Editorial
Caros
leitores e público interessado
pelos Pinus,
Estamos
lhes trazendo a Décima-Sexta Edição da
nossa PinusLetter. Mais uma vez, nos esforçamos para lhes oferecer
temas relevantes e assuntos interessantes e atuais para leitura. Nessa
edição, continuamos a dar ênfase aos produtos oriundos
dos Pinus e outras Coníferas, bem como à preservação
de recursos florestais e à sustentabilidade das plantações
florestais, dentre outros. Esperamos que os temas escolhidos sejam
de seu interesse e agrado.
Em função de já termos apresentado a vocês
praticamente todos os Pinus de importância econômica para
o Brasil, decidimos alterar o nome da seção "Os Pinus no
Brasil", passando a chamá-la de "As Coníferas
na América Latina". Nessa primeira edição
da nova seção, destacamos as principais características
do "Pinus radiata", uma espécie de pinheiro de vital
importância para a economia de nosso país irmão,
o Chile. Pinus radiata é um pinheiro do "novo mundo",
originário principalmente da Califórnia, com disseminação
natural por quase todas as regiões dos Estados Unidos da América.
Conhecido no inglês como “Monterey pine”, em regiões
de reflorestamentos como Austrália e Nova Zelândia também é conhecido
como “radiata pine”. No Chile, é referido como "pino
radiata" ou "pino insigne", pela sinonímia dessa
espécie. Nessas diversas regiões há grandes áreas
de plantações com esses pinheiros, sendo que no Chile
e na Nova Zelândia, a maioria das florestas plantadas são
com essa espécie de conífera. P. radiata é uma árvore
pouco exigente edafo-ambientalmente, possui rápido crescimento
e sua madeira pode ser utilizada para diversas finalidades econômicas
com muito sucesso. É por isso que esse pinheiro é plantado
em reflorestamentos comerciais em diversas regiões do mundo.
Infelizmente, as condições climáticas dos ecossistemas
brasileiros têm sido problemáticas para essa espécie,
devido ao ataque de sérias doenças de fungos.
"Pinhões
de araucárias na alimentação humana" é outro
assunto integrante da nossa PinusLetter 16. Obtenham nessa PinusLetter
informações nutricionais e medicinais das sementes comestíveis
do gênero arbóreo Araucaria. São três as
espécies do gênero Araucaria cujas sementes (pinhões)
são largamente consumidas por seres humanos. São elas:
Araucaria araucana, A. angustifolia e A.
bidwillii. Conheçam
alguns aspectos históricos e culturais que envolvem os pinhões
dessas árvores em suas regiões de origem, como são
geralmente consumidos, aspectos morfológicos, épocas
do ano em que são encontrados e a comercialização.
Há ainda algumas diferenças entre as sementes comestíveis
gerados pelos Pinus e os produzidos por araucárias.
Nessa edição voltamos a lhes apresentar informações
sobre painéis produzidos com madeiras de Pinus, através
do texto "Waferboard de Pinus e
diferenças em relação
aos OSB". Além de detalhar o processo de
produção
do painel do tipo “wafer”, também apontamos as principais
diferenças com as chapas OSB e com outros painéis. Observem
as definições e os principais usos da chapa "waferboard".
A seção "Referências Técnicas
da Literatura Virtual" dá espaço para o retorno de "Teses
e Dissertações de Universidades". A Universidade
homenageada nesta edição é a Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), que possui inúmeras publicações
sobre os Pinus, indicando a importância dessa espécie
para o setor florestal também no estado de São Paulo.
Há uma série de dissertações e teses publicadas
por alunos e docentes sobre diversos temas envolvendo espécies
de Pinus. Apesar dessa universidade não possuir um curso específico
sobre Engenharia Florestal, as outras engenharias e outros cursos pesquisam
diversos assuntos relevantes do setor como manejo, tecnologias de produtos
florestais, propriedades da madeira, substâncias extraídas
da árvore, entre tantos outros temas de importância sócio-econômica
e científica.
Confiram ainda os "Pinus-Links" e as "Referências
de Eventos e de Cursos", que trazem boas oportunidades para aprender
mais sobre os Pinus, consultando os websites da internet indicados
e materiais dos cursos e eventos referenciados.
Como tema do "Mini-artigo Técnico" dessa edição
trazemos um relato sobre "Maravalha
e serragem de Pinus e suas
utilizações", caracterizando e expondo resultados
de estudos que levam às principais funções desses
subprodutos da madeira. A reutilização das serragens
e maravalhas podem trazer benefícios sócio-econômicos às
regiões e principalmente gerar melhorias ambientais pelos seus
usos adequados.
Aos Patrocinadores e aos Apoiadores, apresentamos o nosso agradecimento
pela oportunidade, incentivo e ajuda para que possamos levar ao público
alvo, que cada vez é maior, muito conhecimento a respeito dessas árvores
fantásticas que são as dos Pinus.
Esperamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização
das várias qualidades desse gênero para as plantações
florestais no Brasil, América Latina e península Ibérica,
levando sempre mais conhecimento também sobre os produtos derivados
dos Pinus para a Sociedade e sobre a preservação dos
recursos naturais e a sustentabilidade.
Agradecemos em especial nossos dois Patrocinadores:
ABTCP -
Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel (http://www.abtcp.org.br)
KSH
- CRA Engenharia Ltda
(http://www.ksh.ca/en/)
e a todos os muitos Apoiadores da PinusLetter::
http://www.celso-foelkel.com.br/pinusletter_apoio.html
Um
forte abraço e muito obrigado a todos vocês.
Ester
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html
Celso
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html
Nessa
Edição
As
Coníferas na América Latina: Pinus radiata
Pinhões
de Araucárias na Alimentação Humana
Referências
Técnicas da Literatura Virtual - Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP)
Referências
de Eventos e de Cursos
Pinus-Links
"Waferboard" de
Pinus e Diferenças em Relação aos Painéis
OSB
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Principais
Usos da Maravalha e Serragem da Madeira de Pinus
As Coníferas
na América Latina: Pinus radiata
Pinus radiata é uma Pinácea conhecida pelos
nomes comuns de “Monterey pine”, na América do Norte
e Grã Bretanha, “radiata
pine” e “New Zealand pine”, na Oceania e "pino
radiata", "pino insigne" ou "pino de Monterey" no
Chile. É nativo dos Estados Unidos da América, mais precisamente
das proximidades da Baía de Monterey, na costa da Califórnia.
A altitude no local varia de 300 a 1200 metros, e ocorrem 400 a 500
mm de chuva por ano, além de alta umidade relativa do ar.
A espécie é muito tolerante às condições
litorâneas, com ventos carregando sal. Porém, não
tolera frios intensos - temperaturas negativas causam danos e até mortalidade às árvores.
Por isso é pouco cultivado em altitudes superiores a mil metros.
Desenvolve-se bem em solos argilo-arenosos e arenosos, bem drenados,
bem como tolera a seca em função das baixas precipitações
em sua região de origem. Apresenta crescimento pobre em solos
pesados (argilosos).
Esse pinheiro tem crescimento rápido. Em condições
silvestres cresce até 15 a 30 m de altura, sendo mais vigoroso
em áreas cultivadas, onde pode atingir 60 metros de altura.
Incrementos de 30 - 35 m³/ha.ano são comuns no Chile e
Nova Zelândia, já tendo sido até relatados 50 m³/ha.ano.
Porém, não é muito longevo, vivendo até 100
anos, mas se mostrando mais longevo que isso na Grã-Bretanha.
Suas acículas são agrupadas a três, medindo de
8 a 15 cm de comprimento, verde escuras. Os cones medem de 7 a 17 cm
de comprimento, ocorrem em grupos de 3 a 5, são ovóides,
sésseis e bastante persistentes, mesmo após abertos.
Essa espécie é monóica díclina, ou seja,
apresenta os dois sexos na mesma planta, mas em flores separadas. É predominantemente
alógama, dado seu alto grau de autoincompatibilidade, necessitando
de polinização cruzada, que ocorre pelo vento. No hemisfério
norte, o florescimento ocorre de fevereiro a março e a maturação
das sementes se dá de janeiro a fevereiro, 11 meses depois. P.
radiata é filogeneticamente próximo a P. muricata e P.
attenuata, com os quais se hibridiza prontamente. Suas sementes
medem cerca de 5 mm, com asas de 2 cm. Um quilograma contém
cerca de 30 a 40 mil sementes.
Sua madeira é considerada de alta qualidade para produção
de móveis e painéis de madeira, muito utilizada para
esse fim na Nova Zelândia e Chile. É fácil de secar,
pintar, preservar e trabalhar, com peso específico de 0,38-0,5
g/cm³. Pode ser usada para celulose de mercado, papel, lenha,
postes, cercas, painéis, construção civil e fabricação
de caixas e móveis. O uso em cercas e postes depende de tratamento
preservativo, como as madeiras dos outros Pinus.
O P. radiata ocupa cerca de 90% da área cultivada com o gênero
na Nova Zelândia, onde é considerada planta invasora em
situações que se dispersa além da área
de cultivo. É também de grande importância no Chile,
onde existem cerca de 1,5 milhões de hectares de suas plantações
florestais. Na Austrália, África do Sul, Espanha, Peru,
Colômbia e em Portugal também há plantios comerciais.
Os plantios somam cerca de 4 milhões de hectares no mundo. No
Brasil, são relatados plantios experimentais, alguns com grave
adoecimento pelo fungo Dothistroma septospora. É até mesmo
lendária essa introdução de Pinus radiata no Brasil.
Relatam aqueles que gostam de contar histórias que o ex-governador
Adhemar de Barros do estado de São Paulo nos anos de 50's e
60's se impressionou muito com o crescimento do Pinus radiata em uma
visita que fez ao exterior. Por isso, pediu ao Instituto Florestal
daquele estado que o introduzisse para fins experimentais em alguns
de seus hortos. Infelizmente, os plantios que começaram a nascer
vigorosos foram logo dizimados pelo fungo Diplodea pinea, que existia
de forma natural em cultivos agrícolas, como o da mandioca,
sem causar danos maiores a ela. Mais tarde, esse fungo foi reclassificado
pelos taxonomistas e botânicos em Sphaeropsis sapinea (http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim34/cauer2.pdf e http://www.fao.org/docrep/x5388e/x5388e03.htm) .
Maiores informações sobre a espécie Pinus
radiata podem ser encontradas nos websites citados logo abaixo. Aproveitem
para conhecer melhor essa importante espécie de Pinus.
Pinus radiata. Wikipédia. Disponível em 29.04.2009.
A enciclopédia virtual gratuita Wikipédia possui bastante
conteúdo sobre Pinus radiata. Em inglês, é possível
obter informações sobre seus principais usos, sobre ecologia
e cultivo e também sua descrição taxonômica.
Na versão em espanhol há as características morfológicas,
distribuição, funções e taxonomia. A descrição
de P. radiata em português é a mais singela, possuindo
apenas poucos dados botânicos e sua origem. Observem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinus_radiata (Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Pinus_radiata (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Pinus_radiata (Espanhol)
Pinus
radiata. G.
V. Melle. Disponível em 29.04.2009. (Português)
A página pessoal de Gideon van Melle possui dados sobre os Pinus
radiata, tais como: principais nomes comuns, distribuição
geográfica, descrição morfológica da árvore
e de suas principais estruturas como flores, frutos, folhas e sementes.
Há também os principais usos na economia e também
alguns relatos sobre a sua introdução em Portugal.
http://www.gvmelle.com/bomen/pi_radi.htm
Pinus
radiata - D.Don. Plant for a Future. Disponível em 29.04.2009.
(Inglês)
O website “Plant for a Future” possui muitas características
de Pinus radiata, sendo que as principais informações
disponibilizadas são: nomes comuns, morfologia, habitat, usos
medicinais, funções e usos econômicos e detalhes
de sua propagação e cultivo. Confiram em:
http://www.pfaf.org/database/plants.php?Pinus+radiata
About New Zealand pine. Craigpine Timber Ltd. Disponível em 29.04.2009.
(Inglês)
A webpage da empresa florestal neozelandesa Craigpine Timber Ltd possui
texto técnico sobre a madeira de um dos seus principais produtos:
Pinus radiata. Confiram as propriedades físicas e mecânicas
da madeira, utilização para móveis e serraria no
país, comparação de sua madeira com outras espécies,
além de algumas das técnicas de secagem e de beneficiamento
realizadas nessa madeira pela empresa.
http://www.craigpine.co.nz/nzpine.htm
Monterey pine. Neartica.com. Disponível em 29.04.2009. (Inglês)
O website “Neartica.com” disponibiliza boas informações
morfológicas das principais estruturas de Pinus radiata para
efetuar sua identificação com eficiência. Há à disposição
dos interessados algumas figuras e fotos de cones, acículas
e formas das árvores. Confiram também as espécies
com características semelhantes e a distribuição
geográfica desse pinheiro.
http://www.nearctica.com/trees/conifer/pinus/Pradia.htm
How to propagate Pinus radiata. WikiHow. Disponível em 29.04.2009.
(Inglês)
A cartilha disponibilizada pela “wikihow” indica os principais
passos de como realizar o plantio de Pinus radiata. Há ainda
uma breve introdução de algumas das principais características
morfológicas e acerca da importância dessa árvore.
http://www.wikihow.com/Propagate-Pinus-Radiata
El pino insigne (Pinus
radiata D. Don). Papelnet - Empresas
CMPC Chile. Disponível em 30.05.2009. (Espanhol)
Interessante descrição dessa espécie para fins de
comunicação às partes menos técnicas da sociedade.
http://www.papelnet.cl/arbol/pino_insigne.htm
Propiedades del pino radiata. CMPC Maderas. Disponível em 30.05.2009.
(Espanhol)
Excelente cartilha básica sobre o "pino radiata" em
Chile, feita pela empresa florestal CMPC Chile.
http://www.cmpcmaderas.cl/documentos/1.1espanol.pdf
Artigos
Técnicos Selecionados
Pinus
radiata.
Plants For A Future: Database Search Results. Disponível
em 01.05.2009:
http://www.ibiblio.org/pfaf/cgi-bin/arr_html?Pinus+radiata
Pinus
radiata.
Laboratório de Productos Forestales. Universidad
Nacional de Colômbia. Disponível em 30.05.2009:
http://www.unalmed.edu.co/~lpforest/PDF/Pino%20radiata.pdf
Mejoramiento
de productividad de plantaciones de pino radiata y eucaliptos en
Forestal Mininco (Chile). J.A. Muñoz. 22 pp. Disponível
em 30.05.2009:
http://www.inta.gov.ar/concordia/info/Forestales/contenido/pdf/1998/78%20Alvarez3.pdf
Caracterizaçao de isolados de Sphaeropsis sapinea e
avaliaçao
da resistência em progênies de Pinus radiata. P.
R. R. C. Basílio. Dissertação de Mestrado. UFPR.
100 pp. (2008)
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/15879/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20%2012_05_08.pdf
Effects of Pinus radiata plantations
on environmental weed invasion into adjacent native forest reserves. J. J. Sullivan;
P. A. Williams;
S. M.
Timmins. Science & Technical Publishing. 25 pp. (2006)
http://www.doc.govt.nz/upload/documents/science-and-technical/drds239.pdf
Measurement
of colour development in Pinus radiata sapwood boarding during
drying at various schedule. M. McCurdy; S. Pang; R.
Keey. Maderas.
Ciencia y Tecnología 7(2):79-86. (2005)
http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0718-221X2005000200002&script=sci_arttext
El
pino radiata (Pinus radiata). Manual de gestión forestal sostenible. A. Fernández; A. Sarmiento. Junta Castilla y León. 64 pp.
(2004)
http://www3.unileon.es/personal/wwdiaafh/docs/manuales%20selvicolas/Pino%20radiata%20WEB.pdf
A height-diameter model for Pinus radiata D.
Don in Galicia (Northwest Spain). C. A. L. Sánchez; J. G. Varela; F. C. Dorado; A. R. Alboreca;
R. R. Soalleiro; J. G. Á. González; F. S. Rodríguez.
Annals of Forest Science 60: 237-245. (2003)
http://www.afs-journal.org/index.php?option=article&access=standard&
Itemid=129&url=/articles/forest/pdf/2003/03/F3305.pdf
Isolation
of Pinus radiata genomic DNA suitable for RAPD analysis. C. Stange;
D. Prehn; P. Arce-Johnson. Plant Molecular Biology
Reporter 16:
1–8. (1998)
http://pubs.nrc-cnrc.gc.ca/ispmb/ispmb16/16366-4.pdf
Comparison of some soil properties under Pinus
radiata and improved
pasture. K. M. Giddens; R. L. Parfitt; H. J. Percival. New Zealand Journal
of Agricultural Research 40:409-416. (1997)
http://www.royalsociety.org.nz/Site/publish/Journals/nzjar/1997/39.aspx
Density
of Pinus radiata logs. F. A. Coulter. N. Z. Forest Products Ltd. 143-147
p. (Sem referência de data = s/d)
http://www.nzjf.org/free_issues/NZJF08_1_1959/D9D7137C-8105-48AB-AF2F-FFF0C2434ABA.pdf
Ectomycorrhizal communities associated with a Pinus
radiata plantation
in the North Island, New Zealand. K. Walbert. Lincoln University. (s/d)
http://researcharchive.lincoln.ac.nz/dspace/bitstream/10182/658/1/walbert_phd.pdf
Pinus
radiata in Ecuador its ecology and growth. A.D. Miller. FAO -
Forestry Department. (s/d)
http://www.fao.org/DOCREP/E7730E/e7730e05.htm
Monterey
pine. PHC Plant Health Care Program. Bartlett Tree Research
Laboratories. 2 pp. (s/d)
http://www.onlinegardener.com/trees/Monterey%20pine.pdf
Imagens de Pinus radiata
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Pinus+radiata&um=1&ie=
UTF-8&ei=WXPvScPMOI-EtweH89HDDw&sa=X&oi=image_result_group&resnum=4&ct=title
http://www.hear.org/starr/plants/images/species/?q=pinus+radiata
http://commons.wikimedia.org/wiki/Pinus_radiata
Pinhões
de Araucárias na Alimentação Humana
As araucárias são árvores coníferas
de grande porte, variando de 30 a até 80 metros de altura, e com
caules geralmente eretos e ramos alongados. A distribuição
do gênero Araucaria é bastante variada e também separada,
havendo espécies endêmicas da Oceania, como da Nova Caledônia,
da Ilha Norfolk, do sudeste da Austrália, da Nova Guiné e
também originárias da América do Sul, como do Chile,
da Argentina e do sul do Brasil (Wikipédia, 2009). Das 19 espécies
já descritas, a grande maioria é dióica, havendo
indivíduos machos e outros fêmeas, mas há alguns
casos de espécies monóicas, com ocorrência dos dois
sexos na mesma árvore. Os órgãos reprodutivos femininos
são as pinhas, que possuem formato globoso e têm tamanho
avantajado, variando de 7 a 30 cm dependendo da espécie. Dentro
das pinhas se encontram as sementes que são fonte de alimento
para muitos seres vivos da fauna silvestre e inclusive para o homem.
Tanto as sementes comestíveis de araucárias, como as de
Pinus, são comumente chamadas de pinhão, em função
de serem originárias de pinheiros.
Há três espécies de araucárias cujas sementes
são consideradas iguarias na culinária, fazendo parte da
cultura e da história de suas regiões. Elas são:
Araucaria araucana, encontrada no Chile e Argentina; A.
angustifolia, endêmica do sul do Brasil e também
encontrada em regiões
do Paraguai e Argentina; e A. bidwillii, nativa do sudeste australiano,
mais precisamente da região de Queensland. Apesar das sementes
das três espécies serem chamadas de pinhão e das árvores
serem popularmente chamadas de pinheiro, como é o caso do pinheiro-do-Paraná ou
brasileiro (A. angustifolia), pinheiro-araucano ou chileno (A.
araucana)
e “bunya pine” (A. bidwillii), não são
consideradas Pinaceae, pertencendo a família Araucariaceae devido
a algumas diferenças morfológicas. Porém, todas
as espécies
dessas famílias são Gymnospermae (http://www.icb.ufmg.br/bot/mtem-bot/Gimnospermas.pdf)
Os pinhões das araucárias são de maior tamanho quando
comparados com os dos Pinus comestíveis. Os de A. angustifolia
possuem de 1 cm a 2,5 cm de largura e 3-8 cm de comprimento, tendo um
peso médio de 8,7 g. Já cada semente de A. araucana possui
em média 3,8 gramas, tendo 5-6 cm de comprimento. As amêndoas
pinhões de araucárias são ricas em energia, sendo
um dos principais alimentos para muitos povos indígenas na América
do Sul e para os aborígines na Austrália. Há inclusive
um povo chileno que até hoje é conhecido pela coleta e
comercialização dos pinhões de A. araucana. Eles
são denominados de Pehuenches (Pehuen = Araucaria / Ches = homens).
As formas mais tradicionais de preparo do pinhão como alimento
são praticamente as mesmas das tribos indígenas: assado,
cozido ou cru; porém com a chegada de imigrantes nas regiões
das araucárias, inúmeras outras receitas foram sendo criadas
e são ainda descobertas. Muitas são consideradas iguarias
e fontes de inspiração na culinária internacional.
Os pinhões de A. araucana são utilizados por alguns renomeados
gourmets que os preferem aos de Pinus devido ao seu maior tamanho e sabor
mais acentuado.
Os pinhões podem ainda ser transformados em farinhas, sendo matéria-prima
de pães, broas e tortas, assim como podem ser utilizados em saladas,
molhos para carnes, suflês. Também são condimentos
de inúmeras sobremesas como pudins, rocamboles, bom-bons, entre
outros tantos alimentos especiais...(BRDE, 2005)
Os pinhões de A. araucana são ricos em água, fibras,
ferro, cálcio e em amido (85%); contudo, parte desse último é o
dito “amido resistente”, o qual possui rápida passagem
pelo trato digestivo, sendo indicado seu uso em dietas de emagrecimento
(Piñon Gourmet, 2005). Segundo AmbienteBrasil (fonte não
oficial) citado por BRDE (2005), cada 100 g de pinhão de A.
angustifolia macerado possui 195,5 calorias, 41,92 g de glicídios, 1,34 g de
lipídios, 3,94 g de proteínas, 35 mg de cálcio,
70 mg de ferro, 136 mg de fósforo, 240 mg de vitamina B2, além
das vitaminas B5, B1, C e A.
Em experimentos feitos com farinha de pinhão (A. angustifolia)
servida em dietas de ratos, os autores confirmaram que esse alimento
substituiu em até 20 % a adição de caseína
na dieta dos animais sem haver diferenças no peso e desenvolvimento.
Logo, pode ser utilizado como suplemento alimentar na substituição
da proteína de formulação de alimentos (Leite et
al., 2008).
Além do elevado valor nutritivo, os pinhões de araucárias
possuem algumas propriedades medicinais: o pinhão de A. angustifolia é utilizado
no tratamento da azia, da anemia e ajuda na fortificação
do sistema imunológico (BRDE; 2005). As fibras da semente de A.
araucana auxiliam no bom funcionamento de todo trato digestivo, também
ajudando no combate a doenças cardíacas (Piñon Gourmet,
2005).
A colheita dos pinhões de araucárias é considerada
simples, uma vez que as pinhas, quando maduras caem ao solo e liberam
as sementes com a queda. O armazenamento pode ser realizado pela hidratação
com posterior desidratação ao sol (método realizado
por alguns indígenas latino-americanos que pode conservar as sementes
para consumo em até cinco meses) e também através
da refrigeração.
Quanto à época de colheita, as pinhas de A. araucana e
de A. bidwillii se encontram maduras durante os meses de verão
(janeiro a março para A. bidwillii) e fevereiro a maio para A.
araucana. A maturação das pinhas de A. angustifolia se
dá mais tardiamente, concentrando-se nos meses de abril a julho
(outono e inverno). Por isso, é um alimento altamente consumido
durante o inverno e principalmente durante as festas juninas da região
sul do Brasil. É nesse período em que o pinhão geralmente é mais
procurado, conseguindo melhor valor de comercialização
na região. BRDE (2005) comentaram não dispor de dados referentes à colheita
de pinhões de A. angustifolia provenientes de florestas plantadas,
pois esses estão também misturados com os das pequenas
propriedades e das matas nativas. Essas colheitas realizadas por pequenos
agricultores consiste em uma renda extra durante o período do
inverno. Grande parte da venda e comercialização ocorre
sem a emissão de notas fiscais, apesar de já existir a
Portaria Normativa DC nº 20 do governo brasileiro, que disciplina
a sua venda.
No Chile, a comercialização e coleta dos pinhões
de A. araucana são realizadas ainda preferencialmente pelos povos
indígenas, já havendo porém áreas plantadas
com araucárias para essa finalidade. A demora na produção
de pinhões (25-40 anos) é um dos motivos que desencoraja
o plantio de florestas destinadas a produção de pinhão;
contudo, após iniciado o período reprodutivo das árvores,
pode-se ter boas colheitas durante longo período, podendo chegar
a até 1000 anos (Gymnosperm database, 2009).
A produção de pinhões das três espécies é bastante
sazonal, alterando anos de elevada produção com anos de
média e de baixa. Logo, o preço encontrado no mercado também
varia de acordo com a disponibilidade de produto no mercado. No sul do
Brasil, o preço no atacado da saca de 50 kg de pinhões
de A. angustifolia variou de R$50,00 para anos de baixa produtividade à R$25,00
para ano de alta produção (BRDE, 2005). Em 2009, o pinhão
estava sendo vendido no varejo entre 3 a 5 reais (1,5 a 2,5 US$) o quilo.
Os pinhões das araucárias são alimentos ricos e
de elevada importância cultural das regiões onde esses pinheiros
são endêmicos; contudo, essas sementes também são
de alta relevância alimentar para animais silvestres e também
para a própria propagação e regeneração
dessas espécies arbóreas. Logo, estudos sobre técnicas
de conservação pós-colheita dos pinhões para
consumo, técnicas de manejo de áreas para melhor produção
e estudos da propriedade nutricional e demanda nos mercados internos
e externos deveriam ser incentivados, assim como a preservação
e propagação dessas árvores em seus locais de origem.
No Brasil, é famosa e conhecida a propagação de
sementes de Araucaria angustifolia por pássaros e pequenos animais
silvestres, especialmente pelas gralhas-azul e pelos bugios, capivaras,
porco-do-mato, etc. (http://xisxis.wordpress.com/2008/07/15/tres-lendas-sobre-a-araucaria/ e http://www.cwb.matrix.com.br/sensus/gralha-azul.htm).
Observem abaixo algumas das principais propriedades nutricionais e medicinais
dos pinhões das araucárias, formas de coleta, armazenagem
e comercialização onde são nativos. Há também
algumas formas de preparo na culinária, fotos das sementes e pinhas,
aspectos culturais, históricos e ambientais que estão relacionados
com a alimentação. Confiram:
Araucaria angustifolia: a árvore do pinhão. Jardim de Flores.
Disponível em 30.04.2009. (Português)
O website Jardim de Flores possui um excelente artigo técnico
sobre o pinhão da Araucaria angustifolia. Mostra seus principais
usos na culinária, sendo prato indispensável nas festas
juninas dos estados do sul do Brasil. Além disso, o texto possui
relatos históricos desses pinhões, como um dos principais
alimentos dos índios que habitavam a região. O inglês
Thomas Bigg-Wither, visitou os campos do Paraná no século
retrasado, e acabou por descrever a pinha e o pinhão, como era
preparado como alimento pelos índios e as técnicas de conservação.
Há ainda a descrição morfológica da árvore.
Confiram:
http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A20pinhao.htm
Araucarias. Wikipédia. Disponível em 01.05.2009. (Diversos
idiomas)
A enciclopédia Wikipédia possui tanto informações
gerais a respeito do gênero Araucaria como informações
mais específicas das principais espécies no mundo. Confiram
informações sobre a morfologia da árvore, origem
e características das sementes comestíveis de Araucaria
bidwillii, em inglês e espanhol; de A. araucana, também
nos mesmos idiomas; e de A. angustifolia, em inglês, espanhol e
português.
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria (Sobre o gênero Araucaria com excelentes fotos, Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria (Sobre o gênero Araucaria, Espanhol)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Araucaria (Sobre o gênero Araucaria,
Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria_bidwillii (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria_bidwillii (Espanhol)
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria_araucana (Inglês)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria_araucana (Espanhol)
http://en.wikipedia.org/wiki/Araucaria_angustifolia (Inglês)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinheiro-do-paran%C3%A1 (Português)
http://es.wikipedia.org/wiki/Araucaria_angustifolia (Espanhol - na Argentina
a A.angustifolia é conhecida como araucária misionense)
Araucaria
araucana. Absolute Astronomy.com. Disponível em 01.05.2009.
(Inglês)
A webpage do “Absolute Astronomy.com” possui boa caracterização
morfológica do pinheiro-chileno Araucaria araucana. Dentre os
principais usos da árvore, se encontra a utilização
das sementes como alimento no Chile, mencionando inclusive seu potencial
para exportação para outras áreas do mundo. Observem
também as características morfológicas de suas
sementes e das pinhas.
http://www.absoluteastronomy.com/topics/Araucaria_araucana
Piñones Gourmet. AtinaChile (2005). Disponível em 01.05.2009.
(Espanhol)
A webpage chilena “AntinaChile” possui um interessante
artigo técnico abordando o potencial do pinhão araucano
(oriundo da Araucaria araucana) de ser exportado. Devido ao seu apreciado
sabor, qualidades nutricionais e tamanho, esse pinhão é considerado
uma iguaria na culinária internacional, já sendo utilizado
e apreciado por renomados gourmets. O texto ainda aponta as qualidades
nutricionais, e melhorias culturais, sociais, econômicas e ambientais
que esses pinhões estão proporcionando para diversas
comunidades indígenas chilenas. Não deixem de ler em:
http://www.atinachile.cl/node/6625
Araucaria bidwillii. Plants are
the strangest people. Disponível
em em 04.05.2009. (Inglês)
O
Blog “Plants are the strangest people” divide com os
leitores algumas das características morfológicas das
sementes de A. bidwillii além do gosto e de aspectos históricos
relacionados com o consumo das sementes pelo povo aborígine.
Confiram:
http://plantsarethestrangestpeople.blogspot.com/2008/06/caveman-araucaria-bidwillii.html
Araucaria bidwillii. Plants for a Future:
Database Search Results. Disponível
em 04.05.2009. (Inglês)
O website "Plants for a Future" apresenta algumas informações
sobre A. bidwillii tais como: características físicas
da planta, palatabilidade da semente, além de detalhes de cultivo
e propagação.
http://www.ibiblio.org/pfaf/cgi-bin/arr_html?Araucaria+bidwillii
Artigos
Técnicos Selecionados
RESUMO: Nutritional evaluation of Araucaria
angustifolia seed flour
as a protein complement for growing rats. D. M. C. Leite; E. V. De
Jong; C. P. Z. Norena; A. Brandelli. Journal of the Science of Food
and Agriculture 88(7): 1166-1171. (2008)
http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=20273649
Viabilidade
da dispersão de sementes de Araucaria angustifolia nas fragmentações das áreas nativas e exóticas
da Flona-SFP. C.A. Cruz; V. H.Valiati. XVI Encontro de Geneticistas
do Rio Grande do Sul. 01 pp. (2008)
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/file/inv33.pdf
Conservação pós-colheita de pinhões
[sementes de Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze]
armazenados em diferentes temperaturas. C. V. T. Amarante; C. S. Mota; C. A. Megguer; G. M. Ide.
Ciência Rural 37(2):346-351. (2007)
http://www.scielo.br/pdf/cr/v37n2/a08v37n2.pdf
Cultivo da Araucaria angustifolia. Viabilidade econômico-financeira
e alternativas de incentivo. Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo
Sul – BRDE. (2005)
http://www.brde.com.br/estudos_e_pub/IS%202005-01
Cultivo%20da%20arauc%C3%A1ria%20SC.pdf
Fisiologia
e citogenética de sementes envelhecidas de Araucaria
angustifolia. B. P. D. Fontes; L. C. Davide; A. C. Davide. Ciência
e Agrotecnologia 25 (2): 346-355. (2001)
http://www.editora.ufla.br/revista/25_2/art13.pdf
Utilização das reservas alimentícias
de sementes de Araucaria durante armazenamento. A. Ramos; G. B. Souza.
Boletim
de Pesquisa Florestal 22/23: 21-27. (1991)
http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim22_23/ramos.pdf
Productos
forestales no madereros em Chile: semillas, hongos, tallos, fruta,
alimentos:
avellana pehuen champiñon fino nalca chagual
miel de palma, etc... Website Jaja.cl. (s/d)
http://www.jaja.cl/?a=272
Caracterización parcial de almidón del piñón
(Araucaria angustifolia). F. J. G. Suárez; G. M. Montealvo;
A. V. Torres; E. A. Acevedo; L. A. B. Pérez. Centro de Desarrollo
de Productos Bióticos del IPN - Escuela Nacional de Ciências
Biológicas - México. 05 pp. (s/d)
http://www.encb.ipn.mx/cibia/TomoIII/III-49.pdf
Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Teses e Dissertações da UNICAMP
Nessa PinusLetter 16 estamos voltando a dar destaque às produções
técnicas e científicas relacionadas com Pinus oriundas
das universidades dos países em que temos nossos leitores mais
concentrados (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Colômbia, Peru,
Portugal, Espanha, etc.). Retornamos portanto, nessa edição,
com a seção "Teses e Dissertações".
Fazendo isso, estamos procurando valorizar as instituições
e seus autores que têm-se mostrado dedicados a estudar e a avaliar
técnica e cientificamente os Pinus. As publicações
referenciadas versam sobre florestas, ecologia, ambiente, uso industrial
das madeiras, celulose e papel, enfim, todas as áreas que se
relacionam aos Pinus: seu desenvolvimento em plantações
florestais e utilizações de seus produtos.
Ainda
existem muitos "Grandes Autores dos Pinus", assim
como importantes entidades de pesquisa com muitos trabalhos orientados
para os Pinus para serem apresentados a vocês. Em nossas próximas
edições voltaremos a homenageá-los, tendo suas
principais publicações disponibilizadas como Pinus-Links.
Aguardem.
Acerca da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
A Universidade Estadual de Campinas, também conhecida como UNICAMP,
foi fundada em 1966 pelo Dr. Zeferino Vaz, nome dado ao seu primeiro
Campus. Hoje a UNICAMP conta com cerca de 20 unidades de pesquisa e
ensino divididas em 10 institutos e 10 faculdades, nas quais se ministram
cursos de graduação e pós-graduação
nas mais diversas áreas das ciências e profissões,
não apenas na cidade de Campinas, mas também em Piracicaba
e Limeira, SP. Apesar de possuir sua própria política
educacional e muita autonomia, a UNICAMP é subordinada e financiada
pelo governo estadual de São Paulo, também recebendo
recursos financeiros de algumas instituições de fomento
nacionais e internacionais.
Desde o início de seu funcionamento, a UNICAMP tem contribuído
para a formação de diversos e variados tipos de profissionais.
As muitas pesquisas que são anualmente realizadas na UNICAMP
em diferentes ramos da ciência, tecnologia e carreiras sociais,
econômicas e ambientais fazem dessa instituição
uma referência nacional para colaborar com o desenvolvimento
do País. Por todas essas muitas razões, pela sua importância
para São Paulo, Brasil e sua população, a
UNICAMP é a
universidade homenageada pela PinusLetter 16.
Em sua Biblioteca Virtual podem ser encontradas cerca de 25 teses e
dissertações digitais de seus pós-graduados que
se relacionam de alguma forma com os Pinus ou com a araucária.
Essas bibliografias foram produzidas em várias áreas
de pesquisa como nas engenharias (agrícola, de produção,
química, civil...), na química, na biologia, na ecologia
e na área das ciências fundamentais. Uma parte importante
das pesquisas da UNICAMP envolvendo os Pinus provém da FEAGRI
(Faculdade de Engenharia Agrícola). A FEAGRI, apesar de ter
sido criada recentemente, em 1985, já funcionava junto à Faculdade
de Alimentos desde 1976. Hoje, apenas na graduação, a
FEAGRI já formou cerca de 550 alunos. Todavia, na pós-graduação
foram mais de 630 alunos especializados entre mestrado e doutorado.
Portanto, seu papel na geração de conhecimentos e na
formação de recursos humanos para a agricultura do Brasil
tem sido da maior relevância. A área florestal e de utilização
da madeira tem sido privilegiada na UNICAMP, apesar da instituição
não possuir ainda uma carreira de engenharia florestal instituída.
Outros grandes celeiros de publicações científicas
de alto valor para o setor de base florestal têm sido o Instituto
de Química e a Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP.
Nessas unidades acadêmicas surgiram magníficas teses de
doutorado para o setor de celulose e papel brasileiro. Na UNICAMP tivemos
estudantes da relevância dos Drs. Pedro Fardim e Francides Gomes
da Silva Jr., nossos estimados amigos do setor brasileiro de celulose
e papel. Destacaria a importância do amigo e professor Nelson
Duran Caballero para que esse setor de celulose se desenvolvesse na
UNICAMP. Como nem só de Pinus vivem as pesquisas em madeira
na UNICAMP, tomamos a liberdade de incluir nessa resenha algumas teses
elaboradas com a madeira dos Eucalyptus, mas não todas, pois
isso acarretaria uma seção demasiadamente longa para
vocês, leitores. Por isso, deixaremos mais material para alguma
edição futura da Eucalyptus Newsletter.
Confiram logo abaixo os resumos e descrições dos trabalhos
realizados nessa instituição e que selecionamos para
vocês. O sistema “Nou-Rau” da Biblioteca Virtual
UNICAMP permite download completo dessas bibliografias apenas com efetuação
de seu cadastro, onde se registra uma senha e se deixa o endereço
de e-mail. Há uma manual que explica de forma simples como baixar
os documentos desejados. Acesse-o em (http://libdigi.unicamp.br/manual_download/manual.htm)
e observem, nas pesquisas com o mecanismo de busca, os estudos com Pinus, Eucalyptus e Araucaria angustifolia à disposição
de vocês.
Conheçam também os sites da UNICAMP, da FEAGRI, do Instituto
de Química (IQM) e da Faculdade de Engenharia Química
(FEQ), acessando os links:
http://www.unicamp.br/unicamp/ (Home UNICAMP)
http://www.feagri.unicamp.br/ (Home FEAGRI)
http://www.iqm.unicamp.br/site/ (Home IQM - Instituto de Química)
http://www.feq.unicamp.br/ (Home FEQ - Faculdade de Engenharia Química)
Seleção
de teses de doutorado e dissertações de mestrado
da UNICAMP
Ensaios
uniaxiais e biaxiais para avalição de critério
de resistência de materiais anisotrópicos aplicado a madeira. R. Todeschini. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 138
pp. 5,3 MB. (2009)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000437218
Ácido abiético e (+)-esclareolídeo como matérias-prima
na preparação de um intermediário-chave e síntese
de diterpenos labdânico com atividade biológica. M. S.
Carvalho.Tese de Doutorado. UNICAMP. 272 pp. 6,1 MB. (2007)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000418444.pdf
Caracterização de compósitos a base de resíduos
vegetais e argamassa de cimento modificada pela adição
de polímeros para a fabricação de blocos vazados. A. C. Stancato. Tese de Doutorado. UNICAMP. 234 pp. 5,2 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000385345
Uso
de dióxido de carbono em forma de névoa na refrigeração
da ferramenta de corte durante a usinagem da madeira . M. Gozeloto.
Tese de Doutorado. UNICAMP. 322 pp. 4,2 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000442912
Influência da dimensão do corpo-de-prova no ensaio destrutivo
de compressão paralela às fibras e no ensaio não-destrutivo
utilizando ultra-som. A. J. Trinca. Tese de Doutorado. UNICAMP. 139
pp. 4,1 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000402228
Identificação de transcritos de Ceriporiopsis
subvermispora expressos nas fases iniciais da biodegradação da madeira. M. L. H. Macedo. Tese de Doutorado. UNICAMP. 105 pp. 8,8 MB. (2006)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000391496
Velocidade
de propagação de ondas de ultra-som na madeira
para diferentes condições de umidade. O. A. L. Costa.
Tese de Doutorado. UNICAMP. 103 pp. 595 kB. (2005)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000387675
Parâmetros de corte na usinagem de madeiras de reflorestamento. A. C. Néri. Tese de Doutorado. UNICAMP. 154 pp. 2 MB. (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000347888
Equações
de viabilidade para sementes de Eucalyptus grandis W.Hill ex Maiden e Pinus taeda L. J. B. Fantinatti.
Tese de
Doutorado. UNICAMP. 96 pp. 2,9 MB (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000316321
Durabilidade
de argamassas modificadas por polímeros e reforçadas
com fibras vegetais. L. L. Pimentel. Tese de Doutorado. UNICAMP. 139
pp. 8,2 MB. (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000363002
Modelagem
e análise de digestores kraft descontínuo.
N.V. Polowski. Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 141
pp. 7 MB. (2004)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000343086
Predação e sobrevivência de sementes de Araucaria
angustifolia (Bert.) Kuntze em áreas de mata nativa e plantação
de Pinus elliottii na Floresta Nacional de São Francisco de
Paula, RS. A. V. D. H. Lamberts. Dissertação de Mestrado.
UNICAMP. 86 pp. 8,1 MB. (2003)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000335799
Chapa
de média densidade (MDF) fabricada com poliuretana mono-componente
derivada de óleo de mamona - caracterização por
método destrutivo e por ultra-som. S. A. M. Silva. Tese de Doutorado.
UNICAMP. 259 pp. 3 MB. (2003)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000378126
Avaliação de aspectos de qualidade da
madeira utilizando o ultra-som. C. T. Puccini. Tese de Doutorado.
UNICAMP. 158 pp. 8 MB.
(2002)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000247021
Ácido abiético como sinton quiral em estudo de rotas
exploratórias visando a síntese de produtos naturais
e avaliação de atividade biológica. C. Santos.
Tese de Doutorado. UNICAMP. 288 pp. 6,1 MB. (2002)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000244109
Identificação e caracterização de proteínas
e genes expressos diferencialmente durante o desenvolvimento do embrião
zigótico de Araucaria angustifolia. J. H. Fernandez. Tese de
Doutorado. UNICAMP. 146 pp. 10,5 MB. (2002)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000239953
Classificação de peças estruturais de madeira
através do ultra-som. A. Bartholomeu. Tese de Doutorado. UNICAMP.
136 pp. 7,8 MB. (2001)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000235879
Aplicação de rede neural artificial como auxiliar na
predição do desempenho de um landfarming. M. J. Bufo.
Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 103 pp. 3,7 MB. (2000)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000211786
Telhas
onduladas a base de cimento portland e resíduos de Pinus
caribaea. L. L. Pimentel. Dissertação de Mestrado. UNICAMP.
82 pp. 1,6 MB. (2000)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000219675
Composição química da superfície
da polpa kraft de Eucalyptus. Características e influências nas
propriedades físicas e físico-químicas das fibras.
P.E. Fardim. Tese de Doutorado. UNICAMP. Parte A: 2,71 MB. Parte B:
4,19 MB. (1999)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/ficha40927.htm
O consumo de energia no setor de papel e celulose e impactos
na agricultura. V. Comitre. Tese de Doutorado. UNICAMP. 119 pp. 5,4 MB. (1999)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000188879
Polpação kraft do eucalipto com adição
de antraquinona, polisulfetos e surfactante. F.G. Silva Jr. Tese de
Doutorado. UNICAMP. 184 pp. 10,5 MB. (1997)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000121332
Conversão catalítica de óleo de Pinus em
alcoóis
terpênicos, usados como fragrâncias e aromas. R. S. Sercheli.
Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 97 pp. 2,2 MB. (1996)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000102160
Utilização de lignina para obtenção de
formulação e liberação controlada do ácido
2,4-diclorofenoxiacético. J. A. Souza. Dissertação
de Mestrado. UNICAMP. 234 pp. 6,2 MB. (1994)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000090796
Evolução das estruturas turbostrática e porosa
de materiais carbonosos obtidos por tratamento térmico do Pinus
elliottii entre 600ºC e 2600ºC. J. C. Sousa. Tese de Doutorado.
UNICAMP. 181 pp. 2,4 MB. (1991)
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000035401
Estudo
do sistema ligninolítico do ascomiceto Chrysonilia
sitophila. J. P. Rodriguez Gutierrez. Tese de Doutorado.
UNICAMP. 132 pp. 4,37MB
(1990)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000029169.pdf
Liquefação direta de lixívia negra e de lignina
da hidrólise ácida de eucalipto em reatores batelada
e contínuo. J. L. M. Costa. Tese de Doutorado. UNICAMP. 177pp.
6,9 MB. (1989)
http://www.biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/ficha12376.htm
Araucaria
angustifolia : estudo químico da casca. S. F. Fonseca.
Dissertação de Mestrado. UNICAMP. 139 pp. 4,5 MB. (1975)
http://biq.iqm.unicamp.br/arquivos/teses/vtls000052222.pdf
Referências de Eventos e de Cursos
Nessa seção, trazemos referências
de eventos que aconteceram a nível nacional e internacional
e que se relacionam diretamente ou indiretamente aos Pinus. A característica
marcante desses bons eventos é a disponibilidade do material
bibliográfico na forma de palestras, anais, proceedings, livros
técnicos ou até mesmo a disponibilidade dos resumos,
os quais já ajudam a saber das novidades no ramo e dos assuntos
abordados durante o encontro. Através dos endereços
de URLs, vocês podem obter o material do evento e conhecer
mais sobre a entidade organizadora, para eventualmente se programarem
para participar do próximo.
60ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência). (Brasil)
A Sexagésima Reunião Anual da SBPC ocorreu de 13 a
18 de Julho de 2008 na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
O evento teve como temas principais: energia, ambiente e tecnologia,
deixando disponível ao downloading dos interessados todos
os resumos dos trabalhos apresentados durante o encontro. Observem
a grande diversidade de áreas abordadas ao longo da reunião.
Dessas, destacam-se as de Silvicultura e de Recursos Florestais e
Engenharia Florestal; contudo, há diversos outros trabalhos
envolvendo assuntos florestais, além dos Pinus e Eucalyptus, e alguns de seus produtos e tecnologias. Confiram dez resumos abordando
a área florestal logo abaixo.
http://www.sbpcnet.org.br/eventos/60ra/ (Home)
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/lista_area_E.3.1..htm (Resumos - Área Silvicultura)
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/lista_area_E.3.6..htm (Resumos - Área Recursos Florestais e Engenharia Florestal)
Caracterização de pequenos objetos de madeira, como
subsídio à implantação de um empreendimento
coletivo autogestionário.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R3072-1.html
Atividade
enzimática de solos sob plantio de eucalipto e
mata secundária nos períodos seco e chuvoso.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R1912-1.html
Qualidade
e quantidade de água nos rios em áreas
de reflorestamento de Pinus.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R3074-1.html
Avaliação do desenvolvimento de Eucalyptus grandis
com aplicação de polímero hidro-retentor.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R3443-1.html
Sensoriamento
ambiental através
de uma rede sem fio de dispositivos micro-controlados.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R0315-1.html
Arranjo
e funcionamento de um combustor ciclônico.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R1946-1.html
Aproveitamento
da serragem para produção
de celulose branqueada.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R0819-1.html
Influência da idade da posição radial na densidade
básica da madeira e dimensões dos traqueídeos
de Pinus taeda L.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R4657-1.html
Arquitetura
sustentável em madeira: técnicas e aplicações.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R4688-1.html
Caracterização do processo produtivo de janelas venezianas
em madeira de plantios florestais, caso: Marcenaria Coletiva Madeirarte,
assentamento rural Pirituba II, Itapeva – SP.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R2228-1.html
Produtividade
energética da
biomassa de eucalipto.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/resumos/R2286-1.html
18º CBECIMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência
dos Materiais. (Brasil)
Com o intuito de promover maior aproximação dos pesquisadores
do setor produtivo, o 18° Congresso Brasileiro de Engenharia
e Ciência dos Materiais (CBECIMat) ocorreu em Porto de Galinhas – PE,
de 24 a 28 de novembro de 2008. Há inúmeros trabalhos
envolvendo novos produtos e tecnologia de produção
em diversas áreas, destacando-se a metalurgia, cerâmica
e polímeros; porém, nessa edição há espaços
reservados para a exposição de trabalhos envolvendo
outros produtos como os que se relacionam ao aproveitamento de resíduos
de indústrias da madeira, por exemplo. Observem os dois estudos
sobre esse assunto, também relacionados com os Pinus, além
de outros trabalhos completos envolvendo resíduos de madeiras.
http://www.cbecimat.com.br/default.asp (Apresentação)
http://www.cbecimat.com.br/resumos_polimericos.asp (Resumos materiais
poliméricos)
http://www.cbecimat.com.br/resumos_compositos.asp (Resumos compósitos)
Avaliação das propriedades mecânicas de compósitos
de poliestireno expandido pós-consumo e serragem de Pinus
elliottii.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-008.doc
Aproveitamento
de resíduos de Pinus sp. para produção
de chapas de partículas com utilização de resina
poliuretana bi-componente à base de óleo de mamona.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-027.doc
Caracterização de compósitos de poliuretano
de mamona com raspas de madeira por microscopia ótica.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/403-004.doc
Influência das condições de processamento na
absorção de água de compósitos de PEAD/
resíduo de madeira.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-022.doc
Reutilização de poliestireno e pó de madeira
como insumos na fabricação de madeira plástica
com acabamento rústico.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/213-023.doc
Caracterização e produção
de painel particulado (MDP) de Eucalyptus sp. utilizando adesivo
poliuretano.
http://www.cbecimat.com.br/Trab_Completos/202-079.doc
XVI Encontro de Geneticistas do Rio Grande do Sul. (Brasil)
A capital gaúcha, a cidade de Porto Alegre, foi o local onde
ocorreu o décimo sexto Encontro de Geneticistas do Rio Grande
do Sul. O evento, que ocorreu de 27 a 29 de Julho de 2008, coloca
na sua webpage e à disposição dos interessados,
os resumos dos trabalhos lá apresentados. Confiram os relacionados
com a genética da Araucaria angustifolia:
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/index.html (Início)
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/titulos.html (Trabalhos)
Viabilidade
da dispersão de sementes de Araucaria
angustifolia nas fragmentações das áreas nativas e exóticas
da Flona-SFP (São Francisco de Paula).
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/file/inv33.pdf
Diversidade
genética em Araucaria
angustifolia na Floresta
Nacional de São Francisco de Paula- RS - FLONA.
http://w3.ufsm.br/sbgrs/xviegrs/inv/file/inv32.pdf
Pinus-Links
A seguir, trazemos a vocês nossa indicação
para visitarem diversos websites que mostram direta relação
com os Pinus, nos aspectos econômicos, técnicos,
científicos, ambientais, sociais e educacionais. Nessa
seção especificamente, estamos ainda colocando
Pinus-Links com empresas e entidades importantes na sua relação
com os Pinus e na divulgação tecnológica
sobre os mesmos.
Woody Plant Ecology. (Reino Unido)
A webpage britânica “Woody Plant Ecology” pertence à Pierre
Binggeli, um consultor especializado em ecologia de florestas
tropicais. Há diversos textos técnicos de sua
autoria abordando sempre temas florestais. Há também
diversas publicações disponíveis versando
principalmente sobre árvores invasivas, destacando-se Pinus
patula. Também dá ênfase em seus
artigos à silvicultura e características e ecologia
de florestas temperadas e tropicais. Observem:
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/contents.htm (Home)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/publication.htm (Publicações)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/invasive/index.html (Espécies
florestais invasivas)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/docs/web-sp14.htm (Pinus patula)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/temperate/index.html (Ecologia de florestas temperadas)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/tropical/index.html (Ecologia de florestas tropicais)
http://members.lycos.co.uk/WoodyPlantEcology/forestry/index.html (Silvicultura)
Forest
Guild. (USA)
“Forest Guild” é uma organização
que possui projetos de sustentabilidade e boas práticas
florestais em várias regiões dos Estados Unidos.
Busca também a melhoria das condições
de vida de comunidades que dependem de áreas florestais,
através de seu bom manejo e práticas responsáveis.
Para tanto, tanto seus associados, como o público interessado
em geral, podem realizar download das várias publicações
que há no site da instituição. Há uma
revista virtual chamada “Forest Wisdom” que apresenta
diversos artigos interessantes publicados e disponíveis,
havendo temas como plantas invasivas, madeira para biomassa
florestal, comunidades florestais, água, fogo, entre
outros tantos temas envolvendo a silvicultura. Aproveitem ainda
algumas publicações científicas também à disposição
de interessados versando sobre meio ambiente e boas práticas
de manejo florestal.
http://www.forestguild.org/ (Home)
http://www.forestguild.org/Publications.html (Publicações)
Tropix
6.0. (França)
Programa de armazenamento de dados que possui as características
técnicas de 245 espécies de árvores tropicais
do mundo. Desenvolvido pelo CIRAD (Unidade de pesquisa em produção
e processamento de madeiras tropicais), o CD-rom Tropix 6.0
pode ser adquirido através do site de propaganda desse
programa, que disponibiliza as características da madeira
de algumas árvores como: uso, origem, nomes comuns,
durabilidade e preservação, processamento e técnicas
de secagem. Observem logo abaixo o que pode ser encontrado
sobre os Pinus.
http://tropix.cirad.fr/index_gb.htm (Home)
http://tropix.cirad.fr/Tropix-Order-Form.pdf (Compra do CD-rom)
http://tropix.cirad.fr/temperate/temperate.html (Árvores
de clima temperado)
http://tropix.cirad.fr/america/america.html (Árvores
tropicais da América do Sul)
http://tropix.cirad.fr/asia/asia.html (Árvores asiáticas
ou da Oceania)
http://tropix.cirad.fr/temperate/pin_sylvestre.pdf (Pinus
sylvestris)
http://tropix.cirad.fr/temperate/pin_maritime.pdf (Pinus pinaster)
http://tropix.cirad.fr/asia/pinusmerkusii.pdf (Pinus merkusii)
http://tropix.cirad.fr/asia/pinuskesiya.pdf (Pinus kesiya)
http://tropix.cirad.fr/america/PIN_DES_CARAIBES.pdf (Pinus
caribaea)
http://tropix.cirad.fr/america/PINUSPATULA.pdf (Pinus patula)
http://tropix.cirad.fr/america/PINPARANA.pdf (Araucaria angustifolia)
Centro de Estudos em Sustentabilidade (CES). (Brasil)
O Centro de Estudos em Sustentabilidade (CES) surgiu no ano
de 2003 com o intuito de levar a sustentabilidade às
empresas e a todos os interessados por esse conceito vital
para a Sociedade. O website criado pela FGV- EAESP (Escola
de Administração de Empresas de São Paulo
da Fundação Getulio Vargas) está cheio
de informações que tratam do assunto. A CES tem
como principal objetivo, a disseminação das práticas
e dos conceitos da sustentabilidade para as empresas, acionistas,
dirigentes, consultores, seguradores e auditores, levando além
de responsabilidade ambiental, também social, governança
coorporativa e eficiência econômica.
http://www.ces.fgvsp.br/ (Home)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=publicacoes&IDcategoria=2&IDassunto=84&IDidioma=1 (Teses)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=publicacoes&IDcategoria=4&IDassunto=84&IDidioma=1 (Relatórios)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=publicacoes&IDcategoria=5&IDassunto=84&IDidioma=1 (Revistas)
http://www.ces.fgvsp.br/index.cfm?fuseaction=noticiasIndex&IDassunto=35&IDidioma=1 (Notícias e artigos)
Associação
Mineira de Silvicultura (AMS). (Brasil)
A Associação Mineira de Silvicultura (AMS) representa
várias empresas do setor florestal de alta relevância
para o desenvolvimento social, econômico e ambiental
do estado de Minas Gerais, Brasil. Além de representar
essas empresas florestais, também está apoiando
os pequenos e médios produtores de florestas plantadas
sustentáveis, promovendo ações econômicas,
sociais, culturais e ambientais de modo a levar conhecimento,
informações e ajudando no fortalecimento de todo
o setor. Através de sua missão e princípios,
a webpage da AMS possui publicações, artigos,
fotos entre outras informações relacionadas com
o setor florestal. Confiram:
http://www.silviminas.com.br/ (Home)
http://www.silviminas.com.br/arquivo/publicacoes.aspx?ano=23 (Publicações)
http://www.silviminas.com.br/principal/indiceConteudo.aspx?ano=28 (Artigos)
http://www.silviminas.com.br/arquivo/fotos.aspx?ano=16 (Fotos)
http://www.silviminas.com.br/arquivo/legislacao.aspx?ano=22&cty=53&mn=1 (Legislação)
Suprilenho. (Brasil)
A Suprilenho é uma das empresas Apoiadoras da PinusLetter.
Suprilenho é uma empresa de assessoria, consultoria
e comércio florestal, com escritório em Ponta
Grossa, no Paraná, mas atuando também em Uberlândia
em Minas Gerais. Atualmente, oferece os seguintes serviços
e produtos: a) prestação de serviços de
avaliação e inventário florestal; b) avaliação
de sites para implantação de novas empresas/plantios
florestais; c) gestão de suprimentos de madeira-atualmente
com foco em energia; d) comércio de lenha e subprodutos
florestais; e) gestão de reflorestamentos. No presente
momento a Suprilenho ainda não dispõe de website
cativo, mas fazemos questão de lhes apresentar suas
operações como Apoiadora da PinusLetter que é,
acreditando no trabalho que estamos desenvolvendo pelos Pinus.
Alto
Paraná. Arauco
Argentina. (Argentina)
A empresa Alto Paraná é a filial argentina do
grupo chileno CELCO Arauco. Na Argentina tem operações
em produção de celulose kraft branqueada de Pinus
taeda, e também possui produção de madeira
serrada, produtos madeireiros remanufaturados e uma planta
de MDF ("Medium Density Fiberboard"). A empresa Alto
Paraná foi inaugurada em 1976 e em 1996 foi adquirida
pela Arauco. Localiza-se na província de Misiones, bem
próximo a Foz do Iguaçu. Por essa razão,
seus clientes estão também muitos deles localizados
em território brasileiro. Conta com um patrimônio
florestal de cerca de 230 mil hectares, sendo que quase metade é de
bosques nativos e a área de florestas plantadas engloba
principalmente Pinus taeda, mas também Araucaria angustifolia
e Eucalyptus.
http://www.altoparana.com
COCELPA
- Companhia de Celulose e Papel do Paraná. (Brasil)
A COCELPA é uma tradicional empresa brasileira produtora
de celulose e papel kraft para embalagens, especialmente sacos
de papel para cimento, "kraft-liner", papel kraft
revestido, papel kraft extensível micro-crepado, papel
kraft com resistência a úmido, papel kraft natural,
etc. Enfim, toda uma linha no segmento de papel kraft de fibra
longa. Sua produção anual é de aproximadamente
50.000 toneladas de celulose e cerca de 60 mil de papéis
na fábrica do Paraná. Sediada em Curitiba (PR)
e com instalações industriais no município
de Araucária (PR), a empresa atua globalmente, exportando
60% de sua produção para mais de 30 países
nos cinco continentes. A COCELPA utiliza madeiras de reflorestamento
na sua produção, possui políticas ambientais
que garantem o equilíbrio do ecossistema e mantém
uma área plantada de 27 mil hectares de Pinus taeda
e P.elliottii. Recentemente o Grupo EcoVerdi,
que detem as ações da COCELPA, adquiriu uma unidade
de papel reciclado no nordeste brasileiro, a CONPEL - Cia Nordestina
de Papel (http://conpel.integrativa.com.br/index.jsp),
onde fabrica papéis de embalagem a partir de reciclagem
de papéis.
http://www.cocelpa.com.br
"Waferboard" de Pinus e Diferenças em
Relação
aos Painéis OSB
As chapas "waferboard" pertencem aos grupos dos painéis
formados de madeira reconstituída, também chamados
em inglês de "flakeboards". As chapas OSB ("Oriented
Strand Board") também estão enquadradas nesse
mesmo grupo; contudo, pela disposição orientada e formato
das partículas elas são consideradas de segunda geração
(mais modernas que as "waferboards"). Isso ocorre porque
as partículas de madeira dos painéis tipo “wafer” são
depositadas aleatoriamente na produção; ao passo que
nas do OSB, elas são dispostas alinhadamente. É por
isso que são chamadas de OSB ("Oriented Strand Board"),
ou melhor em português, painel de partículas orientadas
(CCMC, 2000).
As "waferboards" foram primeiramente desenvolvidas nos
anos 50, onde as partículas de tamanho elevado e formato variando
de quadrado a retangular não eram orientadas intencionalmente.
Contudo, a partir dos anos 80, as partículas passaram a ser
dispostas de forma orientada, criando-se os OSB. Esses possuem maior
flexibilidade, superfície e qualidade que as "waferboards",
pela disposição das suas partículas. De acordo
com CCMC (2000), na elaboração do painel “wafer”,
partículas longas e estreitas são dispostas aleatoriamente,
embebidas em resina e acondicionadas em 3 a 5 camadas. No caso dos
OSB há uma alinhamento das partículas também
no sentido perpendicular nas distintas camadas, permitindo maior
resistência estrutural da placa formada.
Nos países da Europa e dos Estados Unidos, os desperdícios
de outros processos madeireiros como serraria e desdobro são
pequenos, enquanto o consumo de "flakeboards" é enorme.
Na falta de resíduos suficientes, há a necessidade
da utilização de toras, as quais são descascadas
e fracionadas em partículas chamadas posteriormente de partículas “wafer”.
Depois disso, elas seguem para a produção dos painéis.
Os processos de fabricação das placas provenientes
de compostos particulados são basicamente os mesmos: no caso
das "waferboards", primeiro há a seleção
por peneiras das partículas de tamanho por volta de 3,8 cm
de altura por 15 cm de comprimento e 0,07 cm de espessura. As partículas
constituídas de materiais muito distintos ou muito finos são
descartadas ou utilizadas para outros processos, pois as últimas
absorvem muita resina, podendo prejudicar na formação
do painel. Em seguida, as partículas seguem para a secagem
em secadores rotatórios com temperaturas em torno dos 540°C,
podendo chegar até os 870°C. Secadores por correia também
podem ser utilizados na secagem das partículas, atingindo
temperaturas mais baixas de 160°C. A umidade das partículas
deve ser bem baixa e atingir entre 4 a 10 % da sua massa total. Depois
de secas, as partículas são protegidas em local de
armazenamento adequado e, após, são acondicionadas
em misturador onde recebem resina (geralmente percentagens pré-determinadas
de resina fenol-formaldeído). São formadas três
a cinco mantas desses compostos de partículas desorientadas
e contendo resina, dependendo da espessura desejada para o painel.
A seguir, a chapa ainda fofa passa a uma pré-prensagem e então
há a prensagem a quente, que utiliza pressão e calor
para a colagem das partículas, formando-se o painel.
A geração das mantas é a única diferença
existente no processo de formação dos painéis
do tipo “wafer” e do tipo OSB. No primeiro, as partículas
caem livremente na esteira; todavia, na segunda as partículas
são orientadas mecanicamente a cair em um sentido, sendo que
a segunda camada da manta cairá no sentido contrário
da primeira, e assim sucessivamente.
Após a secagem e formação da chapa, os painéis
passam para a etapa de refinamento onde são lixados e há a
colagem de adesivos e selantes em suas superfícies (Kronka
et al., 2005; Ramsey, 1986). Há diferenças também
entre os painéis particulados tipos “wafer” e
OSB e os conhecidos painéis aglomerados. Os últimos
são formados por partículas finas como as serragens
e maravalhas e são mais comumente utilizados para a produção
de móveis de menor valor comercial.
Estudo desenvolvido em 1990 por Iwakiri e Keinert Jr. objetivou avaliar
o comportamento de Pinus taeda, P. serotina, P. palustris e P.
glabra para a produção de chapas do tipo “wafer”.
As chapas com melhor estabilidade interna e ligação
entre partículas foram as de P. serotina e P.
palustris, sendo
que a primeira também obteve resultados superiores em resistência
ao arranque de parafusos. Todas as propriedades das chapas das espécies
testadas tiveram resultados satisfatórios, quando comparadas às
de P. taeda, uma das mais utilizadas e comercializadas no Brasil.
Logo, apresentam potencial para utilizações futuras.
Desde 1995, as chapas tipo “wafer” são permitidas
pelo NBC (National Building Code of Canada) para uso na construção
civil do referido país como impedidores de fogo, para o preenchimento
do ápice externo de construções, para acabamento
de interiores, preenchimento de telhados e de paredes e para uso
em contra-pisos. Logo, pode ainda exercer funções importantes
durante e depois a construção de moradias e outros
alojamentos. Nos anos 70 e 80, os painéis do tipo “wafer” também
foram preferidos no seu uso na construção civil aos
painéis tipo "plywood" (madeira compensada). Muitos
construtores achavam mais fácil de manuseá-los, cortar
e colocar pregos, podendo substituir os compensados devido ao preço
(matéria-prima do painel barata) e ao acabamento (Ramsey,
1986). Além disso, esse painel é elaborado através
das sobras da madeira de Pinus de outros processos de desdobro, sendo
uma prática ambientalmente correta. Isso porque possibilita
um melhor aproveitamento da madeira, produto com elevada demanda
no mercado. Os painéis do tipo “wafer” também
podem ser fabricados a partir de madeiras de baixa qualidade, as
quais seriam certamente descartadas nas serrarias. Logo, é uma
outra vantagem desse produto.
A todos os interessados, não apenas em painéis "waferboard",
mas também em outros tipos de painéis formados a partir
de compostos particulados da madeira de Pinus, observem as literaturas
referenciadas. Nelas, podem ser encontradas maiores informações
sobre os processos de fabricação, figuras esquemáticas,
definições e artigos relatando estudos com a utilização
dos Pinus para o painel do tipo “wafer”. Confiram logo
a seguir:
Waferboard. Wikipédia. Disponível em 01.05.2009:
Breve definição sobre o painel tipo "waferboard" pela
enciclopédia virtual Wikipédia, mas apenas em inglês.
http://en.wikipedia.org/wiki/Waferboard (Inglês)
Waferboard. S. Iwakiri. Madeiras - Painéis Remade. Disponível
em 01.05.2009:
A webpage da Remade aponta as principais características de
muitos tipos de painéis, entre eles está o “waferboard”,
definido pelo especialista e professor do Departamento de Engenharia
e Tecnologia Florestal de UFPR - Universidade Federal do Paraná-
Dr. Setsuo Iwakiri. Confiram:
http://www.remade.com.br/br/madeira_paineis.php?num=17&title=Waferboard
Artigos
Técnicos Selecionados
Test
method for assessing resistance of pine lumber and waferboard
to mold. C. A. Clausen; M. West. Forest Products Journal
55(12): 164-166. (2005)
http://www.treesearch.fs.fed.us/pubs/22101
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/pdf2005/fpl_2005_clausen003.pdf
Physical
properties of plywood and waferboard as pile cushion materials. K. C. Womack; A. M. Whitaker; J. A. Caliendo; G. G. Goble; M. W.
Halling. J. Geotech and Geoenvir. Engrg. 129(4): 379-382. (2003)
http://scitation.aip.org/getabs/servlet/GetabsServlet?prog=normal&id=
JGGEFK000129000004000379000001&idtype=cvips&gifs=yes
Emission
factors - Waferboard/oriented strandboard manufacturing. US
EPA - Environmental Protection Agency. 34 pp. (2002)
http://www.epa.gov/ttn/chief/ap42/ (Emission factors)
http://www.epa.gov/ttn/chief/ap42/ch10/final/c10s06-1.pdf
Preface:
evaluation listings for OSB and waferboard. CCMC - Canadian
Construction Material Center. Registry of Products Evaluation. 04
pp. (2000)
http://irc.nrc-cnrc.gc.ca/ccmc/registry/pdf/06%2016%2036.02_e.pdf
Utilização de diferentes espécies do gênero Pinus para
a produção de painéis “waferboard”.
S. Iwakiri; S. Keinert Junior. IPEF 43/44: 65-69. (1990)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr43-44/cap09.pdf
Long-term
weathering of finished aspen waferboard. C. G. Carll;
W. C. Feist. Forest Products Journal. 39 (10):24-30. (1989)
http://www.fpl.fs.fed.us/documnts/pdf1989/carll89a.pdf
Waferboard
catching on as substitute for plywood. B. Ramsey. Seattlepi.com.
(1986)
http://www.seattlepi.com/archives/1986/8601110095.asp
The development of the United States and Canada: waferboard,
oriented strand board, and medium density fiberboard. The year
1984. T. M.
Maloney. Holz als Roh- und Werkstoff 42:361-365. (1984)
http://www.springerlink.com/content/v978578552623j07/fulltext.pdf?page=1
RESUMO:
Red pine thinnings as a raw material for waferboard. M.
Li ; R. O. Gertjejansen; D. C. Ritter. Forest Products Journal. (s/d)
http://www.cababstractsplus.org/abstracts/Abstract.aspx?AcNo=19930671644
Imagens dos painéis "waferboard"
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Waferboard&um=1&ie=UTF-
8&ei=VKv0SaemI4fDtwfG86WsDw&sa=X&oi=image_result_group&resnum=4&ct=title
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Principais Usos da Maravalha
e Serragem da Madeira de Pinus
Introdução
A serragem e a maravalha
são subprodutos ou sobras
dos processos de indústrias madeireiras, possuindo
dimensões de partículas muito pequenas (Wikipédia,
2009). No Brasil, estima-se que cerca de 40-60 % do volume
da madeira das toras encaminhadas para desdobro sejam desperdiçados.
Parte desse desperdício gerado em serrarias, marcenarias,
carvoarias, entre outras, é considerada como resíduos
sólidos. Incluem-se como resíduos as serragens
e maravalhas, as quais, caso não tenham destinação
adequada, podem poluir o meio ambiente (Wikipédia,
2009; Gomes e Sampaio, 2004; Coelho e Ventorim, s/d).
Muitas empresas do Brasil e do mundo deixam seus resíduos
lenhosos em grandes depósitos/aterros, ou queimam
as sobras de madeira. Essa queima pode até mesmo
ser apenas para se livrar do resíduo. Ambas as medidas
podem trazer prejuízos ao meio ambiente. Restos
de madeira em aterros irregulares e se decompondo em elevadas
quantidades liberam na solução do solo substâncias
orgânicas problemáticas e em altas concentrações
(chorumes) poluindo e interferindo negativamente no desenvolvimento
de organismos vivos nas proximidades. Isso pode ter conseqüências
drásticas, caso atinjam córregos, rios e
o lençol freático (Wikipédia, 2009;
Budziak et al., 2004). Já a queima em céu
aberto de resíduos da madeira também polui
o ar, pela liberação de CO2 na atmosfera,
contribuindo com o aumento do efeito estufa e conseqüentemente
com o aquecimento global (Budziak et al. 2004). Segundo
os mesmos autores, há uma crescente demanda por
produtos de origem madeireira no mercado nacional, o que
também pode aumentar a geração de
seus resíduos. Em 2000, no estado do Paraná,
produziram-se 22,8 milhões de metros cúbicos
de madeira endêmica de reflorestamentos, estimando-se
uma geração de resíduos em 11,4 milhões
de metros cúbicos. Isso se tornou um grande problema
em todo o mundo, havendo diversas pesquisas e estudos em
busca de alternativas viáveis e novos usos para
os resíduos, entre os quais as serragens e maravalhas.
Hoje, já existem diversas funções
para esses subprodutos da madeira, sendo inclusive matérias-primas
para diversas indústrias ou para queima como biomassa
combustível em caldeiras de força.
Este mini-artigo técnico tem como objetivo informar
ao público interessado onde as serragens e maravalhas,
principalmente provenientes de Pinus e de outras Pináceas,
estão sendo empregadas e como podem gerar benefícios à sociedade
e ao meio ambiente, além de contribuir com renda
extra e melhoria econômica de muitas empresas através
da agregação de valor.
Já existem tecnologias utilizadas no mundo todo
que transformam as serragens e maravalhas, considerados
resíduos das madeiras dos Pinus, de Eucalyptus e
de outras florestas plantadas, em: combustível para
geração de energia de atividades fabris;
artigos para tratamento de outros resíduos líquidos
e tóxicos, ajudando na remediação
de acidentes em caso de derramamentos; cama de animais;
substrato ou adubo de mudas de espécies vegetais;
painéis de madeira; outros produtos oriundos da
reciclagem, dentre outras tantas funções,
como a confecção de brinquedos e proteção
de produtos delicados e quebradiços. Na Alemanha,
metade dos resíduos de partículas pequenas
oriundos do desdobro das madeiras é utilizada para
a fabricação de chapas particuladas, outra
grande parte é usada para a geração
de energia, tornando as serragens e maravalhas um produto
já escasso no mercado do país. Na Europa, é comum
a transformação desses resíduos em
péletes de madeira para venda como combustíveis,
até mesmo para uso caseiro.
A seguir serão abordadas algumas das principais
funções dessas partículas de madeira
de pequeno tamanho, que vêm cada vez mais deixando
de ser um subproduto para se tornar um produto, pois já existem
casos da utilização de toras inteiras de
madeiras de Pinus para a fabricação de serragens
para uso industrial (Wood Report, 2009).
Maravalha e serragem como biomassa combustível
A utilização de sobras de madeira como as
serragens e maravalhas em processos de geração
de energia consiste atualmente em uma das principais alternativas
para esses dois componentes da cadeia produtiva da madeira.
A queima em caldeiras de força para a obtenção
de energia térmica (vapor) para outras finalidades,
como secagem ou até mesmo para a obtenção
de energia elétrica, pode gerar grande economicidade
em uma indústria, podendo inclusive aumentar seus
lucros (Gomes e Sampaio, 2004).
Além da questão da economia energética,
também existe a questão ambiental: obter
energia de uma fonte renovável, como restos e sobras
de madeira, ao invés do petróleo fóssil
não renovável. Tal substituição
diminui a emissão de dióxido de carbono na
atmosfera e garante um emprego ecologicamente correto para
os resíduos de madeira, até mesmo na própria
empresa (Xavier et al., 2008).
Segundo Pólo Moveleiro (2004), as serragens e maravalhas
são uma das mais novas fontes de energia alternativa
para geração de energia no Brasil.
Conforme dados de nossos arquivos, cada tonelada, na umidade
tal qual desses resíduos (em geral entre 15 a 55%),
possui um poder calorífico inferior que varia entre
1,5 a 3,5 GigaCalorias por tonelada. Considerando uma eficiência
de 70-85% para se converter essa energia potencial em vapor
ou energia elétrica, significa que cada tonelada
de serragem ou maravalha oferece cerca de 1,1 a 2,7 Gcal úteis
de energia térmica ou elétrica. Cada Gcal
corresponde a 1,16 MWh.
Quando comparado esse valor energético com o uso
de maravalhas para camas de animais, há uma agregação
de valor ao produto de até 160%, despertando o interesse
de diversas empresas no processo de combustão de
biomassa (Pólo Moveleiro, 2004).
O PROINFA (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas
de Energia Elétrica) incentivou a serragem e a maravalha
como insumo de geração de eletricidade. Há vários
exemplos de empresas madeireiras que através do
PROINFA implantaram tecnologia para transformar as sobras
de suas madeiras, muitas vezes correspondendo a até 60%
de desperdício das toras, em energia e conseqüentemente
em economias. A Battistella, empresa fabricante de compensados,
investiu mais de dois milhões de dólares
em 1992 para ter esse processo em sua fábrica em
Santa Catarina (Portal Moveleiro, 2004). Outro exemplo
citado pela mesma fonte foi o realizado pela empresa Pineply
Compensados Ltda, a qual utilizou seus subprodutos para
alimentar com calor a estufa de secagem da madeira, diminuindo
o elevado consumo de energia elétrica que antes
eram utilizadas pelos secadores. Tal medida gerou lucros
para a empresa e agregou valor aos seus resíduos.
Em estudo realizado por Calegari et al. para as diversas
biomassas energéticas utilizadas na caldeira de
força da empresa Cambará Produtos Florestais,
em Cambará do Sul / RS, as serragens e maravalhas
compradas como resíduos das serrarias da região,
tinham especial destaque. Em especial, quando se trabalha
com maravalhas relativamente secas (umidade de 15%), obtêm-se
os melhores resultados. Esse tipo de maravalhas secas é bastante
comum, em função de que a madeira é melhor
aplainada quando seca.
Maravalha
e serragem como tratamento de resíduos
Apesar de também serem consideradas resíduos
de alguns processos industriais, as serragens e maravalhas,
quando secas, possuem grande capacidade de absorção
de líquidos. Logo, podem ser utilizadas para o tratamento
de alguns resíduos líquidos e também
para conter a disseminação e espalhamento de
substâncias tóxicas em acidentes, tanto nas
indústrias como em estradas.
As serragens são consideradas produtos de baixo
valor comercial, sendo comumente utilizadas para a remoção
de metais pesados de locais poluídos. Marchetti
et al. (2000), observaram que a serragem da Pinácea
Picea abies ativada com NaHCO3 efetuou a remoção
de cádmio (II) da água. Em outro estudo conduzido
por Sciban e Klasnja, em 2004, houve a comparação
da absorção de cádmio (II) pela serragem
não tratada (ativada) de diferentes espécies
de árvores. Para todas, o volume absorvido foi bastante
baixo, porém houve elevada retenção
de metais pesados como o cobre e zinco. Os autores ressaltaram
que a serragem das “madeiras duras ou folhosas” (Quercus
sp. e Robinia pseudoacacia), tiveram resultados mais positivos
do que as provindas de “madeiras moles ou coníferas” (Abies
sp.).
Ozsoy et al. (2007) compararam a absorção
de casca de amendoim e de serragem de Pinus brutia com
diferentes pH na remoção de cobre (II) de
soluções aquosas. Os restos do amendoim tiverem
melhores respostas que a serragem, assim como o pH 5 foi
o mais eficiente na absorção do produto tóxico.
Apesar disso, a serragem também teve efeito positivo
nesse particular.
Maravalha e serragem como cama de animais
O uso da serragem e da maravalha
para cama de animais já é uma
prática efetuada há bastante tempo na zootecnia
para a criação de animais confinados como gado
de corte e leiteiro, aves, suínos, eqüinos, entre
outros. Os principais objetivos das camas são: evitar
contato direto do animal com o chão, absorver umidade
do ambiente, assim como a incorporação dos
dejetos e restos de alimento do confinamento e reduzir a
oscilação da temperatura local. (Ávila
et al., 2007). Os mesmos autores, apontaram que os avanços
tecnológicos da produção de aves fizeram
com que a maravalha se tornasse um dos principais produtos
utilizados como cama de aviários. Contudo, a maravalha
apresenta algumas desvantagens, como a presença de
pedaços afiados e felpas de madeira, os quais podem
ocasionar lesões nos animais. Na Europa central, as
maravalhas e serragens pontiagudas também são
relatadas como causadoras de cortes e infecções
em rebanhos bovinos em confinamento. Logo, tem-se recomendado
mais a utilização de serragens provenientes
de “madeiras moles ou coníferas” para
esse fim. É o caso dos Pinus. O elevado preço
do produto, que está cada vez mais escasso devido à procura
para outras finalidades, também é outro aspecto
negativo da sua utilização (Ávila et
al., 2007).
Hillig e colaboradores (2006) realizaram estudos do destino
dos resíduos de madeira da indústria moveleira
na serra gaúcha. Os materiais mais consumidos por
essas empresas fabricantes de móveis foram as madeiras
de Pinus spp., de Eucalyptus spp. e de Araucaria
angustifolia.
Seus resíduos foram principalmente utilizados para
cama de aviários, seguido da geração
de energia, e por último a adubação
ou uso em estrebarias.
Outra vantagem da serragem a outros produtos alternativos
como palhas, freqüentemente utilizadas para cama de
aves, é a sua re-utilização, podendo
ser utilizada de forma segura em até seis ciclos
de animais (Ávila et al., 2007).
A utilização da serragem e da maravalha como
cama de animais com a finalidade de absorver seus dejetos
facilita na limpeza do local, gerando resíduos em
menor volume (sólidos) em relação
aos limpos com água. Logo, restos de dejetos incorporados
com serragens e maravalhas são destinados às
composteiras sendo mais facilmente tratados e convertidos
em composto orgânico para uso agrícola (Wood
Report, 2009). Depois de utilizadas e estabilizadas, as
camas de animais são comumente usadas para a adubação
orgânica de solos, assunto que será abordado
logo a seguir nesse mini-artigo.
As maravalhas também são muito utilizadas
como “liteiras” e substituinte da areia da “caixa
de areia” de muitos animais domésticos de
residências, como coelhos, hamsters, chinchilas,
porquinhos-da-Índia, cães e gatos para a
deposição de seus excrementos (Wikipédia,
2009). Na Alemanha, os gatos são os bichos de estimação
mais populares e conseqüentemente as “liteiras” são
os artefatos para animais-pets mais vendidos no país.
Logo, o “litter” (resíduo) proveniente
de madeira está ganhando
espaço por ser considerado mais ecológico
frente aos outros derivados de materiais minerais (Wood
Report, 2009).
Maravalha e serragem como substrato e adubo orgânico
para mudas
A serragem e principalmente
a maravalha são resíduos
orgânicos que podem ser utilizados como substratos
para o desenvolvimento de mudas (Maeda et al. 2006) e em
alguns casos, também para a fertilização
e cobertura de solos. Segundo os mesmos autores, muitas pesquisas
estão sendo realizadas objetivando melhorias de substratos
para viveiros de plantas e buscando sempre um meio de baixa
densidade, fertilidade adequada, alta CTC (capacidade de
troca de cátions), retenção de água,
boas condições de aeração, de
drenagem, enfim, condições ideais para um substrato.
Logo, os resíduos de indústrias do setor florestal,
por estarem muitas vezes disponíveis em elevadas quantidades
no mercado, fazem parte dessas pesquisas com bastante freqüência,
já sendo inclusive encontrados no mercado para venda.
Sodré et al. (2007) relataram que a utilização
de resíduos produzidos na própria região
pode diminuir o custo final das mudas, devido ao transporte
facilitado. Não podemos esquecer de que as serragens
e maravalhas são resíduos industriais, assim,
utilizando-os de forma correta para substrato de mudas,
estarão sendo minimizados alguns problemas ambientais
futuros. A qualidade da serragem como substrato depende
da espécie de origem da madeira, dos teores de tanino
presentes e do tempo e cuidados com armazenagem. Um dos
grandes problemas da utilização de serragens
não previamente tratadas é a fermentação ácida,
prejudicando o desenvolvimento das mudas (Burés
apud Sobre et al., 2007). Logo, aconselha-se a compostagem
desses resíduos antes de sua utilização
para essa finalidade. Outro problema da utilização
da maravalha e serragem como substratos é a elevada
retenção de umidade. Logo, para aumentar
a drenagem geralmente misturam-se outros compostos de materiais
com diâmetros maiores e de mais alta drenabilidade,
por exemplo vermiculita ou areia (Sobre et al., 2007).
Os mesmos autores avaliaram a resposta da serragem oriunda
de resíduos de madeira no interior da Bahia - Brasil,
contendo diferentes concentrações de areia
na produção de mini-estacas de mudas de cacaueiro.
As proporções de serragem: areia de 4:1 e
de 2:1 foram as que tiveram melhores crescimento das plantas
sendo as recomendadas para uso como substrato.
Maeda et al. (2006) avaliaram diferentes concentrações
de resíduos para a produção de mudas
de Eucalyptus badjensis. As sobras utilizadas foram: lixívia
negra e lodo de estação de efluentes, provindos
da indústrias de celulose e papel; bagaço
de malte, de cervejaria; serragem de madeira; esterco da
caprinocultura e cascas de Pinus. Os substratos que tiveram
melhor desempenho na produção de mudas com
adubação de base foram: produto da compostagem
de bagaço de malte com serragem de madeira - relação
v/v de ¼ e produto da compostagem de esterco de
caprino.
As serragens e maravalhas, apesar de terem as vantagens
da boa aeração e de bons aspectos físicos
para substrato, na sua aplicação direta no
solo como adubo podem levar à imobilização
de alguns nutrientes essenciais para o desenvolvimento
das plantas. As serragens possuem baixa relação
C:N, possuindo baixo teores de nitrogênio nas moléculas.
Isso faz com que esse produto demore a ser degradado no
meio, indicando-se a necessidade de mistura com outros
compostos ricos em nitrogênio para aumentar essa
relação (Budziak et al. 2004). Por outro
lado, as serragens e maravalhas são ricas em potássio,
cálcio e magnésio.
As serragens e maravalhas podem ser primeiro compostadas
com outros compostos orgânicos ricos em matéria
orgânica para depois serem utilizados como fertilizantes
orgânicos do solo. Gomes e Sampaio (2004) relataram
que o reaproveitamento de cascas e serragem, após
compostagem com esterco animal pode reduzir a aplicação
de fertilizantes químicos em 70% de áreas
de reflorestamentos. Através dessa medida, houve
a utilização de 60% dos resíduos sólidos
da empresa observada no estudo.
Dünisch et al. (2007) conduziram estudos com resíduos
de partículas pequenas derivadas de Pinus sylvestris,
Pinus taeda e de Cordia goeldiana e constataram o potencial
dessas para desenvolver novos produtos melhoradores das
propriedades do solo. Péletes contendo misturas
de partículas de madeira sólida, cinzas e
carvão vegetal impregnados com nutrientes podem
ser produzidas e aplicadas ao solo aumentando a capacidade
de troca de cátions e melhorando a eficiência
das aplicações de fertilizantes minerais,
diminuindo assim, perdas por lixiviação e
aumentando a estabilidade do substrato.
Enfim, as alternativas são inúmeras e cada
situação local merece ser avaliada para máxima
performance de resultados econômicos e ambientais.
Maravalha e serragem para construção de painéis
de madeira e outros compósitos
As serragens e maravalhas
podem servir de matéria-prima
para a fabricação dos vários painéis
particulados como o OSB, painéis do tipo “wafer”,
MDF, aglomerados, entre outros. Quando não há serragem
ou maravalhas disponíveis na região, como é o
caso de muitos países da Europa, que possuem reduzido
desperdício da madeira de toras, essas são
compradas e convertidas em partículas de pequenas
dimensões.
Existem também vários estudos para a fabricação
de painéis reciclados que utilizam sobras de produtos
madeireiros misturados com outros resíduos como
plásticos e outros. Detternborn et al. (2008) usaram
a serragem de Pinus elliottii, subproduto abundante das
serrarias do nordeste do RS- Brasil, para a obtenção
de compósitos poliméricos. Os cavacos foram
moídos apresentando granulometria entre 0,420 e
0,595 mm e após foram adicionados em 20 e 40% para
a fabricação das estruturas sem agente compatibilizante.
Avaliaram-se várias propriedades mecânicas
dos produtos gerados, observando-se melhores respostas
para resistência à tração e
de impactos no que possuía 40% de serragem, principalmente
porque a maior concentração de serragem aumentou
o módulo de elasticidade do compósito polimérico.
Semelhante ao experimento anterior, Poletto e colaboradores
(2008) observaram que o aumento do teor de serragem na
elaboração de compósitos gerou melhorias
nas suas propriedades mecânicas principalmente pela
interação fibra-matriz (aumento da ancoragem)
atribuída à serragem.
Hillig et al. (2008) caracterizaram compósitos confeccionados
com polietileno de alta densidade “virgem” (v-HDPE)
e diferentes tipos de serragem gerados na indústria
moveleira. Os principais resultados mostraram haver influência
do tipo de serragem nas propriedades mecânicas do
compósito, sendo que a serragem do eucalipto teve
melhores resultados de resistência e flexão
do que os resíduos de MDF e a serragem de Pinus.
Grison et al. (2008) avaliaram as propriedades mecânicas
de compósitos de polímero e fibra contendo
diferentes misturas de resíduo PEAD (poliolefinas
encontrados no lixo urbano) e de serragens provindos de
indústrias moveleiras. As misturas contendo maiores
quantidades de fibras foram as que apresentaram melhores
valores na flexão e dureza e menores valores de
tração. Logo, esses compósitos podem
ser futuramente utilizados para a construção
civil e também para a fabricação de
móveis.
Quinhones (2007) fabricou e avaliou placas produzidas de
serragem oriundas de duas espécies de árvores
(Pinus elliottii e Eucalyptus grandis) misturadas com polietileno
de baixa densidade reciclável (PEBD). As partículas
do lenho e da casca foram separadas de acordo com granulometria,
assim como os PEBD, também foram classificados de
acordo com seus diâmetros de partículas. Combinaram-se
proporções de 40% de madeira e 60% de plástico
dessas diferentes classificações dos materiais.
Os tratamentos que usaram casca de eucalipto e granulometria
de partículas grossas apresentaram resultados gerais
superiores aos com Pinus. O mesmo foi observado para as
partículas provindas dos lenhos; contudo, as placas
de casca de Pinus apresentaram potencial para usos internos
e não estruturais.
Maravalha e serragem em outras funções
Serragens e maravalhas podem
ainda servir na preparação
de alimentos, ou indiretamente melhorar suas condições,
conservação, preservação e gosto.
Uma forma de conservar alimento como carnes e seus derivados é através
da fumaça, ou melhor, da defumação.
Logo, as serragens, geralmente derivadas das “madeiras
duras” são mais apropriadas para essa finalidade
(Wood Report, 2009). As serragens e maravalhas podem também
servir de proteção contra a perda de calor
de produtos alimentícios congelados (isolante térmico),
isso é bem conhecido pela população.
Segundo Wood Report (2009) serragens de madeira são
ricas em grandes cadeias de carboidratos como a celulose
e as hemiceluloses, as quais podem ser quebradas em açúcares
simples (pentose, glicose e hexose) através hidrólise
provocada por tratamentos ácidos. Esses açúcares
simples podem ser absorvidos pelo organismo humano, podendo
assim, ser um tipo de alimento. Apesar dessa descoberta
já ter sido realizada há mais de 200 anos,
essa reação é considerada de custo
elevado, não sendo ainda utilizada atualmente. Entretanto,
agora há muito entusiasmo no desenvolvimento de
biorefinarias a partir de madeiras e esse tipo de utilizações
podem ser pesquisadas com maior ênfase.
Animais ruminantes conseguem utilizar a celulose através
de associações mutualísticas com microorganismos.
Logo, já foram feitos estudos promissores onde pós
de serragem e resíduos da madeira bem triturados
são misturados com capim e outros alimentos concentrados
nas dietas desses animais. Um exemplo disso foi o estudo
de Hunter & Purser (1982) onde proporções
de serragem e trigo foram avaliadas na dieta de ovelhas.
Os resultados demonstraram que as ovelhas poderiam consumir
94 g/dia de serragem sem haver perdas de desenvolvimento.
As serragens e maravalhas, principalmente as provenientes
de “madeira dura - folhosas”, também
podem servir de substrato para o desenvolvimento de cogumelos
comestíveis (Wood Report, 2009).
Outras finalidades não alimentícias das serragens
e das maravalhas são seus usos como componentes
de biofiltros para o tratamento de odores presentes no
ar. Um biofiltro bem manejado contendo serragens pode diminuir
odores em 85%, concentrações de ácido
sulfúrico em 90% e amônia em torno de 60%
(Wood Report, 2009).
Resíduos de madeiras como a serragem e a maravalha
poderiam ser empregados também para a elaboração
de celulose para produção de papel. Assim,
Coelho e Ventorim (s/d) avaliaram a qualidade da polpa de
celulose gerada a partir de resíduos de serrarias
de Itapeva e a performance do seu branqueamento. As serragens
de Pinus tiveram bom desempenho tanto na produção
de polpa como no branqueamento. Os autores explicaram isso
pela similaridade química do composto com os cavacos
(material comumente utilizado para a fabricação
da celulose). A polpa oriunda da serragem possuiu ainda bons
rendimentos (dentro da faixa para coníferas) e viscosidade
satisfatória. Resultados de polpação
muito bons para serragens selecionadas foram também
obtidos por Drápela et al. (1992) no Chile, testando
distintos tipos de serragem de Pinus radiata. Logo, a serragem
pode ser aproveitada para a elaboração de polpa
branqueada ou não branqueada. A utilização
dos resíduos das serrarias na produção
da celulose poderia levar novas indústrias para pólos
moveleiros e de serraria garantindo mais empregos e fortalecendo
ainda mais a economia da região. O maior problema
seria a escala de produção, já que fábricas
de celulose demandam grandes quantidades de madeira para
seu processo.
Há ainda muitas outras utilizações
das serragens e das maravalhas. Esses produtos servem para
o enchimento de brinquedos como bonecas, para o artesanato,
para fabricação de utensílios de cozinha,
para proteção de objetos quebradiços
nas embalagens, etc., etc. Enfim, há uma grande
versatilidade de usos desses resíduos que já estão
até mesmo se tornando escassos em algumas regiões
do mundo, virando assim, não mais subprodutos, mas
sim, produtos da madeira.
Considerações finais
Esse texto apresenta apenas
uma amostra da versatilidade da madeira na forma de seus
resíduos serragem e maravalha.
Logo, esses subprodutos não deveriam de forma alguma
serem desperdiçados, muito menos se tornar problemas
ambientais pela queima ao ar livre (liberação
de gás carbônico) e pela liberação
de substâncias tóxicas do solo (Coelho e Ventorim,
s/d).
Há uma grande variedade de alternativas para uso
desses subprodutos da indústria da madeira, podendo
gerar muitas melhorias na qualidade de vida de comunidades
através da geração de renda extra
pela agregação de valor da maravalha e serragem.
Essas utilizações podem gerar novos postos
de trabalho e garantir economia de energia às indústrias.
Todas essas funções das serragens e maravalhas
deveriam ser divulgadas e esclarecidas à sociedade,
levando-se as tecnologias da fabricação de
novos produtos para as regiões onde ainda há grande
volume gerado desses resíduos ou grandes distâncias
de centros consumidores, elevando-se com isso o custo de
seu transporte a usuários já consagrados
dessas matérias-primas (Gomes e Sampaio, 2004; Coelho
e Ventorim, s/d).
Estudos que visam novas tecnologias para utilização
da maravalha e serragem deveriam continuar a ser incentivados,
colaborando assim para mais benefícios econômicos
e sociais para as regiões e diminuindo cada vez
mais o impacto ambiental que podem gerar. Tudo isso nada
mais é do que praticar sustentabilidade.
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