Os mesmos autores apontaram que já existem normas (NBR 15210, partes
1, 2 e 3) para a confecção de placas corrugadas com fibras alternativas
para cobertura, já em vigor no país. De acordo com Artigas (2010),
os grandes problemas encontrados com fibras vegetais pesquisadas para fibrocimentos é a
grande variabilidade que apresentam por serem naturais, influenciando na durabilidade
das telhas e placas confeccionadas. Essas fibras são também menos
resistentes que as fibras do amianto e se decompõem com maior rapidez
em função das intempéries climáticas. A resistência
e a longevidade são as principais razões para a incorporação
de fibras na matriz frágil que é o cimento durante a fabricação
do fibrocimento. As fibras aumentam a sua resistência aos impactos e à tração.
Restos de polpa celulósica de fibra longa e de serragem de madeira residuais
de indústrias de papel e celulose podem ser empregadas para a confecção
de fibrocimentos. Campbell e Coutts (1980) reportaram que apesar das fibras
vegetais serem mecanicamente inferiores às sintéticas, elas apresentam
vantagens tais como a densidade baixa, custos inferiores, e menores necessidades
energéticas para produção (Redetec, 2004). Além
disso, os baixos custos dessas fibras provenientes de resíduos poderia
ajudar a baratear o custo de habitações populares, visto que
gastos com telhado podem alcançar até 20% do total de uma obra
(Reis, 2001).
Em vários países desenvolvidos, as polpas kraft de fibras longas
não-branqueadas ou recicladas de origem vegetal já são
aceitas há mais de 20 anos como reforçadoras de matrizes de cimento
em compósitos da construção civil, principalmente por
serem recursos renováveis (Redetec, 2004). Estudos com fibras provenientes
de resíduos como serragens de Pinus e de suas sobras de polpa celulósica
também já foram feitos para a elaboração de fibrocimentos
mais sustentáveis. Essas pesquisas tem sido feitas tanto por entidades
de pesquisa como também pelas empresas produtoras de fibrocimento, que
têm o maior interesse em resolver essa questão do uso do asbesto.
O Brasil apresenta abundância em diversas fibras vegetais arbóreas
e não arbóreas, que são geralmente resíduos de
outros processos industriais. Muitas dessas fibras já estão sendo
estudadas e usadas na fabricação de produtos de fibrocimento,
seja em substituição total ou parcial do amianto (Reis, 2001).
Alguns resultados de pesquisas que avaliaram esses compostos podem ser observados
a seguir.
Erakhrumen et al. (2008) analisou diversas características de compósitos
obtidos de diferentes misturas entre serragem de Pinus caribaea, cascas e fibras
de coco e cimento Portland. Testes de absorção de umidade, de
propriedades de inchamento, de módulo de resistência e de densidade
foram realizados. Os compósitos que possuíram maiores quantidades
de cimento tiveram melhores respostas para todos esses ensaios, diminuindo
gradativamente com o aumento da proporção de fibras de coco.
Os resultados apontaram que os compostos poderiam ser utilizados em locais
onde não houvesse tanta variação de umidade, indicando
que mais estudos deveriam ser realizados com misturas dos componentes lignocelulósicos
a fim de diminuir a quantidade de cimento nas placas, reduzindo consequentemente
seus custos e as tornando mais leves.
Senff (2004) avaliou o desempenho de compósitos cimentícios contendo
adições de partículas vegetais tais como de madeira de Pinus
taeda. Corpos de prova contendo diferentes percentagens de misturas foram
avaliados quanto às propriedades físicas, mecânicas e mineralógicas.
A adição de partículas de Pinus gerou mudanças
nos compósitos quando comparados ao que apresentava apenas cimento Portland.
A adição de partículas vegetais causou menor resistência
máxima de ruptura e de densidade aparente; contudo, houve melhorias
na porosidade e na absorção de água. Dessa forma, o autor
apontou que o P. taeda poderia ser utilizado de forma cuidadosa em compostos
para habitações populares principalmente devido à diminuição
de custos que proporcionam.
Gatto et al. (2003) realizaram testes com placas onduladas e
não onduladas
sem clínquer produzidas com escória de alto-forno ativada com
gipsita e cal e reforçadas com fibras vegetais. Compósitos de
matriz de cimento contendo Pinus taeda foram utilizados como testemunha aos
corpos de provas produzidos com misturas de polpa kraft de sisal e de polpa
de bananeira. Os compósitos foram avaliados com relação à resistência à flexão
e os resultados se mostraram positivos para as placas que apresentavam polpa
de sisal como reforço. Elas absorveram o dobro de energia das de P.
taeda, evidenciando adequação dessas fibras à matriz.
Em 2000, Pimentel avaliou propriedades de telhas moldadas por vibrações
fabricadas com resíduos de Pinus caribaea oriundos da fabricação
de lápis da empresa Faber Castell. Curvas de hidratação
foram realizadas para verificar a compatibilidade química entre as fibras
de P. caribaea e o cimento, onde foi constatado algum efeito inibitório.
Placas contendo material vegetal parafinado e outras contendo serragem de madeira
foram produzidas e avaliadas quanto aos seguintes fatores de qualidade: resistência
mecânica, permeabilidade, capacidade de absorção, variação
dimensional e capacidade de isolamento térmico e comparadas com placas
de micro concreto. As telhas apresentaram resistência mecânica
e permeabilidade dentro dos parâmetros permitidos por leis internacionais.
Porém, a capacidade de isolamento térmico para as telhas de P.
caribaea não foi comprovada. Mesmo assim, elas apresentaram vantagens às
de concreto por serem mais leves, facilmente manuseadas, aliadas aos menores
gastos com a estruturação do telhado.
Lee (1984) avaliou propriedades físicas e mecânicas de placas
de cimento e partículas de madeira de Pinus. O autor apontou que os
compósitos gerados foram bastante estáveis em termos de absorção
de umidade, tendo uma capacidade absortiva inferior à da madeira compensada.
As propriedades compressivas apresentadas pelas placas de fibrocimento sugeriram
a utilização como painéis em paredes na construção
civil.
Coutts e Ridikas (1982) ressaltaram que placas de fibrocimento
podem ser confeccionadas livres do amianto, substituindo-o por fibras vegetais
modificadas como fonte
de reforço da matriz. A fibra utilizada no estudo foi oriunda de polpa
kraft de Pinus radiata da Nova Zelândia. Os resultados apontaram que
tanto a flexibilidade e as propriedades de ruptura do fibrocimento de fibra
de madeira variaram com a concentração de fibras e o seu grau
de refinação. Da mesma forma variava o desempenho mecânico,
o qual também foi influenciado pelo grau de umidade existente. Os autores
observaram que as fibras modificadas da madeira de P. radiata têm potencial
para a substituição até mesmo completa do asbesto.
Lessa (2009) comentou sobre a produção de telhas ecológicas
que possuem como matéria-prima resíduos de papel. Essa telha é constituída
de fibras vegetais retiradas de papéis, água e emulsão
de asfalto. Água e fibras formam uma espécie de manta sendo recobertos
pela emulsão asfáltica que confere ao produto a impermeabilidade
requerida.
Desde 1992 pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) vêm
realizando pesquisas para o desenvolvimento de fibrocimentos alternativos sem
a presença do amianto. Um produto já utilizado em caixas d’água
e em telhas que atende como nome técnico de fibrocimento vegetal foi
desenvolvido pelo grupo. O compósito é formado por uma mistura
de cimento, restos de siderurgia (escórias de alto forno), diversas
fibras vegetais como polpa de bananeira, sisal, coco, eucalipto, pinheiro,
bambu, entre outras e também fibras sintéticas (Redetec, 2004;
Reis, 2001). Vários ensaios físicos-mecânicos já foram
realizados com o novo produto, comprovando algumas vantagens com relação às
telhas de amianto principalmente em termos de isolamento térmico. O
benefício do uso de fibras vegetais no fibrocimento também está na
adequação na forma de produção pelo processo Hatschek
(produção a partir de camadas e moldadas ainda no estado fresco),
podendo promover economias energéticas e tornando o fibrocimento mais
amigo da natureza (FINEP, 2007). Além disso, os resultados dos testes
realizados, tais como resistência à flexão, absorção
de energia, permeabilidade e não combustão, foram adequados aos
estabelecidos por normas internacionais.
Savastano Jr. e Santos (2008) realizaram a produção de composto
de fibrocimento com rejeitos de Eucalyptus grandis através de moldagem
e adensamento por vibração (processo baseado ao de Parry Associates,
Reino Unido). Depois de 48 horas nos moldes, as telhas já em formato
tipo romano (triangular) são levadas à cura. Durante essa etapa,
elas são imersas em água por 14 dias e após passam a secar
ao ar livre em temperatura ambiente. Os autores ressaltaram que um dos grandes
problemas das fibras do eucalipto é o reduzido comprimento que possuem
- cerca de 1 mm. Porém, isso não influenciou nos resultados dos
ensaios físicos-mecânicos das telhas formadas. Eles foram considerados
satisfatórios, inclusive dispensando acabamento final como pinturas
e principalmente comprovando a eficiência do produto.
Vários esforços já foram feitos em busca de produtos de
fibrocimento mais sustentáveis e principalmente que dispensem o amianto,
que vem causando mal à saúde humana. Pesquisas têm apontado
as polpas celulósicas como as dos Pinus para a substituição
parcial ou total do asbesto na construção civil. Em muitos países,
isso já é uma realidade e somente foi possível devido
aos constantes aprimoramentos e melhorias contínuas nos processos produtivos
desenvolvidos (Savastano Jr. e Santos, 2008).
Ainda há muito a se estudar sobre os compósitos de cimento-vegetais,
tornando-os mais econômicos, com menor uso de mão-de-obra especializada,
baixos investimentos iniciais e principalmente com a qualidade e a durabilidade
necessárias. Muitas das fibras vegetais utilizadas para a produção
do fibrocimento são resíduos, o que facilita na diminuição
dos custos de produção, aumentando a valor agregado dessas sobras,
além de promover a sustentabilidade do produto final.
Observem a seguir trabalhos técnicos e científicos sobre o uso
de fibras vegetais na fabricação de compósitos a base
de cimento. Há também textos explicativos sobre os danos do amianto
para a saúde humana e fotos selecionadas da internet relacionadas a
alguns dos produtos ambientalmente corretos e livres do asbesto relatados para
utilização na construção civil.
Asbesto. Wikipédia. Acesso em 22.03.2011:
Textos que trazem diversas informações sobre o amianto/asbesto
são encontrados na enciclopédia Wikipédia. Há dados
sobre usos, história na humanidade, patologias, legislações
e até mesmo algumas pesquisas sobre produtos alternativos ao mineral.
Observem também as fotos dos tipos de asbestos, das fibras e dos danos à saúde
humana.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Asbesto (Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Asbestos (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Asbesto (Espanhol)
Mini-dicionário
para coberturas de fibrocimento. Eternit. Acesso em 22.03.2011:
http://www.eternit.com.br/dicionario.php
Blog do fibrocimento. Eternit. Acesso em 22.03.2011:
http://blogdaeternit.com.br/assunto/fibrocimento/
Fibrocimento. Especificações técnicas. Sinaprocim - Sindicato
Nacional da Indústria de Produtos de Cimento. Acesso em 22.03.2011:
http://www.sinaprocim.org.br/Upload/Esp_Tecn/fibrocimento.pdf
Amianto crisotila. O que é o amianto? Comunicado Técnico
Imbralit. Acesso em 22.03.2011:
http://www.imbralit.com.br/index.php?content=23&op=1
Telha de fibrocimento vegetal. L.F.F. Castilhos. Resposta Técnica Tecpar.
IBICT - Sistema Brasileiro de Respostas Técnicas. 03 pp. (2011)
http://www.sbrt.ibict.br/resposta-tecnica/downloadsRT/MTc2Mzc=
Fibrocimento. L. V. Artigas. Materiais de Construção III. UFPR
- Universidade Federal do Paraná. – TC 034. Apresentação
em PowerPoint: 47 slides. (2010)
http://www.dcc.ufpr.br/wiki/images/0/0d/TC034_fibrocimento.pdf
Saiba
quais são os riscos do amianto à saúde. BBC. Diário da Saúde. (2010)
http://www.diariodasaude.com.br/
news.php?article=riscos-amianto-saude&id=5489
Avaliação do impacto econômico da proibição
do uso do amianto na construção civil. A.L.G. Silva;
C.R. Etulain. UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. 36 pp. (2010)
http://inverde.files.wordpress.com/2010/10/
estudo-unicamp-impacto-economico-da-proibicao-do-amianto.pdf
USP
cria fibrocimento sem amianto inspirado na natureza. Agência
USP. (2010)
http://www.ie.org.br/site/noticia.php?
id_sessao=4&id_noticia=4169
Fibras curtas de eucalipto para novas tecnologias em fibrocimento. G. H. D. Tonoli. Tese de Doutorado. USP - Universidade de São
Paulo. 150 pp. (2009)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/
88/88131/tde-18022010-142936/pt-br.php
Critérios de sustentabilidade para elementos construtivos – um
estudo sobre telhas “ecológicas” empregadas na construção
civil. M. L. S. Lessa. Dissertação de Mestrado UFBA -
Universidade Federal da Bahia. 153 pp. (2009)
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/
DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=172465
http://www.meau.ufba.br/site/system/files/2009_Mara_Lessa.pdf
Avaliação de desempenho térmico de protótipo
de baixo custo em madeira de reflorestamento. E. L. Krüger; C.
Laroca. Revista Escola de Minas 62(4): 447-454. (2009)
http://www.scielo.br/pdf/rem/v62n4/v62n4a06.pdf
Uso de resíduos de fibra vegetal em construção. H. Savastano Jr.; S. Santos. ComCiência. Revista Eletrônica
de Jornalismo Científico. (2008)
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=382
Selected physico-mechanical properties of cement-bonded particleboard
made from pine (Pinus caribaea M.), sawdust-coir (Cocos
nucifera L.)
mixture. A. A. Erakhrumen; S. E. Areghan; M. B. Ogunleye; S. L. Larinde;
O. O. Odeyale. Scientific Research and Essay 3(5):197-203. (2008)
http://www.academicjournals.org/sre/PDF/pdf2008/May/
Erakhrumen%20et%20al%20.pdf
Evaluation
of the mechanical behaviour by measuring the energy of fracture and
impact energy of fibre-cements. S. F. Santos; C. M. R.
Dias; H. Savastano Jr.; V. M. John; G. H. D. Tonoli; W. S. Silva.
11th International Inorganic-Bonded Fiber Composites Conference. 08 pp.
(2008)
http://www.iibcc.net/media/9808/
santos-evaluation-of-the-mechanical.pdf
USP
pesquisa substituição do amianto. FINEP. Assessoria
de Imprensa do Programa Habitare. (2007)
http://www.finep.gov.br/imprensa/
noticia.asp?cod_noticia=1215
Fibrocimento sem amianto, ecologicamente correto..., e brasileiro. A.C. Quinto. Inovação Tecnológica. (2007)
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/
noticia.php?artigo=010160070308
Production and properties of a medium density wood-cement boards
produced with oriented strands and silica fume. C. H. S. Del Menezzi; V. G.
Castro; M. R. Souza. Maderas. Ciencia y Tecnología 9(2): 105-115.
(2007)
http://www.scielo.cl/pdf/maderas/v9n2/art_01.pdf
Efeito
de aditivos minerais sobre as propriedades de chapas cimento-madeira. G. C. Silva; J. V. F. Latorraca; J. F. Carmo; É. S. Ferreira.
Revista Árvore 30(3): 451-456. (2006)
http://www.scielo.br/pdf/rarv/v30n3/a15v30n3.pdf
Resumo: Caracterização de chapas de fibrocimento
livres de amianto produzidas com fibras kraft refinadas de bambu (B. vulgaris). M.A. Costa; D.E. Teixeira. 52ª Reunião da SBPC - Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência. 01 pp. (2006)
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/JNIC/RESUMOS/resumo_1878.html
The influence of type and refinement of the cellulose pulp
in the behavior of fiber cement with hybrid reinforcement– a regression analysis
application. E. M. Bezerra; H. Savastano Jr. 17 th ASCE Engineering
Mechanics Conference. 08 pp. (2004)
http://www.usp.br/constrambi/producao_arquivos/the_influence_of_type.pdf
Caracterização do compósito cimentício
com adição de particulados de madeira – espécie
de Pinus. L. Senff. Dissertação de Mestrado. UDESC -
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http://www.tede.udesc.br/tde_arquivos/11/
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Telha de fibrocimento vegetal. Redetec - Rede de Tecnologia do Rio
de Janeiro. (2004)
http://www.redetec.org.br/inventabrasil/savasta.htm
Wood-cement compatibility of some Eastern Canadian woods by isothermal
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http://goliath.ecnext.com/coms2/gi_0199-2613297/
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Polpas
kraft de Agave sisalana e de Musa cavendishii para reforço
de fibrocimento alternativo. E. G. Gatto; C. Y. Kawabata; H. Savastano
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http://www.bv.fapesp.br/pt/producao-cientifica/2493/
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Estudo da durabilidade de compósitos reforçados com fibras
de celulose. A.C. Silva. Dissertação de Mestrado. USP
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http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/
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Cobertura em fibrocimento vegetal. Clipping (Grupo de Construções
Rurais e Ambiência). Ambiente Brasil. (2002)
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2002/
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Uma cobertura em fibrocimento vegetal. A. Reis. Revista Habitare 1.
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http://habitare.infohab.org.br/ConteudoGet.aspx
Telhas onduladas a base de cimento Portland e residuos
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http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000219675
Physical and mechanical properties of cement bonded southern
pine excelsior board. A. W. C. Lee. Forest Products Journal 34(4):30-34. (1884)
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=9567125 (resumo)
Refined wood fibre-cement products. R. S. P. Coutts; V. Ridikas. Appita
(35)5: 395-400. (1982)
Resumo:
Wood fibre-reinforcement cement composites. M. D. Campbell;
R. S. P. Coutts. Journal of Materials Science 15: 1962-1970. (1980)
http://www.springerlink.com/content/p1066053p4431226/
Processo inovador para obtenção de telha de fibrocimento.
Inovação USP - Universidade de São Paulo. (s/d)
http://www.inovacao.usp.br/images/pdf/Fibrocimento.pdf
Telhas ecológicas e o caminho da sustentabilidade. G. Alves.
Ruadireta. Materiais de Construção. (s/d)
http://www.ruadireita.com/materiais-construcao/info/
telhas-ecologicas-e-o-caminho-da-sustentabilidade/
Imagens acerca de produtos ecológicos de fibrocimento com utilização
de fibras vegetais (os websites de produtores e de vendas
de mercadorias devem ser considerados apenas para visualização técnica
dos produtos e não como referências comerciais):
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&biw=1276&bih=
519&tbs=isch%3A1&sa=1&q=%22wood+fiber%22+%22cement+
composite%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=
(Imagens Google: "wood fiber" "cement composite")
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=1276&bih=
519&q=%22fibrocimento%20vegetal%22&wrapid=tlif129915832451531 & um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi (Fibrocimento vegetal. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&biw=779&bih=378&gbv=2&tbs=
isch%3A1&sa=1&q=produtos+fibrocimento+ecol%C3%B3gicos&btnG=
Pesquisar&aq=f&aqi=&aql=&oq (Produtos ecológicos de fibrocimento. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&biw=
1276&bih=519&tbs=isch%3A1&sa=1&q=%22telhas+
ecol%C3%B3gicas%22&aq=f&aqi=&aql=&oq= (Telhas ecológicas. Imagens Google)
http://www.fazfacil.com.br/reforma_construcao/telhado_telhas_eco.html (Fazfacil. telhas ecológicas)
http://www.tigraoderamos.com.br/colchoes/
Telha-Onduline-de-Fibra-Vegetal-com-Betume_3693.html (Telhas de fibrocimento vegetal Onduline)
http://www.telha-telhas.com.br/telhas_fibrocimento.asp (Telhas de fibrocimento)
Pinus-Links
A
seguir, trazemos para vocês nossa indicação
para visitas a diversos websites que mostram direta relação
com os Pinus, nos aspectos econômico, técnico, científico,
ambiental, social e educacional. Acreditamos que eles poderão
significar novas janelas de oportunidades e que alguns deles poderão
passar a ser parte de suas vidas profissionais em função
do bom material técnico que disponibilizam. Esperamos que apreciem
nossa seleção de Pinus-Links para essa edição.
Bonsai4me. (em Inglês). Acesso em 10.03.2011:
Muitas espécies de Pinus podem ser utilizadas para se produzir
bonsais sofisticados. Observem quais são elas, os cuidados que
se deve ter com as plantas, além das principais técnicas
de manejo para a elaboração e manutenção
de cada indivíduo. Há ainda fotos lindíssimas
de bonsais de Pinus e de outras espécies arbóreas propícias
para as técnicas. Confiram os artigos e textos que o site “Bonsai4me” apresenta à disposição
dos interessados.
http://www.bonsai4me.com/Basics.html (Bonsai básico)
http://www.bonsai4me.com/Advanced.html (Técnicas avançadas)
http://www.bonsai4me.com/Articles.html (Artigos e imagens)
http://www.bonsai4me.com/Gallery/GalleryIndex.html (Galeria do Bonsai)
http://www.bonsai4me.com/SpeciesGuide/Pinus.html (Pinus como
bonsai)
SEMARNAT
- Secretaría de Medio Ambiente y Recursos
Naturales. México. (em Espanhol). Acesso em 10.03.2011:
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais é um órgão
executivo e institucional do governo do México. Dentre suas
funções incluem-se impulsionar a conservação,
a proteção e a restauração dos ecossistemas
mexicanos. Tudo para o desenvolvimento sustentável do país.
Dessa forma, o website da SEMARNAT apresenta-se muito informativo.
Há uma seção de publicações contendo
artigos técnicos e científicos que abordam as florestas
e os recursos naturais existentes naquele país. Estudos sobre
pragas e doenças que acometem espécies florestais tais
como os Pinus também podem ser acessados. Devemos lembrar que
as florestas de diversas espécies de Pinus ocorrem de forma
natural no México e em outros países da região
do Caribe. Existe ainda uma seção dedicada exclusivamente à educação
ambiental. Nela é possível fazer download de cartilhas
educacionais e ilustrativas sobre a proteção e conservação
do meio ambiente. Acessem em:
http://www.semarnat.gob.mx/Pages/inicio.aspx (Início)
http://www.semarnat.gob.mx/informacionambiental/
publicaciones/Pages/publicaciones.aspx (Publicações)
http://www.semarnat.gob.mx/educacionambiental/
Paginas/educacion.aspx (Educação ambiental)
http://www.semarnat.gob.mx/informacionambiental/
Pages/sniarn.aspx (Sistema nacional de educação ambiental)
Diretório
de Empresas, Portal e Blog Florestal da ForestalWeb - Uruguai. (em Espanhol).
Acesso em 10.03.2011:
Nosso amigo Javier Barboza tem sido o criador e grande alavancador
do crescimento desse portal de informações florestais
no Uruguai, conseguindo tornar seus serviços de informação
em fontes relevantes de conhecimentos e ajuda técnica aos setores
de florestas plantadas no Uruguai, Paraguai, Brasil, Chile e Argentina.
Através de parcerias e muito trabalho, a ForestalWeb possui
atualmente um rico portal de informações técnicas,
estatísticas, notícias, vídeos, fotos, links.
Como outros serviços florestais associados estão o blog
da ForestalWeb e o diretório de empresas, esse último
se constituindo em um guia destinado a promover relacionamentos e soluções
para as empresas que atuam nesse setor. Acessem e conheçam
o que a ForestalWeb disponibiliza com seus diversos produtos florestais:
http://www.forestalweb.com/ (Portal florestal da
ForestalWeb - Información
Forestal del Uruguay)
http://www.directorioforestal.com/ (Directório Forestal
Online)
http://forestalweb.blogspot.com/ (Blog ForestalWeb)
http://www.forestalweb.com/Diccionario/ (Dicionário de termos
florestais)
http://www.forestalweb.com/Publicaciones-articulos-tecnicos-forestales-Uruguay-investigacion/ (Publicações)
Guia
Forestal. El Portal Forestal del Uruguay. (em Espanhol). Acesso
em 10.03.2011:
O portal “Guia Florestal” é um local bastante completo
para a busca de serviços envolvendo a madeira e outros produtos
florestais no Uruguai. Podem ser encontrados contatos e serviços
existentes no país como produtores de mudas e viveiros, fabricantes
de postes e vigas, vendedores de lenhas, empresas certificadoras, consultoras,
produtoras de móveis e muito mais. O website também disponibiliza
o download de artigos técnicos, científicos sobre os
mais diversos assuntos relacionados à área. Observem
alguns exemplos abaixo envolvendo os Pinus. Ainda é possível
a leitura de diversas notícias nacionais e internacionais envolvendo
o setor, além de encontrar textos técnicos a respeito
de novidades, cursos, seminários e avanços tecnológicos
na área florestal.
http://www.guiaforestal.com/ (Home)
http://www.google.com.uy/custom?domains=www.guiaforestal.com&q=
Pinus&sa=Buscar%21&sitesearch=www.guiaforestal.com&client=pub-
6758514740253319&forid=1&ie=ISO-8859-1&oe=ISO-8859-1&cof=
GALT%3A%23008000%3BGL%3A1%3BDIV%3A%23FFFFFF%3BVLC
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3Ahttp%3A%2F%2Fwww.guiaforestal.com%2Fimg%2Flogodemo2.jpg%3BS%
3Ahttp%3A%2F%2F%3BLP%3A1%3BFORID%3A1&hl=es (Busca de Pinus dentro do site)
http://www.guiaforestal.com/eventos_jornadas_1.htm (Eventos e jornadas)
http://www.guiaforestal.com/noticias/ (Notícias)
Mulheres Florestais. (em Português). Acesso em 08.03.2011:
Para valorizar e divulgar o que as inúmeras mulheres que atuam
no setor florestal brasileiro realizam, encontramos um blog dedicado
exatamente a elas. O autor do criativo blog é nosso estimado
amigo, o pesquisador Dr. Moacir Medrado. O blog “Mulheres Florestais” concentra
inúmeras informações a respeito de trabalhos técnicos,
científicos, entrevistas, notícias recentes e vídeos
acerca das realizações de mulheres que atuam no setor
florestal. Há inclusive uma seção de artigos técnicos
e científicos onde podem ser acessados diversos trabalhos feitos
com espécies de Pinus e também com a Araucaria
angustifolia.
Todos elaborados por mulheres. O blog possui temas ligados à agricultura
familiar, preservação do meio ambiente, produtos florestais
madeiráveis e não madeiráveis, entre outros.
Observem:
http://mulheresflorestais.blogspot.com/ (Home)
http://mulheresflorestais.blogspot.com/p/artigos-tecnicos-e-cientificos.html (Artigos na área florestal tendo mulheres como primeiro
autor)
http://www.blogger.com/profile/10963205169763464161 (acerca
do Dr. Moacir Medrado)
Madeira
Sustentável. (em
Português). Acesso em 19.01.2011:
O blog Madeira Sustentável procurou relatar e documentar uma
série de reportagens realizadas em 2010 pela TV TEM Itapetininga
a respeito das diversas formas de se obter sustentabilidade para a
madeira e seus produtos no Brasil. O esforço de suas idealizadoras
Ana Flávia de Abreu e Graciela Andrade merece ser conhecido
e divulgado. Há fotos e notícias sobre as vantagens da
certificação da madeira, sobre a recuperação
de áreas degradadas e acerca do seqüestro de carbono atmosférico
pelas florestas. Os textos ainda apontaram formas de uso racional,
de beneficiamento da madeira, os produtos gerados, entre outros. As
criativas e determinadas autoras enfatizaram que é possível
o uso dessa matéria-prima de forma sustentável e ambientalmente
correta, observando e apontando o que pode ser feito para se dar maior
sustentabilidade à cadeia produtiva da madeira.
http://www.temmais.com.br/blog/madeira/ (Início)
http://www.temmais.com/blog/madeira/Default.aspx?Pagina=2 (Florestas
plantadas, produtos da madeira, entre outros)
http://www.temmais.com/blog/madeira/Default.aspx?Pagina=3 (Sobre a edição da série Madeira Sustentável)
Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Laminação
/ Faqueamento da Madeira de Pinus
Introdução:
A laminação da madeira consiste na usinagem
de blocos e toras de madeira onde ocorre como resultado a formação
de produtos laminados ou folhados e aparas residuais (CTBA, 1996).
De acordo com FAO, (Food and Agriculture Organization of the United
Nations...) as lâminas de madeira, ou “veneer sheets” (como
são conhecidas em inglês), podem ser utilizadas para a
fabricação de painéis, compensados, caixas, palitos
de picolés e de dentes, espetinhos, caixas de fósforo,
para revestimentos de móveis, etc., etc. Esse produto também é definido
como finas camadas de madeira (menores de três mm de espessura)
obtidas através do processo de laminação (“rotatory
cut veneer” em inglês) ou do faqueamento (“slicing
cut veneer” em inglês). (Wikipédia, 2011; Indi,
s/d).
Vários laminados ou lâminas podem ser colados para a formação
de painéis de madeira laminada e compensados, os quais posteriormente
poderão ser transformados em produtos da madeira de alto valor
agregado como móveis, pisos de madeira, embalagens, bancadas,
esquadrias e outros objetos estruturais da construção
civil (Mendes et al., 2004). Na marcenaria, as lâminas ajudam
no revestimento de pequenas superfícies e no acabamento de bordas
(Guia do Marceneiro, 2011). Folhados decorativos podem ser colados
da mesma forma que um adesivo na superfície de objetos, levando à falsa
impressão de ser todo o objeto confeccionado com a mesma madeira
visualizada (Wikipédia, 2011). Dessa forma, muitos artesãos
utilizam laminados nos seus trabalhos, agregando valor a muitas peças
através da arte e da criatividade e tornando os objetos bem
mais atrativos pela colagem de nova superfície (WiseGeek, 2010).
Finas lâminas de madeira também podem ser transformadas
em palitos de fósforos, de picolés e de caixas variadas
(Mendes et al., 2004).
Os folhados de madeira já são bastante antigos, existindo
registros do seu uso revestindo túmulos e móveis de faraós
no Egito antigo, por volta de 3.000 anos a.C. (Gava, 2011). No passado,
as camadas de madeira eram mais espessas (maiores de três mm),
pois se necessitava de mais tempo para se cortar a madeira natural
a partir de serras mecânicas. As tecnologias eram muito primitivas.
Em resultado disso, havia grande desperdício da madeira, baixo índice
de aproveitamento e elevação dos custos do produto final
(Portal da Madeira, 2009). Com o passar do tempo, as técnicas
de corte, de colagem e de aproveitamento foram sendo aprimoradas. Isso
ocorreu principalmente com o surgimento de novas ferramentas e do patenteamento
da primeira faqueadeira no início de 1.800, abrindo caminho
para a mecanização da laminação e para
criação dos tornos laminadores de alta velocidade existentes
nos dias de hoje. Houve também a substituição
da serra por facas de corte, diminuindo drasticamente a quantidade
de serragem e pó gerados (Wood Veneer, 2011; Gava, 2011). Atualmente,
a madeira bruta é bastante aproveitada em termos de rendimentos,
sendo produzidas lâminas de 0,63 mm a 0,7 mm de espessura, com
grandes ganhos em qualidade (Portal da Madeira, 2009). Dessa forma,
a criação de novas tecnologias fez com que os produtos
e chapas que contêm laminados como matérias-primas se
tornassem cada vez mais apreciados e populares no mundo todo. De qualquer
maneira, mesmo com a geração de resíduos, esses
acabam sendo destinados a outras finalidades, a mais comum sendo a
geração de energia dentro da própria indústria
de laminação, em caldeiras a biomassa.
Os laminados podem ser feitos com a
madeira de diversas espécies
florestais nativas e exóticas, algumas já tradicionais
em laminados como a cerejeira, o carvalho, o mogno, o pau-marfim, o
jacarandá, o pinheiro-do-Paraná, entre outras madeiras
nobres utilizadas atualmente para os laminados mais requintados (Wood
Veneer, 2011; WiseGeek, 2010). Porém, com a escassez dessas
matérias-primas de origem nativa e a proteção
governamental para as espécies ameaçadas de extinção,
os folhados estão sendo fabricados com a madeira de florestas
plantadas de Pinus e de eucalipto (Jankowsky, 1978). Bonduelle et al.
(2006) afirmaram que a partir dos anos 80's, os Pinus passaram
a ser a principal matéria-prima para a fabricação de
laminados para compensados de madeira nos estados do sul do Brasil.
A diferença das propriedades de sua madeira fez com que experimentos
e novas tecnologias fossem desenvolvidos para sua adequação
no processo de laminação (Aguiar, 1984; Indi, s/d).
Além das tecnologias de processo, também a adequação
da qualidade da madeira do Pinus evoluiu sobremaneira em recentes
anos, com manejos adequados para produção de madeira uniforme,
concêntrica e isenta de nós (madeira "clear",
obtida pela poda de ramos laterais das árvores).
Dessa maneira, os objetivos do presente artigo técnico foram
de abordar as principais vantagens e desvantagens dos laminados, descrever
seus tipos, processos e beneficiamentos na madeira dos Pinus, além
da importância e de alguns fatores relevantes que influenciam
na qualidade desse produto.
Vantagens e desvantagens dos laminados:
Os laminados apresentam preços mais acessíveis, quando
comparados aos da madeira sólida serrada. Isso se deve ao melhor
aproveitamento da matéria-prima. No caso de compensados e outros
materiais, apenas uma fina camada da madeira de melhor qualidade reveste
o objeto, diminuindo seu custo quando confrontado ao de um item feito
totalmente de madeira sólida (WiseGeek, 2010). Além disso,
existem alguns utensílios que não podem ser fabricados
com madeira sólida, tendo em vista a instabilidade dimensional
e deformações apresentadas em função da
variação das temperaturas e umidades (Wikipédia,
2011; Vacuum veneering..., 2011).
No caso de laminados de madeira provindas
de florestas plantadas, há a vantagem ambiental de se estar utilizando uma matéria-prima
de árvores de rápido crescimento, onde grande parte dos
plantios já apresentam manejos sustentáveis e possuem
certificações de boas práticas florestais. Isso,
muitas vezes não ocorre com os laminados de madeira de nativas,
que já são escassos no mercado e consequentemente mais
caros (Bonduelle et al., 2006; Aguiar, 1984). Além disso, as áreas
cultivadas com árvores melhoradas geneticamente e/ou clonadas
são extremamente homogêneas e de qualidade adequada ao
uso. Tal característica facilita o beneficiamento, aumentando
o rendimento das toras e diminuindo os resíduos gerados (Aguiar,
1984).
Indi (s/d) apontou que o mercado de laminados de madeiras de Pinus e
de eucalipto é bastante amplo e de promissor crescimento,
principalmente pelo uso versátil de suas florestas aliados à aceitação
dos produtos com apelos ambientais no exterior, onde atingem valores
interessantes para venda.
Como desvantagens, destacam-se os defeitos
existentes em lâminas
que podem inclusive inviabilizar o seu uso. Há algumas não-conformidades
que já vêm da própria madeira, que em alguns casos
podem ser eliminadas ou atenuadas por alguns tratamentos específicos
do beneficiamento, como é o caso do cozimento da toras e secagem
controlada dos folhados. Outros defeitos podem ser evitados a partir
de regulagens do maquinário de laminação, como
são as casos das felpas, escamas, fendas e lâminas desbitoladas.
Esses defeitos diminuem a qualidade do produto final, além de
elevar seus custos pela maior geração de resíduos
e pelo maior gasto com mão-de-obra, lixas, adesivos, entre outras
matérias-primas secundárias usadas para resolver esses
problemas (Umaña e Oliveira, 2004). Ademais, os laminados são
mais frágeis do que a madeira maciça, principalmente
pela fina espessura que possuem. Assim, alguns cuidados são
necessários durante seu manuseio, transporte e armazenamento
para que não ocorram danos mecânicos (Portal da Madeira,
2009).
Fatores relevantes na qualidade do laminado:
Hoje em dia, existem folhas de madeira
com espessura que varia entre 0,13 a 6,35 mm (Gava, 2011). A mesmo
autora ressaltou que características
de uma boa lâmina são: uniformidade de espessura, textura
de superfície similar, sem a presença de fendas nas duas
faces, além de ter a coloração e figura da madeira
nobre almejada. Da mesma forma, os defeitos mais indesejáveis
observados em lâminas são: fendas nos topos, faces e bordas
dos folhados, ondulações, diferenças de espessuras,
manchas e furos, superfície áspera, etc. (Portal da Madeira,
2009).
Existem vários fatores que contribuem para a qualidade de um
laminado e consequentemente para o surgimento de seus principais defeitos.
Segundo Lutz (1971) e Aguiar, (s/d) as variáveis que influenciam
a qualidade das lâminas estão relacionadas com as tensões
geradas durante o processo, com as características da matéria-prima
e com o processo em si de produção, obtenção
e manuseio da lâmina.
Com relação à matéria-prima, a tora necessária
para a obtenção de laminado ideal para um torno desenrolador
seria aquela livre de defeitos, com crescimento mais lento e uniforme
da árvore, anéis concêntricos e cilíndricos.
Outras características importantes das toras para produção
de lâminas por desenrolamento seriam: percentagem de umidade,
peso específico, direção das fibras, conicidade
e a existência de anéis de crescimento bem definidos.
Para madeiras consideradas duras ou até de média densidade
básica há a necessidade do cozimento das toras para amolecimento
da madeira. O processo utilizado para o amolecimento, caso não
seja realizado de maneira adequada, pode causar não-conformidades
tais como fendas e rachaduras (Bonduelle et al., 2006; Gava, 2011;
Aguiar, s/d). A forma do fuste da árvore, espécie e diâmetro
do tronco são parâmetros relacionados tanto com a qualidade
da lâmina como com o rendimento da produção (Bonduelle
et al., 2006).
Aguiar (s/d) observou que as variáveis relacionadas ao processos
mecânicos de produção são menos relevantes,
visto que podem ser corrigidas a qualquer momento voltando à adequação.
Os principais fatores ligados ao torno desenrolador são: ângulos
da faca e de sua afiação e posicionamento da contra-faca
(barra de compressão) com relação à faca.
O ângulo de afiação da faca deve ser de 23° para
madeiras de coníferas que contenham nós duros. Já o ângulo
da faca no tronco é uma das regulagens mais importantes do torno,
o que se explica por ter a capacidade de produzir lâminas onduladas
(ou corrugadas) se estiver muito aberto ou laminados rachados caso
muito fechado, provocando fricção excessiva na madeira
(Jankowsky, 1978). Geralmente, o ângulo de faca mais indicado
para os Pinus é o de 89° para lâminas grossas e de
89°30' para folhados de fina espessura. A faca e a contra-faca
formam uma abertura entre si por onde passa o laminado. Dessa forma,
o posicionamento da contra-faca é importante para determinar
a abertura vertical e horizontal da lâmina atuando na sua compressão
e, por conseguinte, na sua espessura (Aguiar, s/d).
Bortoletto Júnior (2008) avaliou o rendimento do processo de
laminação de toras de Pinus merkusii de árvores
abatidas aos 26 anos de idade. Esse rendimento em lâminas úteis
foi de 54,4%, considerado superior ao de outras espécies. Houve
também a avaliação da qualidade das lâminas
através de métodos visuais e de aplicação
de ondas acústicas. Os resultados também foram positivos,
apontando o potencial da espécie para a produção
de laminados e de seus derivados para uso na construção
civil.
Carneiro (2008) analisou a qualidade
de lâminas de madeira de Pinus através da medidas espectroscópicas. O autor observou
que alguns dos materiais testados apresentavam manchas azuis, características
de fungos depreciadores presentes nas lâminas devido à alta
umidade. Através da espectroscopia foi possível capturar
a assinatura desse tipo de defeito de lâmina na faixa de leituras
entre 400 a 1000 nm, sendo possível separar o laminado em dois
grupos: folhados sadios e folhados com manchas. O estudo apontou a
potencialidade do método em avaliar a qualidade de laminados
de madeira.
Dalavali (2008) observou a regulagem do torno laminador
na qualidade de lâminas verdes avaliando a uniformidade em espessura, a suavidade
da superfície e o grau de fendilhamento. Os resultados indicaram
que além da regulagem do torno, a avaliação contínua
dos parâmetros de qualidade, aliados ao cozimento das toras podem
diminuir a quantidade de lâminas descartadas como resíduos
no processamento.
Bonduelle et al. (2006) estudaram alguns fatores no
rendimento da laminação de Pinus. As toras com casca apresentaram rendimento
médio de 48%, ao passo de que quando eram arredondadas e sem
casca, o rendimento subiu para cerca de 73%. A autora também
encontrou correlações positivas entre diâmetro
de tora e volume das lâminas e correlação negativa
entre a conicidade da tora e diâmetro da mesma.
Jankowsky (1978) observou a qualidade de lâminas de três
milímetros de espessura provenientes de Pinus strobus var. chiapensis através de três regulagens distintas do torno desenrolador.
Os fatores avaliados foram: a espessura das lâminas, rugosidade
e quantidade de fendas provocadas. A espessura desuniforme da folha
causa dificuldades para sua colagem, assim como a rugosidade em excesso.
A última aumenta o consumo de adesivos necessários para
o revestimento de uma superfície pelo laminado. O ângulo
da faca a partir do centro das garras que gerou laminado de melhor
qualidade foi o de 89°11’ com porcentagem de compressão
de 10%. O autor apontou que a regulagem do torno influenciou tanto
na qualidade da lâmina quanto na sua resistência.
Hayashida (1974) estudou o comportamento de troncos de Pinus elliottii de
17 anos para a produção de lâminas. O autor
concluiu que as lâminas acima de 1,70 m da base tiveram grandes
quantidades de nós com maior aspereza, necessitando de um tratamento
térmico antes do corte. Já a base da árvore, segundo
o autor, não precisou de pré-tratamento à laminação,
pois as lâminas produzidas foram de boa qualidade. A velocidade
de corte de 45 rpm provocou maiores quantidades de fendilhamento quando
comparados a velocidade de 35 rpm.
Sanchetta et al. (1998) pesquisaram a influência do espaçamento
do povoamento florestal de Pinus taeda, em relação aos
regimes de desbastes florestais e ao volume de laminado conseguido
na produção. Fora o espaçamento de 2,5 X 1,2 m
(o menor testado), os outros não demonstraram diferenças
estatísticas para o rendimento de laminação. O
regime sem desbaste e corte final das árvores aos 20 anos apresentou
rendimentos volumétricos de lâminas semelhantes ao regime
de manejo com desbastes.
Processamento
da laminação:
A produção de laminados exige que as toras previamente
classificadas com diâmetro adequado e isentas de defeitos passem
por algumas fases até a fabricação do laminado.
Segundo Mendes et al. (2004) e Gava (2011), as principais fases são:
descascamento, aquecimento ou cozimento, desenrolamento ou faqueamento,
transporte e guilhotinagem e secagem. Seguem algumas das principais
características desses passos operacionais de produção
do laminado.
1- Descascamento
O descascamento é a retirada da casca da tora. Esse processo
se faz necessário porque a casca diminui o rendimento do processo
de laminação e a qualidade das lâminas. O tempo
de cozimento também é reduzido pela ausência da
casca que geralmente apresenta sílica e carbonato de cálcio
em sua composição. O descascamento pode ser feito de
forma manual com o uso do machado, pela aplicação de água
com pressão ou de forma mecânica existindo já diversos
equipamentos especialmente desenvolvidos para remover a casca das toras,
seja na fábrica ou na floresta. Nas fábricas os mais
comuns são os descascadores com sistema de tambor rotativo e
os descascadores em anel ou do tipo cilindro cortante.
2-
Conversão e seccionamento das toras
Depois
de descascadas, as toras podem receber alguns ajustes como arredondamento
ou cortes de seccionamento no comprimento
para melhor
se ajustarem aos equipamentos de laminação, adequando-se
também ao dimensionamento da lâmina que será produzida.
No caso do faqueamento, há a necessidade de desdobrar as toras
em blocos de acordo com a direção de corte para a obtenção
das figuras em lâminas para decoração. Devem-se
eliminar topos fendilhados, defeitos nas toras, nós, rugosidades
e realizar o corte em ângulo de 90º em relação
ao eixo da tora para que os toretes se fixem apropriadamente no torno.
3 – Cozimento/
aquecimento dos toretes
O cozimento ou aquecimento com vapor dos toretes antes
do faqueamento ou da laminação é um processo que diminui a incidência
de fendas e defeitos, por tornar a madeira mais plástica e flexível,
além de reduzir a quantidade de resina. É um processo
indicado para toras de espécies duras a mediamente duras. Para
tanto, acondicionam-se os toretes da mesma espécie e peso específico
semelhantes em ambiente padronizado, onde vapor ou água quente
são aplicados. O tempo de aquecimento vai depender da densidade
da madeira, do diâmetro da tora, da temperatura e do método
de cozimento aplicado (Umaña e Oliveira, 2004). O aquecimento
em excesso também pode provocar a desnaturação
das fibras e o surgimento de lâminas contendo felpas excessivas.
Os tanques utilizados para o aquecimento ou cozimento tem eficiência
distinta e também podem ter ou não movimentação
de toras em seu interior (Gava, 2011). O processo de cozimento que
utiliza a imersão em água quente é considerado
em muitos casos o mais indicado, pois evita o super amolecimento da
madeira (Umaña e Oliveira, 2004). Entretanto, o uso do vapor
também é muito comum para essa finalidade, especialmente
para as madeiras leves do Pinus. Segundo Umaña e Oliveira, 2004,
toras de árvores de baixo peso específico (400 kg/m³)
podem ser desenroladas em temperatura ambiente. Já espécies
com peso específico médio (460 kg/m³) requerem temperaturas
de 60°C. No caso de folhosas com peso específico elevados,
há a necessidade da laminação com a madeira próxima
a 93°C.
4-
Processo de corte das lâminas
Troncos de árvores da mesma espécie podem gerar lâminas
de distintos efeitos visuais de acordo com o processo de laminação
a que forem submetidos. Existem cerca de seis métodos de corte
de laminados, os quais são: rotativo (“rotatory cut” em
inglês), faqueado quarteado (“quarter slicing”),
faqueado horizontal (“plain slicing”), faqueado em ligeiro ângulo
em relação ao raio do tronco (“fit cut”),
faqueamento semi-redondo (“half-round slicing”) e faqueamento
longitudinal (“lengthwise slicing”). No faqueamento, os
fatiadores realizam o corte de lâminas, as quais podem ser extremamente
finas (Forest Products Laboratory, 1962).
Seguem descrições de cada um deles de acordo com Wood
Veneer (2011), Lutz, (1974) e Indi (s/d):
Desenrolamento ou laminação rotativa: é quando
o torete se mantém centralizado em um torno mecânico,
onde é girado em contato com uma faca larga e afiada que penetra
na madeira em ângulo e retira-se a lâmina por desenrolamento.
Ao final, sobra um torete central que não serve mais para ser
laminado. Esse torete por ser muito regular em diâmetro e comprimento
poder servir para outros tipos de usos, e muitas vezes, como biomassa
combustível. É um dos tipos de laminação
mais comuns e econômicos, responsável pela produção
da maioria das lâminas para os compensados atuais. A grã do
laminado é irregular, dando um aspecto multivariado ao mesmo.
Alguns apresentam os anéis de crescimento anuais em formato
semelhante ao de “bolhas” (Wood Veneer, 2011; Wikipédia,
2011; Lutz, 1974; Indi, s/d). Dessa forma, são obtidos lenços
contínuos de madeira (Kollmann, 1979). O movimento do torno
defoliador gera uma peça inteira muito utilizada como “capa” de
compensados. Assim, esse tipo de corte de lâminas é bastante
empregado para coníferas tais como os Pinus (Aguiar, s/d).
Faqueado
quarteado: A faca realiza cortes no sentido
perpendicular (contrário) aos anéis de crescimento da tora, havendo
a formação de lâminas com uma textura ou grã plena.
No faqueamento do tipo quarteado, há o corte de lâminas
em quadrante, onde o ângulo de corte é aproximadamente
reto surgindo figuras como listras (Wood Veneer, 2011).
Faqueado horizontal: Nesse tipo de faqueamento ocorre o corte no sentido
paralelo ao centro do tronco, podendo ser a madeira fatiada longitudinalmente
e dando formato de “catedrais” aos anéis de crescimento
(Indi, s/d; Wood Veneer, s/d).
Faqueado em ligeiro ângulo em relação
ao tronco: O corte, como o próprio nome já diz, insere em ângulo
um pouco fora do padrão sobre o raio medular da madeira. É o
principal tipo de laminação para espécies de carvalhos
que possuem medula radial irradiados no centro do tronco. O faqueamento
com esse tipo de ângulo ajuda a diminuir problemas de formações
de lascas na lâmina. Para a aplicação das folhas,
elas devem ser seqüenciadas e combinadas.
Laminação
semi-redonda: é uma variação
da laminação rotativa, produzindo cortes lisos e planos.
O fatiamento ocorre na forma de arcos leves que são paralelos
ao eixo do tronco. Os folhados cortados também na longitudinal
apresentam o desenho de “catedrais” mais arredondadas do
que no corte horizontal. Isso ocorre porque a grã dos anéis
de crescimento são mais internas.
Faqueado longitudinal: Ocorre o faqueamento de blocos de madeira em
forma de retângulos, onde a faca incide em movimentos estacionários,
ou seja, há o surgimento do laminado quando o bloco se movimenta
sobre a faca que é fixa. O faqueamento longitudinal faz com
que vários tipos de desenhos possam ser formados, visto que
o bloco pode deslizar sobre a faca em diferentes ângulos, de
acordo com o desenho almejado (Wikipédia, 2011, Indi, s/d).
Para fins ilustrativos e melhor visualização dos conceitos
do faqueamento da madeira, vejam as interessantes animações
que a empresa Madesil disponibiliza em seu website: http://www.madesil.com.br/faqtg.htm e http://www.madesil.com.br/faqrad.htm.
Os processos de faqueamento, segundo Gava (2011) são descontínuos,
provocando menos defeitos de fendilhamentos; porém, a produtividade
pode ser menor que a alcançada pelo processo de laminação
rotativa com o torno desenrolador. As espessuras obtidas no processo
de faqueamento também são menores (0,6-1,5 mm), havendo
a possibilidade de figuras e desenhos mais atrativos. Grande parte
das lâminas oriundas do faqueamento é utilizada exclusivamente
para a decoração e revestimento de superfícies
(Gava, 2011).
Mendes et al. (2004), relataram que o rendimento do faqueamento vai
depender muito do método empregado e também do diâmetro
e qualidade da tora. A tábua residual do processo em geral apresenta
15 mm; porém, já existem tecnologias modernas que diminuem
esse valor para quatro milímetros através de garras e
processos a vácuo.
Tanto na operação de serra de tábuas como na
laminação, é comum que ocorra uma deformação
(distorção) nas fibras e grã devido à compressão
que a faca ou serra impõe nas células da madeira (Wikipédia,
2011). Isso deve ser levado em conta na escolha da madeira para cada
corte e sua função. Lutz (1971) comentou que apesar de
quase todas as espécies de árvores poderem passar pela
laminação e faqueamento com sucesso; as provenientes
de folhosas geralmente são mais fáceis de serem processadas
do que as resinosas. Isso se explica pela melhor capacidade de dobramento
que possuem. Outra razão comentada pelo autor seria a maior
quantidade de lignina termoplástica presente nas folhosas. Dessa
forma, grande parte da madeira de resinosas como as de Pinus é utilizada
para a confecção de chapas para compensados; enquanto,
que as de folhosas podem ser empregadas na confecção
de lâminas decorativas.
5 - Transporte e guilhotinagem
Depois da produção da lâmina, há a necessidade
de transportá-la até o local para a secagem, ocorrendo,
em alguns casos, a guilhotinagem também nessa etapa. Para os
tornos mecânicos, o deslocamento dos folhados é feito
por esteiras ou bobinas contínuas que recolhem as lâminas
em função da velocidade do torno desenrolador. Nesse
sistema, as lâminas também podem ser seccionadas na largura
desejada. Isso se dá através das guilhotinas que possuem
tracionamento mecânico ou pneumático.
Há também o transporte na forma descontínua, onde
uma esteira realiza o recolhimento das folhas; porém, essas
apenas são empilhadas para serem posteriormente selecionadas
e ter o ajuste das larguras. No processo de faqueamento, logo após
o corte, as lâminas são posicionadas nas esteiras com
a face tracionada para cima. (Gava, 2011).
6 – Secagem das lâminas
A lâmina verde e úmida recém obtida possui um
teor de umidade considerado bastante elevado, pois isso facilita as
operações de corte. Dessa forma, a secagem artificial é muitas
vezes realizada através de secadores e estufas contendo alimentação
a vapor para aquecimento do ar. No início da secagem há baixa
temperatura e alta concentração de vapor no secador.
Conforme o tempo vai passando essas condições vão-se
invertendo, aumentando a temperatura e diminuindo o grau higrométrico.
Isso ocorre até a lâmina atingir o teor de umidade adequado
sem se deformar. A secagem artificial é muito mais rápida
do que a ao natural, adequando-se às necessidades industriais,
além de diminuir a quantidade de alguns defeitos (Umaña
e Oliveira, 2004). Os mesmos autores observaram que a umidade é extremamente
importante para os folhados que servirão como matéria-prima
para compensados. As lâminas muito úmidas poderão
formar bolhas de vapor no interior dos compensados e diminuir a absorção
e adesão da cola. Já folhados extremamente secos também
prejudicam a colagem, pois absorvem cola em excesso. Gava (2011) ressaltou
que a secagem deve ser feita assim que a lâmina se formar, para
proporcionar um teor de umidade uniforme, para a diminuição
de ondulações, de depressões, de fendas e de rachaduras.
Ademais, a secagem deve adequar a superfície da lâmina
para uma boa colagem, não havendo alterações de
cor, proporcionando o mínimo endurecimento superficial e contração.
Deve-se também evitar o colapso da lâmina durante essa
etapa.
7 – Armazenamento
As lâminas devem ser devidamente armazenadas em locais abrigados
de luz, secos, arejados e livres de pó. O ideal é sempre
cobrir as lâminas com lonas plásticas até a hora
do uso. Os retalhos de lâmina não devem ser desprezados,
podendo servir para o artesanato ou para o revestimento de outras superfícies
(Portal da Madeira, 2009).
8 – Manuseio
Por serem finas,
existem alguns cuidados que devem ser levados em conta durante o
manuseio e também aplicação desse
material. Para retirar uma lâmina de uma pilha, deve-se evitar
puxá-la bruscamente. Sempre retirar as que estão em cima
antes. Não tentar curvar ou dobrar as lâminas. Lembrar-se
sempre de que se trata de um produto frágil. Assim, na hora
de lixá-la, é importante procurar acomodar a lâmina
em cima de uma superfície rígida e homogênea. Para
transportar uma lâmina, quando sozinho, o indivíduo deve
unir ambas as extremidades da mesma, segurando com as duas mãos
para o alto. Outro cuidado seria com folhados ondulados. Esses devem
passar por uma prensa adequada para tentar corrigir o defeito (Portal
da Madeira, 2009).
Considerações finais:
Os laminados fabricados a partir de florestas plantadas como as de
Pinus e do eucalipto estão cada vez sendo mais aceitos e requisitados
no mercado. Isso de deve principalmente a: custos; qualidade conferida
aos painéis, móveis e outros produtos que levam o seu
revestimento; boas práticas de manejo ambiental que muitas dessas
florestas apresentam. Em adição, a madeira de florestas
plantadas apresentam boa e estável oferta no mercado, ao contrário
daquelas de muitas nativas, que estão escassas, apresentam muitas
vezes origem duvidosa e são cada vez mais protegidas por legislações,
pelo poder público e também pelas normas de certificação
florestal que impedem o uso de madeira de origem duvidosa. Assim, a
laminação de madeira de Pinus pode ser definida como
ambientalmente correta, economicamente viável e socialmente
justa, pois gera também muitos empregos ao longo da cadeia produtiva.
Ainda há a necessidade de conscientizar, e muito, a população
sobre as vantagens dos laminados dos Pinus. Seus benefícios
vão desde a elevada qualidade e quantidade de seus produtos
até o preços, os quais, muitas vezes, são mais
acessíveis que os de madeira serrada bruta.
Já existem tecnologias que diminuem os resíduos do
processo da laminação. Porém, mais estudos deveriam
continuar sendo incentivados, promovendo melhorias contínuas
e buscando a compreensão dos fatores que influenciam na qualidade
dos folhados dos Pinus. Isso diminuiria problemas com os defeitos,
além de
reduzir o desperdício e descartes de lâminas. A maior
integração com os engenheiros florestais que produzem
as florestas também deveria ser incentivada, adequando as matérias-primas
ao processo e produtos em sua origem, na sua formação.
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