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Editorial

Caros leitores e público interessado pelos Pinus,

Estamos lhes trazendo a Décima-Sexta Edição da nossa PinusLetter. Mais uma vez, nos esforçamos para lhes oferecer temas relevantes e assuntos interessantes e atuais para leitura. Nessa edição, continuamos a dar ênfase aos produtos oriundos dos Pinus e outras Coníferas, bem como à preservação de recursos florestais e à sustentabilidade das plantações florestais, dentre outros. Esperamos que os temas escolhidos sejam de seu interesse e agrado.

Em função de já termos apresentado a vocês praticamente todos os Pinus de importância econômica para o Brasil, decidimos alterar o nome da seção "Os Pinus no Brasil", passando a chamá-la de "As Coníferas na América Latina". Nessa primeira edição da nova seção, destacamos as principais características do "Pinus radiata", uma espécie de pinheiro de vital importância para a economia de nosso país irmão, o Chile. Pinus radiata é um pinheiro do "novo mundo", originário principalmente da Califórnia, com disseminação natural por quase todas as regiões dos Estados Unidos da América. Conhecido no inglês como “Monterey pine”, em regiões de reflorestamentos como Austrália e Nova Zelândia também é conhecido como “radiata pine”. No Chile, é referido como "pino radiata" ou "pino insigne", pela sinonímia dessa espécie. Nessas diversas regiões há grandes áreas de plantações com esses pinheiros, sendo que no Chile e na Nova Zelândia, a maioria das florestas plantadas são com essa espécie de conífera. P. radiata é uma árvore pouco exigente edafo-ambientalmente, possui rápido crescimento e sua madeira pode ser utilizada para diversas finalidades econômicas com muito sucesso. É por isso que esse pinheiro é plantado em reflorestamentos comerciais em diversas regiões do mundo. Infelizmente, as condições climáticas dos ecossistemas brasileiros têm sido problemáticas para essa espécie, devido ao ataque de sérias doenças de fungos.

"Pinhões de araucárias na alimentação humana" é outro assunto integrante da nossa PinusLetter 16. Obtenham nessa PinusLetter informações nutricionais e medicinais das sementes comestíveis do gênero arbóreo Araucaria. São três as espécies do gênero Araucaria cujas sementes (pinhões) são largamente consumidas por seres humanos. São elas: Araucaria araucana, A. angustifolia e A. bidwillii. Conheçam alguns aspectos históricos e culturais que envolvem os pinhões dessas árvores em suas regiões de origem, como são geralmente consumidos, aspectos morfológicos, épocas do ano em que são encontrados e a comercialização. Há ainda algumas diferenças entre as sementes comestíveis gerados pelos Pinus e os produzidos por araucárias.

Nessa edição voltamos a lhes apresentar informações sobre painéis produzidos com madeiras de Pinus, através do texto "Waferboard de Pinus e diferenças em relação aos OSB". Além de detalhar o processo de produção do painel do tipo “wafer”, também apontamos as principais diferenças com as chapas OSB e com outros painéis. Observem as definições e os principais usos da chapa "waferboard".

A seção "Referências Técnicas da Literatura Virtual" dá espaço para o retorno de "Teses e Dissertações de Universidades". A Universidade homenageada nesta edição é a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que possui inúmeras publicações sobre os Pinus, indicando a importância dessa espécie para o setor florestal também no estado de São Paulo. Há uma série de dissertações e teses publicadas por alunos e docentes sobre diversos temas envolvendo espécies de Pinus. Apesar dessa universidade não possuir um curso específico sobre Engenharia Florestal, as outras engenharias e outros cursos pesquisam diversos assuntos relevantes do setor como manejo, tecnologias de produtos florestais, propriedades da madeira, substâncias extraídas da árvore, entre tantos outros temas de importância sócio-econômica e científica.

Confiram ainda os "Pinus-Links" e as "Referências de Eventos e de Cursos", que trazem boas oportunidades para aprender mais sobre os Pinus, consultando os websites da internet indicados e materiais dos cursos e eventos referenciados.

Como tema do "Mini-artigo Técnico" dessa edição trazemos um relato sobre "Maravalha e serragem de Pinus e suas utilizações", caracterizando e expondo resultados de estudos que levam às principais funções desses subprodutos da madeira. A reutilização das serragens e maravalhas podem trazer benefícios sócio-econômicos às regiões e principalmente gerar melhorias ambientais pelos seus usos adequados.

Aos Patrocinadores e aos Apoiadores, apresentamos o nosso agradecimento pela oportunidade, incentivo e ajuda para que possamos levar ao público alvo, que cada vez é maior, muito conhecimento a respeito dessas árvores fantásticas que são as dos Pinus.

Esperamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização das várias qualidades desse gênero para as plantações florestais no Brasil, América Latina e península Ibérica, levando sempre mais conhecimento também sobre os produtos derivados dos Pinus para a Sociedade e sobre a preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade.


Agradecemos em especial nossos dois Patrocinadores:

ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br)

KSH - CRA Engenharia Ltda (http://www.ksh.ca/en/)

e a todos os muitos Apoiadores da PinusLetter::
http://www.celso-foelkel.com.br/pinusletter_apoio.html

Um forte abraço e muito obrigado a todos vocês.

Ester Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html

Celso Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html

Nessa Edição

As Coníferas na América Latina: Pinus radiata

Pinhões de Araucárias na Alimentação Humana

Referências Técnicas da Literatura Virtual - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Referências de Eventos e de Cursos

Pinus-Links

"Waferboard" de Pinus e Diferenças em Relação aos Painéis OSB

Mini-Artigo Técnico por Ester Foelkel
Principais Usos da Maravalha e Serragem da Madeira de Pinus

As Coníferas na América Latina: Pinus radiata


Pinus radiata é uma Pinácea conhecida pelos nomes comuns de “Monterey pine”, na América do Norte e Grã Bretanha, “radiata pine” e “New Zealand pine”, na Oceania e "pino radiata", "pino insigne" ou "pino de Monterey" no Chile. É nativo dos Estados Unidos da América, mais precisamente das proximidades da Baía de Monterey, na costa da Califórnia. A altitude no local varia de 300 a 1200 metros, e ocorrem 400 a 500 mm de chuva por ano, além de alta umidade relativa do ar.

A espécie é muito tolerante às condições litorâneas, com ventos carregando sal. Porém, não tolera frios intensos - temperaturas negativas causam danos e até mortalidade às árvores. Por isso é pouco cultivado em altitudes superiores a mil metros. Desenvolve-se bem em solos argilo-arenosos e arenosos, bem drenados, bem como tolera a seca em função das baixas precipitações em sua região de origem. Apresenta crescimento pobre em solos pesados (argilosos).

Esse pinheiro tem crescimento rápido. Em condições silvestres cresce até 15 a 30 m de altura, sendo mais vigoroso em áreas cultivadas, onde pode atingir 60 metros de altura. Incrementos de 30 - 35 m³/ha.ano são comuns no Chile e Nova Zelândia, já tendo sido até relatados 50 m³/ha.ano. Porém, não é muito longevo, vivendo até 100 anos, mas se mostrando mais longevo que isso na Grã-Bretanha. Suas acículas são agrupadas a três, medindo de 8 a 15 cm de comprimento, verde escuras. Os cones medem de 7 a 17 cm de comprimento, ocorrem em grupos de 3 a 5, são ovóides, sésseis e bastante persistentes, mesmo após abertos. Essa espécie é monóica díclina, ou seja, apresenta os dois sexos na mesma planta, mas em flores separadas. É predominantemente alógama, dado seu alto grau de autoincompatibilidade, necessitando de polinização cruzada, que ocorre pelo vento. No hemisfério norte, o florescimento ocorre de fevereiro a março e a maturação das sementes se dá de janeiro a fevereiro, 11 meses depois. P. radiata é filogeneticamente próximo a P. muricata e P. attenuata, com os quais se hibridiza prontamente. Suas sementes medem cerca de 5 mm, com asas de 2 cm. Um quilograma contém cerca de 30 a 40 mil sementes.

Sua madeira é considerada de alta qualidade para produção de móveis e painéis de madeira, muito utilizada para esse fim na Nova Zelândia e Chile. É fácil de secar, pintar, preservar e trabalhar, com peso específico de 0,38-0,5 g/cm³. Pode ser usada para celulose de mercado, papel, lenha, postes, cercas, painéis, construção civil e fabricação de caixas e móveis. O uso em cercas e postes depende de tratamento preservativo, como as madeiras dos outros Pinus.

O P. radiata ocupa cerca de 90% da área cultivada com o gênero na Nova Zelândia, onde é considerada planta invasora em situações que se dispersa além da área de cultivo. É também de grande importância no Chile, onde existem cerca de 1,5 milhões de hectares de suas plantações florestais. Na Austrália, África do Sul, Espanha, Peru, Colômbia e em Portugal também há plantios comerciais. Os plantios somam cerca de 4 milhões de hectares no mundo. No Brasil, são relatados plantios experimentais, alguns com grave adoecimento pelo fungo Dothistroma septospora. É até mesmo lendária essa introdução de Pinus radiata no Brasil. Relatam aqueles que gostam de contar histórias que o ex-governador Adhemar de Barros do estado de São Paulo nos anos de 50's e 60's se impressionou muito com o crescimento do Pinus radiata em uma visita que fez ao exterior. Por isso, pediu ao Instituto Florestal daquele estado que o introduzisse para fins experimentais em alguns de seus hortos. Infelizmente, os plantios que começaram a nascer vigorosos foram logo dizimados pelo fungo Diplodea pinea, que existia de forma natural em cultivos agrícolas, como o da mandioca, sem causar danos maiores a ela. Mais tarde, esse fungo foi reclassificado pelos taxonomistas e botânicos em Sphaeropsis sapinea (http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim34/cauer2.pdf e http://www.fao.org/docrep/x5388e/x5388e03.htm) .

Maiores informações sobre a espécie Pinus radiata podem ser encontradas nos websites citados logo abaixo. Aproveitem para conhecer melhor essa importante espécie de Pinus.

Pinus radiata.
Wikipédia. Disponível em 29.04.2009.
A enciclopédia virtual gratuita Wikipédia possui bastante conteúdo sobre Pinus radiata. Em inglês, é possível obter informações sobre seus principais usos, sobre ecologia e cultivo e também sua descrição taxonômica. Na versão em espanhol há as características morfológicas, distribuição, funções e taxonomia. A descrição de P. radiata em português é a mais singela, possuindo apenas poucos dados botânicos e sua origem. Observem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinus_radiata (Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Pinus_radiata (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Pinus_radiata (Espanhol)

Pinus radiata. G. V. Melle. Disponível em 29.04.2009. (Português)
A página pessoal de Gideon van Melle possui dados sobre os Pinus radiata, tais como: principais nomes comuns, distribuição geográfica, descrição morfológica da árvore e de suas principais estruturas como flores, frutos, folhas e sementes. Há também os principais usos na economia e também alguns relatos sobre a sua introdução em Portugal.
http://www.gvmelle.com/bomen/pi_radi.htm

Pinus radiata - D.Don. Plant for a Future. Disponível em 29.04.2009. (Inglês)
O website “Plant for a Future” possui muitas características de Pinus radiata, sendo que as principais informações disponibilizadas são: nomes comuns, morfologia, habitat, usos medicinais, funções e usos econômicos e detalhes de sua propagação e cultivo. Confiram em:
http://www.pfaf.org/database/plants.php?Pinus+radiata

About New Zealand pine. Craigpine Timber Ltd. Disponível em 29.04.2009. (Inglês)
A webpage da empresa florestal neozelandesa Craigpine Timber Ltd possui texto técnico sobre a madeira de um dos seus principais produtos: Pinus radiata. Confiram as propriedades físicas e mecânicas da madeira, utilização para móveis e serraria no país, comparação de sua madeira com outras espécies, além de algumas das técnicas de secagem e de beneficiamento realizadas nessa madeira pela empresa.
http://www.craigpine.co.nz/nzpine.htm

Monterey pine. Neartica.com. Disponível em 29.04.2009. (Inglês)
O website “Neartica.com” disponibiliza boas informações morfológicas das principais estruturas de Pinus radiata para efetuar sua identificação com eficiência. Há à disposição dos interessados algumas figuras e fotos de cones, acículas e formas das árvores. Confiram também as espécies com características semelhantes e a distribuição geográfica desse pinheiro.
http://www.nearctica.com/trees/conifer/pinus/Pradia.htm

How to propagate Pinus radiata. WikiHow. Disponível em 29.04.2009. (Inglês)
A cartilha disponibilizada pela “wikihow” indica os principais passos de como realizar o plantio de Pinus radiata. Há ainda uma breve introdução de algumas das principais características morfológicas e acerca da importância dessa árvore.
http://www.wikihow.com/Propagate-Pinus-Radiata

El pino insigne (Pinus radiata D. Don). Papelnet - Empresas CMPC Chile. Disponível em 30.05.2009. (Espanhol)
Interessante descrição dessa espécie para fins de comunicação às partes menos técnicas da sociedade.
http://www.papelnet.cl/arbol/pino_insigne.htm

Propiedades del pino radiata.
CMPC Maderas. Disponível em 30.05.2009. (Espanhol)
Excelente cartilha básica sobre o "pino radiata" em Chile, feita pela empresa florestal CMPC Chile.
http://www.cmpcmaderas.cl/documentos/1.1espanol.pdf


Artigos Técnicos Selecionados

Pinus radiata. Plants For A Future: Database Search Results. Disponível em 01.05.2009:
http://www.ibiblio.org/pfaf/cgi-bin/arr_html?Pinus+radiata

Pinus radiata. Laboratório de Productos Forestales. Universidad Nacional de Colômbia. Disponível em 30.05.2009:
http://www.unalmed.edu.co/~lpforest/PDF/Pino%20radiata.pdf

Mejoramiento de productividad de plantaciones de pino radiata y eucaliptos en Forestal Mininco (Chile). J.A. Muñoz. 22 pp. Disponível em 30.05.2009:
http://www.inta.gov.ar/concordia/info/Forestales/contenido/pdf/1998/78%20Alvarez3.pdf

Caracterizaçao de isolados de Sphaeropsis sapinea e avaliaçao da resistência em progênies de Pinus radiata.
P. R. R. C. Basílio. Dissertação de Mestrado. UFPR. 100 pp. (2008)
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/15879/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20%2012_05_08.pdf

Effects of Pinus radiata plantations on environmental weed invasion into adjacent native forest reserves. J. J. Sullivan; P. A. Williams; S. M. Timmins. Science & Technical Publishing. 25 pp. (2006)
http://www.doc.govt.nz/upload/documents/science-and-technical/drds239.pdf

Measurement of colour development in Pinus radiata sapwood boarding during drying at various schedule. M. McCurdy; S. Pang; R. Keey. Maderas. Ciencia y Tecnología 7(2):79-86. (2005)
http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-221X2005000200002&script=sci_arttext

El pino radiata (Pinus radiata). Manual de gestión forestal sostenible. A. Fernández; A. Sarmiento. Junta Castilla y León. 64 pp. (2004)
http://www3.unileon.es/personal/wwdiaafh/docs/manuales%20selvicolas/Pino%20radiata%20WEB.pdf

A height-diameter model for Pinus radiata D. Don in Galicia (Northwest Spain). C. A. L. Sánchez; J. G. Varela; F. C. Dorado; A. R. Alboreca; R. R. Soalleiro; J. G. Á. González; F. S. Rodríguez. Annals of Forest Science 60: 237-245. (2003)
http://www.afs-journal.org/index.php?option=article&access=standard&
Itemid=129&url=/articles/forest/pdf/2003/03/F3305.pdf

Isolation of Pinus radiata genomic DNA suitable for RAPD analysis. C. Stange; D. Prehn; P. Arce-Johnson. Plant Molecular Biology Reporter 16: 1–8. (1998)
http://pubs.nrc-cnrc.gc.ca/ispmb/ispmb16/16366-4.pdf

Comparison of some soil properties under Pinus radiata and improved pasture. K. M. Giddens; R. L. Parfitt; H. J. Percival. New Zealand Journal of Agricultural Research 40:409-416. (1997)
http://www.royalsociety.org.nz/Site/publish/Journals/nzjar/1997/39.aspx

Density of Pinus radiata logs. F. A. Coulter. N. Z. Forest Products Ltd. 143-147 p. (Sem referência de data = s/d)
http://www.nzjf.org/free_issues/NZJF08_1_1959/D9D7137C-8105-48AB-AF2F-FFF0C2434ABA.pdf

Ectomycorrhizal communities associated with a Pinus radiata plantation in the North Island, New Zealand. K. Walbert. Lincoln University. (s/d)
http://researcharchive.lincoln.ac.nz/dspace/bitstream/10182/658/1/walbert_phd.pdf

Pinus radiata in Ecuador its ecology and growth. A.D. Miller. FAO - Forestry Department. (s/d)
http://www.fao.org/DOCREP/E7730E/e7730e05.htm

Monterey pine. PHC Plant Health Care Program. Bartlett Tree Research Laboratories. 2 pp. (s/d)
http://www.onlinegardener.com/trees/Monterey%20pine.pdf


Imagens de Pinus radiata

http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Pinus+radiata&um=1&ie=
UTF-8&ei=WXPvScPMOI-EtweH89HDDw&sa=X&oi=image_result_group&resnum=4&ct=title


http://www.hear.org/starr/plants/images/species/?q=pinus+radiata

http://commons.wikimedia.org/wiki/Pinus_radiata

Pinhões de Araucárias na Alimentação Humana

As araucárias são árvores coníferas de grande porte, variando de 30 a até 80 metros de altura, e com caules geralmente eretos e ramos alongados. A distribuição do gênero Araucaria é bastante variada e também separada, havendo espécies endêmicas da Oceania, como da Nova Caledônia, da Ilha Norfolk, do sudeste da Austrália, da Nova Guiné e também originárias da América do Sul, como do Chile, da Argentina e do sul do Brasil (Wikipédia, 2009). Das 19 espécies já descritas, a grande maioria é dióica, havendo indivíduos machos e outros fêmeas, mas há alguns casos de espécies monóicas, com ocorrência dos dois sexos na mesma árvore. Os órgãos reprodutivos femininos são as pinhas, que possuem formato globoso e têm tamanho avantajado, variando de 7 a 30 cm dependendo da espécie. Dentro das pinhas se encontram as sementes que são fonte de alimento para muitos seres vivos da fauna silvestre e inclusive para o homem. Tanto as sementes comestíveis de araucárias, como as de Pinus, são comumente chamadas de pinhão, em função de serem originárias de pinheiros.

Há três espécies de araucárias cujas sementes são consideradas iguarias na culinária, fazendo parte da cultura e da história de suas regiões. Elas são: Araucaria araucana, encontrada no Chile e Argentina; A. angustifolia, endêmica do sul do Brasil e também encontrada em regiões do Paraguai e Argentina; e A. bidwillii, nativa do sudeste australiano, mais precisamente da região de Queensland. Apesar das sementes das três espécies serem chamadas de pinhão e das árvores serem popularmente chamadas de pinheiro, como é o caso do pinheiro-do-Paraná ou brasileiro (A. angustifolia), pinheiro-araucano ou chileno (A. araucana) e “bunya pine” (A. bidwillii), não são consideradas Pinaceae, pertencendo a família Araucariaceae devido a algumas diferenças morfológicas. Porém, todas as espécies dessas famílias são Gymnospermae (http://www.icb.ufmg.br/bot/mtem-bot/Gimnospermas.pdf)

Os pinhões das araucárias são de maior tamanho quando comparados com os dos Pinus comestíveis. Os de A. angustifolia possuem de 1 cm a 2,5 cm de largura e 3-8 cm de comprimento, tendo um peso médio de 8,7 g. Já cada semente de A. araucana possui em média 3,8 gramas, tendo 5-6 cm de comprimento. As amêndoas pinhões de araucárias são ricas em energia, sendo um dos principais alimentos para muitos povos indígenas na América do Sul e para os aborígines na Austrália. Há inclusive um povo chileno que até hoje é conhecido pela coleta e comercialização dos pinhões de A. araucana. Eles são denominados de Pehuenches (Pehuen = Araucaria / Ches = homens).

As formas mais tradicionais de preparo do pinhão como alimento são praticamente as mesmas das tribos indígenas: assado, cozido ou cru; porém com a chegada de imigrantes nas regiões das araucárias, inúmeras outras receitas foram sendo criadas e são ainda descobertas. Muitas são consideradas iguarias e fontes de inspiração na culinária internacional. Os pinhões de A. araucana são utilizados por alguns renomeados gourmets que os preferem aos de Pinus devido ao seu maior tamanho e sabor mais acentuado.

Os pinhões podem ainda ser transformados em farinhas, sendo matéria-prima de pães, broas e tortas, assim como podem ser utilizados em saladas, molhos para carnes, suflês. Também são condimentos de inúmeras sobremesas como pudins, rocamboles, bom-bons, entre outros tantos alimentos especiais...(BRDE, 2005)

Os pinhões de A. araucana são ricos em água, fibras, ferro, cálcio e em amido (85%); contudo, parte desse último é o dito “amido resistente”, o qual possui rápida passagem pelo trato digestivo, sendo indicado seu uso em dietas de emagrecimento (Piñon Gourmet, 2005). Segundo AmbienteBrasil (fonte não oficial) citado por BRDE (2005), cada 100 g de pinhão de A. angustifolia macerado possui 195,5 calorias, 41,92 g de glicídios, 1,34 g de lipídios, 3,94 g de proteínas, 35 mg de cálcio, 70 mg de ferro, 136 mg de fósforo, 240 mg de vitamina B2, além das vitaminas B5, B1, C e A.

Em experimentos feitos com farinha de pinhão (A. angustifolia) servida em dietas de ratos, os autores confirmaram que esse alimento substituiu em até 20 % a adição de caseína na dieta dos animais sem haver diferenças no peso e desenvolvimento. Logo, pode ser utilizado como suplemento alimentar na substituição da proteína de formulação de alimentos (Leite et al., 2008).

Além do elevado valor nutritivo, os pinhões de araucárias possuem algumas propriedades medicinais: o pinhão de A. angustifolia é utilizado no tratamento da azia, da anemia e ajuda na fortificação do sistema imunológico (BRDE; 2005). As fibras da semente de A. araucana auxiliam no bom funcionamento de todo trato digestivo, também ajudando no combate a doenças cardíacas (Piñon Gourmet, 2005).

A colheita dos pinhões de araucárias é considerada simples, uma vez que as pinhas, quando maduras caem ao solo e liberam as sementes com a queda. O armazenamento pode ser realizado pela hidratação com posterior desidratação ao sol (método realizado por alguns indígenas latino-americanos que pode conservar as sementes para consumo em até cinco meses) e também através da refrigeração.

Quanto à época de colheita, as pinhas de A. araucana e de A. bidwillii se encontram maduras durante os meses de verão (janeiro a março para A. bidwillii) e fevereiro a maio para A. araucana. A maturação das pinhas de A. angustifolia se dá mais tardiamente, concentrando-se nos meses de abril a julho (outono e inverno). Por isso, é um alimento altamente consumido durante o inverno e principalmente durante as festas juninas da região sul do Brasil. É nesse período em que o pinhão geralmente é mais procurado, conseguindo melhor valor de comercialização na região. BRDE (2005) comentaram não dispor de dados referentes à colheita de pinhões de A. angustifolia provenientes de florestas plantadas, pois esses estão também misturados com os das pequenas propriedades e das matas nativas. Essas colheitas realizadas por pequenos agricultores consiste em uma renda extra durante o período do inverno. Grande parte da venda e comercialização ocorre sem a emissão de notas fiscais, apesar de já existir a Portaria Normativa DC nº 20 do governo brasileiro, que disciplina a sua venda.

No Chile, a comercialização e coleta dos pinhões de A. araucana são realizadas ainda preferencialmente pelos povos indígenas, já havendo porém áreas plantadas com araucárias para essa finalidade. A demora na produção de pinhões (25-40 anos) é um dos motivos que desencoraja o plantio de florestas destinadas a produção de pinhão; contudo, após iniciado o período reprodutivo das árvores, pode-se ter boas colheitas durante longo período, podendo chegar a até 1000 anos (Gymnosperm database, 2009).

A produção de pinhões das três espécies é bastante sazonal, alterando anos de elevada produção com anos de média e de baixa. Logo, o preço encontrado no mercado também varia de acordo com a disponibilidade de produto no mercado. No sul do Brasil, o preço no atacado da saca de 50 kg de pinhões de A. angustifolia variou de R$50,00 para anos de baixa produtividade à R$25,00 para ano de alta produção (BRDE, 2005). Em 2009, o pinhão estava sendo vendido no varejo entre 3 a 5 reais (1,5 a 2,5 US$) o quilo.

Os pinhões das araucárias são alimentos ricos e de elevada importância cultural das regiões onde esses pinheiros são endêmicos; contudo, essas sementes também são de alta relevância alimentar para animais silvestres e também para a própria propagação e regeneração dessas espécies arbóreas. Logo, estudos sobre técnicas de conservação pós-colheita dos pinhões para consumo, técnicas de manejo de áreas para melhor produção e estudos da propriedade nutricional e demanda nos mercados internos e externos deveriam ser incentivados, assim como a preservação e propagação dessas árvores em seus locais de origem. No Brasil, é famosa e conhecida a propagação de sementes de Araucaria angustifolia por pássaros e pequenos animais silvestres, especialmente pelas gralhas-azul e pelos bugios, capivaras, porco-do-mato, etc. (http://xisxis.wordpress.com/2008/07/15/tres-lendas-sobre-a-araucaria/ e http://www.cwb.matrix.com.br/sensus/gralha-azul.htm).

Observem abaixo algumas das principais propriedades nutricionais e medicinais dos pinhões das araucárias, formas de coleta, armazenagem e comercialização onde são nativos. Há também algumas formas de preparo na culinária, fotos das sementes e pinhas, aspectos culturais, históricos e ambientais que estão relacionados com a alimentação. Confiram:

Araucaria angustifolia: a árvore do pinhão. Jardim de Flores. Disponível em 30.04.2009. (Português)
O website Jardim de Flores possui um excelente artigo técnico sobre o pinhão da Araucaria angustifolia. Mostra seus principais usos na culinária, sendo prato indispensável nas festas juninas dos estados do sul do Brasil. Além disso, o texto possui relatos históricos desses pinhões, como um dos principais alimentos dos índios que habitavam a região. O inglês Thomas Bigg-Wither, visitou os campos do Paraná no século retrasado, e acabou por descrever a pinha e o pinhão, como era preparado como alimento pelos índios e as técnicas de conservação. Há ainda a descrição morfológica da árvore. Confiram:
http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A20pinhao.htm

Araucarias. Wikipédia. Disponível em 01.05.2009. (Diversos idiomas)
A enciclopédia Wikipédia possui tanto informações gerais a respeito do gênero Araucaria como informações mais específicas das principais espécies no mundo. Confiram informações sobre a morfologia da árvore, origem e características das sementes comestíveis de Araucaria bidwillii, em inglês e espanhol; de A. araucana, também nos mesmos idiomas; e de A. angustifolia, em inglês, espanhol e português.
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria (Sobre o gênero Araucaria com excelentes fotos, Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria (Sobre o gênero Araucaria, Espanhol)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Araucaria (Sobre o gênero Araucaria, Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria_bidwillii (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria_bidwillii (Espanhol)
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria_araucana (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria_araucana (Espanhol)
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria_angustifolia (Inglês)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinheiro-do-paran%C3%A1 (Português)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria_angustifolia (Espanhol - na Argentina a A.angustifolia é conhecida como araucária misionense)

Araucaria araucana. Absolute Astronomy.com. Disponível em 01.05.2009. (Inglês)
A webpage do “Absolute Astronomy.com” possui boa caracterização morfológica do pinheiro-chileno Araucaria araucana. Dentre os principais usos da árvore, se encontra a utilização das sementes como alimento no Chile, mencionando inclusive seu potencial para exportação para outras áreas do mundo. Observem também as características morfológicas de suas sementes e das pinhas.
http://www.absoluteastronomy.com/topics/Araucaria_araucana

Piñones Gourmet.
AtinaChile (2005). Disponível em 01.05.2009. (Espanhol)
A webpage chilena “AntinaChile” possui um interessante artigo técnico abordando o potencial do pinhão araucano (oriundo da Araucaria araucana) de ser exportado. Devido ao seu apreciado sabor, qualidades nutricionais e tamanho, esse pinhão é considerado uma iguaria na culinária internacional, já sendo utilizado e apreciado por renomados gourmets. O texto ainda aponta as qualidades nutricionais, e melhorias culturais, sociais, econômicas e ambientais que esses pinhões estão proporcionando para diversas comunidades indígenas chilenas. Não deixem de ler em:
http://www.atinachile.cl/node/6625

Araucaria bidwillii. Plants are the strangest people. Disponível em em 04.05.2009. (Inglês)
O Blog “Plants are the strangest people” divide com os leitores algumas das características morfológicas das sementes de A. bidwillii além do gosto e de aspectos históricos relacionados com o consumo das sementes pelo povo aborígine. Confiram:
http://plantsarethestrangestpeople.blogspot.com/2008/06/caveman-araucaria-bidwillii.html

Araucaria bidwillii. Plants for a Future: Database Search Results. Disponível em 04.05.2009. (Inglês)
O website "Plants for a Future" apresenta algumas informações sobre A. bidwillii tais como: características físicas da planta, palatabilidade da semente, além de detalhes de cultivo e propagação.
http://www.ibiblio.org/pfaf/cgi-bin/arr_html?Araucaria+bidwillii



Artigos Técnicos Selecionados

RESUMO: Nutritional evaluation of Araucaria angustifolia seed flour as a protein complement for growing rats. D. M. C. Leite; E. V. De Jong; C. P. Z. Norena; A. Brandelli. Journal of the Science of Food and Agriculture 88(7): 1166-1171. (2008)
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=20273649

Viabilidade da dispersão de sementes de Araucaria angustifolia nas fragmentações das áreas nativas e exóticas da Flona-SFP. C.A. Cruz; V. H.Valiati. XVI Encontro de Geneticistas do Rio Grande do Sul. 01 pp. (2008)
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/file/inv33.pdf

Conservação pós-colheita de pinhões [sementes de Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze] armazenados em diferentes temperaturas. C. V. T. Amarante; C. S. Mota; C. A. Megguer; G. M. Ide. Ciência Rural 37(2):346-351. (2007)
http://www.scielo.br/pdf/cr/v37n2/a08v37n2.pdf

Cultivo da Araucaria angustifolia. Viabilidade econômico-financeira e alternativas de incentivo. Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE. (2005)

http://www.brde.com.br/estudos_e_pub/IS%202005-01
Cultivo%20da%20arauc%C3%A1ria%20SC.pdf

Fisiologia e citogenética de sementes envelhecidas de Araucaria angustifolia. B. P. D. Fontes; L. C. Davide; A. C. Davide. Ciência e Agrotecnologia 25 (2): 346-355. (2001)
http://www.editora.ufla.br/revista/25_2/art13.pdf

Utilização das reservas alimentícias de sementes de Araucaria durante armazenamento. A. Ramos; G. B. Souza. Boletim de Pesquisa Florestal 22/23: 21-27. (1991)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim22_23/ramos.pdf

Productos forestales no madereros em Chile: semillas, hongos, tallos, fruta, alimentos: avellana pehuen champiñon fino nalca chagual miel de palma, etc... Website Jaja.cl. (s/d)
http://www.jaja.cl/?a=272

Caracterización parcial de almidón del piñón (Araucaria angustifolia). F. J. G. Suárez; G. M. Montealvo; A. V. Torres; E. A. Acevedo; L. A. B. Pérez. Centro de Desarrollo de Productos Bióticos del IPN - Escuela Nacional de Ciências Biológicas - México. 05 pp. (s/d)
http://www.encb.ipn.mx/cibia/TomoIII/III-49.pdf

Referências Técnicas da Literatura Virtual

Teses e Dissertações da UNICAMP


Nessa PinusLetter 16 estamos voltando a dar destaque às produções técnicas e científicas relacionadas com Pinus oriundas das universidades dos países em que temos nossos leitores mais concentrados (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru, Portugal, Espanha, etc.). Retornamos portanto, nessa edição, com a seção "Teses e Dissertações". Fazendo isso, estamos procurando valorizar as instituições e seus autores que têm-se mostrado dedicados a estudar e a avaliar técnica e cientificamente os Pinus. As publicações referenciadas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso industrial das madeiras, celulose e papel, enfim, todas as áreas que se relacionam aos Pinus: seu desenvolvimento em plantações florestais e utilizações de seus produtos.

Ainda existem muitos "Grandes Autores dos Pinus", assim como importantes entidades de pesquisa com muitos trabalhos orientados para os Pinus para serem apresentados a vocês. Em nossas próximas edições voltaremos a homenageá-los, tendo suas principais publicações disponibilizadas como Pinus-Links. Aguardem.

Acerca da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

A Universidade Estadual de Campinas, também conhecida como UNICAMP, foi fundada em 1966 pelo Dr. Zeferino Vaz, nome dado ao seu primeiro Campus. Hoje a UNICAMP conta com cerca de 20 unidades de pesquisa e ensino divididas em 10 institutos e 10 faculdades, nas quais se ministram cursos de graduação e pós-graduação nas mais diversas áreas das ciências e profissões, não apenas na cidade de Campinas, mas também em Piracicaba e Limeira, SP. Apesar de possuir sua própria política educacional e muita autonomia, a UNICAMP é subordinada e financiada pelo governo estadual de São Paulo, também recebendo recursos financeiros de algumas instituições de fomento nacionais e internacionais.

Desde o início de seu funcionamento, a UNICAMP tem contribuído para a formação de diversos e variados tipos de profissionais. As muitas pesquisas que são anualmente realizadas na UNICAMP em diferentes ramos da ciência, tecnologia e carreiras sociais, econômicas e ambientais fazem dessa instituição uma referência nacional para colaborar com o desenvolvimento do País. Por todas essas muitas razões, pela sua importância para São Paulo, Brasil e sua população, a UNICAMP é a universidade homenageada pela PinusLetter 16.

Em sua Biblioteca Virtual podem ser encontradas cerca de 25 teses e dissertações digitais de seus pós-graduados que se relacionam de alguma forma com os Pinus ou com a araucária. Essas bibliografias foram produzidas em várias áreas de pesquisa como nas engenharias (agrícola, de produção, química, civil...), na química, na biologia, na ecologia e na área das ciências fundamentais. Uma parte importante das pesquisas da UNICAMP envolvendo os Pinus provém da FEAGRI (Faculdade de Engenharia Agrícola). A FEAGRI, apesar de ter sido criada recentemente, em 1985, já funcionava junto à Faculdade de Alimentos desde 1976. Hoje, apenas na graduação, a FEAGRI já formou cerca de 550 alunos. Todavia, na pós-graduação foram mais de 630 alunos especializados entre mestrado e doutorado. Portanto, seu papel na geração de conhecimentos e na formação de recursos humanos para a agricultura do Brasil tem sido da maior relevância. A área florestal e de utilização da madeira tem sido privilegiada na UNICAMP, apesar da instituição não possuir ainda uma carreira de engenharia florestal instituída.

Outros grandes celeiros de publicações científicas de alto valor para o setor de base florestal têm sido o Instituto de Química e a Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP. Nessas unidades acadêmicas surgiram magníficas teses de doutorado para o setor de celulose e papel brasileiro. Na UNICAMP tivemos estudantes da relevância dos Drs. Pedro Fardim e Francides Gomes da Silva Jr., nossos estimados amigos do setor brasileiro de celulose e papel. Destacaria a importância do amigo e professor Nelson Duran Caballero para que esse setor de celulose se desenvolvesse na UNICAMP. Como nem só de Pinus vivem as pesquisas em madeira na UNICAMP, tomamos a liberdade de incluir nessa resenha algumas teses elaboradas com a madeira dos Eucalyptus, mas não todas, pois isso acarretaria uma seção demasiadamente longa para vocês, leitores. Por isso, deixaremos mais material para alguma edição futura da Eucalyptus Newsletter.

Confiram logo abaixo os resumos e descrições dos trabalhos realizados nessa instituição e que selecionamos para vocês. O sistema “Nou-Rau” da Biblioteca Virtual UNICAMP permite download completo dessas bibliografias apenas com efetuação de seu cadastro, onde se registra uma senha e se deixa o endereço de e-mail. Há uma manual que explica de forma simples como baixar os documentos desejados. Acesse-o em (http://libdigi.unicamp.br/manual_download/manual.htm) e observem, nas pesquisas com o mecanismo de busca, os estudos com Pinus, Eucalyptus e Araucaria angustifolia à disposição de vocês.

Conheçam também os sites da UNICAMP, da FEAGRI, do Instituto de Química (IQM) e da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), acessando os links:
http://www.unicamp.br/unicamp/ (Home UNICAMP)
http://www.feagri.unicamp.br/ (Home FEAGRI)
http://www.iqm.unicamp.br/site/ (Home IQM - Instituto de Química)
http://www.feq.unicamp.br/ (Home FEQ - Faculdade de Engenharia Química)

Seleção de teses de doutorado e dissertações de mestrado da UNICAMP

Ensaios uniaxiais e biaxiais para avalição de critério de resistência de materiais anisotrópicos aplicado a madeira.
R. Todeschini. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 138 pp. 5,3 MB. (2009)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000437218

Ácido abiético e (+)-esclareolídeo como matérias-prima na preparação de um intermediário-chave e síntese de diterpenos labdânico com atividade biológica. M. S. Carvalho.Tese de Doutorado. UNICAMP. 272 pp. 6,1 MB. (2007)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000418444.pdf

Caracterização de compósitos a base de resíduos vegetais e argamassa de cimento modificada pela adição de polímeros para a fabricação de blocos vazados. A. C. Stancato. Tese de Doutorado. UNICAMP. 234 pp. 5,2 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000385345

Uso de dióxido de carbono em forma de névoa na refrigeração da ferramenta de corte durante a usinagem da madeira . M. Gozeloto. Tese de Doutorado. UNICAMP. 322 pp. 4,2 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000442912

Influência da dimensão do corpo-de-prova no ensaio destrutivo de compressão paralela às fibras e no ensaio não-destrutivo utilizando ultra-som. A. J. Trinca. Tese de Doutorado. UNICAMP. 139 pp. 4,1 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000402228

Identificação de transcritos de Ceriporiopsis subvermispora expressos nas fases iniciais da biodegradação da madeira. M. L. H. Macedo. Tese de Doutorado. UNICAMP. 105 pp. 8,8 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000391496

Velocidade de propagação de ondas de ultra-som na madeira para diferentes condições de umidade. O. A. L. Costa. Tese de Doutorado. UNICAMP. 103 pp. 595 kB. (2005)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000387675

Parâmetros de corte na usinagem de madeiras de reflorestamento. A. C. Néri. Tese de Doutorado. UNICAMP. 154 pp. 2 MB. (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000347888

Equações de viabilidade para sementes de Eucalyptus grandis W.Hill ex Maiden e Pinus taeda L. J. B. Fantinatti. Tese de Doutorado. UNICAMP. 96 pp. 2,9 MB (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000316321

Durabilidade de argamassas modificadas por polímeros e reforçadas com fibras vegetais. L. L. Pimentel. Tese de Doutorado. UNICAMP. 139 pp. 8,2 MB. (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000363002

Modelagem e análise de digestores kraft descontínuo. N.V. Polowski. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 141 pp. 7 MB. (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000343086

Predação e sobrevivência de sementes de Araucaria angustifolia (Bert.) Kuntze em áreas de mata nativa e plantação de Pinus elliottii na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, RS. A. V. D. H. Lamberts. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 86 pp. 8,1 MB. (2003)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000335799

Chapa de média densidade (MDF) fabricada com poliuretana mono-componente derivada de óleo de mamona - caracterização por método destrutivo e por ultra-som. S. A. M. Silva. Tese de Doutorado. UNICAMP. 259 pp. 3 MB. (2003)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000378126

Avaliação de aspectos de qualidade da madeira utilizando o ultra-som. C. T. Puccini. Tese de Doutorado. UNICAMP. 158 pp. 8 MB. (2002)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000247021

Ácido abiético como sinton quiral em estudo de rotas exploratórias visando a síntese de produtos naturais e avaliação de atividade biológica. C. Santos. Tese de Doutorado. UNICAMP. 288 pp. 6,1 MB. (2002)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000244109

Identificação e caracterização de proteínas e genes expressos diferencialmente durante o desenvolvimento do embrião zigótico de Araucaria angustifolia. J. H. Fernandez. Tese de Doutorado. UNICAMP. 146 pp. 10,5 MB. (2002)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000239953

Classificação de peças estruturais de madeira através do ultra-som. A. Bartholomeu. Tese de Doutorado. UNICAMP. 136 pp. 7,8 MB. (2001)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000235879

Aplicação de rede neural artificial como auxiliar na predição do desempenho de um landfarming. M. J. Bufo. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 103 pp. 3,7 MB. (2000)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000211786

Telhas onduladas a base de cimento portland e resíduos de Pinus caribaea. L. L. Pimentel. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 82 pp. 1,6 MB. (2000)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000219675

Composição química da superfície da polpa kraft de Eucalyptus. Características e influências nas propriedades físicas e físico-químicas das fibras. P.E. Fardim. Tese de Doutorado. UNICAMP. Parte A: 2,71 MB. Parte B: 4,19 MB. (1999)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/ficha40927.htm

O consumo de energia no setor de papel e celulose e impactos na agricultura. V. Comitre. Tese de Doutorado. UNICAMP. 119 pp. 5,4 MB. (1999)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000188879

Polpação kraft do eucalipto com adição de antraquinona, polisulfetos e surfactante. F.G. Silva Jr. Tese de Doutorado. UNICAMP. 184 pp. 10,5 MB. (1997)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000121332

Conversão catalítica de óleo de Pinus em alcoóis terpênicos, usados como fragrâncias e aromas.
R. S. Sercheli. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 97 pp. 2,2 MB. (1996)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000102160

Utilização de lignina para obtenção de formulação e liberação controlada do ácido 2,4-diclorofenoxiacético. J. A. Souza. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 234 pp. 6,2 MB. (1994)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000090796

Evolução das estruturas turbostrática e porosa de materiais carbonosos obtidos por tratamento térmico do Pinus elliottii entre 600ºC e 2600ºC. J. C. Sousa. Tese de Doutorado. UNICAMP. 181 pp. 2,4 MB. (1991)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000035401

Estudo do sistema ligninolítico do ascomiceto Chrysonilia sitophila. J. P. Rodriguez Gutierrez. Tese de Doutorado. UNICAMP. 132 pp. 4,37MB (1990)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000029169.pdf

Liquefação direta de lixívia negra e de lignina da hidrólise ácida de eucalipto em reatores batelada e contínuo. J. L. M. Costa. Tese de Doutorado. UNICAMP. 177pp. 6,9 MB. (1989)
http://www.biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/ficha12376.htm

Araucaria angustifolia : estudo químico da casca. S. F. Fonseca. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 139 pp. 4,5 MB. (1975)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000052222.pdf

Referências de Eventos e de Cursos

Nessa seção, trazemos referências de eventos que aconteceram a nível nacional e internacional e que se relacionam diretamente ou indiretamente aos Pinus. A característica marcante desses bons eventos é a disponibilidade do material bibliográfico na forma de palestras, anais, proceedings, livros técnicos ou até mesmo a disponibilidade dos resumos, os quais já ajudam a saber das novidades no ramo e dos assuntos abordados durante o encontro. Através dos endereços de URLs, vocês podem obter o material do evento e conhecer mais sobre a entidade organizadora, para eventualmente se programarem para participar do próximo.

60ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). (Brasil)
A Sexagésima Reunião Anual da SBPC ocorreu de 13 a 18 de Julho de 2008 na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O evento teve como temas principais: energia, ambiente e tecnologia, deixando disponível ao downloading dos interessados todos os resumos dos trabalhos apresentados durante o encontro. Observem a grande diversidade de áreas abordadas ao longo da reunião. Dessas, destacam-se as de Silvicultura e de Recursos Florestais e Engenharia Florestal; contudo, há diversos outros trabalhos envolvendo assuntos florestais, além dos Pinus e Eucalyptus, e alguns de seus produtos e tecnologias. Confiram dez resumos abordando a área florestal logo abaixo.
http://www.sbpcnet.org.br/eventos/60ra/ (Home)
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/lista_area_E.3.1..htm (Resumos - Área Silvicultura)
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/lista_area_E.3.6..htm (Resumos - Área Recursos Florestais e Engenharia Florestal)

Caracterização de pequenos objetos de madeira, como subsídio à implantação de um empreendimento coletivo autogestionário.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R3072-1.html

Atividade enzimática de solos sob plantio de eucalipto e mata secundária nos períodos seco e chuvoso.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R1912-1.html

Qualidade e quantidade de água nos rios em áreas de reflorestamento de Pinus.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R3074-1.html

Avaliação do desenvolvimento de Eucalyptus grandis com aplicação de polímero hidro-retentor.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R3443-1.html

Sensoriamento ambiental através de uma rede sem fio de dispositivos micro-controlados.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R0315-1.html

Arranjo e funcionamento de um combustor ciclônico.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R1946-1.html

Aproveitamento da serragem para produção de celulose branqueada.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R0819-1.html

Influência da idade da posição radial na densidade básica da madeira e dimensões dos traqueídeos de Pinus taeda L.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R4657-1.html

Arquitetura sustentável em madeira: técnicas e aplicações.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R4688-1.html

Caracterização do processo produtivo de janelas venezianas em madeira de plantios florestais, caso: Marcenaria Coletiva Madeirarte, assentamento rural Pirituba II, Itapeva – SP.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R2228-1.html

Produtividade energética da biomassa de eucalipto.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R2286-1.html

18º CBECIMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais. (Brasil)
Com o intuito de promover maior aproximação dos pesquisadores do setor produtivo, o 18° Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais (CBECIMat) ocorreu em Porto de Galinhas – PE, de 24 a 28 de novembro de 2008. Há inúmeros trabalhos envolvendo novos produtos e tecnologia de produção em diversas áreas, destacando-se a metalurgia, cerâmica e polímeros; porém, nessa edição há espaços reservados para a exposição de trabalhos envolvendo outros produtos como os que se relacionam ao aproveitamento de resíduos de indústrias da madeira, por exemplo. Observem os dois estudos sobre esse assunto, também relacionados com os Pinus, além de outros trabalhos completos envolvendo resíduos de madeiras.
http://www.cbecimat.com.br/default.asp (Apresentação)
http://www.cbecimat.com.br/resumos_polimericos.asp (Resumos materiais poliméricos)
http://www.cbecimat.com.br/resumos_compositos.asp (Resumos compósitos)

Avaliação das propriedades mecânicas de compósitos de poliestireno expandido pós-consumo e serragem de Pinus elliottii.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-008.doc

Aproveitamento de resíduos de Pinus sp. para produção de chapas de partículas com utilização de resina poliuretana bi-componente à base de óleo de mamona.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-027.doc

Caracterização de compósitos de poliuretano de mamona com raspas de madeira por microscopia ótica.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/403-004.doc

Influência das condições de processamento na absorção de água de compósitos de PEAD/ resíduo de madeira.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-022.doc

Reutilização de poliestireno e pó de madeira como insumos na fabricação de madeira plástica com acabamento rústico.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-023.doc

Caracterização e produção de painel particulado (MDP) de Eucalyptus sp. utilizando adesivo poliuretano.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/202-079.doc


XVI Encontro de Geneticistas do Rio Grande do Sul. (Brasil)
A capital gaúcha, a cidade de Porto Alegre, foi o local onde ocorreu o décimo sexto Encontro de Geneticistas do Rio Grande do Sul. O evento, que ocorreu de 27 a 29 de Julho de 2008, coloca na sua webpage e à disposição dos interessados, os resumos dos trabalhos lá apresentados. Confiram os relacionados com a genética da Araucaria angustifolia:
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/index.html (Início)
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/titulos.html (Trabalhos)

Viabilidade da dispersão de sementes de Araucaria angustifolia nas fragmentações das áreas nativas e exóticas da Flona-SFP (São Francisco de Paula).
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/file/inv33.pdf

Diversidade genética em Araucaria angustifolia na Floresta Nacional de São Francisco de Paula- RS - FLONA.
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/file/inv32.pdf

Pinus-Links

A seguir, trazemos a vocês nossa indicação para visitarem diversos websites que mostram direta relação com os Pinus, nos aspectos econômicos, técnicos, científicos, ambientais, sociais e educacionais. Nessa seção especificamente, estamos ainda colocando Pinus-Links com empresas e entidades importantes na sua relação com os Pinus e na divulgação tecnológica sobre os mesmos.

Woody Plant Ecology. (Reino Unido)
A webpage britânica “Woody Plant Ecology” pertence à Pierre Binggeli, um consultor especializado em ecologia de florestas tropicais. Há diversos textos técnicos de sua autoria abordando sempre temas florestais. Há também diversas publicações disponíveis versando principalmente sobre árvores invasivas, destacando-se Pinus patula. Também dá ênfase em seus artigos à silvicultura e características e ecologia de florestas temperadas e tropicais. Observem:
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/contents.htm (Home)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/publication.htm (Publicações)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/invasive/index.html (Espécies florestais invasivas)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/docs/web-sp14.htm (Pinus patula)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/temperate/index.html (Ecologia de florestas temperadas)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/tropical/index.html (Ecologia de florestas tropicais)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/forestry/index.html (Silvicultura)

Forest Guild. (USA)
“Forest Guild” é uma organização que possui projetos de sustentabilidade e boas práticas florestais em várias regiões dos Estados Unidos. Busca também a melhoria das condições de vida de comunidades que dependem de áreas florestais, através de seu bom manejo e práticas responsáveis. Para tanto, tanto seus associados, como o público interessado em geral, podem realizar download das várias publicações que há no site da instituição. Há uma revista virtual chamada “Forest Wisdom” que apresenta diversos artigos interessantes publicados e disponíveis, havendo temas como plantas invasivas, madeira para biomassa florestal, comunidades florestais, água, fogo, entre outros tantos temas envolvendo a silvicultura. Aproveitem ainda algumas publicações científicas também à disposição de interessados versando sobre meio ambiente e boas práticas de manejo florestal.
http://www.forestguild.org/ (Home)
http://www.forestguild.org/Publications.html (Publicações)

Tropix 6.0. (França)
Programa de armazenamento de dados que possui as características técnicas de 245 espécies de árvores tropicais do mundo. Desenvolvido pelo CIRAD (Unidade de pesquisa em produção e processamento de madeiras tropicais), o CD-rom Tropix 6.0 pode ser adquirido através do site de propaganda desse programa, que disponibiliza as características da madeira de algumas árvores como: uso, origem, nomes comuns, durabilidade e preservação, processamento e técnicas de secagem. Observem logo abaixo o que pode ser encontrado sobre os Pinus.
http://tropix.cirad.fr/index_gb.htm (Home)
http://tropix.cirad.fr/Tropix-Order-Form.pdf (Compra do CD-rom)
http://tropix.cirad.fr/temperate/temperate.html (Árvores de clima temperado)
http://tropix.cirad.fr/america/america.html (Árvores tropicais da América do Sul)
http://tropix.cirad.fr/asia/asia.html (Árvores asiáticas ou da Oceania)
http://tropix.cirad.fr/temperate/pin_sylvestre.pdf (Pinus sylvestris)
http://tropix.cirad.fr/temperate/pin_maritime.pdf (Pinus pinaster)
http://tropix.cirad.fr/asia/pinusmerkusii.pdf (Pinus merkusii)
http://tropix.cirad.fr/asia/pinuskesiya.pdf (Pinus kesiya)
http://tropix.cirad.fr/america/PIN_DES_CARAIBES.pdf (Pinus caribaea)
http://tropix.cirad.fr/america/PINUSPATULA.pdf (Pinus patula)
http://tropix.cirad.fr/america/PINPARANA.pdf (Araucaria angustifolia)

Centro de Estudos em Sustentabilidade (CES). (Brasil)
O Centro de Estudos em Sustentabilidade (CES) surgiu no ano de 2003 com o intuito de levar a sustentabilidade às empresas e a todos os interessados por esse conceito vital para a Sociedade. O website criado pela FGV- EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas) está cheio de informações que tratam do assunto. A CES tem como principal objetivo, a disseminação das práticas e dos conceitos da sustentabilidade para as empresas, acionistas, dirigentes, consultores, seguradores e auditores, levando além de responsabilidade ambiental, também social, governança coorporativa e eficiência econômica.
http://www.ces.fgvsp.br/ (Home)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=publicacoes&IDcategoria=2&IDassunto=84&IDidioma=1 (Teses)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=publicacoes&IDcategoria=4&IDassunto=84&IDidioma=1 (Relatórios)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=publicacoes&IDcategoria=5&IDassunto=84&IDidioma=1 (Revistas)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=noticiasIndex&IDassunto=35&IDidioma=1 (Notícias e artigos)

Associação Mineira de Silvicultura (AMS). (Brasil)
A Associação Mineira de Silvicultura (AMS) representa várias empresas do setor florestal de alta relevância para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do estado de Minas Gerais, Brasil. Além de representar essas empresas florestais, também está apoiando os pequenos e médios produtores de florestas plantadas sustentáveis, promovendo ações econômicas, sociais, culturais e ambientais de modo a levar conhecimento, informações e ajudando no fortalecimento de todo o setor. Através de sua missão e princípios, a webpage da AMS possui publicações, artigos, fotos entre outras informações relacionadas com o setor florestal. Confiram:

http://www.silviminas.com.br/ (Home)
http://www.silviminas.com.br/arquivo/publicacoes.aspx?ano=23 (Publicações)
http://www.silviminas.com.br/principal/indiceConteudo.aspx?ano=28 (Artigos)
http://www.silviminas.com.br/arquivo/fotos.aspx?ano=16 (Fotos)
http://www.silviminas.com.br/arquivo/legislacao.aspx?ano=22&cty=53&mn=1 (Legislação)

Suprilenho. (Brasil)
A Suprilenho é uma das empresas Apoiadoras da PinusLetter. Suprilenho é uma empresa de assessoria, consultoria e comércio florestal, com escritório em Ponta Grossa, no Paraná, mas atuando também em Uberlândia em Minas Gerais. Atualmente, oferece os seguintes serviços e produtos: a) prestação de serviços de avaliação e inventário florestal; b) avaliação de sites para implantação de novas empresas/plantios florestais; c) gestão de suprimentos de madeira-atualmente com foco em energia; d) comércio de lenha e subprodutos florestais; e) gestão de reflorestamentos. No presente momento a Suprilenho ainda não dispõe de website cativo, mas fazemos questão de lhes apresentar suas operações como Apoiadora da PinusLetter que é, acreditando no trabalho que estamos desenvolvendo pelos Pinus.

Alto Paraná. Arauco Argentina. (Argentina)
A empresa Alto Paraná é a filial argentina do grupo chileno CELCO Arauco. Na Argentina tem operações em produção de celulose kraft branqueada de Pinus taeda, e também possui produção de madeira serrada, produtos madeireiros remanufaturados e uma planta de MDF ("Medium Density Fiberboard"). A empresa Alto Paraná foi inaugurada em 1976 e em 1996 foi adquirida pela Arauco. Localiza-se na província de Misiones, bem próximo a Foz do Iguaçu. Por essa razão, seus clientes estão também muitos deles localizados em território brasileiro. Conta com um patrimônio florestal de cerca de 230 mil hectares, sendo que quase metade é de bosques nativos e a área de florestas plantadas engloba principalmente Pinus taeda, mas também Araucaria angustifolia e Eucalyptus.

http://www.altoparana.com

COCELPA - Companhia de Celulose e Papel do Paraná. (Brasil)
A COCELPA é uma tradicional empresa brasileira produtora de celulose e papel kraft para embalagens, especialmente sacos de papel para cimento, "kraft-liner", papel kraft revestido, papel kraft extensível micro-crepado, papel kraft com resistência a úmido, papel kraft natural, etc. Enfim, toda uma linha no segmento de papel kraft de fibra longa. Sua produção anual é de aproximadamente 50.000 toneladas de celulose e cerca de 60 mil de papéis na fábrica do Paraná. Sediada em Curitiba (PR) e com instalações industriais no município de Araucária (PR), a empresa atua globalmente, exportando 60% de sua produção para mais de 30 países nos cinco continentes. A COCELPA utiliza madeiras de reflorestamento na sua produção, possui políticas ambientais que garantem o equilíbrio do ecossistema e mantém uma área plantada de 27 mil hectares de Pinus taeda e P.elliottii. Recentemente o Grupo EcoVerdi, que detem as ações da COCELPA, adquiriu uma unidade de papel reciclado no nordeste brasileiro, a CONPEL - Cia Nordestina de Papel (http://conpel.integrativa.com.br/index.jsp), onde fabrica papéis de embalagem a partir de reciclagem de papéis.

http://www.cocelpa.com.br

"Waferboard" de Pinus e Diferenças em Relação
aos Painéis OSB

As chapas "waferboard" pertencem aos grupos dos painéis formados de madeira reconstituída, também chamados em inglês de "flakeboards". As chapas OSB ("Oriented Strand Board") também estão enquadradas nesse mesmo grupo; contudo, pela disposição orientada e formato das partículas elas são consideradas de segunda geração (mais modernas que as "waferboards"). Isso ocorre porque as partículas de madeira dos painéis tipo “wafer” são depositadas aleatoriamente na produção; ao passo que nas do OSB, elas são dispostas alinhadamente. É por isso que são chamadas de OSB ("Oriented Strand Board"), ou melhor em português, painel de partículas orientadas (CCMC, 2000).

As "waferboards" foram primeiramente desenvolvidas nos anos 50, onde as partículas de tamanho elevado e formato variando de quadrado a retangular não eram orientadas intencionalmente. Contudo, a partir dos anos 80, as partículas passaram a ser dispostas de forma orientada, criando-se os OSB. Esses possuem maior flexibilidade, superfície e qualidade que as "waferboards", pela disposição das suas partículas. De acordo com CCMC (2000), na elaboração do painel “wafer”, partículas longas e estreitas são dispostas aleatoriamente, embebidas em resina e acondicionadas em 3 a 5 camadas. No caso dos OSB há uma alinhamento das partículas também no sentido perpendicular nas distintas camadas, permitindo maior resistência estrutural da placa formada.

Nos países da Europa e dos Estados Unidos, os desperdícios de outros processos madeireiros como serraria e desdobro são pequenos, enquanto o consumo de "flakeboards" é enorme. Na falta de resíduos suficientes, há a necessidade da utilização de toras, as quais são descascadas e fracionadas em partículas chamadas posteriormente de partículas “wafer”. Depois disso, elas seguem para a produção dos painéis. Os processos de fabricação das placas provenientes de compostos particulados são basicamente os mesmos: no caso das "waferboards", primeiro há a seleção por peneiras das partículas de tamanho por volta de 3,8 cm de altura por 15 cm de comprimento e 0,07 cm de espessura. As partículas constituídas de materiais muito distintos ou muito finos são descartadas ou utilizadas para outros processos, pois as últimas absorvem muita resina, podendo prejudicar na formação do painel. Em seguida, as partículas seguem para a secagem em secadores rotatórios com temperaturas em torno dos 540°C, podendo chegar até os 870°C. Secadores por correia também podem ser utilizados na secagem das partículas, atingindo temperaturas mais baixas de 160°C. A umidade das partículas deve ser bem baixa e atingir entre 4 a 10 % da sua massa total. Depois de secas, as partículas são protegidas em local de armazenamento adequado e, após, são acondicionadas em misturador onde recebem resina (geralmente percentagens pré-determinadas de resina fenol-formaldeído). São formadas três a cinco mantas desses compostos de partículas desorientadas e contendo resina, dependendo da espessura desejada para o painel. A seguir, a chapa ainda fofa passa a uma pré-prensagem e então há a prensagem a quente, que utiliza pressão e calor para a colagem das partículas, formando-se o painel.

A geração das mantas é a única diferença existente no processo de formação dos painéis do tipo “wafer” e do tipo OSB. No primeiro, as partículas caem livremente na esteira; todavia, na segunda as partículas são orientadas mecanicamente a cair em um sentido, sendo que a segunda camada da manta cairá no sentido contrário da primeira, e assim sucessivamente.

Após a secagem e formação da chapa, os painéis passam para a etapa de refinamento onde são lixados e há a colagem de adesivos e selantes em suas superfícies (Kronka et al., 2005; Ramsey, 1986). Há diferenças também entre os painéis particulados tipos “wafer” e OSB e os conhecidos painéis aglomerados. Os últimos são formados por partículas finas como as serragens e maravalhas e são mais comumente utilizados para a produção de móveis de menor valor comercial.

Estudo desenvolvido em 1990 por Iwakiri e Keinert Jr. objetivou avaliar o comportamento de Pinus taeda, P. serotina, P. palustris e P. glabra para a produção de chapas do tipo “wafer”. As chapas com melhor estabilidade interna e ligação entre partículas foram as de P. serotina e P. palustris, sendo que a primeira também obteve resultados superiores em resistência ao arranque de parafusos. Todas as propriedades das chapas das espécies testadas tiveram resultados satisfatórios, quando comparadas às de P. taeda, uma das mais utilizadas e comercializadas no Brasil. Logo, apresentam potencial para utilizações futuras.

Desde 1995, as chapas tipo “wafer” são permitidas pelo NBC (National Building Code of Canada) para uso na construção civil do referido país como impedidores de fogo, para o preenchimento do ápice externo de construções, para acabamento de interiores, preenchimento de telhados e de paredes e para uso em contra-pisos. Logo, pode ainda exercer funções importantes durante e depois a construção de moradias e outros alojamentos. Nos anos 70 e 80, os painéis do tipo “wafer” também foram preferidos no seu uso na construção civil aos painéis tipo "plywood" (madeira compensada). Muitos construtores achavam mais fácil de manuseá-los, cortar e colocar pregos, podendo substituir os compensados devido ao preço (matéria-prima do painel barata) e ao acabamento (Ramsey, 1986). Além disso, esse painel é elaborado através das sobras da madeira de Pinus de outros processos de desdobro, sendo uma prática ambientalmente correta. Isso porque possibilita um melhor aproveitamento da madeira, produto com elevada demanda no mercado. Os painéis do tipo “wafer” também podem ser fabricados a partir de madeiras de baixa qualidade, as quais seriam certamente descartadas nas serrarias. Logo, é uma outra vantagem desse produto.

A todos os interessados, não apenas em painéis "waferboard", mas também em outros tipos de painéis formados a partir de compostos particulados da madeira de Pinus, observem as literaturas referenciadas. Nelas, podem ser encontradas maiores informações sobre os processos de fabricação, figuras esquemáticas, definições e artigos relatando estudos com a utilização dos Pinus para o painel do tipo “wafer”. Confiram logo a seguir:

Waferboard. Wikipédia. Disponível em 01.05.2009:
Breve definição sobre o painel tipo "waferboard" pela enciclopédia virtual Wikipédia, mas apenas em inglês.
http://en.wikipedia.org/wiki/Waferboard (Inglês)

Waferboard. S. Iwakiri. Madeiras - Painéis Remade. Disponível em 01.05.2009:
A webpage da Remade aponta as principais características de muitos tipos de painéis, entre eles está o “waferboard”, definido pelo especialista e professor do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal de UFPR - Universidade Federal do Paraná- Dr. Setsuo Iwakiri. Confiram:
http://www.remade.com.br/br/madeira_paineis.php?num=17&title=Waferboard

Artigos Técnicos Selecionados

Test method for assessing resistance of pine lumber and waferboard to mold. C. A. Clausen; M. West. Forest Products Journal 55(12): 164-166. (2005)
http://www.treesearch.fs.fed.us/pubs/22101
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/pdf2005/fpl_2005_clausen003.pdf

Physical properties of plywood and waferboard as pile cushion materials. K. C. Womack; A. M. Whitaker; J. A. Caliendo; G. G. Goble; M. W. Halling. J. Geotech and Geoenvir. Engrg. 129(4): 379-382. (2003)
http://scitation.aip.org/getabs/servlet/GetabsServlet?prog=normal&id=
JGGEFK000129000004000379000001&idtype=cvips&gifs=yes

Emission factors - Waferboard/oriented strandboard manufacturing. US EPA - Environmental Protection Agency. 34 pp. (2002)
http://www.epa.gov/ttn/chief/ap42/ (Emission factors)
http://www.epa.gov/ttn/chief/ap42/ch10/final/c10s06-1.pdf

Preface: evaluation listings for OSB and waferboard. CCMC - Canadian Construction Material Center. Registry of Products Evaluation. 04 pp. (2000)
http://irc.nrc-cnrc.gc.ca/ccmc/registry/pdf/06%2016%2036.02_e.pdf

Utilização de diferentes espécies do gênero Pinus para a produção de painéis “waferboard”. S. Iwakiri; S. Keinert Junior. IPEF 43/44: 65-69. (1990)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr43-44/cap09.pdf

Long-term weathering of finished aspen waferboard. C. G. Carll; W. C. Feist. Forest Products Journal. 39 (10):24-30. (1989)
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/pdf1989/carll89a.pdf

Waferboard catching on as substitute for plywood. B. Ramsey. Seattlepi.com. (1986)
http://www.seattlepi.com/archives/1986/8601110095.asp

The development of the United States and Canada: waferboard, oriented strand board, and medium density fiberboard. The year 1984. T. M. Maloney. Holz als Roh- und Werkstoff 42:361-365. (1984)
http://www.springerlink.com/content/v978578552623j07/fulltext.pdf?page=1

RESUMO: Red pine thinnings as a raw material for waferboard. M. Li ; R. O. Gertjejansen; D. C. Ritter. Forest Products Journal. (s/d)
http://www.cababstractsplus.org/abstracts/Abstract.aspx?AcNo=19930671644


Imagens dos painéis "waferboard"

http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Waferboard&um=1&ie=UTF-
8&ei=VKv0SaemI4fDtwfG86WsDw&sa=X&oi=image_result_group&resnum=4&ct=title

Mini-Artigo Técnico por Ester Foelkel

Principais Usos da Maravalha e Serragem da Madeira de Pinus

Introdução

A serragem e a maravalha são subprodutos ou sobras dos processos de indústrias madeireiras, possuindo dimensões de partículas muito pequenas (Wikipédia, 2009). No Brasil, estima-se que cerca de 40-60 % do volume da madeira das toras encaminhadas para desdobro sejam desperdiçados. Parte desse desperdício gerado em serrarias, marcenarias, carvoarias, entre outras, é considerada como resíduos sólidos. Incluem-se como resíduos as serragens e maravalhas, as quais, caso não tenham destinação adequada, podem poluir o meio ambiente (Wikipédia, 2009; Gomes e Sampaio, 2004; Coelho e Ventorim, s/d).

Muitas empresas do Brasil e do mundo deixam seus resíduos lenhosos em grandes depósitos/aterros, ou queimam as sobras de madeira. Essa queima pode até mesmo ser apenas para se livrar do resíduo. Ambas as medidas podem trazer prejuízos ao meio ambiente. Restos de madeira em aterros irregulares e se decompondo em elevadas quantidades liberam na solução do solo substâncias orgânicas problemáticas e em altas concentrações (chorumes) poluindo e interferindo negativamente no desenvolvimento de organismos vivos nas proximidades. Isso pode ter conseqüências drásticas, caso atinjam córregos, rios e o lençol freático (Wikipédia, 2009; Budziak et al., 2004). Já a queima em céu aberto de resíduos da madeira também polui o ar, pela liberação de CO2 na atmosfera, contribuindo com o aumento do efeito estufa e conseqüentemente com o aquecimento global (Budziak et al. 2004). Segundo os mesmos autores, há uma crescente demanda por produtos de origem madeireira no mercado nacional, o que também pode aumentar a geração de seus resíduos. Em 2000, no estado do Paraná, produziram-se 22,8 milhões de metros cúbicos de madeira endêmica de reflorestamentos, estimando-se uma geração de resíduos em 11,4 milhões de metros cúbicos. Isso se tornou um grande problema em todo o mundo, havendo diversas pesquisas e estudos em busca de alternativas viáveis e novos usos para os resíduos, entre os quais as serragens e maravalhas. Hoje, já existem diversas funções para esses subprodutos da madeira, sendo inclusive matérias-primas para diversas indústrias ou para queima como biomassa combustível em caldeiras de força.

Este mini-artigo técnico tem como objetivo informar ao público interessado onde as serragens e maravalhas, principalmente provenientes de Pinus e de outras Pináceas, estão sendo empregadas e como podem gerar benefícios à sociedade e ao meio ambiente, além de contribuir com renda extra e melhoria econômica de muitas empresas através da agregação de valor.

Já existem tecnologias utilizadas no mundo todo que transformam as serragens e maravalhas, considerados resíduos das madeiras dos Pinus, de Eucalyptus e de outras florestas plantadas, em: combustível para geração de energia de atividades fabris; artigos para tratamento de outros resíduos líquidos e tóxicos, ajudando na remediação de acidentes em caso de derramamentos; cama de animais; substrato ou adubo de mudas de espécies vegetais; painéis de madeira; outros produtos oriundos da reciclagem, dentre outras tantas funções, como a confecção de brinquedos e proteção de produtos delicados e quebradiços. Na Alemanha, metade dos resíduos de partículas pequenas oriundos do desdobro das madeiras é utilizada para a fabricação de chapas particuladas, outra grande parte é usada para a geração de energia, tornando as serragens e maravalhas um produto já escasso no mercado do país. Na Europa, é comum a transformação desses resíduos em péletes de madeira para venda como combustíveis, até mesmo para uso caseiro.

A seguir serão abordadas algumas das principais funções dessas partículas de madeira de pequeno tamanho, que vêm cada vez mais deixando de ser um subproduto para se tornar um produto, pois já existem casos da utilização de toras inteiras de madeiras de Pinus para a fabricação de serragens para uso industrial (Wood Report, 2009).


Maravalha e serragem como biomassa combustível

A utilização de sobras de madeira como as serragens e maravalhas em processos de geração de energia consiste atualmente em uma das principais alternativas para esses dois componentes da cadeia produtiva da madeira. A queima em caldeiras de força para a obtenção de energia térmica (vapor) para outras finalidades, como secagem ou até mesmo para a obtenção de energia elétrica, pode gerar grande economicidade em uma indústria, podendo inclusive aumentar seus lucros (Gomes e Sampaio, 2004).

Além da questão da economia energética, também existe a questão ambiental: obter energia de uma fonte renovável, como restos e sobras de madeira, ao invés do petróleo fóssil não renovável. Tal substituição diminui a emissão de dióxido de carbono na atmosfera e garante um emprego ecologicamente correto para os resíduos de madeira, até mesmo na própria empresa (Xavier et al., 2008).

Segundo Pólo Moveleiro (2004), as serragens e maravalhas são uma das mais novas fontes de energia alternativa para geração de energia no Brasil.

Conforme dados de nossos arquivos, cada tonelada, na umidade tal qual desses resíduos (em geral entre 15 a 55%), possui um poder calorífico inferior que varia entre 1,5 a 3,5 GigaCalorias por tonelada. Considerando uma eficiência de 70-85% para se converter essa energia potencial em vapor ou energia elétrica, significa que cada tonelada de serragem ou maravalha oferece cerca de 1,1 a 2,7 Gcal úteis de energia térmica ou elétrica. Cada Gcal corresponde a 1,16 MWh.

Quando comparado esse valor energético com o uso de maravalhas para camas de animais, há uma agregação de valor ao produto de até 160%, despertando o interesse de diversas empresas no processo de combustão de biomassa (Pólo Moveleiro, 2004).

O PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) incentivou a serragem e a maravalha como insumo de geração de eletricidade. Há vários exemplos de empresas madeireiras que através do PROINFA implantaram tecnologia para transformar as sobras de suas madeiras, muitas vezes correspondendo a até 60% de desperdício das toras, em energia e conseqüentemente em economias. A Battistella, empresa fabricante de compensados, investiu mais de dois milhões de dólares em 1992 para ter esse processo em sua fábrica em Santa Catarina (Portal Moveleiro, 2004). Outro exemplo citado pela mesma fonte foi o realizado pela empresa Pineply Compensados Ltda, a qual utilizou seus subprodutos para alimentar com calor a estufa de secagem da madeira, diminuindo o elevado consumo de energia elétrica que antes eram utilizadas pelos secadores. Tal medida gerou lucros para a empresa e agregou valor aos seus resíduos.

Em estudo realizado por Calegari et al. para as diversas biomassas energéticas utilizadas na caldeira de força da empresa Cambará Produtos Florestais, em Cambará do Sul / RS, as serragens e maravalhas compradas como resíduos das serrarias da região, tinham especial destaque. Em especial, quando se trabalha com maravalhas relativamente secas (umidade de 15%), obtêm-se os melhores resultados. Esse tipo de maravalhas secas é bastante comum, em função de que a madeira é melhor aplainada quando seca.

Maravalha e serragem como tratamento de resíduos

Apesar de também serem consideradas resíduos de alguns processos industriais, as serragens e maravalhas, quando secas, possuem grande capacidade de absorção de líquidos. Logo, podem ser utilizadas para o tratamento de alguns resíduos líquidos e também para conter a disseminação e espalhamento de substâncias tóxicas em acidentes, tanto nas indústrias como em estradas.

As serragens são consideradas produtos de baixo valor comercial, sendo comumente utilizadas para a remoção de metais pesados de locais poluídos. Marchetti et al. (2000), observaram que a serragem da Pinácea Picea abies ativada com NaHCO3 efetuou a remoção de cádmio (II) da água. Em outro estudo conduzido por Sciban e Klasnja, em 2004, houve a comparação da absorção de cádmio (II) pela serragem não tratada (ativada) de diferentes espécies de árvores. Para todas, o volume absorvido foi bastante baixo, porém houve elevada retenção de metais pesados como o cobre e zinco. Os autores ressaltaram que a serragem das “madeiras duras ou folhosas” (Quercus sp. e Robinia pseudoacacia), tiveram resultados mais positivos do que as provindas de “madeiras moles ou coníferas” (Abies sp.).

Ozsoy et al. (2007) compararam a absorção de casca de amendoim e de serragem de Pinus brutia com diferentes pH na remoção de cobre (II) de soluções aquosas. Os restos do amendoim tiverem melhores respostas que a serragem, assim como o pH 5 foi o mais eficiente na absorção do produto tóxico. Apesar disso, a serragem também teve efeito positivo nesse particular.


Maravalha e serragem como cama de animais

O uso da serragem e da maravalha para cama de animais já é uma prática efetuada há bastante tempo na zootecnia para a criação de animais confinados como gado de corte e leiteiro, aves, suínos, eqüinos, entre outros. Os principais objetivos das camas são: evitar contato direto do animal com o chão, absorver umidade do ambiente, assim como a incorporação dos dejetos e restos de alimento do confinamento e reduzir a oscilação da temperatura local. (Ávila et al., 2007). Os mesmos autores, apontaram que os avanços tecnológicos da produção de aves fizeram com que a maravalha se tornasse um dos principais produtos utilizados como cama de aviários. Contudo, a maravalha apresenta algumas desvantagens, como a presença de pedaços afiados e felpas de madeira, os quais podem ocasionar lesões nos animais. Na Europa central, as maravalhas e serragens pontiagudas também são relatadas como causadoras de cortes e infecções em rebanhos bovinos em confinamento. Logo, tem-se recomendado mais a utilização de serragens provenientes de “madeiras moles ou coníferas” para esse fim. É o caso dos Pinus. O elevado preço do produto, que está cada vez mais escasso devido à procura para outras finalidades, também é outro aspecto negativo da sua utilização (Ávila et al., 2007).

Hillig e colaboradores (2006) realizaram estudos do destino dos resíduos de madeira da indústria moveleira na serra gaúcha. Os materiais mais consumidos por essas empresas fabricantes de móveis foram as madeiras de Pinus spp., de Eucalyptus spp. e de Araucaria angustifolia. Seus resíduos foram principalmente utilizados para cama de aviários, seguido da geração de energia, e por último a adubação ou uso em estrebarias.

Outra vantagem da serragem a outros produtos alternativos como palhas, freqüentemente utilizadas para cama de aves, é a sua re-utilização, podendo ser utilizada de forma segura em até seis ciclos de animais (Ávila et al., 2007).

A utilização da serragem e da maravalha como cama de animais com a finalidade de absorver seus dejetos facilita na limpeza do local, gerando resíduos em menor volume (sólidos) em relação aos limpos com água. Logo, restos de dejetos incorporados com serragens e maravalhas são destinados às composteiras sendo mais facilmente tratados e convertidos em composto orgânico para uso agrícola (Wood Report, 2009). Depois de utilizadas e estabilizadas, as camas de animais são comumente usadas para a adubação orgânica de solos, assunto que será abordado logo a seguir nesse mini-artigo.

As maravalhas também são muito utilizadas como “liteiras” e substituinte da areia da “caixa de areia” de muitos animais domésticos de residências, como coelhos, hamsters, chinchilas, porquinhos-da-Índia, cães e gatos para a deposição de seus excrementos (Wikipédia, 2009). Na Alemanha, os gatos são os bichos de estimação mais populares e conseqüentemente as “liteiras” são os artefatos para animais-pets mais vendidos no país. Logo, o “litter” (resíduo) proveniente de madeira está ganhando espaço por ser considerado mais ecológico frente aos outros derivados de materiais minerais (Wood Report, 2009).


Maravalha e serragem como substrato e adubo orgânico para mudas

A serragem e principalmente a maravalha são resíduos orgânicos que podem ser utilizados como substratos para o desenvolvimento de mudas (Maeda et al. 2006) e em alguns casos, também para a fertilização e cobertura de solos. Segundo os mesmos autores, muitas pesquisas estão sendo realizadas objetivando melhorias de substratos para viveiros de plantas e buscando sempre um meio de baixa densidade, fertilidade adequada, alta CTC (capacidade de troca de cátions), retenção de água, boas condições de aeração, de drenagem, enfim, condições ideais para um substrato. Logo, os resíduos de indústrias do setor florestal, por estarem muitas vezes disponíveis em elevadas quantidades no mercado, fazem parte dessas pesquisas com bastante freqüência, já sendo inclusive encontrados no mercado para venda.

Sodré et al. (2007) relataram que a utilização de resíduos produzidos na própria região pode diminuir o custo final das mudas, devido ao transporte facilitado. Não podemos esquecer de que as serragens e maravalhas são resíduos industriais, assim, utilizando-os de forma correta para substrato de mudas, estarão sendo minimizados alguns problemas ambientais futuros. A qualidade da serragem como substrato depende da espécie de origem da madeira, dos teores de tanino presentes e do tempo e cuidados com armazenagem. Um dos grandes problemas da utilização de serragens não previamente tratadas é a fermentação ácida, prejudicando o desenvolvimento das mudas (Burés apud Sobre et al., 2007). Logo, aconselha-se a compostagem desses resíduos antes de sua utilização para essa finalidade. Outro problema da utilização da maravalha e serragem como substratos é a elevada retenção de umidade. Logo, para aumentar a drenagem geralmente misturam-se outros compostos de materiais com diâmetros maiores e de mais alta drenabilidade, por exemplo vermiculita ou areia (Sobre et al., 2007). Os mesmos autores avaliaram a resposta da serragem oriunda de resíduos de madeira no interior da Bahia - Brasil, contendo diferentes concentrações de areia na produção de mini-estacas de mudas de cacaueiro. As proporções de serragem: areia de 4:1 e de 2:1 foram as que tiveram melhores crescimento das plantas sendo as recomendadas para uso como substrato.

Maeda et al. (2006) avaliaram diferentes concentrações de resíduos para a produção de mudas de Eucalyptus badjensis. As sobras utilizadas foram: lixívia negra e lodo de estação de efluentes, provindos da indústrias de celulose e papel; bagaço de malte, de cervejaria; serragem de madeira; esterco da caprinocultura e cascas de Pinus. Os substratos que tiveram melhor desempenho na produção de mudas com adubação de base foram: produto da compostagem de bagaço de malte com serragem de madeira - relação v/v de ¼ e produto da compostagem de esterco de caprino.

As serragens e maravalhas, apesar de terem as vantagens da boa aeração e de bons aspectos físicos para substrato, na sua aplicação direta no solo como adubo podem levar à imobilização de alguns nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas. As serragens possuem baixa relação C:N, possuindo baixo teores de nitrogênio nas moléculas. Isso faz com que esse produto demore a ser degradado no meio, indicando-se a necessidade de mistura com outros compostos ricos em nitrogênio para aumentar essa relação (Budziak et al. 2004). Por outro lado, as serragens e maravalhas são ricas em potássio, cálcio e magnésio.

As serragens e maravalhas podem ser primeiro compostadas com outros compostos orgânicos ricos em matéria orgânica para depois serem utilizados como fertilizantes orgânicos do solo. Gomes e Sampaio (2004) relataram que o reaproveitamento de cascas e serragem, após compostagem com esterco animal pode reduzir a aplicação de fertilizantes químicos em 70% de áreas de reflorestamentos. Através dessa medida, houve a utilização de 60% dos resíduos sólidos da empresa observada no estudo.

Dünisch et al. (2007) conduziram estudos com resíduos de partículas pequenas derivadas de Pinus sylvestris, Pinus taeda e de Cordia goeldiana e constataram o potencial dessas para desenvolver novos produtos melhoradores das propriedades do solo. Péletes contendo misturas de partículas de madeira sólida, cinzas e carvão vegetal impregnados com nutrientes podem ser produzidas e aplicadas ao solo aumentando a capacidade de troca de cátions e melhorando a eficiência das aplicações de fertilizantes minerais, diminuindo assim, perdas por lixiviação e aumentando a estabilidade do substrato.

Enfim, as alternativas são inúmeras e cada situação local merece ser avaliada para máxima performance de resultados econômicos e ambientais.


Maravalha e serragem para construção de painéis de madeira e outros compósitos

As serragens e maravalhas podem servir de matéria-prima para a fabricação dos vários painéis particulados como o OSB, painéis do tipo “wafer”, MDF, aglomerados, entre outros. Quando não há serragem ou maravalhas disponíveis na região, como é o caso de muitos países da Europa, que possuem reduzido desperdício da madeira de toras, essas são compradas e convertidas em partículas de pequenas dimensões.

Existem também vários estudos para a fabricação de painéis reciclados que utilizam sobras de produtos madeireiros misturados com outros resíduos como plásticos e outros. Detternborn et al. (2008) usaram a serragem de Pinus elliottii, subproduto abundante das serrarias do nordeste do RS- Brasil, para a obtenção de compósitos poliméricos. Os cavacos foram moídos apresentando granulometria entre 0,420 e 0,595 mm e após foram adicionados em 20 e 40% para a fabricação das estruturas sem agente compatibilizante. Avaliaram-se várias propriedades mecânicas dos produtos gerados, observando-se melhores respostas para resistência à tração e de impactos no que possuía 40% de serragem, principalmente porque a maior concentração de serragem aumentou o módulo de elasticidade do compósito polimérico. Semelhante ao experimento anterior, Poletto e colaboradores (2008) observaram que o aumento do teor de serragem na elaboração de compósitos gerou melhorias nas suas propriedades mecânicas principalmente pela interação fibra-matriz (aumento da ancoragem) atribuída à serragem.

Hillig et al. (2008) caracterizaram compósitos confeccionados com polietileno de alta densidade “virgem” (v-HDPE) e diferentes tipos de serragem gerados na indústria moveleira. Os principais resultados mostraram haver influência do tipo de serragem nas propriedades mecânicas do compósito, sendo que a serragem do eucalipto teve melhores resultados de resistência e flexão do que os resíduos de MDF e a serragem de Pinus.

Grison et al. (2008) avaliaram as propriedades mecânicas de compósitos de polímero e fibra contendo diferentes misturas de resíduo PEAD (poliolefinas encontrados no lixo urbano) e de serragens provindos de indústrias moveleiras. As misturas contendo maiores quantidades de fibras foram as que apresentaram melhores valores na flexão e dureza e menores valores de tração. Logo, esses compósitos podem ser futuramente utilizados para a construção civil e também para a fabricação de móveis.

Quinhones (2007) fabricou e avaliou placas produzidas de serragem oriundas de duas espécies de árvores (Pinus elliottii e Eucalyptus grandis) misturadas com polietileno de baixa densidade reciclável (PEBD). As partículas do lenho e da casca foram separadas de acordo com granulometria, assim como os PEBD, também foram classificados de acordo com seus diâmetros de partículas. Combinaram-se proporções de 40% de madeira e 60% de plástico dessas diferentes classificações dos materiais. Os tratamentos que usaram casca de eucalipto e granulometria de partículas grossas apresentaram resultados gerais superiores aos com Pinus. O mesmo foi observado para as partículas provindas dos lenhos; contudo, as placas de casca de Pinus apresentaram potencial para usos internos e não estruturais.


Maravalha e serragem em outras funções

Serragens e maravalhas podem ainda servir na preparação de alimentos, ou indiretamente melhorar suas condições, conservação, preservação e gosto. Uma forma de conservar alimento como carnes e seus derivados é através da fumaça, ou melhor, da defumação. Logo, as serragens, geralmente derivadas das “madeiras duras” são mais apropriadas para essa finalidade (Wood Report, 2009). As serragens e maravalhas podem também servir de proteção contra a perda de calor de produtos alimentícios congelados (isolante térmico), isso é bem conhecido pela população.

Segundo Wood Report (2009) serragens de madeira são ricas em grandes cadeias de carboidratos como a celulose e as hemiceluloses, as quais podem ser quebradas em açúcares simples (pentose, glicose e hexose) através hidrólise provocada por tratamentos ácidos. Esses açúcares simples podem ser absorvidos pelo organismo humano, podendo assim, ser um tipo de alimento. Apesar dessa descoberta já ter sido realizada há mais de 200 anos, essa reação é considerada de custo elevado, não sendo ainda utilizada atualmente. Entretanto, agora há muito entusiasmo no desenvolvimento de biorefinarias a partir de madeiras e esse tipo de utilizações podem ser pesquisadas com maior ênfase.

Animais ruminantes conseguem utilizar a celulose através de associações mutualísticas com microorganismos. Logo, já foram feitos estudos promissores onde pós de serragem e resíduos da madeira bem triturados são misturados com capim e outros alimentos concentrados nas dietas desses animais. Um exemplo disso foi o estudo de Hunter & Purser (1982) onde proporções de serragem e trigo foram avaliadas na dieta de ovelhas. Os resultados demonstraram que as ovelhas poderiam consumir 94 g/dia de serragem sem haver perdas de desenvolvimento.

As serragens e maravalhas, principalmente as provenientes de “madeira dura - folhosas”, também podem servir de substrato para o desenvolvimento de cogumelos comestíveis (Wood Report, 2009).

Outras finalidades não alimentícias das serragens e das maravalhas são seus usos como componentes de biofiltros para o tratamento de odores presentes no ar. Um biofiltro bem manejado contendo serragens pode diminuir odores em 85%, concentrações de ácido sulfúrico em 90% e amônia em torno de 60% (Wood Report, 2009).

Resíduos de madeiras como a serragem e a maravalha poderiam ser empregados também para a elaboração de celulose para produção de papel. Assim, Coelho e Ventorim (s/d) avaliaram a qualidade da polpa de celulose gerada a partir de resíduos de serrarias de Itapeva e a performance do seu branqueamento. As serragens de Pinus tiveram bom desempenho tanto na produção de polpa como no branqueamento. Os autores explicaram isso pela similaridade química do composto com os cavacos (material comumente utilizado para a fabricação da celulose). A polpa oriunda da serragem possuiu ainda bons rendimentos (dentro da faixa para coníferas) e viscosidade satisfatória. Resultados de polpação muito bons para serragens selecionadas foram também obtidos por Drápela et al. (1992) no Chile, testando distintos tipos de serragem de Pinus radiata. Logo, a serragem pode ser aproveitada para a elaboração de polpa branqueada ou não branqueada. A utilização dos resíduos das serrarias na produção da celulose poderia levar novas indústrias para pólos moveleiros e de serraria garantindo mais empregos e fortalecendo ainda mais a economia da região. O maior problema seria a escala de produção, já que fábricas de celulose demandam grandes quantidades de madeira para seu processo.

Há ainda muitas outras utilizações das serragens e das maravalhas. Esses produtos servem para o enchimento de brinquedos como bonecas, para o artesanato, para fabricação de utensílios de cozinha, para proteção de objetos quebradiços nas embalagens, etc., etc. Enfim, há uma grande versatilidade de usos desses resíduos que já estão até mesmo se tornando escassos em algumas regiões do mundo, virando assim, não mais subprodutos, mas sim, produtos da madeira.


Considerações finais

Esse texto apresenta apenas uma amostra da versatilidade da madeira na forma de seus resíduos serragem e maravalha. Logo, esses subprodutos não deveriam de forma alguma serem desperdiçados, muito menos se tornar problemas ambientais pela queima ao ar livre (liberação de gás carbônico) e pela liberação de substâncias tóxicas do solo (Coelho e Ventorim, s/d).

Há uma grande variedade de alternativas para uso desses subprodutos da indústria da madeira, podendo gerar muitas melhorias na qualidade de vida de comunidades através da geração de renda extra pela agregação de valor da maravalha e serragem. Essas utilizações podem gerar novos postos de trabalho e garantir economia de energia às indústrias.

Todas essas funções das serragens e maravalhas deveriam ser divulgadas e esclarecidas à sociedade, levando-se as tecnologias da fabricação de novos produtos para as regiões onde ainda há grande volume gerado desses resíduos ou grandes distâncias de centros consumidores, elevando-se com isso o custo de seu transporte a usuários já consagrados dessas matérias-primas (Gomes e Sampaio, 2004; Coelho e Ventorim, s/d).

Estudos que visam novas tecnologias para utilização da maravalha e serragem deveriam continuar a ser incentivados, colaborando assim para mais benefícios econômicos e sociais para as regiões e diminuindo cada vez mais o impacto ambiental que podem gerar. Tudo isso nada mais é do que praticar sustentabilidade.


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