Editorial
Caros
amigos interessados pelos Pinus,
Estamos lhes trazendo a 31ª Edição do nosso
informativo digital PinusLetter. Mais uma vez, estamos nos esforçando
para lhes oferecer temas relevantes e assuntos interessantes e atuais
para sua informação e conhecimento. Vocês poderão
obter isso tudo através da leitura dos tópicos que redigimos
e pela navegação nos inúmeros Pinus-Links por
nós recomendados. Nessa edição, continuamos a
enfatizar os produtos oriundos dos Pinus e de outras coníferas
que trazem conforto e benefícios à sociedade. Também
nos dedicamos muito, como parte de nossas metas estratégicas,
a fortalecer e recomendar ações e atitudes para a preservação
de nossos recursos naturais e para a necessária sustentabilidade
das plantações florestais de Pinus e de outras espécies
florestais de valor para a produção de bens e serviços
de base florestal. Ainda nessa edição, procuramos dar
o merecido destaque a pessoas de nossa comunidade técnico-científica,
as quais trazem, com seu trabalho, esforço e talento, contribuições
muito relevantes na agregação de conhecimentos sobre
os Pinus. Esperamos que os temas escolhidos sejam de seu interesse
e agrado.
A seção "As Coníferas Ibero-Americanas" dá espaço
nessa edição para uma nova seção denominada: "Espécies
de Importância Florestal". Inicialmente,
trazemos as principais características morfológicas,
seguidas do manejo, funções
e os principais representantes que englobam as espécies
de Bambus no Brasil. Conheçam como essa gramínea
pode ter relevância para a fabricação de diversos
produtos de importância para a sociedade, tais como para a alimentação,
para a construção civil, para a agricultura e para a
indústria de papel e celulose, em complementação
ao Pinus. Sobre essa última utilização, a seção "Com
a Palavra, os Grandes Autores..." traz o artigo denominado "Celulose
de Bambu: uma Commodity em Potencial", onde um dos principais
especialistas do assunto, o químico Hans
Jürgen Kleine comenta as vantagens e desafios para o uso do bambu para produção
de celulose e papel no mundo.
Em "Referências
Técnicas da Literatura Virtual" continuamos a destacar
os nossos "Grandes Autores sobre
os Pinus". Dessa vez,
o homenageado da edição é o Dr.
Clóvis
Roberto Haselein, que através da docência, orientações
de pós-graduação e de pesquisas envolvendo o Pinus na UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, merece lugar
de destaque. O professor já contribuiu muito com a sociedade
formando diversos profissionais do setor e também gerando
tecnologias para resolver problemas do setor que envolvem a madeira
dos Pinus e também a dos eucaliptos.
Outro assunto abordado foi a produção de polpa celulósica
a partir da serragem da madeira de Pinus. Essa é um importante
resíduo de diversas empresas do setor florestal. Assim, o uso
racional da madeira faz com que as sobras tanto das serrarias, da movelaria
e da indústria de celulose e papel possam ser utilizadas como
matéria-prima, agregando valor a um produto antes descartado
ou utilizado apenas na geração de energia. Conheçam
alguns processos de produção, usos e benefícios
da celulose de serragem.
Por fim, temos a apresentar mais um mini-artigo técnico, que
dessa vez relata sobre “polpa moldada” como sendo também
um dos produtos do Pinus, a qual pode ser fabricada 100% de fibras
recicladas e é totalmente biodegradável. Ela é utilizada
para fabricação das mais diversas embalagens no mundo
todo. Confiram por que seu uso vem aumentando, principalmente em substituição
ao isopor. Conheçam também os tipos de polpa moldada
existentes no mercado, que se diferenciam segundo modo de produção
e matéria-prima empregadas.
Aos
Patrocinadores e aos Apoiadores, apresentamos o nosso agradecimento
pela oportunidade, incentivo e
ajuda para que
possamos levar ao público alvo, que cada vez é maior,
muito conhecimento a respeito dessas árvores fantásticas
que são as dos Pinus e também de outras coníferas
e espécies florestais comercialmente e ecologicamente importantes
para nossa sociedade.
Esperamos estar contribuindo, através da PinusLetter, à potencialização
das várias oportunidades que as plantações florestais
do gênero Pinus oferecem ao Brasil, América Latina
e Península
Ibérica, disseminando assim mais conhecimentos sobre os produtos
derivados dos Pinus para a sociedade e incentivando a preservação
dos recursos naturais e a sustentabilidade nesse setor.
Conheçam nossos dois Patrocinadores e os três Apoiadores Empresariais
da PinusLetter em:
http://www.celso-foelkel.com.br/pinusletter_apoio.html
Agradecemos
em especial nossos dois Patrocinadores:
ABTCP - Associação Brasileira Técnica de Celulose
e Papel - (http://www.abtcp.org.br)
Klabin S.A. - (http://www.klabin.com.br/pt-br/home/Default.aspx)
e também às empresas apoiadoras (Air
Products do Brasil,
ArborGen e Norske
Skog Pisa) e aos nossos muitos apoiadores pessoas
físicas que acreditam e estimulam esse nosso serviço
de agregação e difusão de conhecimentos acerca
dos Pinus para a sociedade.
Um forte abraço e muito obrigado a todos vocês.
Ester
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/ester.html
Celso
Foelkel
http://www.celso-foelkel.com.br/celso2.html
Nessa
Edição
Espécies
de Importância Florestal - O Bambu: Características
Gerais, Usos e Manejo
Uma
Coletânea de Referências Técnicas
sobre o Bambu como Matéria-Prima para a Fabricação
de Celulose e Papel
Com
a Palavra, os Grandes Autores ... Celulose de Bambu: uma
Commodity em Potencial - por Hans Jürgen Kleine
Referências
Técnicas da Literatura Virtual - Grandes Autores sobre
os Pinus - Professor Dr. Clóvis Roberto Haselein
Polpa
Celulósica de Serragem de Madeira de Pinus
Pinus-Links
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Polpa
Moldada
Espécies
de Importância Florestal
O Bambu: Características Gerais, Usos
e Manejo
O bambu é uma gramínea, pertencente à família
Poaceae (Gramineae), que apresenta gêneros
nativos e exóticos
adaptados aos mais variados ambientes do mundo, encontrados desde
as florestas tropicais até em montanhas íngremes (Wikipédia,
2011; ABS, 2011). Atualmente, os bambus estão reunidos conforme
suas semelhanças morfológicas em mais de 90 gêneros,
englobando em torno de 1.100 a 1.200 espécies (Vasconcellos,
2010). Podem ser encontrados em locais de elevada altitude, até 4.800
m, ou também em áreas planas ao nível do mar.
Existem espécies que toleram temperaturas negativas, em zonas
temperadas, e outras que podem suportar o calor, existindo em regiões
tropicais. Assim, em termos evolutivos, a sobrevivência em
ambientes tão distintos conduziu a espécies também
bastante diversificadas tanto em tamanho quanto em colorações.
Há algumas de porte pequeno e outras que podem chegar a mais
de 30 m de altura (Wikipédia, 2011; Vasconcellos, 2010). A
cor mais comum para os bambus é o verde, seguido do amarelo;
porém, existem alguns que apresentam também tonalidades
distintas, no preto, vermelho, azul e violeta, o que auxilia na hora
da identificação (Bambumex, 2010; Vasconcellos, 2010).
A
grande variedade morfológica dos bambus também permite
diversas utilizações e aplicações. A
beleza e imponência de suas cores fazem com que várias
espécies sejam extremamente apreciadas para fins paisagísticos,
enfeitando jardins do mundo inteiro. No Brasil, a região sudeste é uma
das que mais produzem mudas para o paisagismo, principalmente devido à influência
oriental trazida juntamente com os imigrantes japoneses instalados
na região. Os bambuzais estão intensamente inseridos
na cultura de diversos povos do oriente, podendo os colmos ser utilizados
como estruturas de sustentação para a construção
civil ou até mesmo os brotos servirem na culinária
para a alimentação humana, finalidades comuns em diversas
regiões do mundo. Por isso, o bambu é considerado uma
planta bastante versátil (Wikipédia, 2011; ABS, 2011).
De acordo com Genius... (2011), a madeira do bambu pode ser utilizada
para a elaboração de diversos tipos de produtos,
substituindo inclusive, e com muita propriedade, a de muitas árvores
nativas brasileiras para a elaboração de móveis,
aparatos domésticos e também para a produção
de celulose e papel (Wikipédia, 2011). Dessa forma, o bambu
pode apresentar características agronômicas, florestais,
paisagísticas, energéticas, estruturais (arquitetônicas),
industriais, alimentícias e até mesmo medicinais
extremamente desejáveis (Genius..., 2011; Plantamed, 2011;
Wikipédia,
2011; Vasconcellos, 2010; Bambumex, 2010).
Morfologicamente, os bambus possuem rizomas, os quais
são
caules que se desenvolvem no solo subterrâneo (geralmente abaixo
de 1 m da superfície) e são responsáveis pelo
desenvolvimento e expansão lateral dos bambuzais para a colonização
de novos territórios. Os rizomas também reservam energia
para a brotação durante as épocas do ano em
que o clima é favorável para a planta. Segundo Vasconcellos
(2010), os colmos velhos e os maduros são encontrados no centro
de um bambuzal; enquanto que os imaturos e mais jovens (menos rígidos
e mais brilhantes), estão nas extremidades, aonde estão
geralmente os pontos de expansão do bambuzal, graças
aos rizomas. Esses últimos também possuem entrenós,
de onde partem as raízes verdadeiras. Essas se diferenciam
dos rizomas pelo diâmetro (geralmente são mais finas)
e pela função. Elas são responsáveis
pela absorção de água e nutrientes (Vasconcellos,
2010; Bambumex, 2010).
Os tipos de bambus também podem ser identificados de acordo
com a morfologia do seu rizoma. Há ao todo seis tipos
de rizomas; porém, dois desses são os que se encontram
na grande maioria das espécies conhecidas: paquimorfos
e lepitomorfos (Wikipédia, 2011; ABS, 2011; Vasconcellos,
2010). No caso dos bambus ditos paquimorfos (“clumper” ou “cespiteux”),
seus caules subterrâneos são em forma de bulbos,
contendo entrenós muito curtos e conferindo às
brotações
sobre o solo o aspecto de densas touceiras. As espécies
tropicais são as que normalmente possuem os rizomas paquimorfos.
Logo, os gêneros Bambusa e Guadua apresentam
esse tipo de rizoma; contudo, também há algumas
espécies de clima
temperado que o possuem (Imbar, 2011).
O
outro tipo de rizoma, bastante comum em bambus de clima frio, é o
lepitomorfo (“runner” ou “traçant”).
Esse possui os entrenós alongados. A ponta do rizoma
está orientada
na horizontal, conquistando espaço com muita facilidade. É por
isso que muitas espécies que possuem esse rizoma apresentam
hábito invasivo. Suas brotações não
são
densas como as dos paquimorfos, possibilitando que pessoas caminhem
no interior desses bambuzais. O gênero Phyllostachys é o
mais importante dos bambus do tipo lepitomorfo. Suas espécies
têm importância ambiental, podendo ser plantadas
em encostas de morros para conter a erosão do solo. Os
bambuzais do tipo lepitomorfo desenvolvem seus rizomas com bastante
rapidez,
conferindo
ao solo maior resistência aos agentes erosivos tais como
o impacto de gotas de chuvas e as enxurradas (Wikipédia,
2011; ABS, 2011; BambuSC, 2011; Vasconcellos, 2010).
Os
colmos dos bambus são algumas das estruturas tubulares
mais rígidas acima da superfície do solo. É comum
que as espécies apresentem distintos diâmetros,
tamanhos, cores e texturas, ajudando na identificação
das mesmas. O formato mais comum é o cilíndrico;
porém,
a Chimonobambusa quadrangularis tem colmos quadrangulares com
as extremidades arredondadas. A grande maioria dos colmos é oca
no interior, apesar da espécie Dendrocalamus strictus e as do gênero Chusquea (endêmico da América
do sul e central) possuírem seus entrenós bastante
sólidos.
Os colmos são constituídos basicamente de fibras
bastante alongadas e que possuem lignina e silício em
suas constituições,
além de celulose e de hemiceluloses. A lignina garante
a flexibilidade dos colmos, ao passo que o silício, confere
sua rigidez. Essa é a
razão de muitas espécies possuírem colmos
bastante resistentes, podendo ser empregados na construção
civil, na confecção de artesanato e na carpintaria.
As fibras longas do colmo de muitas espécies, principalmente
Bambusa vulgaris, podem ser usadas para a elaboração
de embalagens de papel, atribuindo às mesmas elevada resistência
ao rasgamento (Wikipédia, 2010; Imbar, 2011). A estrutura
tubular dos colmos ocos do bambu pode ser utilizada na irrigação
de lavouras, sendo um meio fácil e muitas vezes de baixo
custo para transportar água até o local desejado
(Vasconcellos, 2010).
Há algumas espécies que geram galhos de gemas existentes
nos entrenós dos colmos, podendo aparecer após
a maturidade ou também conforme se desenvolvem. O número
de galhos por colmo também auxilia na identificação
das espécies, pois há uma quantidade específica
e habitual já determinada cientificamente para cada
uma delas (Vasconcellos, 2010).
Segundo
ABS (2011), os colmos e folhas de algumas espécies
de bambus possuem excelentes propriedades caloríficas
podendo ser produzido carvão vegetal de alta qualidade.
O mesmo autor também relatou que já existem estudos
que indicaram o potencial de alguns bambus na produção
de etanol, em função do teor de amido contido
(Vasconcellos, 2010).
Os colmos são formados de vários nós e entrenós.
Cada entrenó é envolto por uma folha caulinar fixada
no anel do nó anterior e que protege essa estrutura. Cada
nó também apresenta uma gema dormente capaz de se desenvolver,
quando necessário, em rizoma, colmo ou galho.
As folhas caulinares são constituídas da bainha e da
lâmina, sendo essas últimas as folhas propriamente ditas.
Há o maior desenvolvimento dessas lâminas para a realização
da fotossíntese. A folha do bambu permanece ativa por em torno
de dois anos, senescendo a partir das extremidades, quebrando e caindo
ao solo logo após (Imbar, 2011; Vasconcellos, 2010).
A morfologia floral e de suas sementes é uma das formas mais
seguras e precisas de identificação específica;
contudo, para a grande maioria dos bambuzais, a floração é considerada
um evento raro, podendo levar de 10 a até 100 anos
para ocorrer, dependendo da espécie (ABS, 2011). Também é comum
a morte do bambuzal em seguida da sua reprodução
devido aos gastos excessivos de energia com essa etapa biológica.
Apesar da produção de sementes, grande parte
da disseminação
ocorre por reprodução assexuada, através
da propagação vegetativa. Há diversas
técnicas
tais como o plantio de colmos contendo reguladores de crescimento
para a promoção do enraizamento, o corte de
parte de rizomas e transplante em outra área e o enterro
de galhos no solo. A micro-propagação in vitro
também é uma
técnica já estudada inclusive no Brasil (Vasconcellos,
2010).
Aqui no Brasil, também há distintas espécies
nativas e exóticas de bambus distribuídas e disseminadas
de norte a sul do país. Uma das mais comuns é Bambusa
vulgaris que, apesar de endêmica na China, é encontrada
em basicamente todas as regiões. Essa espécie possui
rizomas paquimorfos, colmos grossos e geralmente verdes (Imbar, 2011;
Instituto Hórus, 2005). A variedade Bambusa vulgaris
var. vittata possui diversos nomes comuns, entre eles: bambu imperial,
bambu brasileiro e bambu verde amarelo. A espécie pode ser
utilizada para a ornamentação, para a produção
de celulose e papel e até mesmo seus brotos são consumidos
na alimentação, apesar do gosto ser um pouco mais amargo
quando comparados a outros tipos de bambus. Dessa espécie,
também se extrai uma bebida alcoólica apreciada
em algumas localidades brasileiras (Vasconcellos, 2010).
Os bambus do gênero Guadua são nativos das Américas
e vastamente encontrados em todas as partes do nosso país,
o qual possui na Amazônia uma das mais vastas florestas
naturais de Guadua angustifolia do mundo. Essa espécie se caracteriza
pela presença de nós brancos em seus colmos, que são
reconhecidos pela elevada resistência. Esse gênero faz
parte da cultura de países como Colômbia e Equador,
estando presentes nas construções de moradias nessas
regiões.
O bambu-mirim (Phyllostachys aurea), mais conhecido no exterior
como “golden
bamboo” (em inglês), é um dos mais disseminados
e também utilizados no mundo todo. A espécie é bastante
adaptada a regiões frias e possui rizoma do tipo lepitomorfo.
Os brotos do bambu-mirim são extremamente apreciados
na culinária
asiática e seus colmos têm uso na confecção
de móveis vergados e trançados. No Brasil,
ele não
se desenvolve muito bem principalmente nas regiões
mais quentes.
Em
geral, a época mais indicada
para a colheita de colmos maduros é no inverno, época
em que esses estão
em baixo metabolismo devido ao frio e se encontram mais secos.
No verão há elevado metabolismo da planta ocorrendo
alta umidade nos colmos que se tornam suscetíveis
ao ataque de fungos. Dessa forma, deve-se evitar a colheita
principalmente durante
essa estação do ano (ABS, 2011).
A escolha da espécie de bambus mais adaptada ao clima da região
e a finalidade de uso da mesma devem ser levados em conta
antes do plantio do bambuzal (ABS, 2011). Geralmente, espécies temperadas
podem ser utilizadas nas regiões mais frias do sul do Brasil;
contudo, às outras regiões se recomenda as
de clima tropical (bambus do tipo paquimorfo) tais como Bambusa
vulgaris (Imbar, 2011).
Logo após as estações frias, ocorrem as épocas
mais indicadas para o plantio (início da primavera), pois
a temperatura ajuda no estabelecimento, promovendo a economia de
energia pela planta até o inverno do ano seguinte.
Apesar de existirem exceções, grandes partes das espécies
de bambus se desenvolvem melhor em solos férteis, levemente ácidos
(pH entre 5,5 e 6,5). A fertilização e irrigação
também são recomendadas, principalmente durante o aparecimento
dos primeiros brotos no início da primavera e logo após
o verão. Em épocas de seca, o aparecimento de folhas
recurvadas é um indício de que há deficiência
de água para a planta (ABS, 2011). Existem espécies
que necessitam de mais insolação do que outras. Assim,
isso deve ser levado em conta, podendo haver a necessidade de sombrite
nas horas de maior incidência solar (Vasconcellos,
2010).
As folhas que caem dos bambuzais também não devem ser
recolhidas. Elas devem permanecer sobre o solo ajudando na reciclagem
de nutrientes (principalmente de silício), também
auxiliando na conservação da umidade e evitando
grandes amplitudes térmicas no solo (ABS, 2011).
Um bambuzal bem manejado, usualmente, pode demorar até 15
anos para chegar à maturidade plena, havendo colmos com resistência,
diâmetro e tamanho ideais para o corte. Para tanto, há a
necessidade de um corte preciso após o primeiro nó.
Os equipamentos para a colheita vão depender do diâmetro
do colmo maduro. Para espécies de bambus gigantes é recomendado
o machado, já as tesouras de poda podem ser usadas nas de
pequeno porte. Os cortes secos se fazem necessários para evitar
rachaduras que aumentam a suscetibilidade ao ataque de insetos e
de fungos nos colmos. Devem-se identificar os colmos já maduros,
de mais de sete anos de idade, para a remoção, permanecendo
os jovens, as brotações e alguns colmos maduros esparsos
para a captação fotossintética de mais energia
nos bambuzais (Wikipédia, 2011; Vasconcellos, 2010). Há algumas
doenças como podridões e alguns insetos que podem diminuir
a produtividade dos bambuzais e também depreciar sua aparência
para fins paisagísticos. Dessa forma, um monitoramento deve
ser realizado promovendo o controle desses agentes depreciantes quando
necessário (ABS,
2011).
Os bambus fazem parte da economia e da cultura de muitos
povos, auxiliando no seu desenvolvimento. Isso também pode ser observado em
algumas partes do Brasil, principalmente devido à alta versatilidade
de uso, ao rápido crescimento e elevada produção
de matéria-seca, sendo facilmente implantados e manuseados
(Imbar, 2011; Vasconcellos, 2010). Dessa forma, muitos estudos ainda
precisam ser conduzidos em busca de novas tecnologias que se traduzam
em melhorias sociais, econômicas e ambientais aos diversos
usuários dos bambus.
Observem a seguir alguns websites de associações, organizações
e institutos responsáveis pela promoção
do uso do bambu, pela troca de informações
e difusão
de seus benefícios. Há também diversos
artigos científicos que abordam um dos principais
usos industriais dos bambus: a utilização
de suas fibras longas para a produção de
papel e celulose. Não deixem de ler mais adiante
a seção de um dos grandes amigos dos bambus
(nosso estimado Hans Jürgen Kleine), que lhes explicará melhor
sobre esse assunto na presente edição da
PinusLetter; assim como os detalhes referentes à constituição,
características e potenciais dessas fibras papeleiras.
Info
Bambu. R. M. Vasconcellos. Bambu Brasileiro. Acesso em 15.01.2011:
O site Bambu Brasileiro apresenta inúmeras informações
sobre as espécies de bambus mais comuns no nosso país.
Além das características morfológicas gerais,
há descrições de técnicas de plantio,
propagação e manejo de bambuzais. Observem também
os principais usos e benefícios dos bambus. O site também
possui fotos de móveis e construções tendo os
colmos do bambu como principal matéria-prima.
Observem:
http://www.bambubrasileiro.com/info/especies/index.html
(Espécies
e taxonomia)
http://www.bambubrasileiro.com/info/ (Informações
gerais)
http://www.bambubrasileiro.com/info/plantio/index.html (Plantio e
morfologia)
http://www.bambubrasileiro.com/info/util/index.html (Utilidades)
Bamboo Society of Australia. (em Inglês). Acesso em 13.01.2011:
Confiram as mais diveras informações que o site “Bamboo
Society of Australia” apresenta. Há possibilidade de
baixar artigos, links, eventos e fóruns abordando informações
de interesse a respeito dos bambus do país em evidência.
http://bamboo.org.au/community/index.php?option=com_content&view=frontpage&Itemid=28 (Home)
http://bamboo.org.au/community/index.php?option=com_docman&Itemid=59 (Downloads)
Bambusa. Wikipédia. Acesso em 13.01.2011:
Confiram as principais características do gênero Bambusa, seus sinônimos, morfologia, distribuição,
usos, etc.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bambusa (em
Português)
http://en.wikipedia.org/wiki/Bambusa (em Inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Bambusa_vulgaris (em Inglês)
Bamboo. Wikipédia. Acesso em 13.01.2011:
O texto técnico presente na enciclopédia gratuita Wikipédia é bastante
completo. Nele podem ser encontradas informações bastante
detalhadas sobre a morfologia, biologia, propagação,
usos e benefícios das principais espécies e gêneros
de bambus encontrados pelo mundo. Confiram no texto em português
as características das espécies mais conhecidas no Brasil.
http://en.wikipedia.org/wiki/Bamboo (Inglês)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bambu (Português)
Bambusa
vulgaris. Plantamed. Acesso em 13.01.2011:
Observem algumas propriedades medicinais atribuídas ao bambu comum
(Bambusa vulgaris) no website Plantamed. Há também os principais
nomes comuns e as indicações de uso.
http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Bambusa_vulgaris.htm
Bambusa vulgaris. Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação
Ambiental. (2005). Acesso em 15.12.2010:
O Instituto Hórus apresenta informações a respeito
de B. vulgaris. O site também informa o estado invasivo da espécie
no estado do Piauí, BR.
http://www.institutohorus.org.br/download/fichas/bambusa_vulgaris.htm
Instituto do Bambu do Brasil. Acesso em 13.01.2011:
O Instituto do Bambu do Brasil realiza pesquisas com as principais espécies
de bambu utilizadas no país. Confiram algumas notícias
e informações que o site dessa instituição
possibilitam para difusão de conhecimento aos interessados.
http://www.nucleo.ufal.br/inbambu/ (Home)
http://www.nucleo.ufal.br/inbambu/noticias/index.jsp (Notícias)
Bamboo of the Americas. (em Inglês). Acesso em 13.01.2011:
O site Bamboo of the Americas objetiva a conservação das
espécies de bambus nativos de todas as Américas. Confiram
as notícias, fotos e projetos disponíveis no site da organização.
http://www.bamboooftheamericas.org/ (Home)
http://www.bamboooftheamericas.org/?cat=7 (Notícias)
http://www.bamboooftheamericas.org/?page_id=13 (Fotos)
INBAR - International Network for Bamboo and Rattan. (em Espanhol e Inglês).
Acesso em 13.01.2011:
A Rede Internacional do Bambu e da Taquara (Imbar) é uma organização
intergovernamental que se dedica em aumentar os benefícios sociais,
ambientais e econômicos que os bambus podem gerar. Confiram isso
no seu website.
http://www.inbar.int/index.ASP (Home)
http://www.inbar.int/Board.asp?Boardid=51 (Missão)
ABS - American Bamboo Society. (em Inglês). Acesso
em 13.01.2011:
A Sociedade Americana do Bambu dissemina informação sobre
os mais variados temas que abordam os diversos gêneros representativos
dos bambus. Há uma lista de espécies de bambus, algumas
das características morfológicas gerais e aspectos de manejo,
propagação, biologia, notícias e questões
que são feitas com maior freqüência pelos interessados
pelos bambus.
http://www.americanbamboo.org/ (Home)
http://www.americanbamboo.org/BooksOnBamboo.html (Literatura sobre bambu)
http://www.americanbamboo.org/FAQ.html (Questões mais freqüentes)
http://www.americanbamboo.org/News.html (Notícias)
http://www.americanbamboo.org/GeneralInfo.html (Informações
gerais sobre bambus)
http://www.bamboo.org/BambooSourceList/ (Lista de espécies)
BambuSC - Associação Catarinense do Bambu. Acesso em 13.01.2011:
O website da associação Catarinense do Bambu têm
diversas informações interessantes, visando principalmente
as formas de ajuda dos bambus na sustentabilidade de processos industriais.
Confiram também as principais espécies, usos e links presentes
relacionados com bambus. Existe uma excelente seleção de
vídeos, palestras e artigos disponibilizados sobre variados temas
relativos aos bambus. Leiam também os diversos artigos de nosso
amigo dos bambus, o químico Hans Jürgen Kleine, um dos mais
atuantes membros da BambuSC.
http://bambusc.org.br/ (Home)
http://bambusc.org.br/?page_id=1049&lang=pt-br (Publicações
da BambuSC)
http://bambusc.org.br/?page_id=178&lang=pt-br (Artigos para downloading)
http://bambusc.org.br/?page_id=365&lang=pt-br (Fotos)
http://bambusc.org.br/?page_id=989&lang=pt-br (Perguntas freqüentes)
The World of Bamboo. Bamboo Web Collection. (em Inglês). Acesso
em 13.01.2011:
O website japonês Bamboo Web Collection apresenta vários
textos técnicos gerais que discutem a taxonomia, morfologia, usos,
benefícios, entre diversas outras informações gerais
e específicas sobre os bambus.
http://www7.ocn.ne.jp/~bwc/ (Home)
http://www7.ocn.ne.jp/~bwc/bwc-e/botany01-e.html (Introdução
aos bambus)
http://www7.ocn.ne.jp/~bwc/bwc-e/botany05-e.html (Taxonomia)
http://www7.ocn.ne.jp/~bwc/bwc-e/botany05-e.html (Fisiologia e morfologia)
El
bambu en México. BambuMex. (em Espanhol). Acesso em 15.12.2010:
O website BambuMex apresenta informações sobre bambus tais
como os seus usos, características gerais, as principais espécies
que foram introduzidas no México, além de descrições
e benefícios de espécies nativas do México e das
Américas. Confiram:
http://www.bambumex.org (Home)
http://www.bambumex.org/paginas/usos%20del%20bambu.htm (Usos do bambu)
http://www.bambumex.org/paginas/galeria.htm (Foto galeria)
http://www.bambumex.org/paginas/que%20es%20una%20especie.htm (O bambu)
http://www.bambumex.org/paginas/introducidos.htm (Os bambus introduzidos
no México)
http://www.bambumex.org/paginas/ASPECTOS%20GENERALES.pdf (Aspectos gerais
do bambu americano)
http://www.bambumex.org/paginas/articulos.htm (Revista Bio Bambu)
Genius Nature Herbs Private Limited. (em Inglês). Acesso em 15.12.2010:
O website da empresa “Genius Nature Herb Private Limited” possui
a descrição de Bambusa vulgaris e também seus principais
benefícios e utilizações pelo ser humano.
http://www.geniusherbs.com/bambusa-vulgaris.html (Bambusa
vulgaris)
Imagens acerca dos bambus
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=Bambusa+tuldoides&rlz=
1I7RNTN_pt-BR&um=1&ie=UTF-8&source=univ&ei=LrMITY-SH8P7
lwfWnujwAQ&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=
1&ved=0CCsQsAQwAA&biw=1259&bih=452 (Bambusa
tuldoides. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&source=imghp&biw=779&bih=395&q=
bambusa+vulgaris&gbv=2&aq=2&aqi=g7g-s1g2&aql=&oq=bambusa (Bambusa
vulgaris - Imagens Google)
http://www.bambooweb.info/ShowPictures.php?Type=B&BooID=75&Desc=&Loc= & Match=AND&Button=Search (Bamboo Photo)
http://web500.com.br/Bambu_Brasil/index.php/bamboo-photo-gallerys/ (Photo
gallery. Mundo bambu)
Uma
Coletânea de Referências Técnicas sobre o Bambu
como Matéria-Prima para a Fabricação de Celulose
e Papel
A
literatura brasileira é muito rica em estudos e artigos técnicos
sobre o uso dos bambus para fabricar diversos tipos de celuloses
e papéis. As principais entidades de pesquisa que possuem
excelente qualificação tecnológica em fibras
de bambus no Brasil são: IAC - Instituto Agronômico
de Campinas; UFV - Universidade Federal de Viçosa; ESALQ -
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", IPT -
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo e INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
Em adição aos estudos acadêmicos, diversas equipes
de pesquisadores de fábricas brasileiras de celulose de mercado
já estudaram os bambus como fonte de fibras integradas às
polpas de eucalipto e Pinus.
Com
a ajuda da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel, que permitiu a disponibilização
de uma importante parcela de artigos técnicos brasileiros sobre
celulose e papel de bambus apresentados na revista "O Papel" e
em congressos técnicos daquela entidade, conseguimos elaborar
uma excelente seleção de artigos para vocês. Aos
que se interessarem por esse tipo de estudo, basta se fazer o download
dos artigos que mais lhes interessarem. Além disso, lembrem-se
que a literatura mundial é definitivamente riquíssima
em estudos papeleiros com os bambus, em especial em alguns países
da Ásia, como China, Índia, Paquistão, etc.
Complementando essa grande seleção, temos uma outra listagem
recomendada de artigos que estão disponibilizados em outras
revistas e websites, na maioria brasileiros. Ela lhes foi preparada
pela Ester Foelkel, que também se agregou com vontade nessa
tarefa de oferecer conhecimento aos interessados na utilização
industrial dos bambus para produção de celulose e papel.
Com essa seleção de artigos, procuramos criar uma base
tecnológica para oferecer suporte a quem se motivar a considerar
os bambus em seus planos futuros de investimentos para produção
de celulose e papel no Brasil. Isso porque o nosso convidado especial,
Sr. Hans Jürgen Kleine vai exatamente mostrar todo o potencial
e as possibilidades que existem para essa matéria-prima para
o Brasil na seção seguinte dessa edição
especial da PinusLetter, dedicada a valorizar essa magnífica
fibra e matéria-prima industrial.
Conheçam nossa seleção
brasileira sobre celulose e papel de bambus criada graças à cooperação
da ABTCP - Associação Brasileira Técnica de
Celulose e Papel:
Bambu - uma fibra a ser descoberta pelo setor. J. Duarte;
R. Moraes; L. Perecin. O Papel (Fevereiro): 42-44. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/01-%20Kleine_
bambu%20fibra%20a%20ser%20descoberta.pdf
Bamboo
- a fiber to be discovered by the industry. J. Duarte; R. Moraes;
L. Perecin. O Papel (Fevereiro): 46-48. (2007)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
02-%20Kleine_bamboo%20fiber%20to%20be%20discovered.pdf
Bambu
- uma fibra excepcional. H. J. Kleine. O Papel (Julho): 52-54.
(2004)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/03-%
20Kleine_bambu%20fibra%20excepcional.pdf
Cada
um na sua. Fibra longa quer crescer - pergunte como? Bambu - a terceira
fibra. L. P. Araújo; F.
Saraiva. O Papel (Fevereiro): 31-38. (2004)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
04-%20Kleine_cada%20um%20na%20sua-fibras%20alternativas.pdf
Prova
de fogo para o bambu brasileiro. R. Mercante. O Papel (Setembro):
61. (2004)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
05-%20Kleine_%20prova%20de%20fogo%20ao%20bambu.pdf
Itapagé utiliza
fibra longa e virgem de bambu com exclusividade. Perfil de empresa.
O Papel (Maio):
35. (1996)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
06-%20itapage%20e%20bambu.pdf
Misturas de polpas brasileiras com o eucalipto. V. Sacon; S. Menochelli;
E. Ratnieks. O Papel (Junho): 49-54. (1995)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
07-%20misturas%20de%20polpas%20com%20o%20eucalipto.pdf
Deslignificação com oxigênio
da polpa kraft de bambu. J. L. Gomide; J. L. Colodette; A. S. Campos.
O Papel (Fevereiro):
25-31. (1992)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
08-%20deslignificacao%20oxigenio%20bambu.pdf
Bambu:
uma alternativa para o déficit de celulose de fibra
longa no Brasil? J. L. Gomide; R. R. Vivone; P. A. M. Gala. 21º Congresso
Anual da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. 16 pp. (1988)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
09-%20bambu%20uma%20alternativa.pdf
Densidade
básica do colmo e fibras celulósicas em progênies
de Bambusa tuldoides. A. Azzini; D. Ciaramello; A. L. B. Salgado; M.
Tomazello Filho. 21º Congresso Anual da ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. p. 17-23. (1988)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
10-%20densidade%20e%20caracteristicas%20fibras%20colmo%20bambu.pdf
Produção conjunta de fibras celulósicas e etanol
a partir do bambu. A. Azzini; M. C. Q. Arruda; D. Ciaramello; A.L.B.
Salgado; M. Tomazello Filho. 19º Congresso Anual da ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. p. 89-100. (1986)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
11-%20producao%20conjunta%20fibras%20e%20etanol%20de%20bambu.pdf
Variabilidade
da constituição química e das características
dimensionais das fibras de Bambusa vulgaris. A. Montalvão Filho;
J. L. Gomide; A. R. Condé. 19º Congresso Anual da ABTCP
- Associação Brasileira Técnica de Celulose e
Papel. p. 15-32. (1986)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
12-%20variabilidade%20quimica%20%20e%20anatomia%20bambu.pdf
Variações dos teores de fibras celulósicas e amido
no colmo de bambu. A. Azzini; M. C. Q. Arruda; D. Ciaramello; A. L.
B. Salgado. 19º Congresso Anual da ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. p. 17-23. (1986)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/13-%20Variacoes%20dos%20
teores%20de%20fibras%20celulosicas%20e%20amido%20%20bambu.pdf
Influência do tempo de estocagem dos colmos e do teor de umidade
dos cavacos nas características e propriedades da polpa kraft
de bambu. R. R. Vivone; J. L. Gomide. 18º Congresso Anual da ABTCP
- Associação Brasileira Técnica de Celulose e
Papel. Volume 1: 129-137. (1985)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
14-%20tempo%20estocagem%20propriedades%20polpas%20bambu.pdf
Influência do teor de células de parênquima nas
características e propriedades da polpa kraft de Bambusa
vulgaris com grau de deslignificação otimizado. J. L. Gomide;
R. R. Vivone; R. Vilar. 18º Congresso Anual da ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Volume 1: 139-147. (1985)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
15-%20parenquima%20bambu%20e%20polpacao.pdf
Influência da pré-extração, com licor residual,
na polpação kraft de bambu. J. L. Gomide; J. L. Colodette;
R. R. Vivone. 17º Congresso Anual da ABTCP - Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel. Volume 1: 187-210. (1984)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
16-%20pre-extracao%20bambu%20licor%20residual.pdf
Polpação kraft de bambu com pré-extração
aquosa. A. Montalvão Filho; J. L. Gomide; A. R. Condé.
17º Congresso Anual da ABTCP - Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. 18 pp. (1984)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
17-%20pre-extracao%20aquosa%20bambu.pdf
Desfibramento
do bambu visando a produção conjunta de
celulose e amido. I- Extração de amido. A. Azzini. 16º Congresso
Anual da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. Volume 1: 229-240. (1983)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
18-%20producao%20de%20celulose%20%20amido%20bambu.pdf
Utilização do fator H na polpação alcalina
de Bambusa vulqaris var. vulgaris. R. C. Oliveira. 16º Congresso
Anual da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. Volume 1: 241-257. (1983)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
19-%20polpacao%20bambu%20e%20fator%20H.pdf
Producción y evaluación de pulpas celulósicas
a partir de diferentes espécies de bambu. H. Caceres. 16º Congresso
Anual da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. Volume 4: 1027-1041. (1983)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
20-%20pulpas%20celulosicas%20bambu.pdf
Influência do álcali ativo e da temperatura na polpaçao
kraft de Bambusa vulgaris. J. L. Gomide; J. L. Colodette; R. C. Oliveira.
15º Congresso Anual da ABTCP - Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. Volume 1: 189-203. (1982)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
21-%20influencia%20alcali%20polpacao%20kraft%20bambu.pdf
Bambu
e suas possibilidades industriais. A. Azzini; A. L. B. Salgado. 15º Congresso Anual da ABTCP - Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. Volume 1: 205-224. (1982)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
22-%20bambu%20e%20suas%20possibilidades.pdf
Influência da idade do Bambusa
vulgaris nas suas características
químicas e anatômicas visando a produção
de polpa. J. L. Gomide; R. C. Oliveira; J. L. Colodette. 14º Congresso
Anual da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. Volume 1: 05-29. (1981)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
23-%20influencia%20idade%20bambu%20e%20polpacao.pdf
Características papeleiras dos bambus da região do Acre
da Amazônia. A. A. Correa; C. N. R. Luz; F. J. L. Frazão.
10º Congresso Anual da ABTCP - Associação Brasileira
Técnica de Celulose e Papel. p. 97-112. (1977)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
24-%20caracteristicas%20do%20bambu%20do%20Acre.pdf
Influência das dimensões
dos cavacos de Bambusa
vulgaris no rendimento, porcentagem de rejeitos, número kappa e alvura
da celulose obtida pelo processo sulfato. A. Azzini. 9º Congresso
Anual da ABTCP - Associação Brasileira Técnica
de Celulose e Papel. p. 201-213. (1976)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
25-%20influencia%20dimensoes%20cavacos%20bambu.pdf
Celulose
de bambu. A. Azzini; D. Ciaramello; V. Nagai. 5ª Convenção
Anual da ABCP - Associação Técnica Brasileira
de Celulose e Papel. p. 195-201. (1972)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/
outros/26-%20celulose%20de%20bambu%20Azzini.pdf
Celulose
de bambu. B. V. P. Redko. 4ª Convenção
Anual da ABCP - Associação Técnica Brasileira
de Celulose e Papel. 10 pp. (1971)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/
27-%20celulose%20de%20bambu%20Redko.pdf
Seleção de alguns outros artigos técnicos e científicos
sobre o bambu na fabricação de papel e celulose:
Caracterização das propriedades anatômicas, químicas
e densidade da espécie Bambusa vulgaris Schard. Ex
J. C Wendl., para a produção de celulose kraft com
diferentes cargas de álcali. E. A. Bonfatti Jr. Monografia
de Conclusão
de Curso. UnB - Universidade de Brasília. 67 pp. (2010)
http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/1404/1/2010_EraldoBonfattiJunior.pdf
Avaliação dos processos de polpação soda-antraquinona
e bissulfito-base magnésio para bambu. M. A. V. Fernández.
Dissertação de Mestrado. ESALQ / USP. 91 pp. (2010)
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/
tde-03082010-084832/publico/Miguel_Fernandez.pdf
Evaluation of the pulp and paper potential of a Nigerian grown Bambusa
vulgaris. O. Oguzile; C. F. Uwajeh. World Applied Sciences Journal
6(4): 536-541. (2009)
http://www.idosi.org/wasj/wasj6(4)/14.pdf
Socio-economic importance of bamboo (Bambusa vulgaris)
in Borgu, local government area of Niger State, Nigeria. A. A. Ogunjinmi; H. M. Ijeomah;
A. A. Aiyeloja. Journal of Sustainable Development in Africa 10(4):
284-298. (2009)
http://www.jsd-africa.com/Jsda/V10N4_Spring2009/PDF/
Socio-Economic%20Importance%20of%20Bamboo.pdf
Caracterização da cadeia produtiva do bambu no Brasil:
abordagem preliminar. A. P. Manhães. Monografia de Conclusão
de Curso. UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 39
pp. (2008)
http://www.bambusc.org.br/wp-content/uploads/2009/05/
caracterizacao_cadeira_produtiva_adriana_pellegrini_manhaes.pdf
Bamboo. A fiber resource with great potential. Hurterconsult. 05 pp.
(2002)
http://www.paperonweb.com/Articles/bamboo.pdf
Potential of bamboo (Bambusa vulgaris) as a source of raw
material for pulp and paper in Ghana. D. Sekyere. Forestry Research Institute
of Ghana. Journal of Forestry: 49-56. (1994)
http://www.fornis.net/system/files/bamboo_rawmaterial.pdf
Densidade básica do colmo e fibras celulósicas em progênies
de Bambusa tuldoides Munro. A. Azzini; D. Ciaramello; A. L. B. Salgado;
M. Tomazello Filho. Bragantia 47(2): 239-246. (1988)
http://www.scielo.br/pdf/brag/v47n2/08.pdf
Estrutura anatômica, dimensões das fibras e densidade
básica de colmos de Bambusa vulgaris Schrad. M. Tomazello Filho;
A. Azzini. IPEF (36): 43-50. (1987)
http://www.bambubrasileiro.com/arquivos/Estrutura%
20Anatomica%20Densidade%20-%20Tomazello%20e%20Azinni.pdf
Process for making a pulp from bamboo. E. J. Villavicencio. Freepatentsonline.
(1987)
http://www.freepatentsonline.com/4857145.html
Variabilidade da constituição química e das características
dimensionais das fibras do Bambusa vulgaris. A. Montalvão Filho;
J. L. Gomide; A. R. Condé. Revista Árvore 8(1): 12-27. (1984)
http://books.google.com.br/books?id=B4aaAAAAIAAJ&pg=
PA26&lpg=PA26&dq=%22BAMBUSA+VULGARIS%22+pulp&source=
bl&ots=JSxj5vAihL&sig=tbz1XhnC8hawkNpw4VqnKt2WFJU&hl=pt-BR&ei=
lSYwTbyDHcvSgQeFq_GRCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=
18&ved=0CLIBEOgBMBE#v=onepage&q=%22BAMBUSA%20VULGARIS%22%20pulp&f=false
Influência do álcali ativo e da temperatura na polpação
kraft. J. L. Gomide; J. L. Colodette; R.C. Oliveira. Revista Árvore
5(2): 181-193. (1981)
http://books.google.com.br/books?id=tIqaAAAAIAAJ&pg=PA193&lpg=
PA193&dq=%22BAMBUSA+VULGARIS%22+pulp&source=bl&ots=
6z7TgcvqFr&sig=pKFr7erUCb33F8gOFeRj9u4BW8A&hl=pt-BR&ei=
9zUwTaHOF8_TgAeH9_DqCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=
19&ved=0CLUBEOgBMBI#v=onepage&q=%22BAMBUSA%20VULGARIS%22%20pulp&f=false
Celulose monossulfito a partir de Bambusa vulgaris Schrad. A. Azzini;
V. Nagai; D. Ciamarello. Bragantia 38(1): 132-144. (1979)
http://www.scielo.br/pdf/brag/v38n1/14.pdf
Deslignificação alcalina rápida para produção
de celulose química de Bambusa vulgaris var. vitatta. L. E.
G. Barrichello; C. E. B. Foelkel. IPEF 11: 83-90. (1975)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr11/cap06.pdf
Produção de celulose sulfato a partir de misturas de
madeira de Eucalyptus saligna com pequenas proporções
de cavacos de Bambusa vulgaris var. vitatta. L. E. G. Barrichelo; C.
E. B. Foelkel. IPEF (10): 93-99. (1975)
http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr10/cap06.pdf
Bambu como matéria-prima para papel. IV — estudos sobre
o emprego de cinco espécies de Bambusa, na produção
de celulose sulfato. A. Azzini; D. Ciaramello. Bragantia 30(23): 305-319.
(1971)
http://www.scielo.br/pdf/brag/v30n2/15.pdf
Bambu como matéria-prima para papel. Estudo de processos de
cozimento em material de Bambusa tuldoides Munro. D.
Ciaramello. Bragantia 29(2): 12-22. (1970)
http://www.iac.br/Bragantia/volume/2901/290102.pdf
Influência da idade do colmo sobre a qualidade papeleira do bambu
imperial. J. C. Medina; D. Ciaramello. Bragantia 24(32): 412-435. (1965)
http://www.scielo.br/pdf/brag/v24nunico/32.pdf
Com
a Palavra, os Grandes Autores ...
Hans Jürgen Kleine
Hans
Jürgen Kleine é químico formado pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1971 e concluiu especialização
em Qualidade e Produtividade em 1994 na Universidade Federal de Santa Catarina.
Atuou profissionalmente por 32 anos em três grandes empresas
do setor brasileiro de celulose e papel: Indústria de Celulose Borregaard
(atual CMPC Celulose Riograndense - RS), Cenibra (MG) e Klabin (SC), ocupando
cargos em supervisão de produção, gestão ambiental,
gestão da qualidade, gestão de segurança e atendimento
a clientes no exterior. Ele também foi pioneiro na implantação
da primeira Comissão Interna de Meio Ambiente em fábricas de
celulose e papel no Brasil e atuou em uma das maiores estações
de tratamento de efluentes industriais de Santa Catarina. A partir de 2003,
passou a ocupar parte do seu tempo ao estudo do bambu, ajudando também
na fundação da BambuSC - Associação Catarinense
do Bambu. Recentemente, Hans Kleine publicou um livro sobre os bambus através
da BambuSC - Associação Catarinense do Bambu e de título: “Bambu:
Tecnologia da Durabilidade”, cujos dados e orientações
para aquisição estão a seguir: http://bambusc.org.br/wp-content/uploads/2010/11/bambu-tecnologia-da-durabilidade-amostra.pdf e http://bambusc.org.br/?page_id=1049&lang=pt-br.
Agradecemos com sincera admiração a oferta desse excelente
artigo escrito pelo Hans Kleine, nosso estimado amigo de longos anos e que
enriqueceu sobremaneira
essa edição da PinusLetter.
Celulose
de Bambu: uma Commodity em Potencial
por Hans Jürgen Kleine
Resumo
Apesar de ser produzida em larga escala e com excelente qualidade
em diversos países e continentes, a celulose de bambu ainda não gera excedentes
exportáveis em nenhum país. Por isso, ainda não é um
item reconhecido no comércio internacional, bem ao contrário
de outras celuloses que já têm status de commodity, como as de
coníferas e a de eucalipto, entre outras. No entanto, a conjuntura atual é favorável à introdução
da celulose de bambu no mercado. Os países que já a produzem
em larga escala, como a Índia e a China, estão na liderança
do crescimento econômico mundial no momento e buscam novas oportunidades
para expansão da atividade em terras disponíveis na África
e na América Latina, onde o clima também é adequado à cultura
do bambu.
Ao mesmo tempo, há uma redução gradativa de produção
nos tradicionais países fornecedores de celulose, situados em regiões
de clima frio, como Estados Unidos, Canadá, países da Escandinávia,
Rússia e Japão, que sofrem ao mesmo tempo de estagnação
econômica, elevados custos de produção e baixa produtividade
florestal. Além disso, a cadeia produtiva do bambu recebeu constantes
aperfeiçoamentos tecnológicos nas últimas décadas,
tanto nos aspectos silviculturais quanto nos aspectos industriais. Hoje é possível
obter com o bambu um elevado rendimento em biomassa por hectare/ano, semelhante
ao do eucalipto, e as fábricas já podem usar instalações
modernas, de grande capacidade e de baixo impacto ambiental. Por tudo isso,
parece faltar pouco para que a celulose de bambu faça a sua estréia
no mercado internacional e assuma um papel de destaque no decorrer do século
21. E o Brasil poderá ser o líder deste processo.
Qualidade testada e aprovada
Usar bambu na fabricação de papel não é nada realmente
novo ou extraordinário, nem no Brasil - onde já acumulamos mais
de meio século de experiência industrial com ele - nem no mundo.
O maior produtor é a Índia, seguida pela China, país no
qual o papel de bambu foi inventado há séculos. Das mais de mil
e duzentas espécies de bambu existentes, mais de uma centena já foi
testada e aprovada como matéria-prima para papel. Apenas duas delas
são usadas no Brasil para fazer sacos de cimento e outros tipos de papéis
de embalagem. Ambas são do gênero Bambusa, o mais difundido
no mundo, mais especificamente das espécies Bambusa vulgaris e Bambusa
tuldoides, encontradas em todas as regiões do país. Na Ásia,
os gêneros mais usados são Dendrocalamus, Melocanna e Gigantochloa nas
regiões tropicais e Phyllostachys nas regiões temperadas,
sendo cada um deles representado por diversas espécies.
Praticamente, todos os tipos de papel são produzidos a partir da celulose
de bambu, o que lhe confere uma grande flexibilidade de comercialização.
Isto é possível graças às dimensões das
suas fibras, que podem ser compridas como as de coníferas, porém
delgadas como as do eucalipto. Apesar disso, os bambus ainda têm uma
participação modesta na produção mundial de celulose,
dominada pelas tradicionais fibras extraídas de árvores. A explicação
para isso talvez possa estar na forma como se desenvolveu o mercado mundial
de celulose, a partir do final do século 19. Nas regiões de clima
temperado da Europa, da América do Norte, da Rússia e do Japão
havia muitas florestas, tanto as de árvores coníferas, que têm
fibras de celulose longas, quanto as de árvores folhosas, que têm
fibras curtas. Nestas regiões, o crescimento florestal é lento,
mas mesmo assim não havia falta de matéria-prima para atender
a um mercado que crescia moderadamente.
Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma expansão acelerada do
mercado mundial, que incentivou alguns países tropicais, liderados pelo
Brasil, a produzir celulose de eucalipto, árvore de clima tropical e
de fibras curtas, causando uma verdadeira revolução no mercado.
O eucalipto cresce muito mais rápido e tem uma produtividade que chega
a ser até cinco vezes superior à das culturas tradicionais. Alguns
países tropicais, como o Brasil e a Indonésia, conseguiram gerar
excedentes exportáveis e com isso houve um gradual deslocamento do mercado
de celulose de fibra curta, favorecendo estes países. O bambu também
tem rápido crescimento e elevada produtividade e gera uma celulose de
fibras longas, médias ou curtas, dependendo da espécie. Mas,
por enquanto, a celulose de bambu é absorvida integralmente no mercado
interno dos países produtores, não havendo ainda excedentes exportáveis.
Portanto, ela ainda não é uma commodity atualmente.
Silvicultura e produtividade dos plantios
Os bambus não são árvores, mas sim gramíneas, e
exigem dos engenheiros florestais conhecimentos específicos e muito
distintos do senso comum. Isso cria uma certa barreira cultural, que dificulta
a aceitação e a difusão do bambu como matéria-prima
para celulose nos países que ainda não são produtores
tradicionais, até mesmo no Brasil. Ao contrário das árvores,
o bambu só precisa ser plantado uma única vez e ele tampouco
exige o uso de adubo ou inseticidas, o que reduz o custo de produção.
A cada ano ocorrem novas brotações, aumentando a quantidade de
colmos a serem colhidos. As colheitas podem ser anuais também, fazendo-se
um corte seletivo em função da idade dos colmos. O ideal é colher
apenas colmos maduros, isto é, com idade superior a três anos,
que apresentam fibras mais resistentes. Um bambuzal é perene, ou seja,
não tem limite de idade, mas cada colmo individual dura em média
apenas dez anos e depois seca e morre, se não for colhido a tempo.
A colheita dos colmos destinados à fabricação de celulose
pode ser feita a princípio em qualquer época do ano, mas recomenda-se
evitar o período da brotação, para não danificar
os brotos, enquanto crescem alimentados pela seiva dos colmos mais antigos.
Cortam-se os colmos logo acima do primeiro ou do segundo nó, com um
serrote ou outra ferramenta de corte que evite a formação de
rachaduras, de modo a evitar também a formação de um copinho,
que possa acumular água da chuva. Tanto as rachaduras quanto o copinho
podem provocar o apodrecimento do rizoma e afetar a saúde da moita.
Ainda não existe equipamento para colheita mecanizada, pois os principais
produtores são países com mão-de-obra barata. Os colmos
cortados devem ser deixados no campo para secar. A manutenção
dos ramos e da folhagem acelera o processo de secagem, devido à transpiração
das folhas. Após duas semanas, as folhas secam e caem ao chão
e, em climas tropicais, não é necessário esperar mais
tempo para processar os colmos em cavacos, usando um picador móvel no
campo. Em climas temperados ou frios, a secagem natural é mais lenta. É mais
econômico transportar a colheita na forma de cavacos e não de
colmos inteiros, para reduzir o volume. A separação e classificação
dos cavacos por tamanho pode ser feita na fábrica e os cavacos rejeitados
são em geral usados para a geração de energia.
Os dados econômicos disponíveis sobre o cultivo do bambu no Brasil
são escassos, de modo que é difícil falar em valores médios
de produtividade. Ela varia tanto entre regiões como entre espécies
e depende muito do regime de chuvas e das temperaturas. A empresa que tem os
maiores plantios é o Grupo João Santos (Pernambuco e Maranhão),
com algo em torno de 50 mil hectares de Bambusa vulgaris. Este espécie é ideal
para produzir celulose e papel, por reunir três vantagens: as fibras
são longas e resistentes, a produtividade é elevada e a produção
de novas mudas é muito fácil. Mas, dois fatores reduzem a produtividade
desta empresa: a localização dos plantios em um clima que apresenta
longos períodos de seca de até seis meses por ano e a colheita,
que é do tipo corte raso, a cada dois anos. Com isso a produtividade é de
apenas 20 t/ha.ano (base seca), quando em condições adequadas
poderia ser de até 40 t/ha.ano (base seca). No caso de Bambusa tuldoides os
valores normais são de 30 t/ha.ano (base seca). Com irrigação
e adubação é possível compensar as perdas causadas
pela seca e por solos pobres. Outras espécies adequadas para celulose,
mas ainda não plantadas em grandes áreas no Brasil são: Dendrocalamus strictus, Bambusa balcooa, Bambusa oldhami, Phyllostachys
pubescens, Dendrocalamus giganteus, entre outras. Todas as espécies indicadas são
usadas na Índia, exceto Phyllostachys pubescens (China).
O custo de implantação de um bambuzal no Brasil depende muito
da disponibilidade de mudas. Grandes produtores devem implantar o seu próprio
viveiro, pois nas floriculturas o preço varia entre 10 e 100 reais por
muda, dependendo da espécie e do porte. O transporte de mudas também é caro. É muito
raro plantar a partir de sementes. A micropropagação será a
solução mais viável para reduzir o custo das mudas.
Tecnologia industrial de ponta
O processo industrial de fabricação de celulose de bambu é em
quase tudo idêntico ao de qualquer outra celulose de árvores.
A maior diferença está no teor de sílica, que é bem
mais elevado nos bambus e exige uma maior purga da lama de cal no ciclo de
recuperação dos produtos químicos usados no cozimento.
Até há poucos anos atrás só existiam fábricas
de pequena capacidade produtiva, usando equipamento pouco atualizado, gerando
grandes impactos tanto nos custos quanto no meio ambiente. Mas no início
de 2008 entrou em operação a moderna fábrica de celulose
de bambu da Guizhou Chitianhua Paper Industrial Co., localizada próxima à cidade
de Chishui, província de Guizhou, na China. Os equipamentos de sua linha
de fibras foram fornecidos pela Kvaerner Pulping, do grupo finlandês
Metso, estabelecendo um novo padrão em termos de capacidade e de nível
tecnológico. O projeto prevê uma capacidade produtiva de 750 ton/dia
ou 200.000 ton/ano de papéis de imprimir e escrever, para um consumo
de 800.000 ton/ano de bambu de cinco diferentes espécies de bambu tropical,
supridos pelas extensas reservas naturais existentes em um raio de 100 km ao
redor da fábrica. A área total necessária para abastecer
a fábrica foi estimada em 23.000 hectares. A celulose produzida é de ótima
qualidade e as suas fibras têm comprimento médio de 1,5 mm, bem
superior ao das fibras de eucalipto. Em todas as etapas do processo foram empregados
equipamentos que representam o atual estado da arte e que garantem economia
de energia e de insumos, bem como a minimização dos impactos
ambientais. O investimento total foi de apenas US$ 365 milhões, incluindo
os plantios da própria empresa, que somam 6.500 hectares. Ficou assim
provado na prática que é possível produzir celulose de
bambu sem os inconvenientes custos econômicos e ambientais do passado.
Quantas destas fábricas poderíamos instalar no Brasil? Muitas,
com certeza.
Mercados e vantagem competitiva do Brasil
Atualmente a celulose de bambu é mais usada em papéis de embalagens,
substituindo a celulose de coníferas, que têm custo de produção
mais elevado. Em menor escala também são produzidos papéis
higiênicos e de imprimir e escrever. No futuro é possível
que ela venha a rivalizar até mesmo com a celulose de eucalipto, uma
vez que o aumento de escala de produção e a entrada do produto
no mercado internacional permitirão alcançar preços ainda
mais competitivos.
Como qualquer cultura florestal, o bambu necessita de solo adequado, muito
sol e muita chuva (ou água de irrigação). Tudo isso o
Brasil tem em quantidade e não há país no mundo com mais áreas
ainda não cultivadas e disponíveis para a agricultura como aqui.
O Brasil também tem a maior reserva natural de bambus nativos do planeta,
numa área de 180.000 quilômetros quadrados, que abrange 40% do
Estado do Acre e se estende além das fronteiras com a Bolívia
e o Peru. Nesta reserva há seis espécies de bambus nativos, com
predominância de Guadua weberbaueri, um bambu de porte médio e
ainda não explorado comercialmente. Além disso, existem outras
230 espécies nativas de bambu no país, sendo a maioria bambus
de pequeno porte, sem uso comercial até o momento.
O Brasil tem inclusive algumas regiões de clima temperado, que se prestam
ao cultivo das espécies que toleram geadas, embora não seja necessário
lançar mão deste recurso, já que é possível
cobrir todo o espectro de tipos de papel apenas usando espécies tropicais.
Com isso, garantimos o principal: a possibilidade de produzir a matéria-prima
sem depender de nenhum outro país. O Brasil tem também uma longa
tradição no desenvolvimento de tecnologia florestal e industrial
no setor de celulose e papel, no caso de Pinus e eucalipto, que tornaram
o país campeão de baixo custo de produção. Certamente
não deveremos encontrar dificuldades intransponíveis para desenvolver
nossa própria tecnologia de produção de celulose de bambu,
para qualquer tipo de papel existente no mercado, se assim desejarmos.
Comparando a situação brasileira com a de outros grandes produtores
de celulose de bambu atuais, veremos que a China já produz alguns milhões
de toneladas por ano, o que não impede que o país seja um importador
de quantidades crescentes de celulose a cada ano, dada a sua imensa população.
O mesmo vale para a Índia e outros países produtores de celulose
de bambu. Só a América Latina e a África teriam condições
de gerar excedentes exportáveis, com destaque para o nosso país.
Políticas públicas
e a iniciativa privada
A grande dúvida é quando o Brasil vai começar a produzir
celulose de bambu em quantidades significativas. Temos atualmente apenas dois
produtores de pequeno porte e não existem projetos novos anunciados
para os próximos anos. Uma boa notícia é que no Congresso
Nacional está tramitando uma lei de incentivo à cultura do bambu,
que já foi aprovada na Câmara Federal e agora tramita no Senado,
faltando pouco para entrar em vigor, possivelmente ainda no início de
2011. O Ministério da Ciência e Tecnologia também lançou
há dois anos o primeiro edital, via CNPq, para financiar doze projetos
de pesquisa na área de desenvolvimento do bambu a nível nacional,
formando a REDEBAMBU, que reúne as instituições acadêmicas
que se dedicam à pesquisa do bambu.
Entre leigos e estudiosos, há os que se autodesignam “bambuzeiros” e
que usam a Internet como meio de comunicação preferencial. Há dez
anos foi criado o site Bambu Brasileiro, do designer Raphael Vasconcellos,
que divulga informações básicas sobre diversos aspectos
da cadeia produtiva do bambu, além de coordenar um grupo de discussão
com mais de mil participantes. Merecem destaque também a Rede Social
do Bambu, a Associação Catarinense do Bambu (BambuSC), a Associação
Gaúcha do Bambu e o grupo Bambuzal Bahia, entre outras entidades formais
e informais.
Ainda são poucas as empresas que se dedicam exclusivamente ao bambu.
Entre elas, há fabricantes de móveis, material de decoração
e de artesanato. Há também diversos arquitetos e engenheiros
civis especializados em construções com bambu, e existem diversas
entidades que oferecem cursos, palestras e publicações sobre
a planta. Existe, assim, um público interessado no assunto e é possível
ter acesso às informações básicas acerca das peculiaridades
dos bambus. Mas ainda faltam viveiros grandes, capazes de fornecer milhares
de mudas a curto prazo para produtores rurais que queiram plantar bambu em áreas
maiores. A técnica da micropropagação do bambu já está sendo
desenvolvida nos laboratórios da USP e em outros centros de pesquisa
e dentro de pouco tempo deverá possibilitar a multiplicação
da oferta de mudas em todo território nacional.
Este, portanto, poderia ser o momento ideal para as grandes empresas de reflorestamento
aprender a lidar com o bambu, plantando um ou dois por cento de suas áreas
disponíveis. Algumas empresas de menor porte já estão
plantando em áreas de até 50 hectares, nos estados das Regiões
Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Parece ser apenas uma questão de tempo
para o bambu surgir como uma nova commodity no mercado de celulose internacional,
tendo o Brasil na liderança de novo.
Ou será que vamos desperdiçar a oportunidade?
Referências
Técnicas da Literatura Virtual
Grandes Autores sobre os Pinus
Professor Dr. Clóvis Roberto Haselein
Clóvis
Roberto Haselein nasceu na cidade de
Santiago, no Rio Grande do Sul, e passou boa parte de sua infância
e juventude no mesmo estado, mais precisamente no interior da cidade
de Toropi. Dessa forma, a vivência na zona rural fez com que
a escolha do curso superior em Engenharia Florestal fosse uma opção
natural, algo que veio de suas origens, visto à afinidade do
curso com a área agrícola. Assim, graduou-se engenheiro
florestal na Universidade de Santa Maria (UFSM) no ano de 1985. Desde
então, já se interessava por tecnologias e melhorias
dos produtos e pela qualidade da madeira, hoje uma de suas principais
especializações. Tal interesse fez com que permanecesse
por mais dois anos realizando pesquisas sobre o tema em seu mestrado
em Ciências Florestais na Universidade Federal de Viçosa
(UFV). Uma das razões pela qual Clóvis Haselein se dedicou à difusão
de pesquisas sobre tecnologia de produtos florestais foi justamente
a pouca informação existente na área durante seu
curso de graduação. Aliás, até hoje, o
assunto é relativamente escasso e pouco difundido, existindo,
segundo entrevista dada pelo homenageado à PinusLetter, diversos
profissionais de outros ramos e formações trabalhando
nesse setor. Com isso, acabou seguindo para o lado científico
e posteriormente, também o acadêmico, ingressando como
professor adjunto do Departamento de Ciências Florestais da UFSM,
em 1993. O Prof. Clóvis Haselein continuou sua busca por soluções
dos principais problemas da área tecnológica da madeira,
vinculando-se em estudos e pesquisas no “College of Forestry”,
Departamento de Produtos Florestais da Universidade do Oregon, EUA,
onde concluiu o seu doutorado pela instituição, em 1998.
Durante esse período, elaborou estudos de simulações
numéricas de prensagem de compósitos de fibras de madeira.
Desde então, Dr. Clóvis Haselein vem dedicando boa parte
de seus esforços na formação de profissionais
da área através das disciplinas que leciona na UFSM,
ligadas às tecnologias de produtos florestais, tanto da graduação
como da pós-graduação. Nessa última, contribuiu
e continua colaborando com diversas pesquisas abordando a madeira dos
Pinus. Desde sua entrada na UFSM como professor já atuou em
outros cargos da instituição, sendo responsável
pelo laboratório de produtos florestais, foi sub-chefe do DCFL
- Departamento de Ciências Florestais, participou de diversos
projetos de pesquisa, e conselhos de ensino e de extensão universitária.
Atualmente, Dr. Haselein dispõe para a leitura na internet diversos
artigos técnicos e científicos, dissertações,
teses, resumos e trabalhos em eventos onde atuou como primeiro ou segundo
autor. Muitos desses trabalhos abordam a madeira e produtos dos Pinus. O gênero sempre chamou a atenção do pesquisador
pelas formações florestais no Brasil e principalmente
pelo comportamento da madeira de suas espécies. Clóvis
Haselein relatou que no passado existia uma contradição
quanto à qualidade da madeira do Pinus no Brasil e que não
condizia com o observado no exterior, o que confirmou quando lá estudou.
Em países do hemisfério norte, a madeira de espécies
do gênero são utilizadas para a confecção
de móveis, serraria e altamente empregadas nos mais diversos
ramos da construção civil. Já no nosso país,
a madeira do Pinus era considerada leve, de baixa resistência,
pouca durabilidade e não era recomendada para a construção
civil. Clóvis Haselein, com todos os trabalhos que publicou,
já ajudou muito a desmistificar essa idéia errônea
sobre a madeira do Pinus. Apesar disso, ainda há muito a informar
e difundir em termos de conhecimentos a respeito dos benefícios
da madeira desse gênero para boa parte da população
brasileira.
Outra área que já atraiu e continua tendo interesse para
as pesquisas de Dr. Haselein é a estrutura da madeira. Ele busca
adequar a madeira do Pinus à realidade do país, ajudando
a quebrar algumas barreiras culturais existentes. O pesquisador também
se motiva em estudar os resíduos da madeira dos Pinus, importantes
sobras de processos industriais, para a elaboração de
chapas e painéis de madeira reconstituída. Clóvis
Haselein comentou que talvez a madeira estrutural reconstituída
tenha maior aceitação no mercado brasileiro do que a
própria madeira sólida. Um exemplo disso, relatado pelo
homenageado é o painel OSB feito com resíduos de Pinus: em pouco tempo que foi lançado no país, já alcançou
rapidamente o sucesso, sendo bastante empregado na construção
civil, principalmente pela maior previsibilidade que apresenta em relação às
propriedades da madeira sólida.
Além da madeira do Pinus, o professor também trabalha
com outros gêneros de coníferas e folhosas, não
podendo deixar de pesquisar a madeira do eucalipto e tecnologia para
aproveitamento de seus resíduos pela indústria. Também
já estudou a madeira do pinheiro-do-Paraná e as de outras
espécies nativas do sul do Brasil. Porém, ele lamenta
a falta de incentivos governamentais, dificuldades para obtenção
de materiais apropriados para estudos e burocracias geradas por órgãos
governamentais, que evitam que mais pesquisas e conhecimentos sejam
gerados.
O Dr. Clóvis R. Haselein relatou a satisfação
que possui em ajudar na formação de profissionais de
qualidade para atuar no setor florestal. O professor possui diversos
estudantes de iniciação científica na UFSM, sem
contar ainda nas orientações de mestrado e doutorado.
A pós-graduação é a atividade em que o
professor mais se dedica e que consequentemente já lhe causou
grandes realizações profissionais. Mesmo assim, o homenageado
não vê, devido sua própria e conhecida modéstia,
obras e pesquisas de destaque ou que tenham chamado mais a atenção
no setor. Todas têm e tiveram, segundo ele, sua contribuição
para gerar motivações e inovações na formação
de idéias que podem se tornar realidades com o tempo .
Segundo Haselein, uma das principais dificuldades para a melhor aceitação
da madeira do Pinus no Brasil é ainda a presença em alta
proporção de lenho juvenil. O professor acredita que
o manejo correto das plantações, havendo rotações
mais longas, poderia resolver em parte o problema. Outras soluções
para o mesmo entrave seriam melhorias na classificação
mecânica da madeira do Pinus, além da promoção
do melhoramento genético do gênero. Essa última
seria uma medida que resolveria o problema a longo prazo.
Dr. Clóvis
R. Haselein comentou ainda que para a melhoria da utilização
da madeira do Pinus na construção civil há que
se modificar o pensamento de muitos arquitetos e engenheiros. Tarefa,
segundo o homenageado, nada fácil. Dessa forma, acredita que
através da pesquisa e projetos futuros poderá continuar
contribuindo para a geração de conhecimentos e de novas
tecnologias referentes ao assunto. Espera com isso, colaborar para
o aumento do uso das madeiras de Pinus no Brasil.
Observem a seguir algumas palavras desse amigo do Pinus relatando sobre
o que ainda falta para melhorar a sustentabilidade, produtividade e
uso da madeira do Pinus no futuro do nosso país:
"Não é apenas no caso dos Pinus - penso ser imprescindível
melhorar o aproveitamento da madeira no Brasil, através da introdução
de modificações na cadeia produtiva hoje pouco (ou mal)
organizada. Há necessidade de melhorar a logística desse
setor, ainda distante do adequado. Gostaria de ver o setor madeireiro
agrupado, formando clusters industriais de forma a permitir utilização
integral da madeira nas suas mais diferentes formas (incluindo resíduos),
a exemplo do que ocorre nas principais regiões madeireiras no
mundo desenvolvido. Em algumas poucas regiões no Brasil pode-se
ver isso formando-se lentamente, baseado principalmente nos povoamentos
de Pinus".
O currículo Lattes do professor Dr. Clóvis Roberto Haselein
também pode ser acessado em http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4781437J2.
Nele se pode observar a grande colaboração do homenageado
perante a sociedade brasileira, orientando diversos alunos, participando
de muitos projetos de pesquisa e de bancas de defesas de monografias,
dissertações e teses, muitas envolvendo os Pinus.
Nos seus inúmeros artigos científicos com sua autoria ou
co-autoria, também é possível observar alguns
outros gêneros arbóreos que trabalhou, tais como a acácia-negra,
grevilha, pecan (Carya illinoinensis) e até mesmo espécies
de bambu.
Clóvis Haselein possui mais de 90 artigos técnicos
e trabalhos completos em congressos publicados. Desses, destacamos
37 que estão relacionados com a madeira do gênero Pinus e
também com o pinheiro-do-Paraná (Araucaria
angustifolia)
e estão disponíveis abaixo para download. Há ainda à disposição
de vocês, catorze dos seus artigos relacionados com o eucalipto
e qualidade de sua madeira, chapas reconstituídas entre outros.
Seleção de artigos do Dr. Clóvis Haselein e
equipe com Pinus e
coníferas:
Avaliação do isolamento térmico de três
diferentes materiais usados na construção e preenchimento
de paredes externas. M. C. Navroski; D. B. Lippert; L. Camargo; M.
O. Pereira; C. R. Haselein. Ciência da Madeira 01(01): 41-51.
(2010)
http://www.ufpel.edu.br/revistas/index.php/cienciadamadeira/
article/download/9/cienciadamadeiran1v1a4
Soldagem
da madeira. M. T. Müller; R. R. Melo; D. M. Stangerlin;
C. R. Haselein. Ciência da Madeira 01(01): 01-10. (2010)
http://www.ufpel.edu.br/revistas/index.php/cienciadamadeira/
article/download/6/cienciadamadeiran1v1a1
Durabilidade
natural da madeira de três espécies florestais
em ensaios de campo. R. R. Melo; D. M. Stangerlin; E. J. Santini; C.
R. Haselein; D. A. Gatto; F. Susin. Ciência Florestal 20(2):
357-365. (2010)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v20n2/A14V20N2.pdf
Propriedades
físico-mecânicas da madeira de Araucaria
angustifolia (Bertol.) em três estratos fitossociológicos. R.
Beltrame; J. T. Souza; W. G. Machado; M. A. Vivian; E. A. Buligon;
D. T. Pauleski; D. A. Gatto; C. R. Haselein. Ciência
da Madeira 01(02): 54-69. (2010)
http://www.ufpel.tche.br/revistas/index.php/
cienciadamadeira/article/download/13/cienciadamadeirav1n2a5
Desempenho de duas espécies florestais m combinação
com casca de arroz na fabricação de painéis cimento-madeira.
D. S. Lilge. Orientação: C. R. Haselein. Dissertação
de Mestrado. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. 90 pp. (2009)
http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2813
Propriedades físico-mecânicas de painéis aglomerados
produzidos com diferentes proporções de madeira e casca
de arroz. R. R. Melo; E. J. Santini; C. R. Haselein; D. M. Stangerlin.
Ciência Florestal 19(4): 449-460. (2009)
http://www.ufsm.br/cienciaflorestal/artigos/v19n4/A10V19N4.pdf
Propriedades de flexão estática da madeira de Araucaria
angustifolia (Bertol.) Kuntze em razão da massa específica. R. Beltrame; K. S. Modes; M. A. Vivian; J. T. Souza; W. G. Machado;
C. R. Haselein. XVII CIC. I Mostra Científica. UFPEL - Universidade
Federal de Pelotas. 05 pp.(2009)
http://www.ufpel.tche.br/cic/2009/cd/pdf/EN/EN_00608.pdf
Estudo do comportamento da flexão dinâmica em função
da massa específica da madeira de Araucaria angustifolia (Bertol.)
Kuntze. J. T. Souza; W. G. Machado; R. Beltrame; K. S. Modes;
M. A. Vivian; C. R. Haselein. XVII CIC. I Mostra Científica. UFPEL
- Universidade Federal de Pelotas. 05 pp. (2009)
http://www.ufpel.tche.br/cic/2009/cd/pdf/CA/CA_00369.pdf
Avaliação da resistência ao impacto da
madeira de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze em três estratos fitossociológicos. R. Beltrame; W. G. Machado; J. T. Souza; K. S. Modes; C. R. Haselein.
Seminário de Pós-Graduação UFSM I: 1-1.
(2009)
http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1855
Influência
de diferentes combinações de lâminas
de Eucalyptus saligna e Pinus taeda em painéis estruturais LVL. M. T. Muller. Orientação: C. R. Haselein. Dissertação
de Mestrado. UFSM - Universidade Federal de Santa Maria. 164 pp. (2009)
http://dominiopublico.qprocura.com.br/dp/101451/influencia-de-diferentes
-combinacoes-de-laminas-de-eucalyptus-saligna-e-pinus-taeda-em-paineis-estruturais-lvl.html
http://www.vsdani.com/ppgef/tesesdissertacoes/661fdmarcos_
theodoro_m_ller_disserta__o_de_mestrado.pdf
Avaliação
de alguns fatores influentes na velocidade ultra-sônica na
madeira. L. Calegari; D. M. Stangerlin; E. J. Santini; C. R. Haselein;
D. A. Gatto; P. I. O. Carmo; L. C.
P. Silva
Filho. Floresta 38(4): 607-615. (2008)
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/view/13156/8903
Obtenção do módulo de elasticidade em madeiras
de Patagonula americana e Araucaria angustifolia por meio do método
ultra-sonoro. D. M. Stangerlin; J. M. X. Domingues; E. J. Santini;
L. Calegari; R. R. Melo; D. A. Gatto; C. R. Haselein. Revista Científica
Eletrônica de Engenharia Florestal 11. 15 pp. (2008)
http://www.revista.inf.br/florestal11/pages/artigos/ARTIGO05.pdf
Qualificação da madeira de três espécies
de coníferas oriundas de reflorestamentos jovens. D. A. Gatto;
D. M. Stangerlin; C. R. Haselein; L. Calegari; R. Trevisan; L. S. Oliveira.
Revista Brasileira de Agrociência 14(4). (2008)
http://www.ufpel.edu.br/faem/agrociencia/v14n4/artigo08.htm
Programas de secagem para madeiras. R. R. Melo; D. M. Stangerlin;
M. T. Muller; E. J. Santini; C. R. Haselein. 10º Congresso Florestal
Estadual 1: 1-7. (2008)
http://artigocientifico.tebas.kinghost.net/uploads/artc_1230131937_49.pdf
Monitoramento do teor de umidade de madeiras de Pinus elliottii Engelm.
e Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, sob diferentes
temperaturas de secagem, através do ultra-som. L. Calegari; D. M. Stangerlin;
E. J. Santini; C. R. Haselein; S. J. Longhi; P. I. O. Carmo; L. C.
P. Silva Filho; D. A. Gatto. Ciência Florestal 17 (4): 399-408.
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http://www.bioline.org.br/abstract?id=cf07043
Qualidade da madeira e rentabilidade na produção de Pinus
taeda L. visando múltiplos mercados. D. S. Lazaretti. Orientação:
C. R. Haselein. Dissertação de Mestrado. UFSM - Universidade
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_seibert_lazaretti_disserta__o_de_mestrado.pdf
http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1855
Qualidade de chapas de partículas de madeira aglomerada fabricadas
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Monitoramento da temperatura no interior de chapas aglomeradas
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D. A Gatto; M. V. Barros; E. J. Santini. Ciência Florestal
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Qualidade das chapas de partículas aglomeradas fabricadas com
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P. R. Schneider; L. Calegari. Ciência Florestal 15(3): 311-322.
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Propriedades físicas de chapas de partículas aglomeradas
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Santini; P. R. Schneider; L. Calegari. Ciência Florestal
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Qualidade de chapas de partículas de madeira aglomerada
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Parte 01 (Arquivo zipado e relativamente pesado - downloading mais
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Seleção de artigos do
Dr. Clóvis Haselein e equipe com madeiras de Eucalyptus:
Efeito do desbaste nos parâmetros dendrométricos e na
qualidade da madeira Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden. R. Trevisan;.
Orientação: C. R. Haselein. Tese de Doutorado. UFSM -
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_nos_par_metros_dendrom_tricos_e_na_qualidade_da_madeira_de_eucalyptus_grandis_.pdf
Avaliação das propriedades físico-mecânicas
de painéis aglomerados de Eucalyptus grandis colados
com ureia-formaldeído
e tanino-formaldeído. R. R. Melo; E. J. Santini; C. R. Haselein;
D. M. Stangerlin; M. T. Muller; C. H. S. Del Menezzi. Floresta 40(3):
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Efeito da intensidade de desbaste na qualidade da madeira serrada de
Eucalyptus grandis. R. Trevisan; C. R. Haselein; É. J. Santini;
P. R. Schneider; L. F. Menezes. Floresta 39(4): 825-831. (2009)
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Variação radial da massa específica básica
da madeira de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden. D. M. Stangerlin;
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Efeito da intensidade de desbaste nas características dendrométricas
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Agrupamento de árvores matrizes de Eucalyptus grandis em
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Características tecnológicas da madeira de árvores
matrizes de Eucalyptus grandis. C. R. Haselein; M. C. Lopes; E. J.
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Massa específica básica e massa seca de madeira
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tecnológicas da madeira. M.C. Lopes. Orientação:
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Efeito do espaçamento e da adubação no crescimento
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Fabricação de chapas de aglomerado com madeiras
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V6_8lB0hfTiqdczcB1sPSR6BsOw#v=onepage&q&f=false
Polpa
Celulósica de Serragem de Madeira de Pinus
Em geral, a serragem de madeira é um resíduo
proveniente do desdobro das toras em serrarias, de indústrias moveleiras,
de fábricas de celulose e da construção civil. A serragem,
que antigamente era descartada como resíduo, hoje apresenta cada vez
mais utilidades. Já é possível usá-la como fonte de combustível
em caldeiras de força, como cama de animais, como adubo orgânico
compostado, como carvão ativado, etc. Com ela, pode-se também
confeccionar utensílios domésticos, painéis, entre tantos
outros fins (ler texto em PinusLetter 16: http://www.celso-foelkel.com.br/pinus_16.html#quatorze).
Na América do Norte, há grandes plantações de coníferas
(uma grande parte pertencente ao gênero Pinus), onde boa parte de suas
toras é empregada como matéria-prima da construção
civil, especialmente, na fabricação de habitações.
Essa madeira é serrada e laminada, havendo elevada quantidade de sobras,
principalmente de serragem. Esse resíduo é em parte reaproveitado
pelas indústrias de papel e celulose da região para a produção
da polpa celulósica de serragem de madeira (Pulp and Paper Canada, 2004).
De acordo com Korpinen (2010), a serragem derivada das serrarias é heterogênea,
pois essas empresas podem beneficiar toras de árvores de diferentes
idades, gêneros e espécies. Esse fator, com certeza irá influenciar
na qualidade da serragem e consequentemente na polpa de celulose fabricada.
Outros fatores que contribuem para o estado qualitativo da serragem são:
método de armazenamento e transporte das toras e da própria serragem,
tipo de picador, tipos de peneiras selecionadoras de serragens, diâmetro
e umidade de toras, temperatura, umidade relativa do ar, entre outras variáveis
ambientais (Korpinen, 2010; Foelkel et al., 1979).
Em diversas regiões do mundo há a crescente necessidade de empresas
do setor florestal em aproveitar as sobras de serragem derivadas dos seus processos,
podendo assim agregar valor a esses resíduos. Uma das formas mais fáceis
de aproveitar a serragem industrial é através da geração
de energia com a sua combustão; porém, empresas de celulose e
papel estudam a possibilidade de uso da serragem para a produção
de polpa, algumas inclusive já realizando esse processo comercialmente
(Townsend, 2010; Rössner e Mello, 1994). Isso porque os resultados financeiros
são melhores, caso as empresas disponham de tecnologias adequadas para
tal produção. Em países onde o valor da madeira é considerado
alto, o beneficiamento da serragem, transformando-a em um produto de maior
valor, com certeza, é uma das alternativas mais viáveis (Korpinen,
2010).
Para a polpação kraft convencional, a serragem geralmente é separada
dos cavacos para não causar sobre-cozimento dessas pequenas porções
que não podem ser cozidas no mesmo tempo e temperatura que os cavacos.
Caso isso aconteça, a serragem será fortemente atacada pelo licor
de cozimento, degradando seus carboidratos e resultando em menores resistências
e rendimentos de polpa. No geral, a serragem consome mais álcalis do
que os cavacos, sendo também mais volumosa e difícil de ser trabalhada
(Foelkel et al., 1979). Segundo os mesmos autores, durante o desdobramento
em cavacos ocorre a geração de “finos” (serragem)
na proporção de cerca de 2% (ou mais) da base peso de madeira
seca. Isso gera elevadas quantidades de resíduos em empresas de grande
porte. Assim, a polpa de serragem de madeira poderia ser uma alternativa viável
a essas indústrias, também pela busca da produção
sustentável. Com isso, muitas empresas vêm pesquisando e adequando
tecnologias para a fabricação desse tipo de celulose (Pedrazzi
et al., 2002).
A celulose produzida a partir da serragem possui características diferenciadas
da elaborada com os cavacos de madeira, mesmo quando ambas provém da
mesma árvore (Korpinen, 2010). Os Pinus e outras coníferas são
reconhecidos por possuírem fibras longas, as quais podem chegar a até 3
- 5 mm. Na produção dos cavacos, há o corte dessas fibras
que estão mais frágeis e fragmentadas na serragem. Isso faz com
que a celulose fabricada de serragem de Pinus apresente característica
semelhante à de árvores de fibras curtas, como o eucalipto, por
exemplo. Quanto menor o dimensionamento da serragem (de serragem grossa a serragem
fina), menor será a resistência da polpa formada (Zerrudo et al.,
1970; Foelkel et al. 1979). A serragem fina, ou o pó de madeira, é inclusive
contra-indicada para ser usada na fabricação de polpa, pois consumiria
muito licor e resultaria em polpas fracas e com baixos rendimentos.
Existem vários estudos de processos e tecnologias de produção
de celulose a partir de serragem. Townsend (2010) apresentou um processo de
polpação kraft usando serragem e cavacos. Inicialmente se acondiciona
uma substância alcalina e os cavacos em um digestor. Posteriormente, é adicionada
continuamente a serragem junto com o vapor para a dissolução
da sua lignina e liberação das fibras de celulose. Após
o cozimento, a polpa é separada do licor que irá ser recuperado
e reutilizado novamente nos digestores. Já a celulose tem suas fibras
lavadas em telas e peneiras para a remoção de rejeitos e licor,
indo para o armazenamento de polpa para posteriormente se produzir papel.
Não há maneiras de digestores verticais contínuos de cavacos
realizarem um cozimento eficiente apenas abastecidos com serragem, pois essa
provoca a interrupção do movimento livre da madeira dentro do
digestor (entupimentos). Já existem tecnologias para produção
mais eficiente de polpa kraft da serragem em digestores descontínuos,
mas mesmo assim, o rendimento é inferior quando comparado ao de cavacos,
principalmente pela presença de pó, que permanece em parte, mesmo
quando se peneira o material para removê-lo (Korpinen, 2010).
McCowan (1993) criou um sistema de peneiras com tela de aço inoxidável
que foi utilizado na separação dimensional da serragem ideal
para a polpação. A tela inclinada recebe agitação
retendo em torno de 50% das partículas maiores que são desejáveis
para a produção de celulose. O pó residual pode ser usado
para outras finalidades, como combustível, por exemplo.
Muitas empresas estudam em laboratório a separação granulométrica
das serragens, deixando apenas as maiores para o processo de produção
de celulose. Isso é realizado para separar a serragem fina ou pó,
o qual consome maiores quantidades de reagentes químicos, além
de prejudicar o processo (Foelkel et al., 1979).
Há também pesquisas das propriedades das polpas fabricadas a
partir da mistura de diversos tipos de serragens aliados a processos diferenciados
de polpação. Além disso, outras empresas também
realizam misturas de polpas de serragem com celulose industrial, buscando melhorias
na qualidade do papel fabricado.
Korpinen (2010) estudou a qualidade de polpas contendo diferentes porcentagens
de misturas de celulose de serragem. Antes da polpação, os “finos” passaram
por uma separação, retirando o pó e a serragem fina que
não são apropriados para o processo. Na comparação
entre as polpas contendo celulose de serragem e celulose convencional, o autor
observou que até 30% de adição de celulose de serragem
em polpa de fibra longa convencional não prejudicava os aspectos de
resistência. A polpa de serragem necessitou de menos tempo para a refinação,
possuindo menor alvura, maior porosidade e menor teor de extrativos do que
a celulose kraft de fibra longa convencional. Dessa forma, as misturas com
fibras mais curtas da serragem melhoraram a opacidade, tornaram a superfície
mais lisa a aprimoraram a absorção de tinta dos papéis
de impressão fabricados com receitas papeleiras contendo polpa de serragem.
Korpinen e Fardim (2009) testaram as propriedades de papel fabricados
com polpas refinadas e não refinadas de serragem de espruce obtidas pelos processos
termomecânico (TMP) e pasta mecânica pressurizada (PWG). Tanto
a adição de celulose de serragem bruta quanto à de refinada
melhoraram diversas características das polpas. A resistência
ao rasgo não foi afetada nas folhas de TMP em qualquer adição
de polpas de serragem testada. Concluíram que até 30% de polpa
de serragem poderia ser adicionada sem efeitos negativos em polpas mecânicas
de TMP e de PWG.
Em 1964, Isolato e colaboradores avaliaram o rendimento da polpação
de serragem de Pinus e de espruce (puras e misturadas) oriundas de serrarias
com a posterior utilização para a fabricação de
papel para impressão. Os resultados mostraram que as polpas de serragem
possuíram rendimentos aceitáveis, tendo um tempo de cozimento
inferior ao normal. Já as resistências, tanto da polpa como do
papel, foram bastante inferiores à produzida com cavacos convencionais.
Porém, a porosidade e a opacidade das folhas de celulose proveniente
de fibras de serragem foram superiores. Os autores sugeriram adicionar quantias
de celulose de serragem à polpa convencional para obter melhorias de
opacidade e porosidade para o papel de impressão. A refinação
da celulose de serragem não mostrou nenhuma alteração
significativa em relação ao esperado para as características
do papel fabricado.
A celulose de serragem de polpa de madeira pode ser utilizada para a produção
de papel de impressão e para escrita. Porém, em caso de papéis
mais resistentes, como os de embalagem kraft, foi recomendado o uso da polpa
industrial celulósica de espécies de fibras longas (Zerrudo et
al., 1970). Há a recomendação de uso de polpa de serragem
para a produção de papel miolo, papel filtro, sacolas de papel,
papel absorvente, papel para cópias e impressão (Korpinen, 2010).
Desde a crise econômica de 2008, a produção de polpa de
serragem diminuiu juntamente com a oferta dessa matéria-prima. Essa
tinha origem das sobras das serrarias norte-americanas e canadenses, as quais
desaceleraram visivelmente suas produções. Porém, acredita-se
que com a recuperação econômica e a volta do crescimento
da construção civil na América do Norte, a celulose
de serragem voltará a ser uma alternativa cada vez mais viável
para a agregação de valor para esses resíduos, ajudando
a trazer a sustentabilidade das cadeias produtivas.
A seguir há alguns resultados de pesquisas relacionados tanto aos aspectos
das polpas de serragem, tecnologias empregadas para sua produção,
suas principais vantagens e desvantagens. Podem-se encontrar também
alguns websites de empresas produtoras de polpas de serragem no mundo.
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R. Rössner; R. Melo. Celulosa y Papel 10(2): 28 - 33.
(1994)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/12_Formulacion%20de
%20papeles%20con%20inclusion%20de%20pulpas%20de%20aserrin.pdf
Utilization of sawdust for pulp production. J. L. Mccowan. Free Patents
Online. (1993)
http://www.freepatentsonline.com/5203965.html
A utilização da serragem de madeira de eucalipto na produção
de polpa celulósica. C. E. B. Foelkel; L. C. Couto; J. Kato.
Cenibra Pesquisa. 08 pp. (1979)
Influência da morfologia dos cavacos de madeira de Eucalyptus
urophylla de origem hibrida na qualidade da celulose kraft.
L.C. Couto. Dissertação de Mestrado. UFV - Universidade Federal de
Viçosa. 137 pp. (1979)
http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/ufv/Luiz%20Carlos%20Couto.pdf
Resumo: Sawdust pulp for paper manufacture. J. V.
Zerrudo; J. 0. Escolano et al. Journal Philippine Lumberman 16(11):
10-14. (1970)
http://www.cabdirect.org/abstracts/19700607133.html
The preparation of sawdust sulphate pulp and its use in printing
paper manufacture. I. Isolato; L. Göttsching; N. E.
Virkola; L. Nordman. Paper and Timber 46(3): 71-85 (1964)
Empresas produtoras de polpas
celulósicas de serragem (apenas
referências técnicas que não devem ser entendidas
como indicações comerciais):
http://catalystpaper.com/ (Catalyst paper - Elk Falls mill - recently
closed)
http://www.reuters.com/finance/stocks/companyProfile?symbol=PTBTQ.PK (Pope & Talbot)
http://www.poptal.com/about/history.htm (Pope & Talbot)
http://w3.upm-kymmene.com/upm/internet/cms/upmmma.nsf/
lupgraphics/wood_fibres_en.pdf/$file/wood_fibres_en.pdf (UPM-Kymmene)
http://w3.upm-kymmene.com/upm/internet/cms/upmcms.nsf/prv/UPM's_
Pestovo_Sawmill_celebrates_its_first_million_cubic_metres_?OpenDocument (UPM-Kymmene)
http://www.milwaukeemagazine.com/currentIssue/
full_feature_story.asp?NewMessageID=25280 (Buchanan)
Pinus-Links
A seguir, trazemos para vocês nossa indicação
para visitas a diversos websites que mostram direta relação
com os Pinus, nos aspectos econômico, técnico, científico,
ambiental, social e educacional. Acreditamos que eles poderão
significar novas janelas de oportunidades e que alguns deles poderão
passar a ser parte de suas vidas profissionais em função
do bom material técnico que disponibilizam. Esperamos que apreciem
nossa seleção de Pinus-Links para essa edição.
Department of Resources Recycling and Recovery (CalRecycle). (em Inglês).
Acesso em 19.01.2011:
O CalRecycle é uma página da internet pertencente ao
governo do estado da Califórnia, EUA. O site apresenta diversas
informações todas envolvendo reusos, reciclagens e redução
de desperdícios, para os mais variados tipos de indústrias,
escolas, restaurantes e também residências domésticas
particulares. Dessa forma, os principais objetivos do Departamento
de Reciclagem e Recuperação, também como é conhecido,
são o de promover a conscientização e a educação
ambiental, não apenas para os residentes do estado, mas para
todos os interessados no tema. Observem algumas publicações
bastante pertinentes existentes a disposição para leitura
tais como reciclagem de papel, resíduos de madeira urbanos,
resíduos florestais, entre tantas outras:
http://www.calrecycle.ca.gov/ (Home)
http://www.calrecycle.ca.gov/condemo/ (Vídeos e outros textos
técnicos sobre reciclagem de madeira de demolição)
http://www.calrecycle.ca.gov/paper/recycled/ (Reciclagem de papel)
http://www.calrecycle.ca.gov/condemo/Wood/ (Resíduos madeireiros
urbanos)
http://www.calrecycle.ca.gov/Organics/Conversion/AgForestRpt/Forest/ (Resíduos agrícolas e florestais)
http://www.calrecycle.ca.gov/ReduceWaste/ (Redução de
desperdícios)
http://www.calrecycle.ca.gov/Reuse/ (Reuso)
http://www.calrecycle.ca.gov/BevContainer/Publications/ (Publicações
diversas)
Secretaria
de Biodiversidade e Florestas.
(em Português).
Acesso em 19.01.2011:
A Secretaria da Biodiversidade e Florestas pertence
ao Ministério
do Meio Ambiente (MMA) e atua em diversas áreas envolvidas na
conservação ambiental do Brasil todo. Dessa forma, possui
diversos programas e projetos para o desenvolvimento e gestão
de florestas sustentáveis, implantação de corredores
ecológicos, atuando na preservação de áreas
protegidas, monitorando a biodiversidade, promovendo a sustentabilidade
dos recursos genéticos na agricultura e no setor florestal.
O website apresenta, além de legislações, diversos
textos explicativos com relação ao trabalho que realizam.
Há disponível para a leitura alguns dos principais temas
que a Secretaria da Biodiversidade e Florestas aborda tais como: manejo
e gestão florestal sustentável, espécies ameaçadas
de extinção, conservação de polinizadores,
biossegurança e inúmeras publicações de
relevância. Conheçam também a recente publicação "Florestas
do Brasil em Resumo", um livro editado em 2010.
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=146 (Home)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=148 (Florestas)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=113 (Gestão florestal)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=113&idMenu=9671 (Manejo florestal sustentável)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=147 (Conservação da biodiversidade)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=109 (Corredores ecológicos)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=publicacao.publicacoesPorSecretaria&idEstrutura=146 (Publicações)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=179 (Espécies ameaçadas de extinção)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=29 (Conservação de polinizadores)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=71 (Biossegurança)
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&
idEstrutura=71&idConteudo=7842&idMenu=8238 (Publicações sobre organismos geneticamente modificados)
http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/livro_
de_bolso___sfb_mma_2010_web_95_182.pdf (Florestas do Brasil em Resumo)
Cenunez.com.
Página pessoal do professor Carlos Eduardo Núñez. (em Espanhol). Acesso em 19.01.2011:
Carlos Eduardo Núñez é professor da Faculdade
de Ciências Exatas da Universidade Nacional de Missiones, Argentina.
Atua em disciplinas que abordam engenharia química, tecnologias
de celulose, papel e madeira, tanto em nível de graduação
como de pós-graduação. O professor dedicou parte
de sua vida profissional elaborando textos acadêmicos, os quais
alguns podem ser acessados através de sua página pessoal.
Os textos de docência de Carlos Eduardo Núñez são
gratuitos para leitura e abordam temas ligados principalmente à celulose
e papel e também processos químicos. Segundo o professor,
seus textos didáticos são todos originais, foram feitos
ao longo dos anos e caso forem utilizados, devem ser devidamente citados
de acordo com suas orientações. Há também
aulas virtuais no site da Universidade que leciona (http://www.aulavirtual-exactas.dyndns.org/INDEPb826/ ).
http://www.cenunez.com.ar/ (Home)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Identidad.htm (Dados pessoais
e breve bibliografia)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Textos%20madera%20y%20pulpa.htm (Textos de madeira e polpa de madeira)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Trabajos%20de%20Investigaci%C3%B3n.htm (Publicações)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Textos%20laboratorio.htm (Textos
do Laboratório Químico)
http://www.cenunez.com.ar/Index_archivos/Otros%20textos.htm (Outros
textos)
Montes
del Plata. (em Espanhol). Acesso em 19.01.2011:
Montes del Plata é uma empresa uruguaia de polpa de celulose
ainda nova e que foi fundada em 2009 através da sociedade entre
as companhias Stora Enso e Arauco. No site da Montes del Plata há o
manejo sustentável que implantaram em todos seus setores produtivos,
desde o viveiro até a produção final e logística.
Existem também algumas perspectivas, notícias, vídeos
e textos explicativos sobre sua política ambiental, gestão,
entre outros. Confiram:
http://www.montesdelplata.com.uy/ (Home)
http://www.montesdelplata.com.uy/operaciones_forestales.html?idSec=1&lang=es (Manejo
silvicultural)
http://www.montesdelplata.com.uy/operaciones_forestales_vivero.html?idSec=1&lang=es (Viveiro)
http://www.montesdelplata.com.uy/operaciones_forestales_cosecha.html (Colheita florestal)
http://www.montesdelplata.com.uy/sustentabilidad.html?idSec=3&lang=es (Sustentabilidade)
http://www.montesdelplata.com.uy/proyecto_industrial_celulosa.html?idSec=2&lang=es (Celulose)
http://www.montesdelplata.com.uy/prensa.html?idSec=4&lang=es (Textos
e vídeos para download)
Mini-Artigo
Técnico por Ester Foelkel
Polpa Moldada
Introdução
A preocupação com a sustentabilidade
dos processos industriais, com a não geração de
resíduos e com a conservação do meio ambiente
está aumentando no mundo todo. Dessa forma, a reciclagem ganha
cada vez mais espaço, já havendo diversas tecnologias
para a transformação de lixo em produtos de alto valor
agregado (Martines, 2006). Além disso, o crescente número
de consumidores ecologicamente conscientes busca em suas compras produtos
de qualidade e que sejam ao mesmo tempo sustentáveis e amigos
da natureza. Esse é o caso dos produtos de polpa moldada (Ambiente
Brasil, 2011). Ela é um produto derivado 100% de fibras celulósicas
reutilizadas principalmente do papelão ondulado e também
de restos e aparas de jornais. Também comumente chamados de
fibras moldadas (“molded pulp” em inglês e “pulpa
moldeada” em espanhol), são totalmente biodegradáveis
demorando até quatro meses para a sua completa decomposição
no ambiente. São também recicláveis, conforme
o seu uso. (Ambiente Brasil, 2011; Wikipédia, 2011).
Utilizações
da polpa moldada
Já existem vários produtos que são produzidos
com a polpa moldada; porém, sua principal utilização é ainda
para a confecção de embalagens dos mais variados tipos
de produtos. As embalagens com esse material absorvem o impacto de
choques mecânicos e de vibrações geradas durante
o transporte e o manuseio. Também são bastante resistentes à umidade,
atuando na absorção do excesso de umidade de frutas,
de ovos e ajudando a manter a temperatura interna da embalagem. As
fibras existentes na polpa úmida são moldadas através
de molde e contra-molde apresentando o formato do alimento ou do
objeto embalado, mantendo-o protegido e seguro durante o seu deslocamento.
As embalagens mais conhecidas realizadas com polpa moldada são:
embalagens de ovos e frutas (caixas e bandejas), porta copos de lanchonetes,
calços industriais, embalagens de eletrodomésticos
e produtos frágeis como vidros, aparatos eletrônicos
e hospitalares e inclusive órgãos humanos durante o
transporte para transplantes (Ambiente Brasil, 2011; Paraibuna Embalagens,
2010;
Recicláveis ..., s/d). A polpa moldada foi inventada no
início do século
passado e desde os anos 30 já vem sendo utilizada na comercialização
de ovos, o que ainda é um de seus principais usos nos dias
atuais (Howe, 2010; Gavazzo, 2008).
Benefícios
ambientais
A polpa moldada, por ser ambientalmente correta, está sendo
cada vez mais utilizada, e é tão econômica e competitiva
quanto o polietileno expandido (EPS ou isopor) e inclusive algumas
vezes superando em inúmeras vantagens algumas embalagens plásticas
(Paraibuna Embalagens, 2011; WorldLingo, s/d). O último autor
também apontou que a polpa moldada pode ser reciclada outras
vezes gerando novos produtos para o empacotamento sustentável.
De acordo com Ecopaper (2010), as embalagens de polpa
moldada são
atualmente aceitas no mundo todo, apresentando forte tendência
em substituir o isopor (EPS) na grande maioria dos países da
União Européia, principalmente devido as vantagens ambientais
que apresentam. As embalagens de polpa moldada são mais leves
e permitem melhor encaixe que as de isopor, o que diminui o seu espaço
de armazenamento e também de logística. As fibras da
polpa moldada são mais flexíveis que o isopor, gerando
embalagens com vida útil superior. O custo de produção
da polpa moldada também é inferior ao EPS, garantindo
economia na embalagem dos produtos. Pode haver a redução
de gastos com embalagens em até 70 % com a utilização
da fibra moldada (Cemopac, 2010). A polpa moldada não apresenta
nenhum componente tóxico à saúde humana. Já o
isopor além de ter sua matéria-prima derivada do petróleo,
utiliza-se do benzeno, danoso ao meio ambiente e ao ser humano.
Tipos
de polpas moldadas
Wikipédia (2011), Howe (2010) e Keiding Inc. (2008)
afirmaram que há quatro tipos de polpa moldada atualmente no
mercado, as quais são classificadas segundo a qualidade da matéria-prima
e do processo de produção empregado.
Os tipos de polpa moldada são:
Tipo
1: Conhecido como “thick walled” (parede grossa),
possui superfície áspera, parede espessa de 3/16“ a
1/2“ e são utilizados como embalagens de apoio no empacotamento
primário, principalmente bandejas e bordas protetoras de pontas
de produtos frágeis. Esse tipo de polpa é usado para
segurar o produto no devido local durante o transporte e têm
um dos seus lados bastante rugoso. Já o outro, é moderadamente
liso. Seu acabamento é apenas moderado principalmente porque
são misturadas fibras reutilizadas provenientes de papelão
com a celulose kraft. Outra razão é porque os moldes
são de menor definição, havendo a prensagem da
polpa com o auxílio de um contra-molde poroso e a retirada da água é feita
através da sucção com o auxílio de uma
prensa. Esse tipo de polpa moldada é considerado um dos tipos
mais brutos devido à elevada espessura e rugosidade. De acordo
com Howe (2010), o seu processo de fabricação ainda é semelhante
ao do primeiro tipo de polpa moldada que foi patenteado em 1903.
Tipo 2: a espessura é um pouco menor, indo de 1/16“ a
3/16”. É o tipo mais utilizado atualmente, formado pelo
processo chamado de transferência moldada. O material utilizado é basicamente
jornal reciclado e a diferenciação na sua produção
se dá pelo tipo de molde utilizado. Esse é composto por
malhas extremamente finas que agrupam as fibras, as quais são
moldadas à vácuo. Para a secagem em fornos, há a
transferência da camada fibrosa para outro molde. O processo
resulta em uma polpa que apresenta uma de suas superfícies extremamente
lisa e a outra relativamente lisa, o que permite um melhor acabamento.
Muitas lanchonetes utilizam essa polpa para transporte de copos contendo
o líquido desejado (bandeja de copos). Outras embalagens também
podem ser confeccionadas a partir desse material como: embalagens para
equipamentos eletrônicos, para eletrodomésticos e peças
de informática, porta copos, embalagens para garrafas de vinho,
caixas e bandejas de ovos e de frutas; mictórios recicláveis,
copos e vasos para jardinagem, bandejas germidadoras de mudas, potes
para chinelos e sapatos, protetores de lâmpadas e tubos fluorescentes,
entre outros (INTI, s/d). O processo é bastante preciso, garantindo
uma polpa moldada com o formato desejado. Durante sua fabricação,
há uma câmara de vácuo que molda as fibras através
de um molde feito de malhas finas. Quando não passar mais ar
pela malha, essa já foi completamente preenchida pelas fibras.
Após, inicia-se o processo de secagem, onde a umidade em excesso é liberada
da polpa também pelo processo de vácuo.
Tipo 3: comumente chamada em inglês de “thermoformed
fiber” (fibra
termoformada), é considerada uma das polpas moldadas mais modernas
dos dias de hoje. É também a de mais alta qualidade,
principalmente porque apresenta paredes extremamente finas e lisas.
Os produtos formados são considerados fortes e extremamente
bem definidos. Isso se explica porque após a formação
da pasta ela é acondicionada em moldes aquecidos, os quais moldam
a polpa de maneira que o produto final se assemelha à superfície
de um plástico. Não há a necessidade da secagem
da polpa em fornos aquecidos após a passagem pelo molde como
ocorre com os outros tipos de polpa moldada. A “thermoformed
fiber” já sai
pronta do molde previamente aquecido. É por isso que esse processo é chamado
em inglês de “cure in the mold” (tradução:
cura no molde). Esse tipo de polpa pode ser utilizada em embalagens
em que a aparência deve ter relevância primordial para
o seu produto.
Tipo
4: Esse tipo de polpa recebe algum tipo de tratamento
secundário
após a sua devida formação, ou melhor, depois
do término de sua produção. O tratamento geralmente é de
impressão, mas pode também ser de prensagem a quente,
cortes, entre outros. Essa polpa é chamada de processada, podendo
ser de qualquer um dos três tipos anteriores; porém, sua
confecção necessita de projetos personalizados sob encomenda.
Processos
de fabricação dos produtos de polpa moldada
Segundo Howe (2010), o processo de fabricação da polpa
moldada inicia com a eleição da rusticidade, resistência
e forma da embalagem que se quer produzir. Isso é altamente
influenciado pela escolha da matéria-prima usada. O autor apontou
que maiores quantidades de papelão e polpa kraft garantem
uma polpa moldada escurecida, que é mais indicada para
a formação
de embalagens do tipo 1.
Depois de separar os restos de jornal e de papelão, esses são
transferidos a uma espécie de liquidificador gigante (hydrapulper)
que juntamente com a presença de água e de agitação
constante fazem com que as fibras se desagreguem, perdendo o formato
que tinham anteriormente (Grach, 2005). Uma suspensão em forma
de pasta é gerada, podendo ser adicionados aditivos como corantes,
branqueadores, amaciantes de fibras, entre outros produtos químicos.
Após, essa pasta é transferida para moldes que apresentam
malhas ou aberturas que facilitam no acondicionamento das fibras. Sucções
a vácuo e pressões também são empregadas
para que uma camada relativamente homogênea se estabeleça
sobre o molde. O líquido é retirado do molde através
das aberturas existentes no mesmo, permanecendo apenas as fibras na
espessura almejada. É a partir dessa etapa que há modificações
mais visíveis no processo para a criação dos diferentes
tipos de embalagens da polpa moldada: se o objetivo é uma embalagem
de parede grossa (tipo 1), essa vai direto para estufas e secadores
para a retirada da umidade. Se o objetivo for o tipo 2 (processo de
transferência moldada), a etapa da secagem ocorre dentro de um
secador; porém, em um outro molde, diminuindo a espessura da
parede da polpa e também deixando ambos os lados mais lisos.
Já para o terceiro tipo, a secagem ocorre no próprio
molde aquecido, dispensando o uso de estufas ou secadores para a retirada
da umidade excessiva da polpa moldada (Howe, 2010).
Martines (2006), comentou que geralmente, para a formação
de 1.000 embalagens geradas em moldagem a frio (processo mais comum)
são necessários 70 kg de papel para 165 L de água.
Depois de prontas, as embalagens são encaixadas umas nas outras
para diminuição do volume, sendo embaladas em plástico
e já estando prontas para a entrega e consumo (Keiding
Inc., 2008).
Considerações
finais
Os benefícios econômicos, sociais (criação
de novos postos de trabalho para a separação e triagem
de material reciclável e abertura de novas empresas) e ambientais
das embalagens de polpa moldada são evidentes, fazendo com que
haja inclusive incentivo governamental em alguns países para
a substituição das embalagens de isopor e de outros tipos
de plásticos pelas de polpa moldada (Howe, 2010). Apesar do
crescente aumento do seu uso, ainda são poucos os trabalhos
científicos em busca de inovações tecnológicas
promovendo embalagens com propriedades qualitativas diferenciadas e
que suas características se enquadrem nas exigências dos
consumidores sensibilizados e ambientalmente conscientes. Assim, novas
pesquisas, incentivos públicos e privados deveriam ser promovidos,
levando ao conhecimento de muitos consumidores as diversas vantagens
dessas embalagens. A polpa moldada é feita de materiais reaproveitados,
promovendo o uso racional dos recursos naturais (entre os quais as
fibras celulósicas de Pinus) que são utilizados na fabricação
de papel, além de agregar valor a materiais antes descartados
ou utilizados para produtos de menor valor (Wikipédia, 2011;
Howe, 2010; Gravazzo, 2008).
Já existem empresas especializadas na produção
de embalagens de polpa moldadas agregando muito mais do que
ciência
e arte nos projetos desenvolvidos. Isso garante melhoria
contínua
no design de embalagens sustentáveis. Segundo Keiding
Inc. (2008), a alta mobilidade e versatilidade da polpa
moldada permitem a criação de infinitas possibilidades
de embalagens. Assim, podem ser desenvolvidos projetos específicos
e que se “encaixem” perfeitamente
nas necessidades tanto da proteção de objetos
quanto das exigências ambientais do consumidor.
A polpa moldada já foi criada há mais de um século;
porém, a partir da década de 90, a pressão do
mercado para a substituição de plásticos e isopores
(derivados do petróleo = recurso não renovável)
fez com que as embalagens de fibras moldadas nunca estivessem tão
atuais e modernas (Howe, 2010).
Consultem a seguir os diversos produtos que podem ser fabricados
a partir da polpa moldada nas fotos e imagens disponíveis
na internet ou apresentados por empresas fabricantes. Há também
disponíveis
alguns textos técnicos e científicos selecionados
sobre pesquisas de novas tecnologias e matérias-primas
que envolvem a polpa moldada. Muitos deles foram utilizados
e referenciados para a elaboração desse nosso
mini-artigo técnico.
Obtenham maiores informações sobre as os benefícios
das fibras e polpas moldadas e suas perspectivas para uso futuro efetuando
a leitura dos textos abaixo:
Molded
pulp. Wikipédia. Acesso em 13.01.2011:
http://en.wikipedia.org/wiki/Molded_pulp (em Inglês)
What is pulp molding. WiseGeek. Acesso em 13.01.2011:
http://www.wisegeek.com/what-is-pulp-molding.htm (em
Inglês)
Molded pulp. How is it made? Vídeo Youtube. Canal robert1701a.
4,5 min. Acesso em 13.01.2011:
http://www.youtube.com/watch?v=ctgWTL5Z238 (em Inglês)
Paper pulp moulded products (dry moulding process). Vídeo Youtube.
Canal sodaltech. 0,47 min. Acesso em 13.01.2011:
http://www.youtube.com/watch?v=kj1oL3D-ow0 (em Inglês)
Keiding Inc. (em Inglês). Acesso em 13.01.2011:
http://www.keiding.com/index.html (Home)
http://www.keiding.com/pulpTypes.html (Tipos
de polpa moldada)
http://www.keiding.com/manufacturingProcess.html (Processo
de fabricação)
http://www.keiding.com/brochures.html (Diversas brochuras para downloading)
Molded pulp. What is it? Enviro Pak. Acesso em 13.01.2011:
http://www.enviropak.com/Molded_Pulp.html (em Inglês)
Fabricación de productos de pulpa moldeada. INTI. Instituto
Nacional de Tecnologia Industrial. Acesso em 12.01.2011:
http://www.inti.gov.ar/girsu/planta_pulpa.htm (em Espanhol)
Ecopaper. Polpa moldada partindo de aparas de papelão. Acesso
em 22.12.2010:
http://ecopaper.ind.br/
Cemopac. Benefícios. Acesso em 22.12.2010:
http://www.cemopac.com.mx/beneficios.htm
Papéis para outros fins. Polpa moldada. Bracelpa. Acesso em
22.12.2010:
http://www.bracelpa.org.br/bra/saibamais/tipos/outros.html
Fábrica de polpa moldada. Vídeo Youtube. Canal interagence.
0,30 min. Acesso em 22.12.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=GTC2jodWcDk
Pulpa moldeada de papel reciclado. Vídeo Youtube. Canal Ecoempaques.
7,04 min. Acesso em 22.12.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=6rjKMmOxg10 (em Espanhol)
Pulpa moldeada. Vídeo Youtube. Canal 8730435. 7,46 min. (2008).
Acesso em 22.12.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=5y4vG5kc_sk (em Espanhol)
Polpa moldada. Ambiente Brasil. Acesso em 21.12.2010:
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/artigos/polpa_moldada.html
Fábrica de polpa moldada 2. Soluções criativas.
Vídeo Youtube. Canal interagence. 1,16 min. (2010). Acesso em 22.12.2010:
http://www.youtube.com/watch?v=7COGSyZj5IY
Polpa moldada. WorldLingo. Acesso em 21.12. 2010:
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Molded_pulp (em
Português)
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/es/Molded_pulp (em Espanhol)
Artigos técnicos sobre polpa moldada:
The re-invention of molded pulp. E. Howe. Rochester Institute of Technology.
13 pp. (2010)
http://www.iopp.org/files/public/HoweEmilyRIT.pdf (em
Inglês)
Productos moldeados. Molded products. G.B. Gavazzo. 5º CIADICYP
- Congreso Iberoamericano de Investigación em Celulosa y Papel.
10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=378%3Aproductos-moldeados&id=28%3Atalleres & Itemid=100036&lang=es (em Espanhol)
Influencia de la materia prima en la operación de moldeado de
pulpas y en las propiedades del producto final. G.B. Gavazzo; C.A.
Pavlik. 5º CIADICYP - Congreso Iberoamericano de Investigación
em Celulosa y Papel. 10 pp. (2008)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=483%3Ainfluencia-de-la-materia-prima-en-la-operacion-de-
moldeado-de-pulpas-y-en-las-propiedades-del-producto-final&id=
29%3Atrabajos-presentados&Itemid=100036&lang=es (em Espanhol)
Qual o tipo de maquinário usado para moldar polpa de papel reciclado
para fabricação de caixas de ovos. E. Martines. TECPAR – Instituto
de Tecnologia do Paraná. Resposta Técnica IBICT.
05 pp. (2006)
http://sbrtv1.ibict.br/upload/sbrt-referencial700.pdf
Polpa
moldada. L. Weick.Slideshare. (2006)
http://www.slideshare.net/guest186748/polpa-moldada-leoweickmsncom
Incorporação de resíduos de embalagens pós-consumo
provenientes das agroindústrias na fabricação
de bandejas de polpa moldada. F. C. Grach. Dissertação
de Mestrado. UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. 55 pp.
(2006)
http://www2.enq.ufsc.br/teses/m165.pdf
Informativo interno. Paraibuna Embalagens. 04 pp. (2005)
http://www.paraibuna.com.br/images/arquivosPDF/newsnovembro.pdf
A reciclagem de materiais e suas aplicações no desenvolvimento
de novos produtos: um estudo de caso. R. M. R. Lima; E. Romeiro Filho.
3° Congresso Brasileiro de Gestão de Desenvolvimento de
Produtos. 07 pp. (2001)
http://www.iem.unifei.edu.br/sanches/Ensino/pos%20graduacao/GPDP/artigos/Artigo%2012.pdf
Fabricación de productos en pulpa moldeada: un caso de estudio. G. B.Gavazzo; R. Lanouette; J. L.Valade. 1º CIADICYP - Congreso
Iberoamericano de Investigación em Celulosa y Papel. 11 pp.
(2000)
http://www.riadicyp.org.ar/index.php?option=com_phocadownload&view=
category&download=24%3Afabricacion-de-productos-en-pulpa-moldeada-un-caso-de-
estudio&id=2%3Apapel&Itemid=100008&lang=es (em Espanhol)
Bioembalagens investe em produtos 100% recicláveis. Recicláveis.com.br.
Gazeta Mercantil - SP Notícias e Destaques. (s/d = sem referência
de data)
http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00505/0050530produtos.htm
Produtos de polpa moldada conforme os
websites de alguns fabricantes e organizações (apenas
referências técnicas
que não devem ser entendidas como indicações
comerciais):
http://www.paraibuna.com.br/polpa.htm (Paraibuna Embalagens)
http://www.packpol.com.br/ (Packpol - produtos de polpa moldada)
http://ecopaper.ind.br/ (Ecopaper)
http://www.pulpmoldingchina.com/por/html/Company_19.htm (HGHY pulp
molding)
http://embalagemitapira.spaces.live.com/ (Embalagem Itapira)
http://www.polpabr.com/ (Polpabr)
http://www.sanovo.com.br/ambiente/ambiente.php (Sanovo Green Pack)
http://www.meyerdobrasil.com.br/?pagina=produtos&departamento=9 (Meyer do Brasil)
http://www.emas.ind.br/content/emas-produtos.html (Emas Amazônia)
http://www.mouldedpulpsolutions.com/Moulded_Pulp_Solutions/About_Moulded_Pulp_Solutions.html (Molded pulp solutions)
http://www.pacificpulp.com/molded-pulp.html (Pacific pulp)
http://www.henrymolded.com/ (Henry Molded Products)
http://www.keiding.com/floral.html (Keiding. Floral Containers)
http://www.keiding.com/packaging.html (Keiding. Protective packaging)
http://www.kordmoldedpulp.com/products.htm (Kord. Products)
http://www.molded-pulp.com/products.html (Molded-Fiber. Products)
http://www.sailpacking.com/product.htm (Ningbo sail packing. Products)
http://www.pulpsmith.com/products.htm (Sodaltech. Pulp molded products)
http://www.earthtoearthpack.com/cms/paper-pulp.html (Earth to Earth.
Products)
http://www.ambiente.gov.ar/?idarticulo=4320 (Pulpa Moldeada S.A.I.C.)
Imagens sobre polpa moldada:
http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=molded+pulp&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&um=1&ie=UTF8&source=univ&ei=lvouTbzsLoeglAf5wNC3Cw&sa=X&oi=
image_result_group&ct=title&resnum=8&ved=0CHEQsAQwBw&biw=1259&bih=452
(Molded pulp. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&biw=1259&bih=452&tbs=isch%3A1&sa=1&q=%22polpa+
moldada%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai= (Polpa moldada. Imagens Google)
http://www.google.com.br/images?um=1&hl=pt-br&rlz=1I7RNTN_pt-
BR&biw=1259&bih=491&tbs=isch%3A1&sa=1&q=%22pulpa+moldeada%
22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
(Pulpa moldeada. Imagens Google)
http://www.molded-pulp.com/gallery.html (Molded Fiber - Image gallery)
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